Enquanto Gabriel estava distraído, Patrícia preparava rapidamente as ervas medicinais e entregava outra parte a Laís para que as cozinhasse. Entre as crianças, apenas Laís possuía uma constituição especial e tinha herdado conhecimentos médicos. Há mais de três anos, Patrícia descobriu que estava grávida. Daniel queria que ela abortasse para tratar sua doença sem preocupações futuras. Patrícia recusou a sugestão de Daniel. Sem outras opções, ele encontrou uma boa solução e a enviou para as mãos de Paloma em Vila Gema. Paloma conhecia uma técnica secreta chamada "nutrição medicinal do feto", que usava métodos contrários para nutrir o feto com medicamentos, tornando ele imune a eles ainda no útero. Isso exigia muito do corpo de Patrícia, que tinha que se alimentar de ervas medicinais dia e noite. Sob essas circunstâncias, ela conseguiu curar seu câncer e, apesar do sofrimento no dia do parto, a criança nasceu saudável. O único aspecto incomum era que os olhos da criança eram verdes
A respiração fraca soprou ao lado de sua orelha, fazia tempo que Patrícia não esteve tão próxima de um homem. Mais ainda, era o homem que murmurava seu nome, fazendo seu corpo endurecer ligeiramente. "Ele não estava comprometido com outra pessoa?"Gabriel, percebendo o susto de Patrícia, temeu ter ofendido a médica, o que poderia resultar em uma recusa no tratamento. Se apressou em esclarecer:— Desculpe, nosso líder já está delirante.— Está bem. — Patrícia o ajudou a levar o paciente até a borda do barril e instruiu. — Tire as roupas dele e coloque-o lá dentro.Enquanto falava, se virou para organizar os medicamentos. Gabriel, ainda confuso, perguntou:— Tudo?— Sim. — Respondeu Patrícia, com uma voz sombria.Ao mencionar isso completamente, a imagem do corpo de Teófilo, com quem ela havia se entrelaçado inúmeras vezes, surgiu em sua mente. Ninguém conhecia o corpo masculino dele melhor do que ela. Desde a última vez que se encontraram, Teófilo havia ficado mais musculoso, e ela p
Patrícia ajeitou novamente a pele de animal e trouxe um pequeno cobertor.Gabriel disse:— Maitê, você pode me ajudar? Sozinho, não consigo levantá-lo.O problema é que Teófilo havia perdido a consciência, tornando difícil para uma só pessoa mover alguém nesse estado.Patrícia estava frustrada, se Lucas não fosse tão barulhento, ela não o teria mandado embora.Agora, ela enfrentava as consequências, mas tudo bem, ela trataria Teófilo como um paciente comum.— Está bem.Ambos, de pé na escada, retiraram Teófilo com dificuldade, enquanto Patrícia evitava olhar ao redor descuidadamente.Teófilo estava coberto por um calor intenso, e seu corpo estava úmido, não se sabia se de medicamento ou suor, mas sua aparência parecia ligeiramente melhor que antes.— Seja cuidadoso. — Gabriel o guiou com precaução escada abaixo.Patrícia era cuidadosa em seus movimentos, mas não esperava que o caminho fosse tão irregular. Gabriel não viu onde pisava, e Teófilo caiu.Ele desabou sobre Patrícia, como um
Gabriel engoliu em seco, apontando para o próprio nariz:— Eu?Patrícia respondeu friamente:— Se não for você, seria eu? Rápido, cada segundo que você demora é um segundo da vida dele que se esvai.Gabriel se mostrou resignado. Embora não tivesse namorada, isso não significava que gostasse de homens! Ele se considerava um homem de verdade.Mas a outra parte também não estava errada, cada segundo a mais era um segundo mais próximo da morte de Teófilo.— Eu... Tudo bem então. — Gabriel decidiu que, se isso pudesse salvar Teófilo, então não havia nada de tão grave.Dito isso, Gabriel pegou o medicamento, segurou uma dose na boca e seus lábios tremiam involuntariamente.— Mantenha firme, não desperdice. A segunda dose é de outro medicamento e tem um efeito diferente.Gabriel sentiu que isso era mais desafiador do que andar na corda bamba. Ele tomou uma decisão firme, fechou os olhos e não pensou em mais nada, apenas focou na boca de Teófilo.Em um momento crítico, o que mais se poderia fa
