Capítulo 4

Após uma reunião de quase duas horas com o advogado, finalmente Sophie assinou o contrato para ser empresariada por Andy. Pelo telefone, Joyce apoiou o sonho da filha apesar de acreditar que o contrato era inaceitável. Contudo, Sophie estava muito confiante em que Andy a guiaria pelo caminho glorioso que tanto almejava.

A jovem aspirante a modelo entregou os papéis assinados ao homem de meia idade que trajava um terno italiano preto e usava óculos arredondados. Seu nariz proeminentemente afinado na ponta parecia apontar sempre para o horizonte. Era esguio e carrancudo. Com seu olhar afiado, verificou se todas as páginas do contrato haviam sido rubricadas. Estando satisfeito, apesar dos inúmeros questionamentos da jovem e da sua mãe, o advogado se despediu com gentileza e desejou sucesso a Sophie.

Karen acompanhou tudo de perto e quando o advogado foi embora, pediu que Sophie retornasse ao escritório de Andy.

A moça abriu a porta de mansinho e avistou o empresário de pé em frente à janela falando ao telefone. Quando o homem se deu conta da entrada dela, fez sinal para que entrasse e sentasse.

Sophie acatou o indicado e se sentou em uma poltrona imponente forrada com couro. Ficou observando Andy andando de um lado a outro dando ordens com firmeza. A jovem reparou mais na fisionomia dele. Alto e moreno, com cabelos lisos, castanho escuros, curtos e com corte moderno. Alguns fios grisalhos lhe proporcionavam um charme extra. Trajava uma calça jeans preta e uma camisa polo azul escuro.

No pulso esquerdo usava um relógio chamativo que não conseguiu identificar. No ar, o perfume amadeirado de Andy dominava um dos sentidos de Sophie. Aquele aroma a fez se recordar de Nick. Às vezes, ele direcionava o olhar para a jovem e ela desviava o olhar para a parede adornada por um quadro abstrato. Enfim, ele desligou o telefone e se acomodou em sua cadeira encarando a jovem.

– Assinou o contrato?

– Sim!

– Ótimo. Elliah te explicou como as coisas vão ser, então você está ciente da forma como trabalho.

– É. O senhor é bem ambicioso. Fica com oitenta por cento e eu com vinte!

Andy ficou surpreso com a forma natural com que Sophie se expressou. Sentiu-se ofendido.

– E você acha injusto?

– Acho.

– Mas não é. Está perfeitamente correto. Estou até sendo generoso com você. Afinal quem vai correr atrás dos bons trabalhos para você e conseguir contratos vantajosos? Sou eu. Quem garante que vai te fazer chegar ao topo? Sou eu. Quem vai fazer o trabalho duro, sou eu, Sophie! Eu mereço, no mínimo, oitenta por cento.

– Desculpe-me, senhor Andy. Não estou reclamando. Apenas dando minha opinião.

– Aprenda de uma vez por todas a me chamar apenas de Andy. Somos uma equipe agora. Estamos trabalhando juntos. Aprenda também a somente dar sua opinião quando for solicitada, entendeu?

O coração de Sophie quase saiu pela boca com as intimidações de Andy. A jovem sentiu o rosto queimando de tanta vergonha que estava naquele momento.

Andy percebeu o abalo dela, os olhos da bela jovem estavam carregados, prestes a desmoronar em lágrimas. Não era intenção dele magoar as pessoas, mas gostava de deixar bem claro para seus subordinados quem dava as ordens. Andy continuou:

– Você assinou o contrato e vai ter que confiar em mim. Estamos entendidos?

– Sim.

– Ótimo.

Andy pegou mais uma vez seu telefone e solicitou almoço para dois. Não se passaram três minutos e de repente um garçom surgiu com um carrinho buffet. Sophie o seguiu com o olhar. O serviçal foi até o fundo da sala de Andy onde havia uma mesa para refeições. Após ele deixar os pratos, foi embora sem nada dizer.

