O desprezo nos olhos de Julieta era evidente, sem qualquer tentativa de disfarce.Francisco, por sua vez, não parecia se importar e se aproximou dela:- O relatório de autópsia de Dario foi liberado.Julieta deu um passo brusco:- E então? A morte dele foi um acidente ou um homicídio?- Homicídio, por asfixia. O período da morte coincide quase exatamente com o momento em que saímos juntos do beco.Julieta sentiu um arrepio percorrer sua espinha. Ela jamais imaginou que, sendo uma vítima, acabaria se tornando uma suspeita.- E as câmeras de segurança? - Carlos, incapaz de se conter, indagou.Francisco fixou seu olhar em Carlos:- Sr. Carlos acha que eu sou ingênuo? Após descobrirmos que Dario estava morto, verifiquei todas as câmeras. Naquele intervalo, apenas eu e Julieta saímos do beco.A feição de Julieta se deteriorou instantaneamente.“Quem estaria por trás do assassinato de Dario?”“Qual seria o motivo?”“Seria algo direcionado apenas a mim ou Francisco também está envolvido?”Jul
Francisco parou o punho bem na frente de Julieta. Os olhos do homem exibiam uma dor indissolúvel. - Julieta, você está mesmo protegendo ele? Não tem medo de que eu a acerte? Evidentemente, Julieta sentia medo. Ela conhecia bem a crueldade de Francisco. No entanto, não podia permitir que Francisco continuasse a agredir Carlos. Carlos já havia sofrido bastante por causa dela. Ela não desejava que ele se machucasse mais por sua causa, isso apenas intensificaria sua sensação de culpa. Julieta encarou Francisco por um instante e então soltou uma risada sarcástica: - Francisco, ele é meu namorado. Se não for para protegê-lo, eu deveria proteger você? Essa afirmação causou uma dor abrupta no coração de Francisco. Ele permaneceu imóvel, observando a cena à sua frente, sem saber por quanto tempo, antes de soltar uma risada fria e recuar o punho. Ele simplesmente não disse nada, se virou e seguiu um dos funcionários para dentro. Julieta observou enquanto ele se afastava e só
Emanuel disse: - Depois de tanto esforço, será que tudo isso foi apenas para ter mais um ano de contato próximo com a Julieta? O custo e o benefício definitivamente não são proporcionais. Isso é mesmo necessário?Francisco, encostado na parede, olhou para cima, com seu rosto obscurecido pela fumaça tornando difícil discernir sua expressão.Ele, melhor do que ninguém, sabia que não era necessário, mas simplesmente não conseguia deixar para lá.Ele não aceitava que a mulher que deveria ser dele simplesmente fosse embora, muito menos que ela caísse nos braços de outro homem.- Pelo menos durante esse tempo, ela deveria ser minha.Emanuel olhou para o amigo ao lado. Depois de um tempo, soltou uma risada fria:- Você sabe muito bem como se aproveitou da situação dela ao assinar aquele acordo. Francisco, se é apenas uma questão de não conseguir aceitar, então eu realmente sugiro que você desista. Um ano passa rápido e você pode encontrar outra mulher para passar esse tempo. A menos que você
Francisco de repente teve um brilho nos olhos, mas antes que pudesse se alegrar, ouviu Julieta dizer: - Mayara cometeu um crime, ela deve ser punida. Por que eu deveria terminar com o veterano? Ela disse isso quase rangendo os dentes. A expressão de Francisco mudou imediatamente para uma de desagrado. No entanto, antes que ele pudesse dizer algo, viu Julieta pálida deslizar para fora da cadeira. - Julieta! - Exclamou o homem com uma expressão séria enquanto a puxava para cima rapidamente. Só então ele percebeu que o rosto de Julieta estava coberto de suor frio. - O que está acontecendo? Você está se sentindo mal? Julieta suportou a dor sem falar. Mas Francisco rapidamente percebeu o que estava acontecendo. Ele colocou a mão sobre o abdômen dela: - É cólica menstrual? Julieta quase instintivamente afastou sua mão: - Pode pegar um analgésico para mim, obrigada. Francisco estreitou os olhos. Mesmo nesse momento, ela ainda não o deixava tocá-la. Se não fosse par
