Joyce apontava para a pequena figura no desenho e explicava:— Mamãe, tio, irmão, eu, uma família.Patrícia comprimia apertava os lábios, abria a boca, mas não encontrava palavras para explicar para a criança a complexidade das relações familiares. Essa era uma realidade com a qual muitas mães solteiras no mundo se deparavam, e Patrícia não era exceção.Depois de hesitar por um longo tempo, ela finalmente disse:— Joyce, o tio é o tio. Sua mãe e vocês são uma família. O tio está aqui para nos proteger, como um padrinho. Ele só pode ficar conosco por um tempo, e um dia, quando chegarmos ao nosso destino, ele terá que partir.A criança, sempre tão obediente, começou a fazer birra ao ouvir essa explicação:— Não quero! Não quero que ele vá embora! Gosto do tio.— Sim, eu sei que você gosta, mas Joyce, você ainda vai conhecer muitas pessoas. Nem todas podem ficar conosco com a gente até o final. O tio também tem seu trabalho e suas próprias coisas para fazer. Ele não pode ficar ao seu lad
Davi não estava errado, Teófilo realmente adoeceradormiu, com febre durante um dia e uma noite inteira, debilitado e prostrado na cama. Lucas, com um cuidado comparável ao de uma mulher, descascava maçãs ao lado da cama, conversando sem parar.— Presidente Teófilo, veja só sua condição. Por que se submeter a isso? Durante seis meses, você perseguiu a Sra. Patrícia, ocultando seu nome, e no fim nem conseguiu segurar sua mão.Gabriel o repreendeu com um olhar severosério:— Fale menos. Você acha que o Presidente Teófilo desejava estar assim?Ele entregou um copo de água morna a Teófilo:— Presidente Teófilo, beba mais água para se recuperar mais rápido.Teófilo estava pálido, com os lábios secos, visivelmente abatidochateado. Após beber a água, se apoiou na cama, esfregou a testa com a mão e, ainda meio atordoado, a primeira coisa que disse foi sobre Patrícia.— Como está a Paty?— Davi é cuidadoso como uma mulher, ele sabe cuidar das coisas. Não se preocupe, ele conhece muito bem os g
Os dias passavam um após o outro, e Raul estava ausente havia três dias. Não apenas as crianças, mas até Patrícia estava impaciente.Ela abordou Davi mais uma vez:— Como está a doença dele, afinal? Não melhorou depois de tantos dias?— Srta. Patrícia, fique tranquila, ele já está muito melhor. É apenas que Raul teme estar carregando um vírus e não quer arriscar transmiti-lo para vocês.Patrícia não sabia se ele estava deliberadamente propositalmente evitando ela ou se a situação era realmente grave. Afinal, Raul sempre fora atencioso com ela, e ela sentia que deveria vê-lo para ficar mais tranquila.Patrícia insistiu:— Vou vê-lo. Onde ele está?— Não é necessário, Raul certamente não gostaria que você fosse.— Eu só darei uma olhada para confirmar como ele está e depois irei embora. Em qual quarto ele está?Davi hesitou:— Isso...— Se você não me disser, você não sairá por essa porta hoje.Davi coçou a cabeça:— Srta. Patrícia, eu só vim ajudar o Raul trazendo comida para você. Por
Teófilo conhecia muito bem a personalidade de Patrícia, depois do ocorrido, sabia que ela não o manteria mais por perto. Ele sempre esteve ciente de que esse dia chegaria e seus esforços recentes para evitar confrontos não passavam de tentativas de adiar o inevitável. Inicialmente, Patrícia serviu a ela um copo de água antes de se sentar numa cadeira ao seu lado.— Depois de cuidar de nós por tanto tempo, esta é a primeira vez que te sirvo água. Teófilo, com a mão contra os lábios, desviou o olhar e tossiu algumas vezes:— Obrigado.— Você quer tomar algum remédio? — Perguntou Patrícia, preocupada.— Não é necessário, é só um pouco de tosse, já melhorou bastante.— Eu realmente te agradeço por tudo. Você é uma boa pessoa, diligente e competente. Deixá-lo cuidando das crianças é realmente um desperdício de talento. Você é tão jovem, deveria tentar fazer mais por si mesmo.Patrícia falava com delicadeza, enquanto Teófilo segurava o copo com ambas as mãos, seus dedos deslizando lentame
