ELLE NARRANDOHenry está me ignorando tem três dias. Parece que não existo para ele. Talvez as ameaças que fiz tenham sido demais. É óbvio que eu jamais falei sério sobre o aborto... Desde o início, amei esse bebê... Mas eu entrei em desespero no dia que Nicole me contou todas aquelas coisas.Agora, estou com minha avó, que está tomando um sol na piscina junto comigo.— Vó, eu quero te perguntar de novo, e você precisa me jurar que dirá a verdade. — Minha avó, deitada em uma espreguiçadeira, tirou os óculos e me olhou .— O que foi? — Disse.— O Parlo nunca te fez mal, mesmo? Você jura pra mim? — Minha avó girou os olhos e afundou a cabeça na espreguiçadeira.— As vezes eu me arrependo de não ter te levado no psicólogo quando o médico disse que você precisava. — Ela negou com a cabeça e eu prendi a risada. — Por Deus, Elle, você já me perguntou isso trinta vezes! Dá pra me explicar o motivo disso? Eu amo o Parlo como se ele fosse um filho, entendeu?— Tá, você já disse... É que... — E
HENRY NARRANDOEu acariciava o cabelo de Elle enquanto ela dormia na cama, virada de costas para mim. Preciso ir embora, mas estou verdadeiramente com medo. Pela primeira vez sinto que essa despedida é uma despedida sem volta. Elle não faz ideia do que estou prestes a fazer e de como tenho lutado para estar firme, aqui, com ela.De repente, ela se virou para minha frente e abriu os olhos. Desde nossa conversa, estou extremamente pensativo sobre tudo que passamos. Eu usei muitas táticas para mantê-la presa a mim, eu sei... Eu falei que havia sequestrado a avó dela e ameacei a Nicole, mas eu jamais colocaria um dedo naquelas duas. Principalmente na avó dela, que é uma criatura... Peculiar. Parlo me mataria se eu colocasse um dedo naquela velha, de tanto que se apaixonou por ela. E sobre a Nicole, bom, por mais que eu tenha vontade de acabar com a raça dela, eu não posso. Não posso porque Elle ama aquela piranha vinda dos infernos.— Henry? — Ela me chamou e levou a mão até meu rosto. —
HENRY NARRANDOPassei as duas mãos por meu cabelo enquanto esperava vários dos meus homens chegarem ao ponto de encontro. Viemos de formas diferentes para não chamar atenção de ninguém as esposas dos meus homens acham que eles estão em uma conferência do trabalho... O que não deixa de ser. Quando eles começaram a chegar, respirei aliviado. A informação que eu consegui só irá funcionar se agirmos imediatamente.— As informações que eu consegui são sem precedentes. — Eu falei e eles me olhavam com atenção. — Nós iremos a um cassino clandestino, onde está acontecendo uma negociação de... Bom, vocês sabem. Acontece que quem está negociando quer matar o General, e nós vamos salvá-lo.— Não seria melhor para todos se o General estivesse morto? — Um dos meus subordinados falou. Eu respirei fundo e o olhei nos olhos.— Concordo. Mas eu ainda preciso dele por um tempo. — Falo, e ele abaixa a cabeça, concordando.— As armas já estão nos carros. Podemos ir quando quiser. — Outro falou, e eu conc
ELLE NARRANDOHenry prometeu que em três dias me diria a verdade, mas aqui estou eu, esperando ele e ele ainda não retornou. Estou dividida entre ódio e tristeza.Desci as escadas chorando e encontrei minha avó fazendo crochê.— O que é isso? — Questionei.— Um sapatinho para o meu neto ou neta. Epa! Por que você não está na cama, mocinha? — Questionou, brava. — Pode subir!— Estou agoniada. Henry disse que conversaria comigo em três dias e até agora não voltou. Eu sinto que algo pode ter acontecido com ele e... Ai, que ódio de tudo isso! — Dei um soco na minha própria perna e ela girou os olhos.— Senta aqui, filha. Já que seu homem chega. Se controla. — Falou.— Não. Eu vou sair e vou até a empresa dele procura-lo. — Falei e saí andando.Antes de chegar até a porta, porém, Henry entrou em casa ofegante. Ele me olhou nos olhos e eu o olhei de volta.— Eu consegui. — Ele disse. Eu sorri aliviada ao ouvir o que ele disse.Corri até ele e o abracei, passando meus braços ao redor de seu
