Teófilo olhou para trás e não viu Lucas e Gabriel.Eles eram a razão pela qual ele podia beber tranquilamente, e justamente naquele momento, desapareceram, fazendo Teófilo cair em uma armadilha.A mulher à sua frente achava que, com sua aparência e corpo, nenhum homem poderia resistir.No entanto, quando ele virou a cabeça para olhá-la, ela não percebeu nenhum desejo em seus olhos, apenas uma autoridade imensa e um frio penetrante.Embora ele estivesse sentado e ela de pé, a diferença entre suas auras era abismal.Ele apoiava a cabeça com uma mão, como um rei sentado em um trono elevado, desprezando tudo ao seu redor.Para ele, ela não passava de uma formiga insignificante.A mulher, não se conformando, atribuía tudo ao efeito da droga que ainda não havia surgido.Ela tentou se aproximar de Teófilo, convencida de que seu corpo, do qual se orgulhava, não poderia deixar de tentá-lo.Se Patrícia estivesse ali, saberia que era o fim, que seria melhor fugir.Quando Teófilo ficava extremamen
Teófilo, aproveitando sua altura, cobriu o interruptor com a mão, impedindo os movimentos de Patrícia.Ele não queria que Patrícia visse o quão desajeitado ele estava naquele momento.— Srta. Patrícia, fique tranquila, eu realmente estou bem. Vá fazer companhia à Srta. Joyce.Quanto mais ele tentava esconder, mais preocupada ficava Patrícia. Ela sabia que ele devia estar machucado e estava ocultando isso para que ela não se preocupasse.Com o homem bloqueando a luz, Patrícia, em um momento de desespero, estendeu a mão para tocar seu corpo.Teófilo, já extremamente reprimido, quase enlouquecendo, pressionou a voz:— Não toque.— Então me diga o que realmente aconteceu.— Não é nada.Patrícia claramente não acreditava, ele estava coberto de suor, certamente devido a um ferimento grave, ou não estaria suando de dor.Mas onde estava o ferimento?Ela tocava nele aleatoriamente, e o homem, incapaz de suportar mais, de repente a empurrou e a pressionou contra a cama de solteiro ao lado.Os do
Aquela maldita mulher deve ter medo de que ele não obedecesse, então aumentou o efeito do medicamento, Teófilo pensava que apenas aguentando um pouco, tudo acabaria.Contudo, à medida que o tempo passava, o efeito da droga se manifestava mais rapidamente e a sensação se tornava mais intensa, até que seu cérebro parecesse leve e flutuante, como se seu corpo estivesse nas nuvens. A respiração quente de Teófilo se espalhava ao redor da orelha de Patrícia, fazendo ela tremer sutilmente.Ela recusou formalmente:— Não, eu... Hmm...Os olhos de Patrícia se arregalaram quando os lábios do homem a beijaram sem aviso prévio.ThumpTan-tan, thumptan-tan, thumptan-tan.Seu coração disparou.Embora amasse apenas Teófilo e estivessem já divorciados, ela era livre e não seria ilegal se algo acontecesse com outra pessoa. Mas nunca teve a intenção de se envolver com outro homem. O beijo repentino assustou ela e enfureceu ela, e apenas após o choque inicial conseguiu reagir e começar a se debater.—
Naquele momento, aquele homem robusto parecia um cachorrinho carente. Patrícia tremia levemente, a disparidade entre a força dos dois era imensa. Ela sabia que não devia provocar demais o homem, pois, em sua fúria, ele poderia desenvolver um desejo possessivo ainda mais intenso, tornando deixando a situação irremediável.Patrícia respirou fundo, aproveitando o resquício de razão que ele ainda mantinha para tentar dialogar:— Raul, eu posso ajudar em outras coisas, mas isso eu não posso fazer.— Não pode? Ainda está pensando naquele homem? — Teófilo estava à beira do colapso racional.Ele lutava contra seu desejo físico, buscando aproveitar a oportunidade para compreender os sentimentos mais profundos de Patrícia.Ela não permitia que outros a tocassem, ainda o amava?Patrícia franziu a testa:— Não, eu já me divorciei dele, tenho liberdade para me casar e ele não tem mais nada a ver com isso.Um vislumbre de decepção cruzou o olhar de Teófilo:— Se é assim, por que eu não posso? Srta.