A clínica estava cheia de pessoas indo e vindo, Francisco soltou Julieta ao perceber que ela lutava ferozmente. Julieta, suportando a dor, saiu para a rua. Parecia que não precisaria mais ir à delegacia, apenas seu celular ainda estava lá. Assim que saiu da clínica, ela se dirigiu à delegacia. Francisco a seguia com uma expressão séria no rosto. Quase chegando à porta da delegacia, ele de repente disse: - Julieta, você realmente acha que pode ficar com Carlos para sempre? Não acredita? Apostemos, vocês vão terminar em breve.Julieta franziu a testa intensamente e, após um momento, sorriu: - Sem discutir se vamos terminar ou não, mesmo que isso aconteça, eu não ficaria com você novamente! Dito isso, ela entrou na delegacia. Depois de pegar seu celular, a primeira coisa que fez foi ligar para Carlos. Carlos devia estar por perto, pois chegou poucos minutos após a ligação. - Veterano, como você chegou tão rápido? Carlos sorriu e disse: - Eu estava preparando um pouco
Francisco semi-cerrou os olhos. Após algum tempo, soltou um riso de escárnio: - O que você tem a ver comigo e com a Julieta? Parecia que eles iam começar a brigar novamente. Julieta rapidamente se colocou entre os dois. Ela olhou furiosamente para Francisco: - Quanto você quer? Duzentos não são suficientes, então dois mil? Ou vinte mil? A têmpora de Francisco pulsou violentamente: - Julieta, você acha que é por dinheiro? Ou você pensa que eu preciso do seu dinheiro? Julieta apertou os lábios: - Francisco, vou tirar você da lista negra do meu telefone. Quando precisar gastar com medicamentos, me avise que eu faço a transferência. Dito isso, ela se virou e puxou Carlos em direção ao carro. Francisco ainda tentou segui-los, mas um carro parou abruptamente à sua frente. Emanuel desceu do carro e olhou para Julieta: - Não está se sentindo bem? Vá descansar, eu cuido daqui. Julieta acenou com a cabeça e disse "obrigada" para Emanuel antes de se virar e entrar no car
Julieta acabou atendendo o telefone.- O que você quer?- Olá, você é a namorada deste senhor? Ele está bêbado agora, você pode vir buscá-lo?Julieta hesitou por um momento, então, ela disse:- Desculpe, você ligou para o número errado, eu não o conheço.- Impossível! No celular dele, seu nome está no topo da lista e mesmo bêbado ele ainda está chamando seu nome, como você diz que não o conhece?Julieta apertou os lábios, sem saber quanto tempo havia passado, antes de dizer:- Desculpe, eu realmente não o conheço, você pode ligar para Rafael, ele vai buscá-lo. - Após isso, ela desligou.Carlos estava observando ela:- É Francisco?Julieta assentiu e disse:- Veterano, vá dormir cedo.Carlos mordeu o lábio, ele estava esperando ela terminar a ligação para continuar a beijá-la, mas agora parecia que ela não estava no clima.- Boa noite, Juli. Se você se sentir mal à noite, se lembre de me chamar.- Tudo bem.No bar.O funcionário do hotel desligou o telefone e olhou para o homem ao lado.
Quando Julieta chegou à delegacia, Francisco já estava lá à espera.O homem, com uma das mãos no bolso, se encostava ao carro, ostentando um curativo na testa.Julieta lançou a ele um olhar e desviou a atenção, caminhando para dentro.Francisco franziu a testa e observou o carro dela, se apressando em segui-la:- Carlos só comprou esse carro ruim para você?Julieta ignorou. Com a testa ainda franzida, ele agarrou o pulso dela:- Julieta, você não ouviu o que eu disse?Visivelmente impaciente, Julieta respondeu:- Francisco, você não está machucado o suficiente? Se você me tocar novamente sem permissão, eu vou reagir!Francisco soltou uma risada sarcástica:- E como você vai reagir?Julieta encarou ele e, inesperadamente, chutou a perna dele. Francisco contraiu a testa de dor.Não era a primeira vez que Julieta o chutava, ela nunca economizava força, parecia guardar uma grande raiva dele.- Julieta! - Ele gritou, enfurecido.Sem hesitar, Julieta chutou novamente. Francisco sentiu uma do