Patrícia recuou instintivamente, mas esqueceu que atrás dela estava o armário aberto, confinando ela em um espaço ainda mais apertado.Suas mãos encontraram o peito de Teófilo e seu rosto se tingiu de vermelho.O que a perturbava era a impossibilidade de pegar seu celular para consultar amigos online sobre o que fazer naquela situação.Teófilo, com delicadeza, tocou a ponta do nariz dela:- Está frio lá fora, você deveria se agasalhar melhor.Após essas palavras, ele soltou ela e recuou, e Patrícia inalou profundamente o ar fresco que há tempos não sentia:- Certo.Ela suspirou aliviada, pensando que ele poderia ter tentado algo mais.Teófilo já havia saído do closet:- O café da manhã está pronto.- Estou indo.Quando o rubor em seu rosto se dissipou, Patrícia desceu apressadamente as escadas para tomar café e, em seguida, saiu com Teófilo.Ao ver o carro luxuoso estacionado do lado de fora, ela engoliu em seco:- Esse carro é seu?- O que é meu é seu.Patrícia entrou no carro ainda r
O resultado foi completamente diferente do que Patrícia esperava, os itens deixados pelo seu pai eram, de fato, tesouros preciosos para ela, embora sem grande valor financeiro.Isso não tinha relação alguma com as análises dos internautas, aquele homem definitivamente não estava atrás de seu dinheiro.Então, o que mais ela poderia oferecer que fosse de interesse dele?Após muito tempo na Casa dos Bastos, Patrícia ainda não conseguia se lembrar de nada.Antes de partir, Branquinha a seguiu. Ela estava prestes a dizer que levaria Branquinha consigo, mas hesitou antes de falar, como se uma voz em seu subconsciente lhe dissesse que Teófilo não gostava de gatos.- O que foi?Patrícia olhou para a gata aos seus pés:- Posso levá-la comigo?Branquinha já estava bem velho e não viveria muito mais, Patrícia desejava ficar ao lado dela até o fim.Teófilo respondeu sem hesitar:- Claro, peça para alguém levar para você. Vamos continuar nosso passeio de hoje.Patrícia refletiu sobre suas palavras:
Patrícia sentiu um nó de nervosismo e se virou para Teófilo:- O que você está dizendo?Teófilo ainda olhava para o horizonte com um semblante tranquilo:- Todos nós vamos morrer, se algum dia algo acontecer comigo...- Não fale de acidentes, não quero ouvir sobre isso. - Patrícia interrompeu, angustiada, colocando a mão inconscientemente sobre seu ventre.Eles prosseguiram o caminho em silêncio, até que Teófilo levou Patrícia ao shopping center próximo, onde realizaram atividades típicas de casais, passearam, comeram e assistiram a um filme.Essas eram atividades que Patrícia sempre teve vontade de fazer. Embora ela não se lembrasse, havia um sentimento de completude.À noite, quando a neve voltou a cair, Teófilo, carregando uma sacola de compras numa mão e segurando Patrícia com a outra, saiu do shopping.Já passava das nove da noite, o filme tinha terminado, e a temperatura caía, com poucas pessoas nas ruas.As decorações luminosas penduradas ao redor e nas árvores, juntamente com o
Patrícia não acertou na primeira tentativa e se sentiu decepcionada.- Não se preocupe, ainda temos muitas chances.- Entendido.Patrícia tentou várias vezes seguidas. Ela possuía força suficiente, então definitivamente não era um problema de força.A cada tentativa, ou a bola apenas tocava nos galhos e escorregava para baixo, ou passava raspando.Após cinco tentativas, ela não conseguiu fazer nenhuma das bolas ficar pendurada.Pensou consigo mesma que talvez Deus achasse que ela não estava realmente pedindo de coração, por isso não conseguia fazer as bolas ficarem penduradas.Ainda restavam cinco tentativas nas mãos de Teófilo, para um homem, isso deveria ser algo fácil.Ela deu de ombros:- Agora é a sua vez.Teófilo lançou a primeira, jogando bem alto, claramente tentando pendurá-la no ponto mais alto.Ele controlou bem a força e o ângulo, mas, estranhamente, embora parecesse que a bola ficaria, ela lentamente deslizou para baixo.Vendo a expressão dele esfriar, Patrícia rapidamente
