Teófilo tomou um banho e trocou de roupas, chegando ao hospital revigorado.Antes de entrar, perguntou: - Como ela está?Lucas respondeu ocupado: - É estranho, a senhora não está fazendo alarde, até pediu refeições extras por conta própria.- Ela disse alguma coisa?- Ela perguntou sobre as lesões dos irmãos e quis saber quantas pessoas foram capturadas, se havia alguma notícia de Antônio, e coisas assim. A senhora estava muito calma durante todo o tempo.- O que você disse a ela?- Respondi com a verdade, disse que Antônio tinha escapado, e os demais estavam detidos e passando por interrogatórios severos. A Senhora não disse muito, apenas mencionou que estava cansada e queria descansar.Lucas coçou a cabeça. - Presidente Teófilo, o que realmente está acontecendo com a senhora? Ela estar tão calma é meio aterrorizante, dá um arrepio na espinha.- Parece que ela não estava mentindo para mim.Teófilo estava preocupado que Patrícia estivesse tentando se livrar dele para possivelmente b
- Patrícia, não estou tomando partido deliberadamente, mas isso não é do estilo do Inseto Venenoso. Se ela realmente quisesse te matar, poderia encontrar uma oportunidade para te envenenar. Por que ela recorreria a tais meios? Você sabe que a líder do Inseto Venenoso é a Vanda. Após a morte do Pedro, ela pegou o Inseto Venenoso e deixou a Cidade A, incluindo a Rafaela, que também partiu há alguns meses. - Teófilo pegou a mão de Patrícia gentilmente e disse. - A pessoa que subornou o Preto X não só possui recursos financeiros substanciais, mas também conhece bem o sistema. O estilo dessa pessoa é direto e impiedoso. Patrícia, pense bem, quem você ofendeu?Patrícia balançou a cabeça. - Você conhece bem meu passado. Eu nem terminei a universidade antes de me casar secretamente e engravidar. Quem eu poderia ter irritado? Ou quem poderia, casualmente, desembolsar cem milhões para comprar minha vida?Teófilo franziu a testa.- Suspeito que tenha a ver com sua família biológica. Com o diagnó
Nos olhos de Patrícia, não havia nem clareza nem calma, apenas loucura e obsessão intermináveis. O que era a Ilha do Tesouro? Conhecida como ilha da morte por muitos, se tratava de uma base secreta de treinamento de agentes, onde a maioria dos que entravam tinham poucas chances de sobreviver. Quem eram as pessoas que lá estavam? Ou eram órfãos sem pais, ou crianças que perderam suas casas na guerra, todos eram pessoas sozinhas. A maioria era colocada lá para treinamento desde muito jovem e, embora não fosse incomum encontrar alguém da idade de Patrícia, esses também tinham esse tipo de passado. Entrar lá de forma imprudente era buscar a morte, não era de se admirar que Teófilo tenha reagido tão fortemente.- Patrícia, não pense dessa forma. Você queria criar um hospital para tratar os cidadãos comuns, e embora Mariana tenha mudado o nome, o hospital já está funcionando, com uma equipe de médicos de ponta, nacionais e internacionais. Eu até criei uma fundação, tudo para ajudar aqu
O céu, agora escurecido, deixou começar a cair uma chuva fina. O vento frio fazia as luzes das velas oscilarem de maneira inconstante, enquanto as oferendas de papel rodopiavam pelo ar.Patrícia enxugou as gotas de chuva de seu rosto e murmurou suavemente: - Suzana, é você que voltou? Duas gotas de chuva caíram bem abaixo dos olhos de Suzana na fotografia, fazendo parecer que a pessoa na foto sorria enquanto derramava lágrimas silenciosas, transbordando uma tristeza indizível.Acariciando a lápide, Patrícia falou: - Suzana, fique tranquila, vou cuidar bem da sua família. A partir de agora, sua família será minha família também. Pode partir em paz, e na próxima vida... Na próxima vida, que você encontre uma boa família.Após o funeral, o vilarejo ficou envolto em uma densa garoa.Patrícia não partiu imediatamente, mas se dirigiu à antiga casa de Suzana, onde sua família vivia antes de se mudar para a cidade grande há muitos anos. Exceto nos grandes feriados de Ano Novo e em outras
