"Patrícia, você deveria morrer."Essa frase invadiu a mente de Patrícia, onde ela se via humilhada e Teófilo elevado. Havia um pingo de confiança em seu rosto? O olhar dele para ela era como se estivesse olhando para algo descartável. O que ela poderia ter feito de tão horrível para ele a odiar tanto? Só de pensar nisso, uma dor intensa atingia sua cabeça, causando uma agonia profunda.- Paty, o que foi? Seu estômago está doendo de novo?Teófilo, ansioso, segurou sua mão perguntando. Patrícia, com esforço, levantou os olhos para ele, segurou o pulso dele com a mão oposta, com um olhar cheio de frieza:- Patrícia, você realmente deveria morrer. - A expressão no rosto de Teófilo congelou, e no segundo seguinte, Patrícia soltou sua mão. - Você não quer que eu morra? Então está bem, vou parar o tratamento, e em breve vou morrer como você deseja.Claramente, Patrícia se lembrou de algo, e Teófilo, assustado e inquieto, enfrentava o desfecho que mais temia.- Paty, tivemos alguns mal-en
No meio do caminho, Patrícia tentou aproveitar um momento de distração de Teófilo para se libertar. No entanto, à medida que o efeito do medicamento começou a surgir, ela se encontrou incapaz de se soltar. Em vez disso, se sentiu tonta, nauseada e como se toda a sua energia tivesse sido drenada. Teófilo prontamente a ajudou a se deitar:- Paty, não se mexa.Naquele momento, ela mal tinha energia para se mover, qualquer movimento a deixava extremamente tonta, então ela só conseguia manter os olhos fechados para aliviar o desconforto. O processo de quimioterapia é muito mais longo do que uma infusão normal. Somente quando a noite caiu é que a última garrafa estava quase terminando.Durante todo esse tempo, Teófilo ficou ao lado dela, paciente, nervoso e preocupado, temendo que ela não resistisse ao efeito do medicamento antes de terminar. Felizmente, embora Patrícia estivesse fraca, ela conseguiu receber a última garrafa. Agora, ela não ousava se mover, a sensação familiar a invadia
Teófilo tinha acabado de pegar no sono quando ouviu um barulho. Ao levantar a cabeça, viu Patrícia caindo no chão. Ele foi rápido e a segurou em seus braços.- Está tudo bem, Paty? - Apesar de já a ter em seus braços, Teófilo ainda sentia um frio na espinha.O estado de saúde de Patrícia já não podia ser comparado ao de uma pessoa normal, qualquer pequena queda poderia causar a ela danos irreversíveis. Patrícia estava pálida como papel:- Eu...Ela realmente não tinha energia para ficar zangada com Teófilo, mal conseguia falar uma palavra sem sentir uma imensa dificuldade, quase asfixiando.- O que foi? Está com sede ou fome? Me diga o que precisa.Com dificuldade, Patrícia disse:- Você pode chamar uma enfermeira para mim?Imediatamente, Teófilo entendeu e rapidamente levou Patrícia ao banheiro, onde ela o expulsou de forma constrangida. Teófilo ficou esperando do lado de fora, ligou para Tamires vir ajudar e preparou o café da manhã.Patrícia fez sua higiene matinal com o pouco de
Percebendo a hesitação nos movimentos de Teófilo, Patrícia perguntou casualmente:- O que aconteceu?- Não é nada. - Respondeu ele, manuseando seus gestos de forma ainda mais delicada, quase sem ousar aplicar força.Ainda assim, o cabelo que tinha que cair, cairia.Teófilo finalmente compreendeu por que, dois anos atrás, Patrícia havia preferido cortar o cabelo curto.Naquela época, quando ela estava mais vulnerável, ele não pôde estar ao seu lado, mas desta vez, Teófilo prometeu ficar com ela, aconteça o que acontecer.Ele passou a mão pelo cabelo dela suavemente mais algumas vezes, cobriu ela com um casaco e a acomodou na cadeira de rodas para levá-la para fora. Antes de sair, pediu que trocassem a roupa de cama.Toda mulher adora cuidar da própria aparência, ele se lembrou de como Patrícia amava seu cabelo longo nos bons tempos.Naquela época, ela usava vestidos simples e prendia o cabelo com um pino.Ele ainda se lembrava claramente da expressão orgulhosa no rosto dela ao dizer que
