LizandraMinha cabeça está tão cheia que mal ouço o que Maia está dizendo, mas continuo balançando a cabeça como se estivesse prestando atenção. A verdade é que, desde aquele dia, minha mente tem sido um campo de batalha. E cada vez que penso que finalmente consegui enterrar o que aconteceu com David Lambertini, a memória dele volta para me atormentar como um fantasma teimoso.Estamos na biblioteca, rodeadas por pilhas de livros, estudando terapêutica. Maia é o completo oposto de mim, a garota é barulhenta, impaciente, cheia de energia. Ela se jogga para trás na cadeira com um suspiro exagerado.— Chega! Eu não aguento mais olhar para esses livros. Vamos falar de coisa boa, tipo... você! — ela diz, cruzando os braços e me olhando com aquele brilho curioso nos olhos.— Eu? O que tem eu? — pergunto, erguendo uma sobrancelha.— Ah, não se faz de desentendida. Quero saber do David. Vocês ainda tão nessa ou colocou o Lambertini no passado?Eu suspiro, largando a caneta na mesa e esfregando
DavidO som do último aviso do professor passa despercebido enquanto fecho o livro e guardo meu material. Meus pensamentos não estão na aula, tampouco na prova que tenho daqui a alguns dias. Estão nela. Lizandra. Desde o dia em que tudo implodiu entre nós, ela tem sido a constante na minha mente. Algo entre arrependimento e frustração me consome, uma sensação que nunca experimentei antes.Pego o celular no bolso e abro o aplicativo espião. Sei que deveria deletar isso, talvez seja doentio, mas não consigo. Não com Lizandra. Meu peito aperta ao ver a localização, na biblioteca. Claro que está lá, com aquele jeito certinho de sempre.Não penso muito antes de pegar minhas coisas e ir direto para lá. Decido que vou fingir que é coincidência. O que mais poderia fazer? Ela mal olha na minha cara desde que terminamos, e eu odeio isso. Sou David Lambertini. O homem mais disputado da faculdade, o que todas querem... menos ela.Quando chego, paro próximo à entrada e respiro fundo. E então a vej
LizandraEu nunca imaginei que contar tudo a alguém pudesse ser tão difícil. Não é como se eu não confiasse em Daniel, pelo contrário, ele é a pessoa mais leal e verdadeira que conheço. Mas colocar em palavras o que vivi com David Lambertini é reviver cada toque, cada palavra cruel, cada gesto que me deixou sem chão. Ainda assim, aqui estou eu, sentada diante de Daniel, prestes a expor o que talvez tenha sido a experiência mais confusa e dolorosa da minha vida.— Aconteceu Dan— começo, com a voz baixa, encarando as minhas mãos trêmulas. — E ele foi... gentil, carinhoso. Me fez sentir coisas que eu nem sabia que existiam.Daniel apenas me observa, os olhos fixos nos meus, mas não diz nada. Sua expressão é um misto de paciência e tensão, como se ele já esperasse que a história não tivesse um final feliz.— A primeira vez foi... especial, sabe? — continuo, sentindo meu rosto queimar. — Mas então, aconteceu de novo, e... quando acabou, ele só disse: “Já tive o que queria, Lizandra, pode i
NinaO sex0 é uma coisa engraçada. Ele se infiltra na mente, atiça a pele, acende cada centímetro do corpo como um incêndio incontrolável. E agora, enquanto cruzo as pernas sobre a mesa, olhando para a tela do computador sem realmente enxergar nada.Meus pensamentos voltam para David. Meu chefe. Um pecado. Puro prazer. Ele é o tipo de homem que exala perigo, intensidade e uma masculinidade bruta que me faz querer testá-lo. Tão lindo, tão gostoso. Corpo perfeito, músculos definidos, mãos que sabem exatamente onde tocar. E aquela ferramenta maravilhosa… ah, aquilo não é apenas um presente da genética, é uma arma de destruição em massa, grande grosso e gostoso. O homem sabe o que faz. E faz bem. Muito bem.Suspiro, cruzando as pernas novamente, tentando afastar as imagens explícitas da minha mente. Mas elas insistem em voltar. David e seu irmão. Os dois. Minha maior fantasia. Ainda sonho em ser f0dida pelos dois ao mesmo tempo, duplamente preenchida, um prazer avassalador. Só uma fodah
