O dia do meu jantar de noivado finalmente chegou.
Julian me arrumou lindamente, como sempre.
Ele havia me trazido dois vestidos novos. Um deles era vermelho e o outro dourado. Achei o vermelho sexy demais, então escolhi o dourado para a ocasião.
Ele tinha um decote "barco" e era inteiramente bordado com rosas até a cintura, e a saia era de um pano leve que caía solto até os joelhos.
Coloquei uma sandália de salto alto e minhas unhas foram pintadas magnificamente com pequenos desenhos delicados de rosas e com pedrinhas. Meu cabelo havia sido cacheado e a coroa brilhava em minha cabeça.
Quando saí do quarto dei de cara com Felipe na porta, o que me trouxe um déjà vu de uma vida pa
Toda a família de Kevyn passou a noite no castelo, afinal poderia ser perigoso viajar à noite. Pela manhã todos foram embora, exceto Kevyn, que eu convidei para passar mais um dia. Estávamos sentados no sofá da sala de estar e ele estava sendo mais ousado do que das outras vezes que nos encontramos, o que quase fez eu me arrepender do meu convite. Sua mão estava pousada em meu joelho e por mais que eu tentasse distraí-lo com conversas ele aproveitava todas as oportunidades para me beijar. - Eu preciso conversar com você sobre uma coisa importante. - falei, tentando mantê-lo afastado - Na verdade eu devia ter falado isso com o seu pai, mas não achei que o momento fosse apropriado.
Quando Kevyn finalmente foi embora eu arrastei Felipe até a sala de visitas e pedi que nos deixassem sozinhos por um minuto. Fechei a porta da sala e me virei para ele com uma expressão séria. - Felipe, você pode me explicar o que foi aquilo? Ele não respondeu, apenas se limitou a desviar o olhar. - Felipe... - coloquei a mão em seu braço carinhosamente, mas ele se desviou do meu toque. - Está bravo comigo? Ele ficou em silêncio por um momento e então soltou um suspiro. - Não, eu só... Ele não conseguiu terminar a frase.
Minha cabeça estava à mil e eu mal estava conseguindo dormir nos últimos dias por causa da preocupação, mesmo que estivesse tudo acontecendo conforme o planejado. As notícias de Júpiter diziam que estava tudo tranquilo por lá, ao menos por enquanto, mas eles não haviam baixado a guarda. Eu enviei soldados para ajudar a fortalecer a segurança do reino e meu sogro enviou soldados dele à Solares, mesmo assim aquela incerteza e insegurança me matava. Eu queria poder estalar os dedos e tudo ficar resolvido, mas tinha que ser paciente, pois a única coisa que eu podia fazer naquele momento era continuar tentando encontrar mais aliados para Solares. Com isso, ficou resolvido que eu iria para a coroação de Tyrion e levaria comigo quatro do
Fiquei muito nervosa quando recebi a notícia de que o reino de Júpiter estava sendo atacado. Mesmo que eu já estivesse esperando por isso, ainda me deixou com medo. Eu queria muito poder estar lá, onde a batalha estava acontecendo, mesmo sabendo que a minha presença não faria diferença alguma. Lá no fundo eu acreditava que o reino da Lua não atacaria com toda a sua força, principalmente porque ele não tinha mais o elemento surpresa. Eu tinha a impressão de que aquele ataque seria apenas uma distração ou apenas algo para consolidar a minha confiança no espião que eles haviam enviado. O dia passou se arrastando enquanto eu acompanhava as notícias dos acontecimentos.
Foi difícil fingir que nada havia acontecido entre mim e Felipe. Minha boca ficou um pouco inchada e quando acordei de manhã ela estava dolorida. Passei um batom mais escuro para esconder o machucado e fiquei feliz quando ninguém me perguntou sobre o assunto, afinal eu vivia me machucando em meus treinamentos e isso já era normal, apesar de raramente me machucar em lugares tão visíveis como no rosto. Eu estava de bom humor apesar de tudo, e quase pensei que nada estragaria meu dia, até que a reunião com o conselho começou. Meu secretário já começou a reunião me lembrando de Kevyn. - Majestade, o seu noivo a convidou para visitá-lo no reino de Marte. - disse ele - O príncipe pedi
Quando cheguei ao castelo de Kevyn ele me esperava na porta e tinha nas mãos um grande buquê de rosas vermelhas. Saí do carro e soltei um suspiro, me preparando mentalmente para o dia que se seguiria. Eu estava começando a pensar que ao invés de fingir que gostava dele eu devia simplesmente dizer logo que nosso noivado não passava de uma farsa e que eu nunca o amaria, mas eu tinha um pouco de receio de qual seria a sua reação e eu perderia parte da influência que tinha sobre ele. - Majestade... - Kevyn me cumprimentou ao dar um leve beijo em minha mão. - Príncipe Kevyn... É muito bom vê-lo de novo. Ele sorriu para mim e me entregou as flores.
Abri os meus olhos num susto. Alguém estava batendo na porta do meu quarto. Coloquei meu roupão e fui atender. Era um empregado do castelo. - Majestade, me desculpe incomodá-la. Seu tio, príncipe Lucas, me pediu para trazer o seu café da manhã e perguntou se a senhorita gostaria de cancelar a reunião de hoje. - Que horas são? - perguntei confusa. Aquilo tudo não fazia o menor sentido, não podia ser assim tão tarde. Eu ainda estava com sono e não parecia ter dormido mais do que poucas horas. - São nove horas da manhã, majestade. Arregalei os olhos de surpresa.Como e
Estava tudo planejado para o meu fim de semana com o príncipe, só o que eu precisava agora era ficar calma e ir devagar. O problema era que eu não estava conseguindo ficar calma. No dia anterior ao dia em que o príncipe ia me visitar eu fiz um exame de sangue, mas o resultado estaria pronto no dia seguinte, o dia da visita de Kevyn, e isso só piorava tudo. Meu coração estava aos saltos quando eu fui até a enfermaria e tamanha era a minha ansiedade que me senti prestes a desmaiar. Eu torcia para que o exame desse o resultado negativo, mas as minhas esperanças se desvaneciam a cada dia pois eu continuava a me sentir enjoada todas as manhãs. Em minha mente era travada uma batalha e