Ricardo não sabia o que estava acontecendo do lado de Agatha, mas era claro que Félix já se considerava o herdeiro da família Amaral. - Sra. Agatha, você e meu pai já estão divorciados há muito tempo, e tecnicamente, você não faz mais parte da família Amaral. A família Amaral sustentou você por muitos anos, o que já é mais do que suficiente. - Félix fez uma pausa antes de continuar. - Agora que minha mãe voltou, ela é a legítima esposa da família Amaral. Se eu fosse você, sairia daqui para evitar constrangimentos. Valéria interveio: - Félix, como você pode falar assim com a Sra. Agatha? Valéria então disse a Agatha: - Irmã, esse menino foi mimado por mim desde pequeno. Não leve a sério o que ele diz. Esta é a sua casa, e você pode ficar aqui quanto tempo quiser. Ninguém vai te expulsar. As palavras de Valéria, embora externamente gentis, realçavam seu próprio status. Desde que pudesse entrar com sucesso na família, ela teria muitas oportunidades de se mostrar generosa na fren
Valéria já havia percebido que aquele era o quarto principal, mas após ouvir Jacarias, o mordomo, fingiu inocência:- Desculpe, eu não sabia que era o quarto da minha irmã; pensei que estivesse desocupado, pois tem uma vista linda do lago e uma ótima iluminação.Félix respondeu:- Não tem problema, mãe. Se você gosta do quarto, pode ficar nele. A partir de agora, você será a senhora da família Amaral e poderá escolher qualquer quarto que quiser.Então Félix se virou para Felipe e disse:- Não é, pai?Felipe, levantando uma sobrancelha, não concordou desta vez e olhou para o quarto, que era idêntico ao de antes. Era o quarto de núpcias que Agatha tinha decorado pessoalmente para ele, e lembranças do passado começaram a surgir em sua mente.Felipe disse:- A mansão é tão grande e tem tantos quartos vazios. Se você quer ver o lago, pode fazê-lo do andar de cima. Não é conveniente ocuparmos o quarto de outra pessoa.Mas Félix, mudando sua atitude obediente anterior, se tornou muito arroga
Ninguém sabia melhor do que ele o quanto era persistente o sentimento de Agatha por ele. Até hoje, Felipe se lembra da expressão dela quando, a expressão dela ao mostrar as antiguidades e porcelanas que havia adquirido em leilões por todo o mundo.Agatha, com sua arrogância inata, fazia um esforço enorme para se conter por causa dele, mas ainda assim não conseguia disfarçar o sorriso que lhe escapava pelos cantos da boca."- Felipe, dê uma olhada, este é um quadro do Sr. Sandro, foi difícil conseguir arrematá-lo.""Naquela época, Agatha possuía olhos que brilhavam como estrelas, e um orgulho que parecia a luz do sol. Quando foi que ela começou a mudar?""O que antes era amor agora se transformou em aversão, sem qualquer vestígio de paixão em seu olhar ou expressão, ela até mencionou casualmente que venderia tudo a preços baixos."- Agatha! - Exclamou Felipe, furioso.Agatha olhou para ele com preguiça: - Algum problema comigo vendendo minhas coisas? - Antes que Felipe pudesse respond
Agatha e Patrícia formavam um contraste discreto com Valéria e seu filho, que inicialmente se mostrava um pouco tensa. Aproveitando um momento de privacidade, Valéria sussurrou: - Filho, como você conseguiu convencer Ricardo? Ninguém entendia melhor do que Valéria quão teimoso Ricardo poderia ser, um homem que não se dobrava, nem mesmo a estratégias amenas ou pressões intensas, um homem que poderia até renunciar ao próprio filho, como Félix havia conseguido isso com apenas algumas palavras? Félix respondeu: - Mãe, eu tenho meus métodos. Fique tranquila, como a nora da família Amaral, a partir de agora você é a senhora desta mansão. Com a confirmação dele, Valéria se sentiu muito mais audaciosa. Para testar as palavras de Félix, ela instruiu o mordomo Jacarias, consciente de que ele representava a vontade de Ricardo. Quando até o mordomo seguia suas ordens com respeito, Valéria se sentiu segura para causar confusões, assumindo por completo o ar de uma senhora da casa, agindo
