Smiling With Demons
Smiling With Demons
Por: Alphonsine Afonso
︎᪥. Prólogo

Ano de 2020.

Era ele...

O vizinho estranho?

Sim ele mesmo. Ouvi dizer que o nome dele é Chase,19 anos e muito misterioso. 

Mas Tiago porquê que você quer saber da vida de alguém que não conhece?

Na verdade é que eu ouvi uns rumores não tão bons assim sobre ele:

Ouvi dizer que ele faz da casa dele um cemitério, também ouvi que ele se envolve com senhores da alta sociedade para depois acabar com eles da maneira mas brutal possível. 

Como um jovem desses poderia fazer tão mal assim? 

Para acabar com as minhas dúvidas decidi tirar as minhas próprias conclusões. Eu iria saber o que se passa realmente.

– Mia chega aqui.– Encostei a cabeça dela do meu lado.

– Mas Tiago deixe esse jovem em paz!– Endereitou os fios de cabelo que batiam em seu rosto e prestava atenção na janela.

Decidimos vigiar esse Chase pela janela, a casa dele fica em frente da nossa e tinha um aspecto de meio abandonada, com muitas plantas por fora.

Como ele consegue viver assim?

Knock,knock.

Eu estava tão distraído em meus pensamentos que não me veio a mente de que batiam na porta.

– Tiago deixa que eu abro.– A Mia disse.

A Mia foi abrir a porta e eu estava em direção a janela quando ouvi um grito da parte dela.  

O que será?

Curioso para saber o que é andei até a porta, quando cheguei a Mia estava com umas expressões desagradáveis. 

Ela me olhava com repulsa e nojo parece que ela tem algo a me dizer.

– O que foi?–Segurei em seu ombro esquerdo. 

– Seu merda!– Deu um tapa na minha cara. 

A Mia estava estranha nunca a vi assim. O que se passa?

– Mas Mia..– Coloquei a minha mão na bochecha.

O que foi que aconteceu contigo me diz.

– Você é um merda Tiago,eu me arrependo por ter aceitado você em minha casa. – Disse em um tom cheio de ódio e começou a bater novamente em mim.

–CHEGA!– Segurei no braço dela evitando assim mais outros golpes.

– O que foi me diga eu estou preocupado. Porquê que do nada começou a bater em mim?

– Por isso.

A Mia atirou uma caixa na minha cara e ela foi diretamente para o chão. Eu baixei para abrir a caixa quando me deparei com a coisa mais horrível. 

Na caixa haviam 3 dedos sendo um anelar,um médio e um polegar todos cheios de sangue. Eu estava chocado com o que vi que tentei me controlar para não vomitar.

Tapei a caixa e levantei ficando de frente a Mia os olhos dela estavam cheios de lágrimas e ela carregava um papel nas mãos.

– Esses dedos são da minha mãe...– Falou no meio de tantas lágrimas. 

– Porquê que você fez isso? Porquê que não pagou o filho do senhor Harry? Não te veio a cabeça que ele é criminoso? Mas a culpa também foi minha por eu ter te apoiado, sabe se lá o que eles fizeram com a minha mãe...– O rosto angelical dela ficou inchado de tanto chorar. 

Há 2 semanas atrás eu fiz um empréstimo de 200 dólares a um jovem. Ele disse que eu poderia pagar quando tivesse o dinheiro,não entendi isso. O Luke não é criminoso, ele pode ser um aventureiro mas não é criminoso. Alguém fez isso e culpou o Luke.

– Mia eu sinto muito por tudo mas o Luke não faria uma coisa dessas. Eu sei que estás magoada comigo mas não foi o Luke quem fez isso.– Segurei de volta no ombro dela e a Mia retirou a minha mão estressada.

– Então desapareça da minha casa e vá procurar pelo responsável. Eu não compreendo como é que abre a boca para falar sendo que tem tudo aqui na carta.– Bateu com o papel no meu peito e foi embora. 

Suspirei e desembaracei o papel amassado a carta estava perfeitamente escrita para alguém como o Luke. 

Conteúdo da carta:

De: Luke Tomson

Para: Mia Lewis 

"Miúda avise ao seu namorado que se ele não me pagar mais coisas como essa virão de presente^^.

A tua mãe tem uns dedos tão bonitos que antes de os cortar usamos para fazer outras coisas se é que me entendes.

Mas contudo não se esqueça de dizer ao jovem que dorme contigo que o pagamento deve ser feito já na próxima semana e beijos."

Quando acabei de ler fiquei chocado. Isso tava na cara que não é o Luke porque o coitado além de ser burro ele não sabe escrever direito. A vida dele era só gastar o dinheiro em festas e bares que quase não ia a escola.

.....

Eram 18 e 30 minutos quando eu vagueava pelas ruas solitárias do meu bairro a procura do Luke. Ele é um jovem que anda muito e que não para em casa mas, mais vale tentar a sorte.

Cheguei na calçada da casa do luke e bati a porta por três vezes. 

– Quem é?– Disseram do outro lado.

– Sou eu o Tiago,amigo do Luke. 

– Ele não está. Ele foi para o Liquor Nite.

Liquor Nite é um bar para homossexuais, lá há todo o tipo de coisa: Tráfico de drogas,órgãos,prostituição e muita putaria, como eu sei não importa o bom é que fica perto daqui.

Passos,passos e mais passos.

Já estava de frente ao bar e não conseguia parar de pensar em como é que fui parar lá. 

Entrei e o meu foco era procurar o Luke.

"Com licença,licença, posso passar por favor?"

Eu dizia para as pessoas que curtiam entre si. Há muita gente e o clima é muito agitado para quem gosta de uma boa farra é o ambiente perfeito. 

Faz um bom tempo que estou a procura dele e não o vejo, já sentia o meu coração a bater rápido e as minhas mãos a ficarem trémulas. 

Estava quase a entrar em pânico quando ouvi 3 tiros.

As coisas não podiam piorar para mim ...

Depois do barulho dos tiros todos desataram a correr tudo indica que é uma discussão entre grupos,eu não podia sair de lá sem o Luke.

Desesperado tentei me esconder por debaixo das mesas mas não deu certo porque todas já tinham alguém. Era tiro por trás de tiro, assim sucessivamente só restava ir para os quartos que ficam no fundo. 

A medida em que eu corria pela minha vida alguém morria é como se eu estivesse a viver um filme de terror pessoalmente. 

Felizmente achei uma porta que estava semi aberta e sem piscar os olhos entrei lá. Acabei por me esconder debaixo da cama.

"Não tenha medo,vai passar, vou sair daqui com vida"– Dizia isso para mim mesmo com os ouvidos tapados e mais tarde as lágrimas vinham em meus olhos.

20 minutos mais tarde...

Chorei que nem uma criança burra para não me acontecer nada no final. As coisas pareciam estar mais calmas e já não se ouviam barulhos de armas.

Resolvi sair do quarto e devagar fui andando pelo corredor. Tudo estava cheio de sangue, várias pessoas caídas no chão coitadas.

Sinto muito...

Durante o momento em que estava debaixo da cama decidi que não iria procurar o Luke, ainda mais aqui nesse lugar.

Ao chegar na porta alguém bateu com uma coisa muito forte na minha cabeça que desmaiei...

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