– Venha. Vamos almoçar antes de sair.

Sophie caminhou até próximo a mesa. Andy puxou a cadeira para que ela se acomodasse. Depois, ele se sentou diante dela e se serviu. Havia salada, vieiras e risoto. De bebida tinha água e vinho branco. De sobremesa tinha uma torta trufada de café com ganache de chocolate meio amargo e amêndoas. Sophie comeu moderadamente e achou tudo delicioso.

Ficou com vontade de repetir, porém teve vergonha de parecer falta de educação pedir mais. Nunca havia experimentado vieiras e achou o fruto do mar espetacular. De bebida, optou pela água mesmo. E a sobremesa estava impecável. Sensacional. Almoçou com Andy sem que trocassem uma só palavra.

Após terminarem o almoço, o garçom retornou para levar os pratos. Karen estava junto e pronta para sair com Andy e Sophie.

Eles foram até a garagem do prédio onde um carro já os aguardava. O motorista já sabia o destino. Karen era muito cuidadosa e planejava a rotina de Andy com maestria. Trabalhando há mais dez anos com o empresário, a moça sabia o que o agradava ou não. Era uma das poucas pessoas em que Andy confiava.

A locomoção até o destino foi silenciosa e pareceu demorar uma eternidade para Sophie. Estava nervosa e ansiosa pois não sabia o que iria fazer naquela tarde. Quando se deu conta de que o carro estava estacionando para desembarcarem, observou que estava na Vesey Street. Entraram rapidamente em um prédio e foram para o elevador.

Destino: vigésimo quarto andar. Ao saírem do elevador, Sophie apenas seguiu Andy e Karen. Leu em uma placa no corredor: The Area Group. Não fazia ideia de onde estava. Eles se dirigiram para uma sala específica. Quando entraram, Sophie ficou surpresa. Era um estúdio fotográfico com muitas pessoas.

Um homem, que estava cercado por várias delas, se levantou de sua cadeira quando percebeu Andy entrar. Abriu um sorriso largo e deu um abraço no empresário que sorriu discretamente.

– Não existe um homem mais pontual em Nova York do que Andy Williams.

– Por isso você me adora.

– Lógico, querido! Eu detesto ficar esperando, seja lá pelo que for. Profissionalismo sempre. O que você tem para mim hoje?

Andy colocou suas duas mãos nos ombros de Sophie e a posicionou em frente ao ilustre homem.

– Essa jovem se chama Sophie Lima. Minha mais nova aquisição. O objetivo é simples. Transformá-la em uma top model.

O homem de estatura mediana, cruzou os braços e encarou Sophie a analisando, tentando imaginar algo de incrível nela. Franziu a testa curioso. Andy não traria uma qualquer para conhecê-lo.

– Você trouxe o book dela?

– Ela ainda não tem.

– Ah! Meu bem! Não me faça perder meu tempo com uma amadora.

– Faça as fotos, Lee! E tire suas próprias conclusões.

– Arph! Antes de mais nada, menina, o que você quer da sua vida?

– Quero ser uma modelo famosa e desfilar nas passarelas do mundo.

Lee ficou encantado com a firmeza da jovem. A beleza dela o animava também.

– Então, vamos ver se você leva jeito para a coisa. Fica ali no fundo branco que vou fazer umas fotos suas.

Um pouco trêmula, Sophie foi. Sem muita ideia do que fazer, colocou uma mão na cintura e sorriu.

Lee a observou e balançou a cabeça em negação.

– Querida, tira essa mão da cintura e para de rir desse jeito. Não estamos tirando fotos para o anuário da escola. Agora é para você ser profissional. Alinha esses ombros e olha para mim. Esquece a câmera, olha para mim!

Lee tirava as fotos e logo conferia no visor. Mudava os ângulos e o foco. E a cada flash ficava mais interessado.