Patrícia não conseguia discernir a expressão no rosto dele, mas podia sentir o desconforto físico que ele vivenciava:— Então você...— Eu encontrarei uma solução.Ditas essas palavras, permanecer ficar mais tempo seria apenas conceder uma oportunidade. Patrícia escorregou como um peixe para seu quarto, trancou a porta imediatamente, e, temendo que ele perdesse o controle sobre seus desejos, arrastou a mesa e as cadeiras para bloquear a entrada.Exausta após esses esforços, Patrícia desabou no tapete, tocando o local que ele havia beijado momentos antes.Para ser honesta, ela estava tão chocada na hora que mal sentiu algo especial.Era a primeira vez na vida que um homem a beijava, e a sensação era estranhamente maravilhosa.O curioso é que, quando ele tocou seu corpo, ela não sentiu muita repulsa, como se seu corpo já estivesse habituado ao toque dele.Imagens dos momentos passados com Teófilo inundavam sua mente. Patrícia rapidamente lavou o rosto com água fria e bebeu um grande cop
Teófilo estava à beira da loucura, repetidas vezes, seus olhos já estavam vermelhos como sangue. Resistindo ao desconforto físico, ele afirmou firmemente:— Não é necessário.— Senhor, você tem mantido esse estado sob o efeito de drogas há muito tempo. Se não encontrar alívio em breve, poderá enfrentar problemas ainda maiores. Minha sugestão é encontrar uma mulher, é um remédio sem efeitos colaterais e a solução mais direta.Os olhos inflamados vermelhos de Teófilo se fixaram nele, seus lábios finos mordidos até sangrar, e sua voz rouca e profunda ecoou:— Eu disse que não é necessário! Me dê a medicação.O médico suspirou, diante de mais uma pessoa obstinada.— Tudo bem, mas não me responsabilizo por quaisquer efeitos colaterais. Com sua condição, uma injeção definitivamente não será suficiente, precisará de duas.Teófilo, entre dentes, respondeu:— Aplique.A injeção foi lentamente administrada em sua pele, e com os olhos fechados, Teófilo tinha apenas um pensamento.Ele quase a mach
Patrícia passou essa noite praticamente sem dormir, constantemente preocupada.Ela temia tinha medo de que Raul arrombasse a porta e, ao mesmo tempo, se preocupava com o que poderia ter acontecido a ele.Enquanto o navio inteiro celebrava, apenas Patrícia guardava um silêncio solitário.Sentada no chão, com os braços envolvendo os joelhos, olhava desamparada para a lua fria e clara lá fora, que agora era sua única companhia.Seu coração estava tumultuadoagitado, repassando os vários eventos ao longo de sua jornada, percebendo quão absurda e ridícula sua vida se tornara.O que ela tinha feito de errado para merecer ser separada de seu filho e viver dias de esconderijo, evitando ser vista?Ela até cogitou o que poderia fazer se a porta se abrisse.A resposta era clara, ela não poderia fazer nada.A diferença de força entre eles era grande, e se ele realmente quisesse forçá-la, ela só poderia passivamente suportaraguentar.Por seu filho, ela não poderia tomar medidas extremas, restava a e
Durante toda a manhã, Raul não voltou, e Joyce perguntou várias vezes, com Patrícia sempre inventando desculpas para despistá-la. No entanto, ele ficou fora por um dia e uma noite, e cada vez que perguntavam, Davi evitava dizer a verdade. Patrícia também estava preocupada, os efeitos da medicação não deveriam ser tão fortes a ponto de durarem um dia e duas noites!Na manhã seguinte, bem cedo, Patrícia interceptou Davi que estava de saída.— Davi, o que realmente aconteceu com Raul?Ela deixou claro que não o deixaria ir sem uma explicação.Davi suspirou:— Raul está doente.— Doente? — Patrícia nunca esperava essa resposta, considerando que ele parecia saudável.— Não vou esconder de você, a medicação daquela noite foi muito forte, ele não queria preocupar vocês e trocou de quarto, passando a noite numa banheira de gelo. Você sabe, a diferença de temperatura entre o dia e a noite é grande. Já é frio tomar um banho com água fria, mas ele ainda adicionou gelo...Patrícia estava chocada