Ano de 1952
Caos, destruição, morte, sangue, corpos dilacerados e queimados; era tudo o que se via no local.
O único ser que com vida ali se encontrava, coberto de sangue estava. Seus olhos cinzentos analisavam o cenário da guerra – ou pelo menos o que restara dela –, os cabelos longos e negros bailavam com o vento.
Ele apenas suspirou, estava cansado, e tudo aquilo por uma mulher? Onde o bom senso havia chegado? Mesmo sendo um deus, ele realmente não esperava este resultado, ele havia ganhado a tal guerra, e pela mulher que amava. E este era o seu consolo, afinal, por mais triste e desolado que estivesse – afinal, havia matado amigos e familiares naquela guerra –, estava feliz, pois se casaria com Sora Darkvillium... sua irmã.
Orion Darkvillium, mesmo sendo um dos deuses mais poderosos que já existira, ainda sim havia caído de amores por sua irmã menor.
Sora era a mais linda e formosa mulher que já tinha tido o prazer de conhecer: olhos exóticamente rosas como as flores de cerejeiras; cabelos longos, brancos tal como a neve; um corpo cheio, curvas sinuosas e sob medida que se sobressaiam com a pele clara e leitosa. Ela era tão pura e doce, um verdadeiro pedaço de mal caminho (como todos diziam), os seios fartos enchiam aqueles que a olhavam com a mais fervorosa luxúria.
O quão apaixonado ele estava.
Era Sora a responsável por isto. Tanto pela guerra quanto pela ardente paixão que o consumia, sua irmã era a princesa do reino, mesmo não tendo sangue real, o antigo rei a considerava uma filha, seria coroada rainha após se casar com o deus mais poderoso.
A guerra de mil dias foi iniciada justamente para proclamar o vencedor como aquele que deveria subir ao trono, e assim se casar com a mais bela das deusas.
Quando finalmente deu por si, que era o único vivo ali, levantou-se para ir embora. Andou, andou e andou, até enfim chegar em seu reino, Infinite Dream.
Não via a hora de reencontrá-la, como sentiu falta do canto suave e doce de sua irmã, era sempre tão reconfortante...
Orion caminhou até o palácio feito de mármore, ouro e marfim. Ao chegar procurou pela irmã, encontrou-a no último andar acompanhada de um homem, ambos estavam sorridentes – este era musculoso, tinha os cabelos loiros e os olhos cinzentos –, era Indus Starwalker, seu melhor amigo.
Sora, ao perceber que seu irmão estava ali, levantou-se da cama (esta era banhada em ouro) e o abraçou.
— Orion! Você está vivo! — A mulher acariciava os cabelos negros de Orion com suas mãos, calmamente.
— Eu sempre fui o mais forte, lembra?
Sora sorri, sendo acompanhada por Indus.
— Você foi o vencedor, certo? — Sora perguntou olhando, curiosa, para o irmão, o mesmo sorri e lhe rouba um beijo, surpreendendo-a com o ato inesperado.
— Sim, eu serei o Rei dos Deuses e você a minha rainha! — exclamou orgulhoso.
Sora abaixou a cabeça, chateada, nunca desejou aquilo. Jamais olhara para o irmão, ou qualquer outro, daquela maneira. Ela desejava apenas um homem, aquele para quem dera seu coração. Queria ter a liberdade de seguir seus sonhos, controlar as rédeas de seu próprio destino.
Aspirou o ar doce que havia no reino, apenas reunindo toda a coragem que tinha. Orion era seu irmão, não poderiam se casar, nunca! Era mais do que errado, aos seus olhos, era um pecado.
— Orion... eu sinto muito mas não posso me casar com você. — A voz soava doce e calma para Orion (que a encarava perplexo), mas se pareceu com uma punhalada nas costas. — Eu nunca quis isso... eu não te amo desse jeito... quem eu amo é o Indus, é com ele que eu quero me casar, é com ele que eu quero viver. Você é meu irmão, é errado tudo isto... eu só queria ser livre para seguir o meu sonho... — As lágrimas escorriam, abundantes, conforme desabafava.