Teófilo, com um olhar frio e assustador, declarou:- Finalmente te peguei. - O homem, instintivamente, tentou morder, mas Teófilo rapidamente enfiou a coronha da arma em sua boca, dizendo com uma voz fria e incisiva. - Pensou mesmo que conseguiria se envenenar para morrer? Isso jamais acontecerá!Quando o homem tentou reagir levantando a mão, seu cotovelo se chocou violentamente contra o peito de Teófilo.Embora Teófilo já tivesse sido superado algumas vezes, ele estava preparado desta vez e não lhe deu chance alguma.Era feroz, mas Teófilo era ainda mais. No escuro, se ouvia apenas o som dos ossos se deslocando, enquanto Teófilo bloqueava seu movimento e quebrava seu pulso.Após algumas trocas de golpes, o homem estava sob controle de Teófilo, e talvez nunca entendesse por que um presidente teria tais habilidades marciais, claramente as de um assassino, e como ele conseguira escapar de tal enrascada!O homem ainda tentou usar a outra mão para pegar seu celular e avisar alguém, mas Teó
Para pessoas como ele, a morte e a dor não são temidas, apenas o medo de perder a consciência o perturba. A luz intensa brilhava no rosto de Ademir, evidenciando o suor espesso que cobria sua testa.Quando a injeção gelada perfurou sua pele, foi como se uma formiga o tivesse picado, embora as veias em suas mãos se destacassem enquanto ele cerrava os punhos, lutando para se libertar.Teófilo o observava com frieza:- Você vai falar agora ou vai falar sem dignidade em breve? Para quem você tem trabalhado todos esses anos? Quem te mandou machucar meu filho e a Paty? Pela nossa profissão, eu poderia permitir que você morresse com dignidade.Ademir engoliu em seco:- Pode esquecer, mesmo que você me mate, eu não vou falar. Essa tática pode enganar outros, mas não a mim.Ele tinha uma forte consciência contra vigilância e sua resistência psicológica era muito superior à das pessoas normais.- Muito bem, eu tenho todo o tempo do mundo para esperar o efeito da droga. - Teófilo voltou a seu as
- Não vá! - Ademir gritou, mas o outro simplesmente não podia ouvir.Teófilo riu levemente:- Ele é um homem tão inocente, apesar de ter perdido ambos os pais e não saber que você, seu irmão, ainda está vivo. Ele sempre foi tão positivo, enfrentando cada dia com entusiasmo. E agora, por sua causa, ele pode desaparecer, é realmente doloroso pensar nisso.Os olhos de Ademir estavam vermelhos de raiva, e ele já não estava mais calmo como antes.Ele gritou para Teófilo:- Se você tem algo contra mim, venha, me mate ou me esfolhe, eu aceito, mas ele não sabe de nada disso!Teófilo segurou o colarinho dele e zombou:- Então por que você não vem até mim? Por que você tem que machucar uma criança? Meu filho já sabe de tudo? Agora é sua vez de passar por isso, agora você sabe o que é dor? - Teófilo fez uma pausa e continuou. - Como você pôde machucar meu filho que é tão pequeno? Paty estava grávida, como você pôde tratá-la assim na chuva torrencial? Como você pode pedir minha misericórdia, mas
A voz de Teófilo soava como um chamado mortal. O telefone estava ao seu ouvido, e ele conseguia ouvir os passos apressados do jovem correndo."- Cláudia, por favor, não cometa nenhuma loucura. Onde você está?"- Pare, Dario, pare! - Gritava Ademir, exausto.O jovem, de repente, parou e disse:"- Acho que ouvi algo. Você ouviu?""- Agora não é hora para isso, ainda não encontramos minha irmã.""- É verdade."O jovem saltou a cerca, pensando que Cláudia estivesse do outro lado, mas ao chegar lá, percebeu que não havia ninguém.O local onde ele estava agora tinha apenas uma plataforma de quinze centímetros de largura, e um pequeno descuido poderia fazê-lo cair do quinquagésimo andar e se espatifar no chão.O jovem ainda não havia percebido que algo estava errado:"- Não tem sua irmã aqui, você se enganou?"A expressão do homem subitamente ficou sombria, quase diabólica:"- Não há erro. Eu nunca tive uma irmã. Desde o início, a pessoa que eu estava procurando era você."O jovem, que nunca