Tamires estava por perto e, percebendo que algo estava errado, rapidamente se aproximou para empurrar Patrícia para longe.Antes de saírem, ela lançou um olhar insatisfeito para Teófilo, se questionando sobre que peça ele estava tentando encenar agora.Justo quando a relação entre os dois começava a melhorar um pouco, ele conseguiu criar um ambiente tenso novamente.Gabriel se aproximou e disse: - Presidente Teófilo, você não pode se precipitar, quanto mais apressado, mais propenso a erros.Teófilo suspirou: - Eu tenho medo de que Paty perca a vontade de viver, eu queria que ela tivesse uma razão para querer sobreviver, pensei que ver Diego despertaria o amor materno subconsciente, mas as coisas não saíram como esperado.- Presidente Teófilo, é melhor desistir, a Sra. Patrícia já está assim, realmente não pode ser mais estimulada, podemos falar sobre Diego mais tarde.- Só me resta aceitar.Teófilo se agachou e levantou Sarah nos braços, embora ele detestasse Mariana intensamente, es
Tamires começou a falar, tentando aconselhar Patrícia, mas ela fez um gesto com a mão, interrompendo:- Eu quero descansar um pouco. Não deixe aquela pessoa entrar. Eu não quero vê-lo.- Está bem...Tamires cobriu Patrícia com um cobertor e saiu. Do lado de fora, Teófilo segurava Diego, cujas grandes lágrimas rolavam pelo rosto, conferindo a ela uma aparência particularmente miserável.- Papai, eu quero a mamãe. - Disse Diego, agarrando o colarinho de Teófilo com voz triste.Diego estava prestes a completar três anos e já expressava claramente seus sentimentos. Havia muito tempo que ele não via sua mãe e o pequeno não compreendia por que, de repente, ela se tornara tão hostil, quando antes sempre o abraçava. Ele apenas desejava um abraço da mamãe.Teófilo o segurava com um braço, exibindo uma expressão indescritivelmente triste:- Mamãe está doente, por enquanto ela não pode te abraçar.- Doente? - Os olhos redondos de Diego giravam em confusão. - É mesmo?Então, ele imitou o som de t
Patrícia respondeu distraidamente:- Provavelmente não havia mesmo outra opção, caso contrário, quem se daria ao trabalho de roubar flores até de um hospital?- Creio que há muitas pessoas estranhas por aí, até mesmo os princípios morais mais básicos se perderam, Srta. Patrícia. Descanse bem.A enfermeira-chefe fechou a porta ao sair e, pouco depois, Patrícia começou a sentir sono, como se ouvisse a porta abrir novamente. Estava sonolenta e não deu muita importância.Ela não ouviu passos, mas sim um som de fricção ao lado, parecido com o de um pequeno rato furtivo. De repente, algo foi colocado sobre sua cabeça. Não era o médico?Patrícia abriu os olhos e se viu encarando grandes olhos redondos. O rosto delicado de Diego se ampliou ao ver Patrícia acordada, e ele parecia envergonhado.- Mamãe, a coroa de flores.Diego lutava para ajustar a coroa de flores com suas pequenas mãos ainda rígidas.- É você - Disse Patrícia suavemente, seu olhar pousando na coroa de flores nas mãos de Die
Diego agora estava consciente e, após ser atingido, sua primeira reação não foi chorar, mas sim ficar confuso. Ele não sabia o que tinha feito de errado para que Mariana o tivesse agredido. Logo, uma marca de mão apareceu em seu pequeno rosto, e o lado direito rapidamente ficou inchado e vermelho.Após a explosão de fúria, Mariana sentiu uma repentina culpa e rapidamente abraçou o filho:- Diego, mamãe te machucou? Não foi de propósito.Ela odiava profundamente Patrícia, mas a ideia de que Patrícia logo perderia a vida a fazia se sentir melhor. Um brilho de animação passou por seu rosto:- Aquela mulher vai morrer logo, isso é ótimo! Diego, nós teremos nosso pai de volta, você é tão parecido com ele, precisa agradá-lo bem, para que ele cuide bem de nós dois.Depois de passar por tantas dificuldades, a sanidade de Mariana ficou bastante abalada, ela ria e chorava em momentos alternados, com uma expressão maníaca, deixando Diego cada vez mais assustado com essa mulher. Os olhos grand