O estado de Patrícia parecia o mesmo de antes de qualquer desentendimento com ele, ela era ingênua e vivaz, repleta de esperança a cada novo dia. Mesmo quando envolvido em assuntos triviais, ver o sorriso dela sempre o revitalizava.Um comentário casual dele imediatamente lançou Patrícia em um turbilhão de emoções. Tão próxima e diante de tal beleza, ela mal conseguia se conter!Patrícia rapidamente desviou o olhar:- As cerejas estão tão grandes e doces.- Que bom que você gostou.Ele parecia ocupado, preparando tantas comidas e mal comendo ele mesmo. Após descascar os camarões para Patrícia, ele imediatamente pegou seu laptop para lidar com trabalho. Curiosa, ela não resistiu:- Aliás, eu ainda não sei o que você faz. Qual é o seu trabalho?- Gerência. - Respondeu Teófilo sucintamente.- Não é à toa que você está sempre tão ocupado.Ela não sabia que Teófilo usava o trabalho como uma forma de desviar sua própria atenção, pois Patrícia era tão encantadora e ele sempre temia perder o
Aquele comentário trouxe Patrícia de volta à realidade. De fato, desde que despertara, tudo parecia indicar o quanto ela e Teófilo se amavam, o quanto ele a amava. Tudo se apresentava como uma caixa de presentes perfeita, sem qualquer defeito, lindamente adornada por fora. Mas, se a perda do filho tinha sido um acidente, quem teria machucado a sua mão?Durante o banho, ela notou muitas cicatrizes e marcas de feridas pelo corpo, mais parecidas com abrasões ou cortes de plantas, talvez decorrentes de quedas, do que com lesões graves. As palmas das suas mãos estavam calejadas, seu corpo era belo, mas não de uma forma delicada e frágil, e sim com uma certa robustez.As cicatrizes eram recentes, sugerindo que ela provavelmente passava muito tempo na academia para manter essa forma física. Isso contradizia a descrição dele de que ela era uma dona de casa.O mais preocupante era que seu celular continha apenas alguns contatos, além dele, somente alguns seguranças. E o dispositivo era cl
Patrícia despertou cedo sob a intensa luz do sol.Ela abriu os olhos lentamente, com uma inocência infantil e um olhar límpido.Inicialmente, houve um instante de desorientação, com seus grandes olhos piscando encantadoramente.- Dormiu bem ontem à noite?Patrícia avistou o rosto do homem ao seu lado, adornado por um suave sorriso, enquanto uma frase lhe ocorria."De uma elegância inigualável".Embora recorrente em livros, ela ainda considerava que Teófilo fazia jus à descrição. De tão perto, ele era de fato deslumbrante, seu rosto parecia perfeito sob qualquer ângulo.Quando sério, transmitia uma aura de distância, mas seu sorriso suavizava toda a sua expressão. Patrícia, boquiaberta, murmurou:- Sim, foi tranquilo.Antes, ela enfrentava dificuldades para dormir, atormentada por várias preocupações, sofrendo de insônia em oito de cada dez noites, e mesmo adormecida, sonhava sem cessar.Contudo, aquela noite tinha sido de paz plena até o amanhecer.- Que bom, bom dia, querida.Ele incl
Patrícia recuou instintivamente, mas esqueceu que atrás dela estava o armário aberto, confinando ela em um espaço ainda mais apertado.Suas mãos encontraram o peito de Teófilo e seu rosto se tingiu de vermelho.O que a perturbava era a impossibilidade de pegar seu celular para consultar amigos online sobre o que fazer naquela situação.Teófilo, com delicadeza, tocou a ponta do nariz dela:- Está frio lá fora, você deveria se agasalhar melhor.Após essas palavras, ele soltou ela e recuou, e Patrícia inalou profundamente o ar fresco que há tempos não sentia:- Certo.Ela suspirou aliviada, pensando que ele poderia ter tentado algo mais.Teófilo já havia saído do closet:- O café da manhã está pronto.- Estou indo.Quando o rubor em seu rosto se dissipou, Patrícia desceu apressadamente as escadas para tomar café e, em seguida, saiu com Teófilo.Ao ver o carro luxuoso estacionado do lado de fora, ela engoliu em seco:- Esse carro é seu?- O que é meu é seu.Patrícia entrou no carro ainda r