DanielEu sabia que seria difícil ouvir o que Lizandra tinha para me contar, mas nada me preparou para o que veio. Cada palavra dela é como uma punhalada, cada detalhe dessa história me destrói um pouco mais. Quando ela diz que perdeu a virgindade com David Lambertini, sinto como se minha alma tivesse deixado meu corpo. Estou completamente destruído, mas não posso deixar que ela perceba. Não hoje.Eu respiro fundo, tentando manter a compostura enquanto ela continua, descrevendo como ele foi gentil no começo, como a fez sentir coisas que ela nem sabia que existiam. E, então, como ele a dispensou sem um pingo de consideração. Minhas mãos estão cerradas em punhos debaixo da mesa, e meu maxilar está tão travado que chega a doer.— Lizandra, como ele teve coragem de fazer isso com você? — Minha voz sai amarga, mesmo que eu tente esconder o quanto isso me afeta.Ela está ali, na minha frente, frágil e assustada, e tudo que eu queria era dizer que David não merece nada dela. Queria dizer que
DanielDou um passo em direção a Derick, já sentindo o sangue esquentar nas veias. Ele parece tão disposto quanto eu a resolver as coisas de uma maneira bem direta, mas antes que qualquer coisa aconteça, Raissa se coloca entre nós.— Parem com isso, os dois! — ela diz, empurrando cada um com as mãos pequenas, mas firmes. — Isso é ridículo!Ainda trocando olhares desafiadores com Derick, ouço uma voz firme e autoritária atrás de mim.— Já chega! — Darlan surge como uma muralha, a expressão séria e a postura impecável. Ele passa o olhar de um para o outro, claramente avaliando a situação. — Derick, Daniel, vocês dois vão parar agora.Mesmo que a vontade de resolver aquilo com os punhos seja forte, há algo na maneira como Darlan fala que me faz recuar. Derick parece igualmente contrariado, mas dá um passo atrás, bufando.— Somos todos colegas do mesmo campus, e não tem sentido essa confusão. — Darlan continua, ajeitando a gola da camisa como se não tivesse acabado de apartar uma briga.
LizandraEu preciso sair. Preciso de ar, de movimento, de qualquer coisa que me distraia da confusão na minha cabeça. Ficar em casa sozinha só alimenta meus pensamentos, e ultimamente, eles têm sido um labirinto sem saída. Pego minha bolsa e decido ir ao shopping. Nada como vitrines brilhantes e lojas cheias para afastar o que me atormenta.Caminho sem pressa pelos corredores iluminados, observando os manequins bem vestidos nas vitrines. Meus olhos se fixam em uma calça jeans perfeita, o tipo de roupa que veste bem e dura uma eternidade. Olho o preço e, por um instante, hesito. Não que seja algo exorbitante, mas ainda assim, decido ligar para meu pai. Ele sempre gostou de saber como gasto.— Oi, pai!— Filha! Que surpresa boa. O que foi?— Achei uma calça linda. Posso passar no cartão? Prometo que não vou falir você.Ouço sua risada do outro lado da linha.— Claro que pode, meu amor. Se fosse até um carro, acho que eu também deixava.Sorrio, sentindo um calor gostoso no peito. Ele sem
DarlanAssim que chego na boate, a energia me atinge como uma onda, densa e cheia de promessas. As luzes piscam como se acompanhassem os batimentos do meu coração, a música vibra no meu peito, e o cheiro de álcool e perfume caro se mistura ao calor do lugar. É exatamente tudo o que eu precisava, um escape.Peço um whisky direto no bar e observo. Meu olhar percorre o ambiente, analisando, enquanto a bebida desce queimando pela garganta. A noite está só começando, e eu já sei o que quero dela. Alguém que combine com o momento. Sem complicações, sem amarras. Apenas prazer.Meus olhos encontram o alvo rapidamente. Uma loira de curvas perfeitas, o vestido parecendo pintado no corpo, rindo alto com as amigas como se o mundo fosse dela. É isso. Termino meu whisky, ajeito a camisa, e vou até ela.— Boa noite — digo com um sorriso despreocupado. — Vi você dançando e não consegui ignorar. Tá afim de me acompanhar?Ela me olha, avalia com calma, um sorriso brincando no canto dos lábios.— Vamos