Os dias passavam um após o outro, e Raul estava ausente havia três dias. Não apenas as crianças, mas até Patrícia estava impaciente.Ela abordou Davi mais uma vez:— Como está a doença dele, afinal? Não melhorou depois de tantos dias?— Srta. Patrícia, fique tranquila, ele já está muito melhor. É apenas que Raul teme estar carregando um vírus e não quer arriscar transmiti-lo para vocês.Patrícia não sabia se ele estava deliberadamente propositalmente evitando ela ou se a situação era realmente grave. Afinal, Raul sempre fora atencioso com ela, e ela sentia que deveria vê-lo para ficar mais tranquila.Patrícia insistiu:— Vou vê-lo. Onde ele está?— Não é necessário, Raul certamente não gostaria que você fosse.— Eu só darei uma olhada para confirmar como ele está e depois irei embora. Em qual quarto ele está?Davi hesitou:— Isso...— Se você não me disser, você não sairá por essa porta hoje.Davi coçou a cabeça:— Srta. Patrícia, eu só vim ajudar o Raul trazendo comida para você. Por
Teófilo conhecia muito bem a personalidade de Patrícia, depois do ocorrido, sabia que ela não o manteria mais por perto. Ele sempre esteve ciente de que esse dia chegaria e seus esforços recentes para evitar confrontos não passavam de tentativas de adiar o inevitável. Inicialmente, Patrícia serviu a ela um copo de água antes de se sentar numa cadeira ao seu lado.— Depois de cuidar de nós por tanto tempo, esta é a primeira vez que te sirvo água. Teófilo, com a mão contra os lábios, desviou o olhar e tossiu algumas vezes:— Obrigado.— Você quer tomar algum remédio? — Perguntou Patrícia, preocupada.— Não é necessário, é só um pouco de tosse, já melhorou bastante.— Eu realmente te agradeço por tudo. Você é uma boa pessoa, diligente e competente. Deixá-lo cuidando das crianças é realmente um desperdício de talento. Você é tão jovem, deveria tentar fazer mais por si mesmo.Patrícia falava com delicadeza, enquanto Teófilo segurava o copo com ambas as mãos, seus dedos deslizando lentame
Antes que Patrícia pudesse se pronunciar, Teófilo interveio:— Srta. Patrícia, não se sinta constrangidaenvergonhada. O fato de eu gostar de você diz respeito apenas a mim. Vou reduzir minha presença como antes, não interferir tanto na sua vida, mas... Gostar de você também é meu direito. Você pode até me matar, mas não pode impedir que eu goste de você.Patrícia sentiu as orelhas esquentarem, onde estava a honestidade e lealdade dele?Ela se encontrava sem saída, sem saber como responder.Foi Teófilo quem rompeu o silêncio constrangedor. Ele se levantou da cama, dizendo:— Está bem, eu disse que você não precisa se sentir obrigada. Vou levá-la para casa, já está tarde, você deveria descansar.— Não é necessário, posso ir sozinha, não é longe.— Não é seguro ir de barco à noite, eu a acompanho. — Teófilo já havia se levantado e vestido o casaco. Notando que ela estava vestida de maneira um tanto leve, rapidamente pegou um blazer e o colocou sobre os ombros dela.Patrícia mal teve tempo
Teófilo ainda estava tossindo um pouco quando levou Patrícia até a porta e, após algumas instruções, partiufoi embora. A constituição de Patrícia era mais frágil do que a das pessoas comuns, e como ele ainda estava doente, seria muito fácil transmitir o vírus a Joyce e Patrícia em um ambiente fechado. Pensando na segurança de ambos, Teófilo planejava retornar somente quando estivesse completamente recuperado. Além disso, como Patrícia havia relutantemente aceitado sua presença, era melhor manter distância por enquanto para não sobrecarregá-la. Ele então entregou a Patrícia um punhal, instruindo ela a não sair de casa para garantir sua segurança.Quando Patrícia voltou ao quarto, encontrou Davi e Joyce se divertindo bastante. Joyce tinha colado vários adesivos de estrelas e luas no rosto de Davi, que usava um colar e brincos, e até suas unhas estavam adornadas com unhas postiças. Davi brincava com uma varinha mágica, tentando se transformar:— Magia, magia, transformar...Ele aind
