Francisco segurou o pulso dela. - O que houve? - Minha mãe está em estado grave. - Disse Julieta, calmamente, mas sua voz tremia incessantemente. O rosto de Francisco também se fechou. - Eu te levo lá. Julieta assentiu com a cabeça. Quando chegaram ao hospital, ainda estavam reanimando Marina e o médico logo informou sobre o risco à vida dela. Quando Julieta assinou, suas mãos tremiam constantemente. Francisco segurou sua mão ao lado dela, ajudando ela a assinar o nome, traço por traço. Após assinar, ela se sentou ao lado, com os olhos ligeiramente vermelhos. Francisco então segurou firmemente sua mão: - Não se preocupe, vai ficar tudo bem. Julieta acenou com a cabeça, mas sua mente estava em branco. Foi então que o celular de Francisco tocou de repente. O toque familiar fez seu corpo endurecer um pouco. Francisco olhou para ela e se levantou para atender o telefone ao lado. Após um momento, ele voltou com uma expressão sombria: - Mayara foi atacada por um fã lo
Julieta não hesitou nem por um segundo, abriu a porta do carro e começou a correr. Contudo, mal havia saído do carro quando um grupo de pessoas começou a persegui-la. O líder, com uma cicatriz de faca no rosto, parecia terrivelmente feroz.Num estado de extrema agitação, Julieta ligou para a polícia. Entretanto, a ligação foi colocada em espera, com uma mensagem informando que as linhas estavam ocupadas.Sentindo uma pontada na têmpora, desligou e tentou ligar para Francisco. O que ela ouviu, porém, foi apenas a mensagem de que o telefone estava desligado.Seus dedos se apertaram bruscamente e uma onda de desespero a invadiu. Sem hesitar, tentou mais uma vez, ligando para Rafael. Por sorte, ele atendeu prontamente:- Gerente Julieta, tão cedo, o que aconteceu?- Rafael, me ajude, estou do lado de fora do Hospital YA, me ajude... Ah! - Mas antes que pudesse terminar, alguém a agarrou pelos cabelos por trás.- Você corre bastante, hein! - Disse o homem, desferindo a ela um tapa no rosto.
- Você está louco? Não vê que atrás está um Carro do Vento? Você quer o jogar montanha abaixo, você não quer mais viver?O homem com a cicatriz no rosto não entendia dessas coisas, estava apenas um pouco irritado. Mas Jacó entendia muito bem. Ele pode não ser muito dedicado ao trabalho, ele compreendia os assuntos do governo. Aqueles que dirigem um Carro do Vento geralmente são pessoas extremamente poderosas e influentes.Ele só queria dar uma lição em Francisco, mas nunca imaginou que causaria tantos problemas.Ele olhou para baixo, para a mulher amarrada firmemente.“Ela realmente conhece essas pessoas poderosas?”- E agora, o que fazemos? - Perguntou o homem com a cicatriz no rosto, impaciente.O carro atrás deles era realmente impossível de despistar.Jacó olhou para fora:- Leve ela até o penhasco e jogue ela lá de cima.Julieta olhava para Jacó com os olhos vermelhos, cheios de súplicas.Ela não queria morrer.De verdade, ela não queria morrer.Sua vida estava apenas começando.E
O ar ao redor parecia envolto em uma espessa camada de melancolia.No entanto, a expressão no rosto de Francisco permanecia calma, sem mostrar qualquer alteração. Ele até folheou calmamente o registro de chamadas perdidas em seu telefone. Até que parou bruscamente ao ver a chamada perdida de Julieta.O telefonema de Julieta tinha sido alguns minutos antes daquela foto de Jacó. Isso significava que Julieta tinha tentado ligar para ele antes de ser capturada. A mão que segurava o celular se apertou mais forte, involuntariamente.Nesse momento, seu celular tocou novamente. O homem atendeu o telefone com uma expressão séria.- Irmão Francisco! A Gerente Julieta está em apuros! - A voz quase incontrolável de Rafael tremia ligeiramente.Francisco baixou as pálpebras, escondendo o frio que emergia em seus olhos:- Como estão as coisas agora?Rafael abriu a boca várias vezes, antes de finalmente dizer:- Ainda não sabemos se ela está viva ou morta.- O que você disse? - Em um instante, as sobr