– Bem. Tente relaxar mais e se divertir com o que está fazendo. Você se importa de trocar de roupa e usar um biquíni?

– Pode ser.

– Então vai logo.

Uma assistente de Lee surgiu imediatamente e levou Sophie para o trocador. A moça entregou um biquíni esportivo para Sophie. A jovem ficou feliz por ser uma peça confortável. Voltou do trocador sozinha e se posicionou no cenário novamente. Com um sorriso maroto, Lee a analisou minuciosamente se aproximando de Sophie e rodeando em volta dela.

– Seu corpo é maravilhoso e essas curvas são uma perdição. Contudo, carece de um pouco de forma nesses músculos flácidos.

Sophie se sentiu constrangida com os comentários em voz alta de Lee na presença de tantas pessoas. Respirou fundo e apenas acenou positivamente com a cabeça.

– Querida, vai até a parede no fundo e vem caminhando na minha direção.

Sophie seguiu as instruções de Lee da melhor maneira possível.

– Agora, vai de novo e volta correndo.

Andy observava tudo atentamente.

– Ok. Tragam a cama elástica! – Lee solicitou.

Os assistentes de Lee logo trouxeram uma pequena cama elástica e posicionaram a frente de Sophie.

– Sobe aí, menina. E vai dando uns pulinhos. Tente fazer poses enquanto estiver no ar. Mostre algumas expressões: raiva, alegria, espanto, medo, qualquer coisa. Mostre-me quem é Sophie Lima.

Sophie fez muitos pulos e estava ficando exausta. As pernas já tremiam e estava completamente insegura.

– Ótimo. Pode parar. Tragam água para a moça.

Enquanto Sophie recuperava o fôlego, Lee analisava as fotos da jovem.

– Deixa eu te fazer uma última pergunta. Se eu te pedisse uma foto sensual você faria?

Sophie entrou em pânico com o questionamento. Como se pedisse ajuda a Andy olhou para o empresário que apenas cruzou os braços e não se manifestou. Aflita, recordou-se dos momentos que passou com Bob Zang. Aquilo realmente parecia ser, além de um teste de resistência, um teste para verificar os limites da garota e a sua resiliência e firmeza em seus objetivos profissionais.

– Responda! – Lee a pressionou.

– Sim! – Ela respondeu no susto.

– Muito bom. Para você ficar mais tranquila e focada, o pessoal de apoio vai sair do estúdio. Você quer que seu empresário saia também?

– Não. Ele pode ficar. – Sophie encarou Andy por alguns segundos. Ele não ficou indiferente a situação a que ela estava passando.

– Ótimo. Agora, levante um pouco a parte de baixo do biquíni deixando os seios levemente à mostra.

O nervosismo dominava Sophie e ela estava temerosa em travar e não conseguir concluir aquele teste.

– Isso! Está bom, Sophie. Mas pode melhorar. Vire-se de costas e tira toda a parte de cima do biquíni.

– O quê?

– Isso mesmo que você ouviu. Não questione, apenas faça. Seja profissional.

Sophie recordou—se de Bob Zang mandando ela ser profissional também. Naquele momento ficou frustrada, imaginando que sempre seria daquela forma. Fazendo o que os outros queriam e se expondo de uma maneira que a entristecia. Teve vontade de correr. Porém, mais uma vez ficou paralisada. Assustou-se com os gritos de Lee.

– Vamos lá! Eu não tenho a tarde toda a sua disposição. É só ficar aí de costas para mim. Levanta o biquíni e tira tudo.

Sophie apenas fez. Afinal, só estavam ali os três. Quando a jovem retirou a parte de cima do biquíni, expondo ainda mais seu corpo, Andy deu um passo para trás e sentiu seu corpo ferver.

– Muito bom, querida! Gire um pouco o tronco olhando para mim por cima do ombro.

Sophie acatou as instruções. Lee estava em êxtase.

