Lucas coçava a cabeça, sem conseguir entender. Como uma árvore saudável de repente poderia se tornar um incômodo para Teófilo?"Será que ele bateu em uma árvore enquanto passeava?"Teófilo não é uma pessoa que falha em observar ou que se preocupa com pequenezas. Até uma criança não teria ressentimentos contra uma árvore, certo?Isso definitivamente não condiz com o caráter de Teófilo. Já ouvi falar de pessoas que guardam rancor, mas nunca contra uma árvore.Gabriel, preocupado, rapidamente puxou Lucas para o lado e sussurrou:- Faça o que te mandaram, e pronto. não percebeu que o Presidente Teófilo está de mau humor? As pessoas estão evitando cruzar o caminho dele, e você ainda quer procurar encrenca.- É estranho, sim. Patrícia já voltou para ele, ele deveria estar muito feliz. Por que ele se incomodaria com uma árvore no meio da noite?- Fale menos, faça mais.- Tá bom, vamos começar, mas estou curioso para ver se essa árvore é mesmo tão mágica quanto dizem.Lucas, carregando uma pá,
Todos ao redor ficaram atônitos, esse Teófilo parecia uma pessoa completamente diferente da imagem que tinham dele.Ninguém conseguia entender por que ele tinha um conflito com uma árvore.Entre trovões estrondosos, faíscas saíam da motosserra que ele manuseava.- Gabriel, você viu aquele raio? Estou com medo de que atinja o presidente Teófilo. Será que foi novamente instigado pela Patrícia?Gabriel respondeu com uma expressão fria:- Não sei se foi uma provocação de Patrícia, mas com certeza está relacionado a ela. Estou realmente preocupado com a condição do presidente Teófilo.- Sim, o Teófilo de antes nunca demonstrava seus sentimentos, era difícil para os outros perceberem sua alegria ou raiva. Após esses incidentes, seu estado mental se tornou muito instável, temo que ele acabe como a Patrícia...- Com Patrícia ao seu lado, pelo menos ele consegue manter a calma. Estou um pouco receoso que, se ela o deixar, o presidente Teófilo não conseguirá manter a serenidade e perderá o contr
O quarto enorme estava iluminado apenas por um abajur. Patrícia, vestindo apenas uma camisola fina e descalça, estava encolhida num canto.Seu rosto estava coberto de terror e Teófilo, com o coração apertado, correu até ela rapidamente.- Paty, o que aconteceu?Como se tivesse encontrado sua última esperança, Patrícia se lançou nos braços de Teófilo. Teófilo viu as marcas de lágrimas úmidas em seu rosto e sentiu uma dor aguda no coração.- Não chore, eu voltei.Ele ainda estava com vestígios de umidade em sua roupa, Patrícia não se importava, agarrando os braços de Teófilo:- Me diga, como nosso filho morreu?- Por que você voltou a falar do nosso filho? - Teófilo gentilmente enxugou as lágrimas de seu rosto.- Eu acho que vi alguém pulando de um lugar muito alto.Enquanto a consolava, Teófilo batia em suas costas:- Naquela noite, havia relâmpagos e trovões, e a chuva estava forte, a estrada estava muito ruim, o carro perdeu o controle na estrada de montanha e foi parar no mar, é essa
Patrícia estava começando a se acostumar com os dias sem memória, embora seu coração se sentisse frequentemente vazio, e, às vezes, ela se pegava olhando fixamente para algum lugar, perdida em pensamentos. Teófilo, por outro lado, amava ela profundamente, provando que o amor poderia derreter qualquer barreira. Patrícia contava os dias até a viagem ao exterior com Teófilo, se lembrando de que costumava viajar pelo mundo durante as férias. Ela havia visitado muitos lugares, mas, infelizmente, agora não se lembrava de nada.Ela estava ansiosa pela vida no exterior, parecia que seu verdadeiro desejo não era permanecer naquela cidade. Antes de partir, quis prestar homenagem aos seus entes queridos, sem saber quando poderia voltar. A cidade A, ao entrar no inverno, estava quase totalmente coberta de neve, o clima era frio e as estradas, muito escorregadias. Envolta em um casaco grosso, Patrícia estava protegida contra o frio. As montanhas eram difíceis de escalar e Teófilo estendeu a m