A algumas dezenas de metros de distância, sobre as rochas, uma figura branca.Francisco nadou para aquela direção. Ao chegar mais perto, ele de repente diminuiu a velocidade. Olhando para a mulher deitada à beira das rochas, ele se sentiu quase incapaz de tocá-la.Ela estava bem quando ele partiu na noite anterior, mas agora, jazia ali, como se não tivesse mais vida.Francisco sempre se considerou uma pessoa bastante calma, sem grandes oscilações emocionais. No entanto, naquele momento, sentiu um medo súbito.Suas mãos quase tremiam enquanto seguravam a cintura da mulher, então ele a abraçou fortemente.A fita que estava colada em sua boca provavelmente se soltou com a água do mar e as cordas que amarravam suas mãos também se soltaram. Suas mãos estavam cobertas de feridas de fricção.Foi só quando Francisco a abraçou que sentiu o frio. Não havia mais nenhum calor no corpo dela.Ele baixou os olhos e seu rosto pálido mostrava uma fragilidade nunca vista antes.Os cantos de seus lábios
- Francisco, você não percebeu? Ela não quer que você a toque!Francisco, com o rosto contorcido de raiva, retorquiu:- Carlos, vou dizer mais uma vez, entregue ela para mim!Carlos, por sua vez, não mostrou qualquer intenção de soltá-la.À medida que parecia que os dois estavam prestes a entrar em confronto físico, de repente, Benjamin interveio:- Deixe comigo.Assim que terminou de falar, ele se aproximou, abraçou Julieta e caminhou rapidamente em direção ao carro.Francisco, um pouco atordoado, seguiu-os e entrou no veículo.Carlos, sem hesitar, dirigiu rapidamente em direção ao hospital.Desde o momento em que Carlos a levantou, Julieta caiu novamente em inconsciência. Durante o trajeto, ela não recuperou a consciência.Lágrimas continuavam caindo, mas ela se manteve obstinadamente silenciosa, sem emitir sequer um murmúrio.Francisco, com os dedos tremendo, continuava a enxugar suas lágrimas, uma após a outra.- Passe um cobertor aqui. - Francisco de repente falou.Carlos rapidame
Francisco sabia que pedir desculpas já não tinha mais efeito algum, mas parecia ser a única coisa que ele conseguia dizer.Ninguém sabia que, quando foi levado para a Aldeia de Y, ele já havia enfrentado várias situações de extremo perigo.Nas primeiras vezes, quase fora estrangulado pela própria mãe. Nas seguintes, ele mesmo desejava morrer.Somente após chegar à Aldeia de Y começou a surgir nele um tênue desejo de continuar vivo.Embora os tratamentos subsequentes o fizessem esquecer muitos detalhes desses eventos, o nome "Viviane" permanecia gravado em sua mente como uma marca indelével.Ela era a sua salvação.Naquela circunstância, ele não podia simplesmente deixar Mayara, mas também não antecipou colocar Julieta em tal risco.Francisco segurava a mão de Julieta firmemente, com os olhos fixos em seu rosto pálido e frágil, sentindo uma opressão no peito que o impedia de respirar.Até aquele momento, ainda via Julieta inerte sobre as rochas.O homem fechou os olhos por um instante e
Julieta ainda estava inconsciente e, mesmo que precisasse falar com Francisco, seria impossível contornar a atitude dela.Assim, nada podia ser feito.Mas, se Julieta acordasse e precisasse de ajuda, ele certamente não hesitaria em oferecê-la.Quando Julieta despertou, já havia escurecido. Abrindo os olhos, ela ainda se sentia um pouco atordoada, mas, antes que pudesse se recuperar completamente, ouviu alguém perguntar:- Acordou?Uma voz tão familiar, mas, estranhamente, não provocou nenhum tumulto em seu coração.- Sim. - Respondeu Julieta, baixinho.- Está sentindo algum desconforto? Vou chamar o médico para você.De repente, Julieta percebeu que Francisco segurava sua mão até aquele momento.Ela baixou os cílios, sem mostrar qualquer reação adicional.O médico chegou e a examinou.- Embora esteja acordada, a infecção pulmonar e os ferimentos físicos ainda não se recuperaram completamente, então você precisa continuar repousando.Julieta respondeu:- Tudo bem, obrigada, doutor.Após