– Perfeito! Agora, preste atenção: você vai se virar totalmente de frente para mim cobrindo seus seios com seu braço esquerdo. Acha que consegue?

Sophie respirou fundo e respondeu com um confiante sim.

– Maravilha! Isso mesmo! Você é uma mulher linda e confiante. Não precisa ter medo! É você que está nos intimidando, garota!

Sophie virou-se, conforme solicitado, e sem maiores ambições olhou para Andy que tentava se manter em sua aparente calma. Porém, em seu íntimo, sentia-se hipnotizado pela mulher mais estonteante que já conhecera na vida.

– Linda! Agora passe sua mão direita pelo cabelo, jogando-o para trás e venha na minha direção, me seduza garota. Perfeito. Vamos finalizar da seguinte forma. Coloque seu dedo indicador na boca como se estivesse pedindo silêncio. E a última foto, vira de lado e abaixa um pouco a lateral da calcinha.

Sophie nem acreditava no que estava fazendo. Mas, enfim, concluiu seu primeiro teste profissional.

– Maravilhosa! Você é um tesão, menina. Vai lá colocar suas roupas e volta aqui.

Sophie pegou a parte de cima do biquíni, que estava no chão, e voltou para o trocador, trêmula e feliz por aquilo ter terminado.

– Andy, querido. Foi bom para você? – Lee riu encarando o empresário estático.

– Foi interessante, do meu ponto de vista de espectador. E quanto a você? Ela é boa o suficiente?

– Ela é boa o suficiente para qualquer um! E você sabe disso. Senão não estaria aqui investindo seu tempo. Olha, temos uma matéria sobre a importância das atividades físicas entre os jovens. Ela é a cara da juventude, muitas meninas vão querer ser como ela.

– Entendo. Mas eu não quero limitá-la ao público adolescente. Quero que toda mulher queira ser como ela. Eu a quero na capa, você viu como ela é incrível.

– Eu vi, meu bem, não precisa falar. Meu pau quase saiu da minha calça. E o seu também, não é?!

Andy estava tenso, contudo não conseguiu segurar o sorriso.

– O ponto, Lee, é esse mesmo. O efeito causado por Sophie. Vai gastar isso com matéria para adolescentes?

Lee suspirou e olhou novamente para as fotos em sua câmera.

Algum tempo depois, Sophie retornou. Apenas Andy a aguardava.

– Vamos embora!

– Onde está o fotógrafo?

– Foi resolver outras coisas.

Sophie apressou-se em acompanhar Andy. Entraram no carro somente os dois. Sophie se deu conta de que estava anoitecendo.

– Cadê a Karen?

– Ela foi em outro carro.

– Para onde vamos agora?

– Para sua casa. Você merece descansar.

– Como você acha que eu fui no teste?

– Foi bem. Lee gostou de você.

– Legal.

– Legal? É o que você tem para dizer?

– Desculpe. Não sei o que dizer. Era teste para o quê?

– Sophie, você sempre afirma com convicção que quer ser uma top model, mas não parece entender nada sobre esse mundo. Qualquer garota com seu sonho saberia que acabamos de encontrar um dos diretores de fotografia mais conhecidos no mundo da moda: Lee Ang. E que você acabou de fazer um teste para ser a capa da revista Sports & Co.

Sophie levou as duas mãos à boca e ficou estarrecida. Capa da Sports & Co. Jamais poderia imaginar.

– Lee gostou de você e em breve você o verá de novo. Você será a capa da segunda quinzena de fevereiro.

Lágrimas de alegria rolaram pelos olhos de Sophie e ela pulou em Andy o abraçando e o agradecendo. O empresário ficou imóvel. Apenas permitiu que ela chorasse o quanto fosse necessário. Ele se sentiu privilegiado por tê-la em seus braços e poder aconchega-la naquele momento tão importante para a garota.