Joyce desapareceu! Aproveitou o momento em que Patrícia estava se exercitando para fugir sorrateiramente!Joyce sempre foi uma menina obediente e comportada, e Patrícia realmente não esperava que ela fugisse secretamente para encontrar Raul.Ela sabiae que tipo de lugar é era este aquele navio?Quantos pervertidos poderiam existir aqui?Especialmente porque ela é tão jovem e bonita, quais seriam as consequências se alguém a notasse?Há muitas pessoas ricas com distúrbios mentais no mundo, e as consequências podem ser ainda piores do que ameaças.Por exemplo, há aqueles que gostam das pernas ou cabelos das mulheres.Eles postavam tarefas secretamente e uma cadeia de indústria especializada procura candidatos adequados globalmente.Uma vez identificado o alvo, eles se aproximavamam sob diversas identidades, por exemplo, algumas garotas que têm tinham pouco contato social são eram levadas ao exterior sob o pretexto de namoro e depois vendidas.Algumas são erak vendidas por seus órgãos, co
Patrícia sentia sua mente à beira da loucura, uma sensação perturbadora crescendo em seu coração.— Você a viu? Onde ela está?Nilda acenou para Patrícia com um gesto sutil:— Venha comigo, eu te levo até ela.As palavras dela ecoavam como a tentação de um demônio. Se a criança estivesse com ela, teria sido entregue diretamente a Patrícia, então, por que ela pedia para ser seguida? Patrícia percebeu que havia algo mais em jogo: além da criança, ela também era um alvo. Seria Nilda a manipuladora por trás de tudo? Não, se fosse ela, agiria de modo mais direto e brutal. O sotaque de Nilda era típico do País da Serenidade Azul, mas ela não era de da Cidade A e seu rosto era desconhecido para Patrícia. Não era um velho rancor, mas sim um ressentimento recente.Patrícia tocou na adaga que Raul lhe dera alguns dias atrás, preparada para qualquer eventualidade. Ela manteve uma expressão serena, fingindo inocência:— Sério? A criança está com você? Que alívio, ela é tão pequena, eu temia
Até que ponto ela é era bela? Totalmente sem maquiagem: sem base, contorno, batom ou lápis de sobrancelha para adornápreenchê-la. Sua pele é era branca como a neve e delicada, seus lábios macios naturalmente vermelhos, suas sobrancelhas naturalmente escuras, seu nariz proeminente e seus traços faciais naturalmente profundos e tridimensionais. Mesmo agora, quando Patrícia a observa com frieza, Nilda, ainda que mulher, a considera extremamente bela. Nilda já viu muitas mulheres, mas ainda assim não consegue encontrar alguém que se compare à beleza natural de Patrícia. Não é de admirar que, mesmo com todos os esforços para seduzir, aquele homem não se importava. Tendo conhecido uma mulher tão bela, como ele poderia olhar para outra?Nilda passa a mão pela bochecha de Patrícia:— Que rosto lindo.Patrícia, ao ver a expressão extasiada da mulher à sua frente, percebe que ela não parece estar ali para tirar sua vida, o que é completamente diferente daqueles que vieram para matá-la no pa
Nos últimos dias, a saúde de Teófilo melhorou bastante, exceto por uma tosse persistente.À medida que se aproximavam de chegar à Cidade A, Lucas e Gabriel também desembarcaram secretamente do navio.Por um lado, precisavam enviar de volta os contratos que ele assinara a bordo e lidar com alguns assuntos da empresa.Por outro, queriam organizar tudo para que Patrícia não suspeitasse de nada após o desembarque.Os dias passavam tranquilos, e Davi, como sempre, entregava as refeições diárias a Patrícia sem incidentes.Ninguém esperava que ele fosse acordado apenas ao amanhecer.Alguém bateu à sua porta, uma perturbação a essa hora era incomum. Seria Patrícia?Teófilo empalideceu, ele ainda não tinha trocado de roupa e estava em uma videoconferência.Ele fez um sinal para Davi, que foi primeiro verificar pelo olho mágico.— Não tem ninguém.Ele abriu a porta e espiou para fora, não havia ninguém, apenas uma caixa no chão.— Que estranho, será que é um pequeno presente do serviço de quarto