Orion não acreditava no que ela havia dito, tantos anos convivendo juntos, tanto tempo a protegendo e ela preferia Indus? Aquilo era injusto, muito injusto.
Ele tentou se controlar, mas não acreditava no que havia escutado; estava furioso.
— Eu não acredito nisso... — murmurou com a voz grossa e raivosa.
Sora se assustou procurando a proteção de Indus, este a abraçando também assustado; eles nunca tinham visto Orion naquele estado.
— Dê-me uma chance! Eu prometo que farei Sora feliz. — O loiro pediu para o melhor amigo.
— Não! — Sua voz era fria, cortante, não parecendo mais a voz de seu amigo. — Se eu não posso ter Sora, então ninguém mais poderá ter! — diz o moreno com ódio em sua voz, a inveja, o rancor, a tristeza e a dor escapavam pelos poros de sua pele; sua aura ia se tornando densa e sombria, concentrando todo o poder de seu corpo, liberando toda a concentração de seu ódio sobre o reino, em outras palavras: trevas.
A energia liberada consumiu a tudo e todos, apagando qualquer vestígio de vida, logo, colocando fim na existência daqueles que mais lhe estimavam: Sora e Indus, dois criminosos e traidores, aos olhos de Orion.Ano de 2450 O som irritante do despertador insistia em tentar me acordar já que estava deitado – maldita seja esta função do celular. Estourava-me os tímpanos pois eu me encontrava deitado e descansando, já havia acordado há algum tempo e não estava nem um pouco afim de se levantar, contudo, o fato do celular continuar vibrando e tocando uma música qualquer (porém, suficientemente irritante) me fez aceitar que já estava na hora de se levantar. Abri meus os olhos azuis, semelhantes às safiras bem lapidadas e polidas. Os meus cabelos negros estavam bagunçados, ainda estava no início de sua juventude, tinha apenas catorze anos nas costas. Enfim me dirigi ao banheiro, jogando um pouco de água no rosto para logo escovar os dentes, então voltando para o quarto, em um processo monótono de vestir o uniforme – a camisa branca com um e
Corria pelas ruas de forma apressada, não queria me atrasar, estava pensando na conversa com meus pais, realmente queria entender o que eles queriam dizer com tudo aquilo, isso me incomodava muito, tentei pensar em outra coisa assim que avistei meus amigos Kazuya e Alice que estavam mais a frente e para minha surpresa Íris também estava com eles.— Está atrasado cara. — O garoto de rabo de cavalo disse me fazendo resmungar algo enquanto acenava para as duas irmãs ao seu lado.— Que milagre é esse que você está vindo com a gente hoje, Íris? — perguntei encarando-a que sorriu calmamente.— Estou apenas matando as saudades dos bons tempos — disse alisando o cabelo com as mãos e os coloca
Havia se passado uma hora desde a morte de meus pais ainda era muito recente e meus olhos ardiam de tanto que chorei depois de muito pensar eu consegui reunir forças para me levantar e solicitar a presença de Lee o Inspetor da cidade ele era alto, tinha os cabelos caídos sobre o rosto, olhos semi abertos, já que o mesmo era japonês, seu físico era bem trabalhado por ser policial, trajava um colete preto com calças também da mesma cor, preso em seu cinto se encontrava seu coldre com sua arma guardada e seu distintivo o que passava na cabeça do homem era uma verdadeira incógnita afinal não era pra menos, já que tinha recebido a notícia de que seus melhores amigos tinham sido assassinados e a sua frente, apenas havia sobrado o filho deles, que contava o ocorrido enquanto ele anotava tudo.— <
Após me despedir de Max sorri colocando a mochila em torno de minha cabeça, sai correndo para descer, surpreendentemente a descida foi mais rápida do que deveria, a verdade é que minha velocidade estava bem diferente de alguns dias atrás. Agora estava mais fácil e simples, eu conseguia até me comparar a alguns veículos comuns, e continuei correndo até avistar os moradores da cidade: alguns comerciantes, crianças correndo em torno de uma fonte que ficava ao centro e os cidadãos andando, conversando e até mesmo discutindo, típico de uma cidade grande.Só havia um problema no momento: como eu iria parar sendo que estava absurdamente rápido? Ao tentar parar, fui de cara com uma parede só não me machuquei tanto por ter usado as mãos para proteger o rosto.