Lucas coçava a cabeça, sem conseguir entender. Como uma árvore saudável de repente poderia se tornar um incômodo para Teófilo?"Será que ele bateu em uma árvore enquanto passeava?"Teófilo não é uma pessoa que falha em observar ou que se preocupa com pequenezas. Até uma criança não teria ressentimentos contra uma árvore, certo?Isso definitivamente não condiz com o caráter de Teófilo. Já ouvi falar de pessoas que guardam rancor, mas nunca contra uma árvore.Gabriel, preocupado, rapidamente puxou Lucas para o lado e sussurrou:- Faça o que te mandaram, e pronto. não percebeu que o Presidente Teófilo está de mau humor? As pessoas estão evitando cruzar o caminho dele, e você ainda quer procurar encrenca.- É estranho, sim. Patrícia já voltou para ele, ele deveria estar muito feliz. Por que ele se incomodaria com uma árvore no meio da noite?- Fale menos, faça mais.- Tá bom, vamos começar, mas estou curioso para ver se essa árvore é mesmo tão mágica quanto dizem.Lucas, carregando uma pá,
Todos ao redor ficaram atônitos, esse Teófilo parecia uma pessoa completamente diferente da imagem que tinham dele.Ninguém conseguia entender por que ele tinha um conflito com uma árvore.Entre trovões estrondosos, faíscas saíam da motosserra que ele manuseava.- Gabriel, você viu aquele raio? Estou com medo de que atinja o presidente Teófilo. Será que foi novamente instigado pela Patrícia?Gabriel respondeu com uma expressão fria:- Não sei se foi uma provocação de Patrícia, mas com certeza está relacionado a ela. Estou realmente preocupado com a condição do presidente Teófilo.- Sim, o Teófilo de antes nunca demonstrava seus sentimentos, era difícil para os outros perceberem sua alegria ou raiva. Após esses incidentes, seu estado mental se tornou muito instável, temo que ele acabe como a Patrícia...- Com Patrícia ao seu lado, pelo menos ele consegue manter a calma. Estou um pouco receoso que, se ela o deixar, o presidente Teófilo não conseguirá manter a serenidade e perderá o contr
O quarto enorme estava iluminado apenas por um abajur. Patrícia, vestindo apenas uma camisola fina e descalça, estava encolhida num canto.Seu rosto estava coberto de terror e Teófilo, com o coração apertado, correu até ela rapidamente.- Paty, o que aconteceu?Como se tivesse encontrado sua última esperança, Patrícia se lançou nos braços de Teófilo. Teófilo viu as marcas de lágrimas úmidas em seu rosto e sentiu uma dor aguda no coração.- Não chore, eu voltei.Ele ainda estava com vestígios de umidade em sua roupa, Patrícia não se importava, agarrando os braços de Teófilo:- Me diga, como nosso filho morreu?- Por que você voltou a falar do nosso filho? - Teófilo gentilmente enxugou as lágrimas de seu rosto.- Eu acho que vi alguém pulando de um lugar muito alto.Enquanto a consolava, Teófilo batia em suas costas:- Naquela noite, havia relâmpagos e trovões, e a chuva estava forte, a estrada estava muito ruim, o carro perdeu o controle na estrada de montanha e foi parar no mar, é essa
Patrícia estava começando a se acostumar com os dias sem memória, embora seu coração se sentisse frequentemente vazio, e, às vezes, ela se pegava olhando fixamente para algum lugar, perdida em pensamentos. Teófilo, por outro lado, amava ela profundamente, provando que o amor poderia derreter qualquer barreira. Patrícia contava os dias até a viagem ao exterior com Teófilo, se lembrando de que costumava viajar pelo mundo durante as férias. Ela havia visitado muitos lugares, mas, infelizmente, agora não se lembrava de nada.Ela estava ansiosa pela vida no exterior, parecia que seu verdadeiro desejo não era permanecer naquela cidade. Antes de partir, quis prestar homenagem aos seus entes queridos, sem saber quando poderia voltar. A cidade A, ao entrar no inverno, estava quase totalmente coberta de neve, o clima era frio e as estradas, muito escorregadias. Envolta em um casaco grosso, Patrícia estava protegida contra o frio. As montanhas eram difíceis de escalar e Teófilo estendeu a m