Havia se tornado uma obsessão, Andressa não conseguia afastar os pensamentos que envolviam a misteriosa figura. As horas que seguiram pela manhã foram gastas pensando e repensando mais e mais vezes sobre todas as aparições da sinistra mulher.
A morena se forçava a lembrar qualquer sinal quase imperceptível. Já havia conseguido recordar de uma forte mancha no pescoço da criatura, era meio arroxeada, com a forma semelhante a marcas de dedos. Isso bastou para a jovem começar a suspeitar que ela teria sido assassinada, vítima de um estrangulamento.
Andressa continuou a forçar sua memória. Foram poucas as vezes que havia conseguido enxergar alguma coisa e, além de tudo, ela sabia que não podia confiar em seus olhos, eles continuavam mortos na maior parte d
― Você tem ideia da estupidez que está me pedindo? ― Erick tinha seu tom incrédulo, algo que Andressa conhecia muito bem.― Não é nenhuma estupidez. Só assim você poderá confirmar ou não se estou mentindo, ou pior, se estou ficando maluca. ― A morena rebateu.― Se eu me prestar a isso vou estar te dando ainda mais motivos pra continuar a acreditar nessas ilusões. Não posso ser conivente com isso… ― O médico explicou, temia o quanto a amiga estava ficando obcecada por aquela história.― Já que tem tanta certeza de que são ilusões, me prove então. Para de ser tão intransigente e faça o que te pedi, por favor. Vá conferir. Haverá um corpo naquele lugar, estou certa diss
Jean e Fabrício tinham acabado de entrar no restaurante, logo sentiram o cheiro apetitoso da comida do lugar. O advogado não estava mais acostumado a frequentar lugares simples como aquele e lembrou-se do quanto sentia falta daquele tipo de ambiente. Quando morava na casa de seus pais raramente chegava à cozinha e no pouco tempo que viveu em seu apartamento junto a Andressa, ele sequer se lembrou que era preciso fazer comida, usava muito o delivery. Agora estava em um restaurante estilo self-service, com suas várias bandejas, algumas vazias, ainda era cedo. Faltava pouco mais de meia hora para tudo estar servido. Na bandeja apenas alguns molhos e frios para o café. Jean se sentiria irritado se não tivesse sido enfeitiçado pelo cheiro gostoso do frango que estava sendo assado. Já Fabrício se sentiu atra&i
― Então, como já falei, quando mais jovem eu presenciei casos muito misteriosos e não posso ignorar o que a Dona Dayse te disse... ― Caique Jardim ainda conversava com Andressa. No princípio de tudo ela se mostrou arredia, de poucas palavras, até tomar coragem para revelar o que estava acontecendo. Foi quando percebeu que não era julgada que ela teve certa confiança para conversar sobre tudo, até mesmo citou a enfermeira Dayse como a única que acreditou plenamente nela.Caique sabia que pessoas mais sensíveis precisavam sentir essa confiança, precisavam perceber que acreditavam nela. Quando o psicólogo revelou seu passado, detalhes de sua família, tudo passou a fluir com maior facilidade, mas após longas horas de conversa a moça começava a se mostrar alheia às suas palavras. Estava mais concentrada em seus pensamentos e num aperto sufocante em seu peito
― Que isso? Você tá doido? ― Samanta se irritou, gritando e se arrependendo em seguida. Teria que pagar pela garrafa e provavelmente seria demitida pelo que dissera.Apesar das palavras da garota terem um tom elevado, o rapaz demonstrou não ouvir nada. Jean estava paralisado encarando a mulher, que naquele instante ergueu sua cabeça e olhou diretamente para ele. Seus olhos estavam vermelhos e pareciam derramar lágrimas negras. Intrigada, a atendente olhou na direção da porta, permanecia aberta, mas o rapaz se mostrava horrorizado por algo que certamente só ele conseguia enxergar. Ou talvez a ex dele fosse como a aparição de um demônio, foi isso o que a atendente pensou da mocinha que passou a observar toda confusão. Jean sentia seu coração disparar pelo desespero, ainda conseguia ver manchas roxas no pesco&ccedi
Mesmo após alguns minutos, o clima continuava tenso graças ao comportamento de Jean. Para Andressa tal clima era quase que palpável, preenchia o local e o afundava em um silêncio dissimulado. Todos ali se encontravam envolvidos em distintos sentimentos e segredos. Nem mesmo a morena estava livre de seus próprios mistérios.― Vamos Jean, me diga quem é Tiffany e por que você precisa me proteger dela. ― Ela pediu sendo amparada por Caique, seguindo em direção ao marido que permanecia sentado na cama. Lembranças rondavam a memória do rapaz.Meses Atrás, No Portal Principal De Acesso À Casa De Jean E Família― Se você não colaborar eu posso abrir a minha boca e toda sua vidinha perfeita será desfeita em um piscar d
Os três rapazes permaneciam atônitos e paralisados. Temiam o pior, Erick não se movia. Jean e Fabrício desviaram seus olhares em direção àquela floresta. O lugar emitia uma morbidez envolta por mistérios. Esse detalhe fazia com que todos ali, não somente os dois rapazes, se arrepiassem ao encará-la. Andressa era a única a se manter à margem do clima envolto pelo terror, pois até Caique passava a sentir o incômodo que o lugar emanava.A morena, alheia as sensações de pavor, esperava que lhe contassem algo concreto sobre seu amigo desacordado, ela se sentia aflita apenas por isso.― O que aconteceu? Vamos! Vocês vão continuar parados? Temos que ir até ele, temos que ver como ele está. ― Ela se pronunciava cada vez mais aflita.
Fabrício mais uma vez estava em choque, com os olhos fixos em algo que enxergava a poucos metros de distância. Percebendo os olhos esbugalhados do amigo, Jean olhou na mesma direção. O sussurro baixo saiu automaticamente:- Caique…Então todo
A polícia dominava o local em companhia dos bombeiros e paramédicos. Retirar o tronco da árvore de cima do desacordado precisou de uma ação meticulosa, Erick ajudou a todos com instruções, os paramédicos agradeceram por terem alguém como o doutor para auxiliá-los. O trabalho precisou ser feito em equipe, pois não foi apenas cortar aquela árvore, precisavam preservar Caique. Ainda que no fim todos tivessem certeza de que não haveria salvação para suas pernas, certa esperança foi mantida. Ele foi levado às pressas para o hospital mais próximo, estava estável.Agora o foco era o cadáver. Os peritos lamentaram por toda aquela bagunça. Muitas provas haviam se perdido e o estado do corpo exigiria trabalho redobrado do legista. Todos analisavam cada milímetro daquele extenso lugar e, apesar de estarem acostumados a encontrare