Enquanto conversavam, comem um pedaço da cuca e tomavam chimarrão Rebeca pergunta a velha:
- A senhora sabe irmã Dolores por que existem tantos corvos em Galpões? – Indaga.- Olha irmã, isso é um segredo da cidade! – Respondeu a velha mordendo um pedaço da cuca de abacaxi que tinha feito. Fazer cucas era o que aquela velha gostava de fazer. – Porém como a irmã é a esposa do nosso novo pastor e para que não aconteça com ele o que aconteceu com seu antecessor! – Exclamou a velha. – Vou lhe contar o que sei! – Completou.- O que aconteceu com os nossos antecessores nesse lugar? – Perguntou Rebeca curiosamente. Ela estava até com medo da resposta. - Ele ficou louco! – Disse a velha sussurrando pondo a mão direita onde segurava o pedaço de cuca perto da boca. – Ele ficou louco, matou a esposa e os dois filhos mais novos e depois se matou! – Explicou ela com os olhos arregalados a fitar Rebeca que estava de boca aberta com a revelação. - Na verdade eles encontraQuando Celso acorda no pátio baldio os corvos já não estão mais lá. Ele se levanta com dificuldades. Sua cabeça doía muito. O sangue lhe escorria pela testa. Ele não sabia por quanto tempo ficou desacordado. Traves uma hora ou mais. Ele pega a sua mochila do chão e exclama pondo a mão esquerda sobre a cabeça:- Que droga!Celso sai caminhando ainda cambaleando um pouco. Ele tinha que chegar em casa rapidamente antes que aqueles corvos voltassem. Ele caminha até em casa e ao chegar a porta da cozinha se joga para dentro de casa.- Celso! – Grita Rebeca vindo assustada para ver o que estava acontecendo com o filho.- Mãe! – Disse ele com a voz fraca.- O que houve meu amorzinho? – Perguntou ela se agachando e pondo a cabeça dele em cima de suas pernas.- Foram eles! – Respondeu Celso com o rosto sujo de sangue e terra.- Eles quem?! – Indagou Rebeca. – Quem fez isso Contigo?! – insistiu ela.- Os corvos! – Respondeu ele novamente agora de olhos fech
Sentados na cama enquanto Hyldon digitava o sermão que iria pregoar no domingo pela manha, Rebeca resolve lhe contar sobre a lenda que a velha da cuca havia lhe contado;- Hoje de manha antes do ocorrido com Celso eu recebi uma visita inesperada. – Disse ela. Rebeca sempre ficava do lado direito da cama. – Era uma senhora, uma de suas fiéis chamada Dolores, ela que trouxe para nós aquela cuca de abacaxi! – Explicou a mulher fitando a Hyldon que digitava sem falar nada. – Ela me contou uma lenda sobre essa cidade e esses corvos! – Exclamou. Nesse momento Hyldon a fita e pergunta:- O que essa velha te disse?- Que esses corvos são culpa de uma maldição imposta por um bruxo local aos moradores da cidade no final do século dezenove! – Respondeu ela fitando no fundo dos olhos aquele homem.- Bobagem! – Retrucou ele.- Não é! – Assevera Rebeca. – Ela me disse que no final do século dezenove havia na cidade um casal muito estranho, o homem tinha uma aparência repulsiva, era
Aquela noite após os corvos terem atacado seu irmão Kimberley Wolfgang se vira na cama sem conseguir dormir. De olhos abertos na escuridão do quarto ela se lembra do corvo que havia lhe atormentado na noite anterior. Ela ainda podia ver ali na escuridão aqueles olhos cor de sangue. Ela os tinha visto antes de apagar no chão daquele maldito quarto. Para ela aqueles pássaros não eram normais, eles eram do mal.O dilema agora enfrentado por aquela guria era se devia ou não contar para a mãe a sua experiência com aquelas aves do inferno. Kimberley era uma viciada em droga que no auge de suas loucuras via vultos e coisas que não existiam. Seus pais nunca confiaram nela, por causa disso. Dizer a um deles que algo tão estranho como aquilo havia acontecido, era quase como admitir ter voltado a usar drogas. O que ela não tinha feito. Só que eles poderiam não acreditar nela e a internar de novo em uma clinica de dependentes químicos. Tinha sido um inferno ficar lá aqueles messes.&nbs