ELLE NARRANDOEstou no hospital, junto com Henry. Estou com sete meses de gravidez e estamos fazendo uma consulta de rotina. No ultrassom, Henry está segurando minha mão e entrelaçou nossos dedos. Isso me fez sorrir.Comecei a pensar em como minha vida mudou depois da revelação da verdade. Nos últimos meses, minha vida está lotada de paz. Em breve faremos uma festa de noivado, porque apesar de estarmos casados no papel, o casamento de verdade e com emoção ainda não aconteceu. A festa está programada para hoje à noite, e eu estou muito ansiosa.Meu pai se desculpou com minha avó. Também, depois da quantidade de chineladas que ele levou, se ele não se desculpasse, provavelmente ficaria deformado. Contra a minha vontade, ele foi convidado para minha festa de noivado... Foi uma exigência da minha avó. Ela quer a família em paz, por mais que ele tenha feito aquela palhaçada. Em partes, eu concordo, mas não consigo olhar direito para meu pai ou falar com ele. Estou desde o dia que ele foi e
ELLE NARRANDOEu desci as escadas sorrindo, e Henry me viu. Ele ficou paralisado por alguns instantes e eu me aproximei dele. Henry levou uma das mãos até meu queixo e me deu um selinho demorado.— Ainda bem que você é minha. — Ele disse.Naquele instante, ele recebeu uma ligação e começou a falar em russo. Eu não falo russo, então, fiquei extremamente confusa. Dei os ombros e aguardei que ele terminasse a ligação e assim que ele desligou, bufou e olhou para mim.— O que está acontecendo? — Perguntei.— Atacaram o Templo Negro. Eu vou precisar ir ajuda-los, Liv. Você vai ficar bem por aqui? — Eu concordei com a cabeça, assustada.— Henry... — Eu segurei o braço dele, o olhando com os olhos arregalados. — Volta pra mim, por favor.— Eu vou voltar. — Ele disse.Passei os braços ao redor do pescoço dele e trocamos um beijo apaixonado, sem nos importar com quem estava ao redor. A verdade é que, quanto mais amamos alguém, menos nos importamos com o que vão achar dos nossos atos de carinho.
ELLE NARRANDODepois de uma noite terrível fazendo xixi de cinco em cinco minutos, Taylor decidiu me acordar fazendo acrobacias dentro da minha barriga. Eu desisti de voltar pra cama às seis da manhã. Estou com olheiras, cansada, agoniada e angustiada. Eu sou a definição de uma mulher “muito grávida”. Passei as duas mãos em meu próprio cabelo enquanto fazia xixi pela milésima vez e ouvi Henry levantando da cama.— Você tá legal? — Ele perguntou, como de costume. Eu dei os ombros assim que saí do banheiro.— Trinta e sete semanas e parece que já faz uns três anos que eu estou grávida. — Falei e cruzei meus braços. Ele sorriu e me abraçou de forma carinhosa. — Olha isso, você mal consegue me abraçar!— Amor, em breve nossa Taylor vai nascer e você vai sentir falta desse barrigão. — Neguei com a cabeça.— Nunca! Eu acho que esses últimos dias foram muito horríveis para que eu sinta falta deles. — Falei e ele riu de mim.— Acho melhor você melhorar esse humor. Não se esqueça que hoje a no
HENRY NARRANDOEu sou capaz de enfrentar coisas extremamente pesadas, como por exemplo, uma invasão de inimigos... Terroristas fortemente armados, guerras e até ameaças envolvendo uma bomba atômica... Mas ver minha mulher parindo me fez ficar em completo desespero.Eu não sabia o que fazer e tive que desligar a parte emocional do meu cérebro pra tentar, assim, socorrer minha esposa enquanto ela gritava de dor.Acontece que na hora que eu vi levarem Elle em uma maca para longe de mim, meu corpo entrou em desespero e a minha parte emocional desesperada ligou de novo. Eu agarrei uma enfermeira que estava no meio do caminho e a olhei nos olhos, e com todos os sentimentos misturados, eu falei:— Primeiro, é melhor que vocês mantenham minha futura esposa viva. Se ela morrer, todos vocês serão enterrados nos escombros desse hospital, junto com ela. Segundo, eu quero entrar na sala de parto e não aceito “não” como resposta. — Falei.Acho que meu olhar de louco amedrontou a mulher. Porém, Parl