- Francisco, você não percebeu? Ela não quer que você a toque!Francisco, com o rosto contorcido de raiva, retorquiu:- Carlos, vou dizer mais uma vez, entregue ela para mim!Carlos, por sua vez, não mostrou qualquer intenção de soltá-la.À medida que parecia que os dois estavam prestes a entrar em confronto físico, de repente, Benjamin interveio:- Deixe comigo.Assim que terminou de falar, ele se aproximou, abraçou Julieta e caminhou rapidamente em direção ao carro.Francisco, um pouco atordoado, seguiu-os e entrou no veículo.Carlos, sem hesitar, dirigiu rapidamente em direção ao hospital.Desde o momento em que Carlos a levantou, Julieta caiu novamente em inconsciência. Durante o trajeto, ela não recuperou a consciência.Lágrimas continuavam caindo, mas ela se manteve obstinadamente silenciosa, sem emitir sequer um murmúrio.Francisco, com os dedos tremendo, continuava a enxugar suas lágrimas, uma após a outra.- Passe um cobertor aqui. - Francisco de repente falou.Carlos rapidame
Francisco sabia que pedir desculpas já não tinha mais efeito algum, mas parecia ser a única coisa que ele conseguia dizer.Ninguém sabia que, quando foi levado para a Aldeia de Y, ele já havia enfrentado várias situações de extremo perigo.Nas primeiras vezes, quase fora estrangulado pela própria mãe. Nas seguintes, ele mesmo desejava morrer.Somente após chegar à Aldeia de Y começou a surgir nele um tênue desejo de continuar vivo.Embora os tratamentos subsequentes o fizessem esquecer muitos detalhes desses eventos, o nome "Viviane" permanecia gravado em sua mente como uma marca indelével.Ela era a sua salvação.Naquela circunstância, ele não podia simplesmente deixar Mayara, mas também não antecipou colocar Julieta em tal risco.Francisco segurava a mão de Julieta firmemente, com os olhos fixos em seu rosto pálido e frágil, sentindo uma opressão no peito que o impedia de respirar.Até aquele momento, ainda via Julieta inerte sobre as rochas.O homem fechou os olhos por um instante e
Julieta ainda estava inconsciente e, mesmo que precisasse falar com Francisco, seria impossível contornar a atitude dela.Assim, nada podia ser feito.Mas, se Julieta acordasse e precisasse de ajuda, ele certamente não hesitaria em oferecê-la.Quando Julieta despertou, já havia escurecido. Abrindo os olhos, ela ainda se sentia um pouco atordoada, mas, antes que pudesse se recuperar completamente, ouviu alguém perguntar:- Acordou?Uma voz tão familiar, mas, estranhamente, não provocou nenhum tumulto em seu coração.- Sim. - Respondeu Julieta, baixinho.- Está sentindo algum desconforto? Vou chamar o médico para você.De repente, Julieta percebeu que Francisco segurava sua mão até aquele momento.Ela baixou os cílios, sem mostrar qualquer reação adicional.O médico chegou e a examinou.- Embora esteja acordada, a infecção pulmonar e os ferimentos físicos ainda não se recuperaram completamente, então você precisa continuar repousando.Julieta respondeu:- Tudo bem, obrigada, doutor.Após
A atitude de Francisco era extremamente resoluta.Ele olhava para Julieta com os olhos avermelhados.- Julieta, eu já disse muitas vezes, eu não concordo, você pode esquecer isso! Vou dar uma lição em Jacó, você deve cuidar da sua saúde e parar com essa teimosia.Ao ouvir essas palavras, Julieta sentiu apenas uma amarga desolação em seu coração.Ela se apoiava na beira da cama, como uma boneca que poderia se quebrar ao menor toque.Mas em seus olhos, havia apenas teimosia.- Francisco, eu realmente não quero mais ficar com você. Desde que você me deixou sozinha, quando minha mãe estava à beira da morte, desde que você, sabendo que eu estava em perigo, ainda assim foi procurar Mayara, eu não quero mais ficar com você. Mesmo sem esse sequestro, eu ainda não quero ficar com você! - Depois de falar, os olhos de Julieta ficaram vermelhos.Francisco olhou para a mulher frágil à sua frente e seu coração doeu intensamente.- Isso não depende de você, você deve saber que eu tenho maneiras de fa
