Agatha empurrou a porta do quarto e viu Patrícia na cama, de olhos fechados e com as sobrancelhas profundamente franzidas.Ela suspirou resignadamente:- Coitada da criança.Teófilo herdou a paranoia de ambos, dela e de Felipe, e Agatha se questionava se ser amada por ele era uma bênção ou uma maldição.- Não! - Patrícia despertou de um pesadelo.Ao abrir os olhos, em vez de Teófilo, ela viu Agatha e, suando profusamente, se sentiu deslocada:- Mãe.Agatha falou:- Patrícia, sou eu, vim ver como você está. Está tudo bem?- Estou bem. - Respondeu Patrícia, cobrindo a cabeça. - Só tive um pesadelo.- Que tipo de sonho?Patrícia não conseguiu descrever o sonho exatamente; se lembrava apenas de que era muito confuso e cheio de sangue, mas ela não conseguia identificar claramente os rostos das pessoas.Mas podia sentir o sangue de alguém em seu rosto, tão real que parecia ter vivido aquela experiência, com corpos espalhados pelo chão, misturados à chuva, e o sangue escorrendo pelo solo, se
- Presidente Teófilo, recebemos a mensagem de captura, podemos agir agora! Espere só enquanto trago aquela pessoa. - Lucas estava visivelmente animado, se apressando para dentro com seus homens.Teófilo, embora tivesse planejado meticulosamente os eventos de hoje, se sentia inquieto ao observar o entusiasmo de Lucas, chegando a sentir um arrependimento sutil no fundo do coração.Ele estendeu a mão, querendo instintivamente parar Lucas.Fernando, que havia machucado as pernas e os pés alguns meses atrás, embora estivesse melhor, ainda não estava completamente recuperado, se tornando inconveniente para ele participar de tal ação agora.Percebendo a expressão peculiar no rosto de Teófilo, Fernando perguntou preocupado:- O que há de errado, Presidente Teófilo?Teófilo respondeu:- Não tenho um bom pressentimento.- Não se preocupe, Presidente Teófilo, Gabriel é sempre muito cuidadoso. Hoje, fizemos de propósito para que eles pensassem que caímos em uma armadilha, não deveria haver problem
Patrícia estava jantando e não tinha ideia do que estava ocorrendo. Mesmo faminta, se sentia inquieta desde o início, deixando a colher cair no chão com um som estilhaçante. Patrícia se abaixou instintivamente para pegá-la, quando Agatha interveio: - Deixe isso, deixe que a empregada pegue. - Antes de terminar a frase, um caco de porcelana cortou seu dedo, fazendo com que gotas de sangue caíssem sobre os fragmentos brancos. - Pare com isso. Agatha acenou para a empregada vir e fazer um curativo, enquanto Patrícia observava o sangue, distraída: - Quanto tempo faz que o Teófilo saiu? - Não se preocupe, ele deve voltar logo. - Agatha tentava consolá-la, quando o celular sobre a mesa tocou. - Vou atender. Agatha deixou Patrícia e atendeu o telefone. Não se sabe o que foi dito do outro lado, mas a sempre calma Agatha mudou sua expressão e se levantou rapidamente. - Entendi, vou enviar mais pessoas agora. A inquietação de Patrícia cresceu: - Mãe, o que aconteceu? - Não é
Patrícia imediatamente sentiu como se tivesse sido atingida na cabeça por um golpe, recuando vários passos e mal conseguindo se manter de pé, se apoiando na borda da mesa, com as pernas trêmulas.- Paty, nada é absoluto, estou apenas analisando a situação do ponto de vista de uma pessoa comum, considerando a onda de calor da explosão e os gases tóxicos. Uma pessoa normal certamente não sobreviveria. - Explicou Ricardo, pausando antes de continuar. - Mas Teófilo não é uma pessoa normal; ele passou por treinamentos profissionais e já enfrentou diversos desafios extremos. Devemos acreditar nele; ele não se deixará vencer, certamente sobreviverá.Ricardo explicou isso de forma sensata a Patrícia, que, pensando no telefone que não atendia, encontrava dificuldade para se acalmar.- Então, qual é a situação agora? - Perguntou Patrícia.- Ele está temporariamente desaparecido. Nem eu nem você recebemos informações precisas. A explosão afetou uma área muito grande, e o local é uma fábrica aband