Ao longo de todo trajeto, Sophie permaneceu nos braços de seu empresário, chorosa e ainda sem acreditar no que estava acontecendo. Quando o carro parou, Andy disse:

– Nós chegamos, Sophie!

A jovem se separou dele, abriu a porta do carro e correu para encontrar sua mãe que havia chegado há poucos minutos em casa. Quando Sophie avistou Joyce, correu para seus braços. A senhora ficou preocupada ao vê-la tão emocionada.

– O que houve, Sophie? Você não me deu notícias desde a hora do almoço.

– Mãe! Eu consegui um trabalho incrível!

– É?! O que vai ser? – Joyce estava ansiosa por saber logo do que se tratava.

– Vou ser capa da revista Sports & Co.!

– Sério? Capa! Isso é fantástico.

– Com licença! – Andy surgiu na cozinha interrompendo as duas.

– Andy! Desculpe por deixá-lo daquele jeito. Eu queria muito contar para minha mãe.

– Olá! Entre! Venha jantar conosco! Precisamos comemorar. – Joyce estava radiante de alegria pela conquista da filha.

Os três se sentaram à mesa e, mesmo constrangida, Joyce serviu a pizza que tinha comprado para jantar com a filha. Sem cerimônias, Andy comeu seu pedaço pegando com as mãos. Ele se sentia bem na companhia das duas. Elas também ficaram felizes com a presença dele. No fim da noite, após tomarem um café expresso, Andy tinha algo importante para comunicar.

– Eu agradeço muito pela noite agradável e a companhia de ambas. No entanto, eu fiquei porque preciso informá-las que de acordo com o contrato que Sophie assinou, eu tenho plenos direitos de administrar a carreira dela. E nesse momento eu quero que a Sophie se mude para um flat, a fim de facilitar o desenvolvimento de sua carreira.

Mãe e filha ficaram abismadas. Joyce logo se manifestou.

– Você quer levar minha filha de casa? Isso não tem cabimento. Quem vai cuidar dela?

– Sua filha é maior de idade. Já está na hora de cuidar de si mesma, não acha?

– Eu não entendo, por que ela precisa morar em outro lugar?

– Senhora Joyce, ela será muito bem cuidada e dedicará todo seu tempo ao estudo e preparo de uma carreira. A carreira que ela tanto almeja. Vocês podem se ver quando quiserem.

Joyce olhou para a filha. Há poucos meses tinha feito dezoito anos e agora poderia sair de casa. Ficou muito triste. Sua filha era a razão de sua vida, a única pessoa com quem tinha uma relação afetuosa.

– O que você acha disso, Sophie?

– Estou com medo, mãe! – Sophie a abraçou.

– Mesmo com medo você chegou até aqui. Não pare agora! Eu também tive muito medo quando decidi sair do nosso país, com uma criança pequena, mal sabendo o que me esperava e apenas com uma proposta de emprego. Eu lutei com todas as minhas forças e venci. Eu quero que você realize seu sonho.

Sophie ficou muito emocionada com as palavras da mãe. Juntas, elas arrumaram as malas da jovem. Sophie partiu sem se despedir, pois seria doloroso demais dizer adeus à mãe.

Ao longo da viagem com Andy, permaneceu cabisbaixa olhando a paisagem de concreto. Foram para um loft próximo ao Central Park. Quando chegaram, Andy a acompanhou até o local que já estava reservado para Sophie.

– Esse aqui é o seu apartamento. Qualquer coisa que precisar, estarei bem ali. – Andy apontou para a porta no fim do corredor. – Enviei para você meu número pessoal. Não hesite em me contatar se achar necessário. Esteja pronta às sete da manhã.

Sophie apenas acenou positivamente e entrou no aposento, fechando a porta atrás de si.

Andy suspirou profundamente. Permaneceu um tempo diante da porta, imaginando como Sophie poderia estar. Foi um longo dia. Por fim, retirou-se para seu apartamento para também descansar.

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