Dose dupla
Don Vittorio

Lembranças.

A porta do hospital se abre à minha frente como se o mundo parasse para nos observar. Minha Liana está inconsciente nos meus braços, e a raiva, o medo e o desespero travam uma batalha dentro de mim. Em segundos, médicos e enfermeiros correm para nós, e eu a entrego à maca com a mesma hesitação de quem entrega seu coração. Meu olhar é gélido, afiado, e não deixo espaço para erros.

O médico se aproxima, pergunta o que aconteceu. Resumo em poucas palavras, mas por dentro, o pânico consome cada fibra do meu corpo. Será que alguém ousou envenenar minha esposa? Na nossa casa? Na nossa mesa? A suspeita me queima por dentro, e cada segundo que passa sem respostas faz minha fúria crescer.

Eles a levam para uma sala enquanto eu observo cada movimento, como um leão à espreita. Retiram seu maiô molhado, vestem-na com uma camisola hospitalar. O gesto deveria ser simples, mas me corrói ver minha mulher assim, tão vulnerável. Conectam-na a soro, injetam medicamentos, retiram
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