Patrícia olhou para Hanna com uma expressão confusa. Seu rosto estava marcado por rugas, e seus olhos, turvos e pouco claros, refletiam uma agitação particular naquele momento, enquanto sua boca enrugada murmurava incessantemente.- Senhora, está falando comigo?- É você! Sim, é você! - Hanna exclamou, agarrando as mãos de Patrícia com suas mãos que lembravam a casca seca de uma árvore, esfregando o dorso das mãos de Patrícia de forma dolorosa.Patrícia estava surpresa por ela se dirigir a ela, especialmente dada a diferença de idade e o fato de que não se conheciam. Por que ela estava tão agitada?- Senhora, está me confundindo com alguém?- Como poderia confundir? Senhorita, eu realmente não esperava te ver novamente. Você está igual, não mudou nada. - Hanna a examinava cuidadosamente - Não, você parece um pouco mais magra, seu rosto também está um pouco diferente.Cecília interveio rapidamente: - Senhora, deve estar a confundindo. Patrícia nunca veio a esta vila antes, esta é a pr
Apesar de quase esquecer até quem ela mesma era, essas memórias pareciam estar gravadas nos ossos de Hanna.- Hanna, considere este lugar como sua casa. Entre primeiro e vamos conversar depois. - Disse Patrícia, enquanto também observava o grande apartamento pela primeira vez, olhando ao redor com curiosidade.Teófilo apontou para um quarto de hóspedes próximo.- Maria preparou temporariamente para você, Hanna. Você ficará aqui por enquanto. Estar todos os dias conosco pode te ajudar a se lembrar de mais coisas mais rapidamente.- Certo.- Vou deixar que ela se adapte por alguns dias e depois arranjarei um exame físico completo para ela.- Obrigada.Patrícia sempre mantinha uma atitude neutra em relação a Teófilo, como se ele fosse um vizinho qualquer.Teófilo suspirou, conformado, sabendo que a relação entre eles não mudaria tão cedo:- Patrícia, você também precisa descansar bem. Seu corpo ainda não se recuperou. A partir de hoje, vou mandar alguém vir tratar da sua mão e não se preo
Teófilo franziu a testa.- Em qual cidade?- Hanna não se lembra mais. Ela disse que naquela época fugia de uma cidade pequena para outra sem destino definido, apenas seguindo o fluxo com outras pessoas, e mencionou que sua cidade ficava perto do mar.- Naquela época, há mais de sessenta anos, o país estava em desordem interna, com senhores da guerra dominando territórios e inúmeros bandidos e ladrões, além de vários grupos de resistência civil. Essa parte da história é caótica, até os nomes dos lugares foram mudados repetidamente, então com apenas essas pistas será difícil localizar com precisão.- Não tem problema, vamos procurar aos poucos. Estou feliz só por ter encontrado Hanna, o destino nos deu uma direção, quem sabe um dia ela se lembre de mais alguma coisa.- Patrícia, embora tenhamos pistas, você precisa estar psicologicamente preparada para a possibilidade de que a Srta. Gisele, para quem Hanna trabalhava, ser parecida com você seja apenas uma coincidência. Não é incomum pes
Teófilo se recostava em um sofá de couro, com a cabeça levemente inclinada para trás, o rosto bonito mostrando sinais de cansaço, seus olhos estavam fechados, provavelmente adormecido.Patrícia lançou a ela um olhar, mas optou por não acordá-lo, se sentando silenciosamente em frente a ele e pegando um livro de programação.Uma brisa fria soprou pela janela, despertando Teófilo suavemente.Olhando para o cenário desolado lá fora, parecia que a neve não iria demorar a cair.A sala estava bem iluminada, contrastando fortemente com o céu sombrio lá fora.Na mesa, havia flores frescas que haviam sido enviadas por avião naquela manhã, cortadas com elegância e exalando um leve aroma pelo ar.O apartamento tinha realmente uma sensação de lar.Mas, por mais aconchegante que fosse a decoração, isso não mudava a natureza do relacionamento entre ele e Patrícia.O frio que antes estava lá fora, agora estava entre eles.Antigamente, ao vê-lo dormindo, ela certamente o cobriria com um cobertor, não c