Patrícia se sentia resignada, já que aquele homem estava tão cheio de energia logo após recuperar um pouco. O ouvido de Teófilo se recuperou mais rapidamente, afinal, o último órgão a falhar antes da morte é a audição. No entanto, sua visão não mostrava sinais de melhora, mesmo com Patrícia tão perto, ele só conseguia ver um contorno embaçado. Sem ouvir uma voz familiar, ele não sabia em que situação estava e seu instinto de autopreservação se ativou, ele apertou o pescoço de Patrícia fortemente, sem deixar espaço para ela escapar.— Se você quer morrer, então me mate. — Disse Patrícia, alterando sua voz de tal maneira que nem Gabriel e os outros poderiam reconhecê-la.— Quem é você?— Sou a pessoa que te salvou.Foi só então que Teófilo relaxou um pouco, permitindo que ela respirasse:— Desculpe, não posso ver, não sei o que está acontecendo.— Você está em uma banheira. Não temos equipamento para diálise aqui, só podemos usar o calor para expulsar lentamente as toxinas do seu corp
Patrícia perdeu a paciência:— Bom, então você não quer que eu olhe, né? Tem muita gente implorando para eu olhar. Você vai se arrepender.Dizendo isso, ela começou a escalar para fora do barril. Se ficasse mais um pouco, iria literalmente morrer de calor.Ela estava vestida com um longo vestido de algodão e linho, o que tornava difícil sair do barril alto e escorregadio. O lado do barril com degraus já estava ocupado por Teófilo.Quando estava prestes a subir, encharcada, pisou em seu próprio vestido e, ao fazer força, deslizou de volta para dentro do barril.— Cuidado.Teófilo a pegou instintivamente, e Patrícia emitiu um pequeno grito usando sua voz natural.— Paty! — Uma expressão de êxtase passou pelo rosto de Teófilo.Quando ela percebeu, já estava deitada no peito nu de Teófilo.Suas mãos macias estavam firmemente pressionadas contra o peito musculoso dele, e o que era pior, Teófilo parecia estar prestes a devorá-la.Patrícia conseguiu manter a calma e falou com sua voz usual:—
Patrícia rapidamente voltou ao seu quarto. Durante todo o dia e a noite, ela praticamente não descansou, ocupada em preparar e trocar os medicamentos. Os primeiros três dias são cruciais e não se pode interromper o tratamento.A interrupção causada por Teófilo fez com que Patrícia quase revelasse sua verdadeira forma, como se fosse um demônio!Ela retirou a máscara cuidadosamente, limpou ela e aproveitou para trocar de roupa.Pensando na personalidade constrangedora de Teófilo, era até melhor que ele não tivesse percebido, pois lidar com ele desavisado poderia ser mais fácil.Ainda assim, Patrícia preparou outro tipo de medicamento, caso fosse necessário de imediato.Reaplicando a máscara em seu rosto, Patrícia não se permitiu perder tempo e se apressou por um caminho estreito até uma caverna.Enquanto esperava o medicamento agir, ela comeu alguns frutos para saciar a fome e aliviar um pouco o cansaço.— Ele não quer que eu examine seu corpo, então olhe e me descreva. — Disse Patrícia
"Não, o que está acontecendo aqui?"Patrícia pensava que ele se comportaria ao vê-la, para que pudesse examiná-lo, mas o que significava aquele beijo imediato ao encontrá-la? Além disso, a boca que Gabriel havia medicado apenas um dia antes deixou Patrícia completamente revoltada. Ela sentia, inexplicavelmente, que o resultado que ela própria havia causado era inescapável.— Teófilo, me solte!Teófilo, como um pequeno animal, segurou ela firmemente e se recusou a soltá-la:— Paty, você sabe quanto tempo procurei por você? Penso em você todos os dias e noites. Sou tão idiota, se soubesse que você desapareceria sem deixar rastro, jamais teria permitido que partisse.Patrícia ficou surpresa, por isso que ela sentiu que foi tão fácil partir naquela época.Assim que ela se foi, alguém imediatamente a seguiu, Teófilo sempre soube de seus planos. Se ele quisesse impedi-la, poderia ter cortado seus planos desde o início.— Por que você escolheu me deixar ir?Provavelmente Teófilo pensava qu