Desde que meu mundo virou de cabeça para baixo, eu tinha total certeza que naquele exato momento era o ponto mais calmo do meu aniversário, ainda estava abalado em ter visto meus pais morrerem em minha frente e isso claramente me traumatizaria para o resto de minha vida, mas saber que existiam outras pessoas iguais a mim me consolava, principalmente após conhecer e conversar com Ashley. Ela era tão diferente das poucas garotas que conheci que nem notei quanto tempo se passou desde que paramos para dialogar, o sol intenso sobre nossas cabeças indicava que já devia ser em torno de meio dia ou mais quando a loira chamou minha atenção.— Vem, vamos voltar. — Ela disse por fim se levantando e se espreguiçando esticando a mão para que eu a segurasse e a seguisse, demorei alguns instantes para aceitar mas acabei ced
Kazuya Kazami Minha impaciência estava gradativamente chegando ao limite, estava jogado na cadeira de rodinhas enquanto observava cada movimento e ação de minha “amiga” de cabelos ruivos que estava escrevendo sua lição de casa, passamos dias procurando saber onde Jukhen havia se metido, mas até agora não obtivemos nenhum resultado e isso estava acabando com meu humor. O maldito e-mail que ele deixou em minha caixa de mensagens só serviu pra piorar a preocupação, claro que me culpava por demorar tanto pra checar meus e-mails, mas caralho como ele simplesmente dizia que não nos veriamos por um tempo, para dois dias depois recebermos a notícia de que Tio Jin e Tia Agnes estavam mortos, foi um saco esconder as informações de Íris junto com Paul e Molly, seus pais que também estavam cientes do que havia acontecido com os Silverhearts, era lamentável pensar que pessoas tão boas como eles tiveram um destino tão trágico.
Ashley. No dia seguinte acordei cedo graças a mais um dia de treino, sempre que podia treinava com Lana para melhorar e fortalecer minhas habilidades, quando ela estava em missão me contentava em treinar sozinha enquanto o sol brilhava intensamente; demorou em torno de três horas para finalizar meu treinamento, voltei para meu quarto para tomar um banho. Assim que saí do box, eu me vesti preferindo deixar o cabelo trançado; uma camisa azul clara com uma flor de lótus estampada no peito, shorts jeans e meus all-stars azuis, sorri para o resultado no espelho, normalmente me incomodaria com minha aparência mas como apenas iria com Jukhen ao shopping, não iria precisar estar muito produzida. Abri a porta do cômodo, andando até o quarto do meu novo amigo, porém ao chegar lá percebi que ele não estava lá. Suspirei irritada, de alguma maneira ele lembrava muito meus velhos amigos que no momento estavam de férias, sempre qua
Íris.Quinze dias já haviam se passado e nada de notícias a respeito do Jukhen e por mais que fingisse não me importar com ele, a verdade era que eu me importava muito, tanto que nem consegui prestar atenção nas diversas aulas que tive. Suspirei profundamente retirando o celular do bolso, checando se ele havia respondido a mensagem que havia enviado a ela e nada... nem sequer havia visualizado, mordisquei o lábio inferior respondendo a mensagem que meu namorado havia enviado, aproveitando clicando no perfil de meu melhor amigo para ver se ao menos ele havia postado algum status e mais uma vez sem sucesso, enquanto continuava divagando o que ele estaria fazendo, recebi uma travesseirada em meu rosto.— Olá? A minha amiga ainda está aí? Ou está em outro planeta? — Tal pergunta foi feita por uma garota sentada à minha frente, ela tinha