Julieta sorriu e acenou com a cabeça. Olívia ajudou ela a colocar as velas no bolo e a acendê-las.- Vamos lá, faça um pedido de paz, para que tudo seja tranquilo daqui em diante, sem mais incidentes como este.Julieta olhou para as velas tremulando à sua frente e pensou consigo mesma: - Espero que eu possa ser livre no futuro.Ela soprou as velas, mas não tinha apetite para comer o bolo. Olívia não insistiu.- O creme não é fácil de digerir. Daqui a pouco trago algo mais leve para você.Julieta baixou os olhos.- Olívia, você pode comprar um celular para mim, pegar um contrato na minha casa e, depois, preparar alguns remédios para mim?As sobrancelhas de Olívia franziram instantaneamente.- Que remédios?- Algo que me faça perder o apetite, que mesmo se eu for forçada a comer, eu vomite imediatamente. - Julieta falou com um sorriso no rosto.Mas Olívia ficou completamente surpresa.- Você está louca? Sabe que seu corpo precisa de nutrientes agora?Julieta deu um sorriso amargo.- N
Mayara ficou paralisada ao ouvir aquelas palavras.Ela não esperava que Julieta dissesse algo assim tão abertamente.Mas rapidamente, seu rosto se tornou sombrio novamente, porque ela percebeu que o rosto de Francisco ficou tão frio quanto gelo depois que Julieta terminou de falar.Francisco não gostou de ouvir Julieta dizer essas coisas.Esse homem não tinha intenção alguma de se separar de Julieta, essa mulher desprezível.- Mayara, volte para quarto. - Ele falou, com sua voz carregada de frieza.O rosto de Mayara ficou terrivelmente pálido.Ela ignorou Francisco e continuou a olhar para Julieta.- Gerente Julieta, eu não quis dizer isso, eu...- Saia daqui! - Julieta realmente não queria ouvir aquele tom fingido dela. Ela levantou os olhos e jogou a ela uma frase. - Ou quer que eu chame a segurança? Srta. Mayara, sendo uma figura pública, se for expulsa não ficará bem vista.Mayara parou, seus olhos se encheram instantaneamente de lágrimas.Ela olhou para Francisco, cheia de mágoa.
O rosto de Olívia estava sombrio.- Eu só pedi transferência para o turno no andar VIP porque sabia que você estaria lá hoje. Mas aquela vadia ficou me pedindo para levar água e depois para descascar frutas para ela. Eu sou médica, não cuidadora dela! Acabei reclamando um pouco e ela ainda teve a cara de pau de fazer uma queixa contra mim. Nosso chefe acabou de me dar uma bronca, estou furiosa. - Olívia disse, irritada. - E aquele canalha do Francisco? Você está nessa situação por causa dele e ele ainda tem a cara de pau de ir comemorar o aniversário da Mayara. Eu queria pegar o bolo e esfregar na cara dele! Ele já te deu alguma festa de aniversário?Julieta deu um sorriso amargo e não respondeu, apenas disse:- Desculpa, fui eu que te causei problemas.- Não foi você, foi aquela vadia que é naturalmente nojenta! Eu até achava que o Francisco era um cara decente. Na última vez que houve um ataque online, ele não foi totalmente irracional. Mas desta vez, ele me enoja. Que a Mayara fique
Julieta baixou os olhos. - Sr. Francisco, poderia sair por um momento? Preciso falar com o advogado Emanuel em particular.Francisco deu uma risada sarcástica.- Por quê? Não posso ficar aqui?Emanuel organizava os documentos em suas mãos.- Naturalmente, pode, mas espero que o Sr. Francisco se mantenha em silêncio.Ao falar de negócios, aquela aura gentil de Emanuel desapareceu completamente, restando apenas frieza e severidade.Julieta ficou em silêncio por um momento.- Advogado Emanuel, vamos falar lá fora.Emanuel lançou um olhar para Francisco.- Está bem.O rosto de Francisco ficou tão sombrio que parecia que podia chover. No final, antes que Julieta se levantasse, ele se levantou. Na porta, ele disse:- Comam antes de discutir. - Depois disso, saiu do quarto.A porta do quarto bateu com um estrondo.Os lábios de Julieta estavam apertados.Emanuel franziu a testa ao olhar para ela.- Não comeu?Julieta balançou a cabeça.- Não estou com fome.Emanuel tinha uma expressão desap