Antes que Patrícia pudesse se pronunciar, Teófilo interveio:— Srta. Patrícia, não se sinta constrangidaenvergonhada. O fato de eu gostar de você diz respeito apenas a mim. Vou reduzir minha presença como antes, não interferir tanto na sua vida, mas... Gostar de você também é meu direito. Você pode até me matar, mas não pode impedir que eu goste de você.Patrícia sentiu as orelhas esquentarem, onde estava a honestidade e lealdade dele?Ela se encontrava sem saída, sem saber como responder.Foi Teófilo quem rompeu o silêncio constrangedor. Ele se levantou da cama, dizendo:— Está bem, eu disse que você não precisa se sentir obrigada. Vou levá-la para casa, já está tarde, você deveria descansar.— Não é necessário, posso ir sozinha, não é longe.— Não é seguro ir de barco à noite, eu a acompanho. — Teófilo já havia se levantado e vestido o casaco. Notando que ela estava vestida de maneira um tanto leve, rapidamente pegou um blazer e o colocou sobre os ombros dela.Patrícia mal teve tempo
Teófilo ainda estava tossindo um pouco quando levou Patrícia até a porta e, após algumas instruções, partiufoi embora. A constituição de Patrícia era mais frágil do que a das pessoas comuns, e como ele ainda estava doente, seria muito fácil transmitir o vírus a Joyce e Patrícia em um ambiente fechado. Pensando na segurança de ambos, Teófilo planejava retornar somente quando estivesse completamente recuperado. Além disso, como Patrícia havia relutantemente aceitado sua presença, era melhor manter distância por enquanto para não sobrecarregá-la. Ele então entregou a Patrícia um punhal, instruindo ela a não sair de casa para garantir sua segurança.Quando Patrícia voltou ao quarto, encontrou Davi e Joyce se divertindo bastante. Joyce tinha colado vários adesivos de estrelas e luas no rosto de Davi, que usava um colar e brincos, e até suas unhas estavam adornadas com unhas postiças. Davi brincava com uma varinha mágica, tentando se transformar:— Magia, magia, transformar...Ele aind
Joyce desapareceu! Aproveitou o momento em que Patrícia estava se exercitando para fugir sorrateiramente!Joyce sempre foi uma menina obediente e comportada, e Patrícia realmente não esperava que ela fugisse secretamente para encontrar Raul.Ela sabiae que tipo de lugar é era este aquele navio?Quantos pervertidos poderiam existir aqui?Especialmente porque ela é tão jovem e bonita, quais seriam as consequências se alguém a notasse?Há muitas pessoas ricas com distúrbios mentais no mundo, e as consequências podem ser ainda piores do que ameaças.Por exemplo, há aqueles que gostam das pernas ou cabelos das mulheres.Eles postavam tarefas secretamente e uma cadeia de indústria especializada procura candidatos adequados globalmente.Uma vez identificado o alvo, eles se aproximavamam sob diversas identidades, por exemplo, algumas garotas que têm tinham pouco contato social são eram levadas ao exterior sob o pretexto de namoro e depois vendidas.Algumas são erak vendidas por seus órgãos, co
Patrícia sentia sua mente à beira da loucura, uma sensação perturbadora crescendo em seu coração.— Você a viu? Onde ela está?Nilda acenou para Patrícia com um gesto sutil:— Venha comigo, eu te levo até ela.As palavras dela ecoavam como a tentação de um demônio. Se a criança estivesse com ela, teria sido entregue diretamente a Patrícia, então, por que ela pedia para ser seguida? Patrícia percebeu que havia algo mais em jogo: além da criança, ela também era um alvo. Seria Nilda a manipuladora por trás de tudo? Não, se fosse ela, agiria de modo mais direto e brutal. O sotaque de Nilda era típico do País da Serenidade Azul, mas ela não era de da Cidade A e seu rosto era desconhecido para Patrícia. Não era um velho rancor, mas sim um ressentimento recente.Patrícia tocou na adaga que Raul lhe dera alguns dias atrás, preparada para qualquer eventualidade. Ela manteve uma expressão serena, fingindo inocência:— Sério? A criança está com você? Que alívio, ela é tão pequena, eu temia