Quando ele voltou apressadamente ao navio de guerra, Patrícia já estava delirando de febre, claramente com o corpo ardendo em calor, mas murmurando sobre estar frio.O médico militar, com o rosto tenso, disse:— Comandante, já administrei medicamento à Srta. Patrícia, mas ela é muito frágil, se a febre persistir, será muito perigoso.Felizmente, o navio de guerra estava bem equipado com recursos médicos, e Teófilo ficou ao lado dela, apenas esperando que a febre diminuísse por conta própria.Ainda estava escuro lá fora, o céu cinzento, e o som retumbante do mar era claramente audível.Teófilo vestiu suas roupas e se deitou ao lado de Patrícia, olhando para ela com olhos cheios de preocupação.Embora eles passassem todos os dias juntos, ele precisava se passar por outra pessoa o tempo todo, nem mesmo ousava olhá-la diretamente, o que várias vezes levantou suspeitas de Patrícia.Felizmente, sua força mental era forte o suficiente para suportar isso.Ele delicadamente estendeu um dedo par
Naquele momento, um som suave de batidas na porta ecoou, como se um balde de água fria fosse despejado sobre Teófilo. Ele prontamente se afastou de Patrícia, consciente de seu ato! Se aproveitar enquanto Patrícia dormia era impensável. Caso ela acordasse naquele instante, seria impossível explicar.Teófilo se apressou até a porta, com o rosto belamente tingido de nervosismo:— Sim, o que aconteceu?Lucas esfregou os olhos, confuso. Seria sua imaginação, ou o rosto de Teófilo parecia estar vermelho?— É... O médico me pediu para trazer este antipirético. Já pode ser administrado à Sra. Patrícia.— Certo. — Teófilo aceitou o medicamento em silêncio. — E o homem, foi encontrado?— A noite no mar está turbulenta, e os drones estão incontroláveis. Ainda não temos notícias dele, mas fique tranquilo, ele não conseguirá ir muito longe com o menino.— Entendido, me avise imediatamente se houver qualquer novidade.— Claro.Teófilo fechou a porta e retornou ao lado de Patrícia, que ainda não mo
A pequena Joyce não conseguia entender as emoções complexas dos adultos, seus olhos estavam cheios de confusão enquanto sentimentos intensos turbilhonavam no coração de Teófilo.— Querida, você deve ter sofrido muito nestes anos, não é?Sofrimento?Joyce não sabia o que era sofrer, ela só sabia que estar com seu irmão e seu pai era sua maior felicidade.— Você está com fome? – Perguntou Teófilo apressadamente, mandando servir comidas e bebidas deliciosas.Sendo uma criança, os olhos de Joyce imediatamente brilharam.Ela olhou para a mesa cheia de comidas deliciosas e estava prestes a começar a comer quando a luz em seus olhos se apagou novamente:— Irmão.Teófilo estendeu a mão para acariciar a cabeça da criança:— Não se preocupe, eu já mandei buscar seu irmão, logo vocês estarão juntos novamente. Coma agora, seu irmão também terá quando chegar.Dava para ver que a criança estava com muita fome, mas comia devagar, exibindo uma dignidade inata.Embora se parecesse muito com ele, seus m
Patrícia, com uma expressão ansiosa, estendeu a mão rapidamente e agarrou a manga dele.— O que você disse? Ele foi levado, mas para onde?— Srta. Patrícia, por favor, se acalme. Vou explicar tudo com calma. — Ele então mostrou um vídeo de vigilância. — Olhe, foi esse homem que o levou. No entanto, pelo que vi no vídeo, Frederico parecia estar indo voluntariamente. Creio que ele deve conhecer esse homem.Sob a calma de Teófilo, Patrícia finalmente se acalmou e assistiu ao vídeo repetidas vezes.Embora o fundo do vídeo fosse caótico, era claro que o garoto havia ido de boa vontade, e o homem que o levou era Marcos.Ao saber que foi Marcos quem levou a criança, Patrícia se tranquilizou um pouco.Afinal, no meio daquele caos, Marcos não sabia que ela estava no barco, e se ele tivesse pulado para salvar Joyce, poderia ter perdido ambos os filhos.Ele certamente percebeu que alguém já havia saltado para salvar a criança e, como havia embarcado clandestinamente, as consequências de ser desco