Após tomar o remédio, Ricardo percebeu que seu coração não batia tão rápido. Teófilo não era uma pessoa desinformada; sempre teve experiência naquela área, e Ricardo também acreditava que ele certamente sobreviveria, mas... Ricardo fechou os olhos e conseguiu visualizar a cena do fogo cobrindo o céu, diante de um desastre tão grande, o ser humano é completamente impotente, como durante uma avalanche, onde nenhuma habilidade importa. O mordomo Jacarias, ao ver seu rosto cansado, se apressou em consolá-lo: - Ricardo, não se preocupe tanto. O fogo ainda não foi controlado no local, e há gases nocivos por toda parte. Nossas equipes já foram buscar o Sr. Teófilo, logo teremos notícias. Ricardo se reclina na cadeira de vime, com as mãos sobre a testa: - Se Teófilo realmente morreu, como vou explicar isso à avó dele quando eu morrer? O mordomo Jacarias, ao lado, observava os cabelos grisalhos de Ricardo, sentindo pela primeira vez que Ricardo realmente havia envelhecido. Ele s
Sob a luz do fogo, o oceano parecia um monstro rugindo.Tamires relatou a situação:- Sra. Agatha, nossos homens ainda não tinham se aproximado quando já ouvimos explosões vindas da direção do Sr. Teófilo. No meio do fogo, também ouvi tiros. Quando corremos para lá, a situação já estava fora de controle. Não tínhamos máscaras de gás, e o fogo era intenso. Além disso, havia atiradores de elite à distância, então...Os olhos de Tamires estavam cheios de remorso. Nem ela nem Teófilo esperavam que o adversário fosse tão cruel e meticulosamente preparado, não deixando chance para reação, eles se aproveitaram do desejo de Teófilo de prender alguém vivo para preparar uma armadilha.Agatha falou seriamente:- Ouvi dizer que, alguns meses atrás, eles mobilizaram centenas de mercenários de elite para assassinar Paty. Agora que Paty está fora do país, não só descobriram rapidamente sua localização como também prepararam tudo em tão pouco tempo. Quem é essa pessoa, afinal?Tamires respondeu:- Qu
- Pai, ouvir sua voz ainda tão forte me tranquiliza. - A voz de Felipe ecoava calma pela sala.Ele já havia visitado algumas vezes nos últimos anos, e sempre era mandado embora.Por orgulho, ele relutava em vir, não como hoje, com uma postura tão assertiva que até os seguranças hesitavam em agir precipitadamente.Todos sabiam que Felipe era o único filho de Ricardo; se ele voltasse para ficar, quem ousaria ofendê-lo?Desta vez, ele não só veio, como também trouxe Valéria e Félix, todos juntos.Patrícia colocou a tigela que mal havia tocado de lado, observando os três, por um momento não soube se ela e Agatha eram a piada, ou se Felipe, Valéria e Félix eram.Vendo que ela largara a tigela, Agatha aconselhou: - Continue comendo, não deixe que pessoas desavergonhadas como essas afetem seu humor.Mesmo com a rivalidade chegando à sua porta, Agatha mantinha a calma.Patrícia tomou mais alguns goles, afinal, essa era uma rixa da família Amaral, algo que pouco dizia respeito a ela, uma mulhe
Félix apoiava Ricardo como se nada estivesse acontecendo, mostrando uma expressão carinhosa e dizendo:- Vovô, o que papai disse está correto, não importa se você me reconhece ou não, isso não muda o fato de que todos nós somos uma família.Valéria falou:- É, pai, o Felipe realmente foi muito impulsivo naquela época, mas ele já reconheceu seus erros ao longo dos anos e veio hoje especialmente para se desculpar com você. Por favor, perdoe-o.Veja esse comportamento de usar os laços familiares para agradar, é óbvio que vieram preparados hoje, Patrícia também começava a se acalmar, Teófilo tinha acabado de sofrer um incidente, e eles chegaram imediatamente, isso foi uma coincidência ou um acidente planejado?Ricardo claramente não estava se sentindo bem, parecendo fraco e até sem forças para xingar.Agatha, que havia ficado em silêncio, disse friamente:- Vocês são surdos ou burros, não entendem o que o Sr. Ricardo está dizendo? Felipe, se eu não me engano, você havia dito que nunca mais