A noticia daquela manha é que as aulas seriam suspensas pela morte de uma professora de matemática chamada Dulce Meyer, uma mulher de seus quarenta anos e casada com um medico da cidade. O que seria ruim para Hyldon Wolfgang, já que ele era o pastor da cidade e ela era membro de sua igreja. Pelo menos foi isso que o velho Rhodolfo Hubner lhe disse ao celular. O velho lhe disse que Dulce Meyer era uma membro ativa da congregação, que cantava no grupo de louvor e que ainda era professora na escolinha bíblica dominical para crianças. Ele [Rhodolfo Hubner] exaltou ao celular a pessoa magnifica que era aquela mulher, a boa cristã que ela [Dulce] era, a boa esposa, a boa mãe e a boa professora tanto na igreja como na escola. Que a perca dela tinha sido muito sentida para a comunidade e que Hyldon teria que fazer o funeral da mesma. Algo que ele [Hyldon] odiava fazer. Depois de meia hora ao telefone, aquele velho desligou.Kimberley havia gostado em partes da noticia já que não precisar
O caixão médio de madeira marrom com uma bíblia em desenhada nele com o Salmos 23, sobre um armado de metal. O marido e as duas filhas envolta do mesmo. O olhar triste e as lagrimas que desciam pelos rostos pálidos daqueles parentes. Hyldon não ficava muito a vontade com aquelas pessoas. Eles o fitavam e ele não sabia o que fazer. O que dizer para aqueles infelizes que acabaram de perder uma parente tão querida? Ele não sabia mesmo.Kimberley se assustou quando soube que a mulher que morreu era a mãe de suas colegas. Dora e Olinda eram um pé no saco, só que não mereciam isso. Elas eram chatas mesmo, isso ela concordava, porém, aquelas gurias não deviam ter perdido a mãe delas. Ela não saberia o que fazer, se a sua mãe morresse, mesmo a sua mãe sendo uma mulher quadrada e chata. Só que isso não fazia ela desejar que sua mãe [Rebeca] morresse. Ela se aproxima das colegas e exclama:- Meus pêsames gurias! – Disse.- Obrigada irmã! – Responderam elas de cabeça baixa
Na manha seguinte ao enterro da professora Dulce Meyer, alguém bate a porta dos Wolfgang pela manha. Rebeca abre a porta.- Olá irmã, sou eu o prefeito! – Disse aquele homem segurando um tipo de garrafa embrulhada em um papel de presente pardo, sem desenhos e amarrado com uma fita vermelha. – O pastor Wolfgang está? – Pergunta ele curioso tentado enxergar pela fresta da porta.- Está sim! – Respondeu ela. – Pode entrar prefeito! – Disse ela abrindo a porta por um todo. Enquanto aquele homem entra.- Vim pedir desculpa pro pastor por ontem! – Argumenta o homem.- Sim, já vou chama-lo fique a vontade prefeito. – Disse ela indo chamar a Hyldon, que se arrumava para dar sua corrida matinal.Depois de algum minutos ela volta com Hyldon.- Desculpe-me prefeito, eu já estava de saída para correr um pouco! - Exclama Hyldon apertando a mão daquele homem. ele [Hyldon] ainda achava estranho ter que apertar parte da manga junto com a mão daquele homem. por que será
Naquela manha Hyldon Wolfgang saiu para correr bem bravo. Queria mesmo era ficar em casa e beber sozinho toda aquela garrafa de vinho porém sabia que não iria adiantar de nada. Apenas iria piorar seu humor! Queria mesmo era ter dado um tiro naquele filho da mãe, porém quando comprou seu trinta e oito jurou que não usaria nesse tipo de coisa. Só usaria aquela arma se fosse um caso de vida ou morte. Na verdade somente ele e Rebeca sabiam da existência daquela coisa em casa. As crianças não sabiam que ele tinha uma arma. Ele comprou escondido delas.Hyldon dessa vez corria de cabeça baixa, ele não queria ver nenhuma daquelas pessoas hipócritas. Tinha largado o som dos fones a pau nos ouvidos. Nem ver aqueles corvos que sitiavam aquela maldita cidade de interior. Aquelas aves tinham algo contra ele ou contra a sua pregação. Parece que cada vez que ele ia pregoar aqueles corvos ficavam loucos. Ele [Hyldon] se sentia mal com isso. Por que eles [os corvos] agiam assim com ele? ser
Celso continuava intrigado com o forte cheiro de coisa podre que vinha do forro de seu quarto. Aquele odor o incomodava muito. O que fez com que fosse até o pai e lhe pedisse:- Pai tu olha em cima do forro pra ver o que esta morto sobre o meu quarto? – Indagou ele parado a porta do quarto que Hyldon Wolfgang fez de seu escritório. Aquele homem digitava em seu notebook, o que seria seu sermão de domingo.- O que foi guri?! – indagou Hyldon sem olhar para o filho.- O senhor pode ver o que tem morto em cima do meu quarto? – Insistiu Celso ainda parado a porta, com a mão direita segurando a mesma. – Eu não consigo dormir por causa do fedor de carne podre! – Argumentou.- Pare de frescura guri! – Asseverou Hyldon o fitando ali parado. – Tu veio me encodar só por causa de um cheiro de podre, “mulherzinha”?! – Esbravejou.- Mas está muito forte o cheiro! &