O resultado foi completamente diferente do que Patrícia esperava, os itens deixados pelo seu pai eram, de fato, tesouros preciosos para ela, embora sem grande valor financeiro.Isso não tinha relação alguma com as análises dos internautas, aquele homem definitivamente não estava atrás de seu dinheiro.Então, o que mais ela poderia oferecer que fosse de interesse dele?Após muito tempo na Casa dos Bastos, Patrícia ainda não conseguia se lembrar de nada.Antes de partir, Branquinha a seguiu. Ela estava prestes a dizer que levaria Branquinha consigo, mas hesitou antes de falar, como se uma voz em seu subconsciente lhe dissesse que Teófilo não gostava de gatos.- O que foi?Patrícia olhou para a gata aos seus pés:- Posso levá-la comigo?Branquinha já estava bem velho e não viveria muito mais, Patrícia desejava ficar ao lado dela até o fim.Teófilo respondeu sem hesitar:- Claro, peça para alguém levar para você. Vamos continuar nosso passeio de hoje.Patrícia refletiu sobre suas palavras:
Patrícia sentiu um nó de nervosismo e se virou para Teófilo:- O que você está dizendo?Teófilo ainda olhava para o horizonte com um semblante tranquilo:- Todos nós vamos morrer, se algum dia algo acontecer comigo...- Não fale de acidentes, não quero ouvir sobre isso. - Patrícia interrompeu, angustiada, colocando a mão inconscientemente sobre seu ventre.Eles prosseguiram o caminho em silêncio, até que Teófilo levou Patrícia ao shopping center próximo, onde realizaram atividades típicas de casais, passearam, comeram e assistiram a um filme.Essas eram atividades que Patrícia sempre teve vontade de fazer. Embora ela não se lembrasse, havia um sentimento de completude.À noite, quando a neve voltou a cair, Teófilo, carregando uma sacola de compras numa mão e segurando Patrícia com a outra, saiu do shopping.Já passava das nove da noite, o filme tinha terminado, e a temperatura caía, com poucas pessoas nas ruas.As decorações luminosas penduradas ao redor e nas árvores, juntamente com o
Patrícia não acertou na primeira tentativa e se sentiu decepcionada.- Não se preocupe, ainda temos muitas chances.- Entendido.Patrícia tentou várias vezes seguidas. Ela possuía força suficiente, então definitivamente não era um problema de força.A cada tentativa, ou a bola apenas tocava nos galhos e escorregava para baixo, ou passava raspando.Após cinco tentativas, ela não conseguiu fazer nenhuma das bolas ficar pendurada.Pensou consigo mesma que talvez Deus achasse que ela não estava realmente pedindo de coração, por isso não conseguia fazer as bolas ficarem penduradas.Ainda restavam cinco tentativas nas mãos de Teófilo, para um homem, isso deveria ser algo fácil.Ela deu de ombros:- Agora é a sua vez.Teófilo lançou a primeira, jogando bem alto, claramente tentando pendurá-la no ponto mais alto.Ele controlou bem a força e o ângulo, mas, estranhamente, embora parecesse que a bola ficaria, ela lentamente deslizou para baixo.Vendo a expressão dele esfriar, Patrícia rapidamente
Lucas coçava a cabeça, sem conseguir entender. Como uma árvore saudável de repente poderia se tornar um incômodo para Teófilo?"Será que ele bateu em uma árvore enquanto passeava?"Teófilo não é uma pessoa que falha em observar ou que se preocupa com pequenezas. Até uma criança não teria ressentimentos contra uma árvore, certo?Isso definitivamente não condiz com o caráter de Teófilo. Já ouvi falar de pessoas que guardam rancor, mas nunca contra uma árvore.Gabriel, preocupado, rapidamente puxou Lucas para o lado e sussurrou:- Faça o que te mandaram, e pronto. não percebeu que o Presidente Teófilo está de mau humor? As pessoas estão evitando cruzar o caminho dele, e você ainda quer procurar encrenca.- É estranho, sim. Patrícia já voltou para ele, ele deveria estar muito feliz. Por que ele se incomodaria com uma árvore no meio da noite?- Fale menos, faça mais.- Tá bom, vamos começar, mas estou curioso para ver se essa árvore é mesmo tão mágica quanto dizem.Lucas, carregando uma pá,