Os treinamentos continuaram, com a adição do xadrez à rotina e as brigas a evolução era notória. Ela ainda não conseguia vencer Raoul no jogo, mas, continuava chutando as bundas de todos eles durante as brigas. Uma notícia chegou pelo não-morto alguns dias depois, a Encantadora estava fora do radar até mesmo para seus generais há 3 dias e isso os estava preocupando.
– Ela não pode ter descoberto sua traição, Raoul. Se você entrou em contato com outros aliados dela e eles também não sabem nada, possivelmente ela só esteja louca ou paranóica como sempre. – Louis tentava ser a voz da razão, mas o outro parecia irredutível.
– Se ela desconfiar serão as nossas cabe&ccedi
Num início de noite comum, alguns dias depois, Raoul entrou pálido e desgostoso dentro do galpão, seus cabelos estavam eriçados e ele estava com cara de menos amigos que o normal, algo no ar em volta dele estava sugando toda a alegria que ele geralmente tinha. Algo vestia-se nele como uma segunda pele de medo, enquanto seus passos largos iam na direção de Louis. Depois da interação entre a morena e o lupino e da sua prova dos tiros, eles haviam relaxado mais e a deixado descobrir o que era preciso para avançar na caçada pelo garou, o único problema é que ela continuava avançando muito lentamente para o gosto de todos.A carranca no rosto de Louis foi se formando conforme Raoul falava o que tinha vindo dizer, seus olhos pousaram na mulher por alguns momentos enquanto ela fitava o tabuleiro de xadrez pens
Antes de entrarem no perímetro de onde estavam, o cheiro desagradável dos vampiros preencheu suas narinas e ela teve que se segurar para não sair correndo atrás da briga. Louis já estava com sua Beretta na mão e uma faca na outra, suas presas estavam postas no lugar enquanto Ran ainda tentava se segurar, mas concluiu que não adiantava tentar. Seus instintos tomaram conta e suas mãos correram para a arma e como era ambidestra, direita ou esquerda não importavam muito.Seus ouvidos que estavam ainda em desenvolvimento não captaram nada além de uns barulhos de briga esporádicos, mas, eles sabiam para onde ir, o cheiro de sangue estava permeando suas narinas e não era sangue humano. Os vampiros pareciam estar se fazendo de churrasco ou torturando-se para encontrar a princesa.
Seu olhar foi para o reflexo no espelho, na imagem seus olhos que ainda tinham uma cor sangue, viva e mal disfarçada sob o tom castanho. Aquelas duas brigas a tinham deixado elétrica e disparado também uma parte de seu garou. Ela tentou se acalmar, mesmo sendo impossível dada a emoção. Ela não queria identificar o que estava sentindo naquele momento, somente seus instintos estavam tomando conta dela e não era um quadro bonito para qualquer espectador.– Precisamos avisar nosso caro Matteo que ele não tem chance com Carmem, antes que o pobre coitado se desiluda. – Ela estava mais amarga que o habitual e violentamente possessiva sobre eles. A presença dela em suas vidas destoa do comportamento padrão natural tendo apenas seus aliados masculinos em volta, isso a deixou desconfortável e ciumenta.
A casa modesta era realmente uma boa pedida, com cortinas pesadas e móveis espaçados um do outro, a cozinha era abastecida com carne e para todos os efeitos as bolsas de sangue que Raoul cismava em manter próximo demais dos lupinos aliados. Havia banheiras nos três banheiros dos quartos e tinham mais conforto do que antes, o que não era muito difícil dadas as circunstâncias.Se mudando com Louis apesar de a coisa ter parado nos beijos alucinantes, estava confiante sobre essa nova aliança se formando entre eles. Matteo e Carmem também pareciam próximos mas não a incomodava como anteriormente, a morena acabou concluindo que o seu problema com ela era referente à proximidade de Louis. Eram como uma pequena família feliz vivendo nos subúrbios de uma cidade decadente, ela se sentia bem melhor sobre isso
Num desfile de generais à sua frente, estavam todos trajados com roupas pretas, parecia um uniforme em eles e era como se sentiam melhor, como uma unidade. Raoul chegou à pouco, acompanhado de alguns dos membros da alta cúpula de outros líderes dos vampiros. Seus Lordes enviavam forças para combater a vadia enquanto eu me sentia um rato preso entre um bando de gatos meio-mortos e um bando de lobos raivosos. Louis não tirava os olhos dela e desde a primeira vez as coisas estão fluindo bem melhor em todos os quesitos, é como se o sexo entre eles fosse um lubrificante para seu convívio de uma forma geral.Se pegou pensando em sua mãe por esses dias. De acordo com Louis ela ainda está furiosa por Ranielle ter tido sucesso em se manter longe do radar durante tanto tempo antes de vovó pegá-la em Portugal e fi
– Ela foi dormir. – Louis disse à Carmem e Matteo que estavam na sala da casa e ainda pasmos pelo que haviam testemunhado.– Eu nunca vi nada parecido. Ela parecia um… humano com a nossa força e com nossos reflexos. Nunca tive medo de nada, mas, naquele momento temi pela minha vida. – Carmem disse ainda com o olhar perdido.– A minha garota é forte. Eu sabia que quando seu garou resolvesse aparecer seria algo assim, agressivo, incrível e majestoso. – Matteo falava orgulhoso. Era o companheiro mais antigo de Ranielle e nutria por ela o carinho de um irmão mais velho.– Também não me recordo de nenhum de nós que possa fazer alguma das coisas que ela normalmente faz, mas&hel
Ela tinha um grande problema, não para pedir desculpas, obviamente é fácil fazer isso. A questão é fazer soar de maneira sincera. Não entendam mal, ela não tinha problemas em se arrepender. O seu maior desejo naquele momento era voltar a falar com o avô do ponto onde haviam parado, porém, nada vinha fácil. Ela sabia que estava apenas tentando adiar o inevitável, ficando ali mais tempo do que o necessário na esperança de Louis já estar com um humor melhor quando subisse. Estava louca para compartilhar o que consegui descobrir mas sabia que até estarem realmente bem, não teria como contá-lo nada do que houve.Fechou um dedo enrolando nele um cacho, enquanto pensava em como se desculpar e no mais importante em como deixar seus instintos a guiarem novamente para o ponto onde parar
Três dias mais tarde, estavam finalmente partindo para Portugal, o ar gélido do outono deixava os pulmões de Ran em estado de alerta, seu corpo se mexia com certo desconforto enquanto caminhavam pelo campo em que estavam iniciando a concentração das tropas, ela tinha uma cabana assim como qualquer outro soldado e marchava entre eles, depois da demonstração contra os tios ela sentia o respeito nos olhares que recebia dos que a cercavam quase todo o tempo.Estavam verificando tudo, desde as armas, as armaduras e as provisões para os próximos 5 dias, como perder não era uma das opções que ela sequer considerava, não achou necessário manter provisões e recursos para um período maior de tempo. Louis estava sempre a seu lado, assim como Matheo e Carmem.