O vínculo natural da maternidade era algo que não se poderia romper facilmente, mesmo que Joyce nunca tivesse visto Patrícia antes. Marcos mostrava a eles fotos de Patrícia, onde a mulher nas imagens sorria calorosamente e ostentava cabelos brilhantes. Agora, no entanto, ela parecia muito magra e abatida. Ainda assim, Joyce reconheceu imediatamente que ela era sua mãe. A reação de Patrícia foi a mesma de Teófilo, ela abraçou Joyce firmemente, e as lágrimas não cessaram de fluir. Eram lágrimas de alegria pelo reencontro, e abraçar o corpo da filha fez Patrícia se recordar das adversidades enfrentadas no dia em que ela nasceu. Ela pensou que nunca mais veria sua filha nesta vida, mas agora a menina havia crescido tanto, era tão suave, como não se emocionar? Joyce ficou ainda mais confusa, se lembrando que aquele tio simpático que a abraçou dias antes também chorou incessantemente. Por que sua mãe estava chorando agora? Ela não entendia.Com delicadeza, Joyce enxugava as lágrimas
Ao perceber que poderia trazer infortúnio para as pessoas ao seu redor, Patrícia apertou mais forte a mão do filho. A criança foi difícil de encontrar, e desta vez, a qualquer custo, ela tinha que protegê-lo. Saber que eles ainda estavam vivos trouxe a Patrícia uma sensação de alívio. Agora, ela precisava cuidar bem de sua saúde e investigar a verdade discretamente. Enquanto o assassino estivesse solto, teria que se esconder. A mera exposição de seu rosto colocaria a ela e seus dois filhos em risco. Mas por que deveria se ocultar se não tinha cometido nenhum erro? Ela era inocente, por que seus filhos deveriam viver escondidos como ratos de rua?O verdadeiro culpado era o vilão que havia arruinado seu casamento, trazido desgraça à sua família, separado seus filhos e a feito perder tudo. A morte de Suzana não foi esquecida por Patrícia, que jurou encontrar essa pessoa e fazer com que ele sofresse milhares de vezes mais do que todo o sofrimento que ela enfrentou. Teófilo, diante
Patrícia franzia a testa, preocupada principalmente com Frederico. Embora Marcos estivesse próximo, a fuga havia sido tão apressada e sob uma chuva torrencial, que algo ruim poderia ter acontecido? Ela sabia que se preocupar não resolveria nada, as coisas já estavam feitas, e ela, de volta à Cidade A, não conseguiria contatar Marcos tão cedo.— Bem, então vamos ficar aqui por um tempo.Com o filho em seus braços, era certo que Marcos encontraria uma maneira de contatá-la, mas, no momento, o mais importante era cuidar de sua própria saúde.Joyce era uma criança muito bem-comportada, resistente e nada exigente com a comida, sem nenhum dos caprichos ou travessuras típicos de sua idade.Patrícia, embora feliz em passar os dias com ela, sentia mais compaixão do que alegria. Uma criança tão comportada carregava um coração com lembranças dolorosas, como poderia ser tão sensata sem ter enfrentado dificuldades? Quanto mais desafios uma criança supera, mais comportada ela se torna.Patrícia
Patrícia se perdia em pensamentos, sua mãe havia partido quando ela ainda era pequena, e ela cresceu em uma família monoparental. Seu pai sempre foi excepcional, ensinando ela a ser educada, generosa, radiante e bondosa, tanto na vida quanto emocionalmente. No entanto, havia muitas situações que o pai não podia compensar, como nas corridas de pais e filhos na escola, que geralmente requeriam a presença de ambos, mãe e pai. Desde pequena, sempre que via outras crianças acompanhadas por suas mães, desfrutando das refeições que elas preparavam ou vestindo as roupas que escolhiam, ela sentia uma inveja secreta daqueles que tinham mães. Em sua mente, ela sempre acreditou que, se tivesse seus próprios filhos, seria uma mãe responsável e amorosa, jamais permitindo que experimentassem uma família monoparental como a dela.Quando conheceu Teófilo pela primeira vez, ela gostou dele de imediato, e o sentimento foi recíproco desde o início. Patrícia pensou que ele era um homem bom e confiável