O homem que antes era tão paciente com ela agora parecia não querer se demorar, apressando ela, ele disse:- É apenas o túmulo de outra pessoa, não há nada para ver. Vamos embora.Patrícia pensou que não era correto falar assim, mas mesmo assim, olhou mais um pouco.- É estranho, se ela não se chamasse Isabela, eu poderia pensar que era uma parente dos Amaral. - Patrícia repetiu para si mesma. - Isabela, por que esse nome me soa tão familiar? Teófilo, eu a conhecia antes?Este túmulo foi restaurado para Isabela depois que confirmaram que Rafaela não estava morta. Todas as informações foram alteradas para Isabela. Patrícia não imaginava que sua obsessão fosse tão profunda.Teófilo, tentando manter a calma, respondeu vagamente:- Não, você não a conhece.Patrícia olhou mais algumas vezes antes de desviar o olhar:- Devo estar pensando demais, é normal haver pessoas parecidas no mundo. Vamos embora.Teófilo pegou o casaco e o colocou sobre ela, com um olhar cheio de ternura:- Sim, a nev
Patrícia não sabia quais eram os planos de Teófilo, apenas deixou que lhe aplicassem diferentes tipos de maquiagem no rosto. De vez em quando, ainda se ouviam elogios:- Nossa, a pele da senhorita é tão delicada, dá para ver que foi muito bem cuidada pelo presidente Teófilo.- Não só a pele, esses traços faciais... vocês encontram algum defeito? Na minha opinião, já maquiei muitos artistas, e sejam eles naturalmente belos ou não, é difícil encontrar alguém tão perfeito.Patrícia, um pouco atordoada com os elogios, perguntou timidamente:- Então, para onde exatamente vou me vestir assim?O maquiador pareceu surpreso:- O presidente Teófilo não te disse? Melhor nós não falarmos muito para não estragar a surpresa dele.Gabriel já havia instruído a todos para não falarem demais. Os maquiadores, não sabendo o que poderiam ou não dizer, fecharam a boca e continuaram a embelezar Patrícia em silêncio.De repente, uma voz estridente ecoou do lado de fora:- Eu peguei um avião especialmente par
Patrícia não percebeu sequer uma onda de emoção nos olhos dele. Refletindo sobre a arrogância daquela mulher, entendeu que ela também não deveria ser uma pessoa fácil de lidar.Teófilo, percebendo que ela poderia estar pensando demais, fez algo raro, ele quase nunca se explicava. Se agachou diante dela, segurando suas mãos nas dele, num gesto de proximidade e cumplicidade. Mesmo agachado, seu porte ainda a sobrepunha, mesmo com Patrícia sentada.No entanto, Teófilo não se importava, ele ergueu seu queixo, com uma expressão séria e concentrada:- Paty, quando eu era pequeno, morei na casa da minha tia. Luana e a família Soares eram muito próximas e nos encontrávamos durante as festas, só isso.Vendo o quanto ele estava sério, Patrícia se sentiu até um pouco constrangida:- Eu nunca duvidei de você, Teófilo.Ele segurou a mão dela com firmeza, garantindo:- Não quero que você se sinta incomodada por pessoas que não têm importância. Se isso acontecer, você precisa me contar.Essa garan
Ela não era tola, apenas tinha perdido a memória temporariamente. Como poderiam jornalistas aparecer de repente em um corredor que havia sido cuidadosamente inspecionado antes? E aquela mulher, com maquiagem impecável e vestido elegante, como poderia tropeçar tão facilmente de salto alto? Evidentemente, tudo havia sido cuidadosamente arranjado por ela.Embora o plano fosse simplório, se mostrava eficaz. No entanto, Patrícia não conseguia entender por que alguém utilizaria tal estratagema contra Teófilo, que, apesar de sua nobre linhagem, era apenas um alto executivo."Como ele reagiria ao gesto da mulher se jogando em seus braços?" Patrícia descobriu que não estava tão perturbada quanto esperava, na verdade, permanecia bastante calma, aguardando a resposta de Teófilo.Quando uma mulher delicada tropeça, qualquer pessoa, especialmente um homem, teria o instinto de ampará-la. Teófilo, contudo, estava ao telefone quando tudo ocorreu, sua alta estatura se destacando contra a luz, se m