— Que banquete?— Provavelmente é um banquete para escolher mulheres. — Teófilo a olhou com um olhar profundo. — Estou realmente ansioso para te ver.Patrícia desligou o telefone, curiosa sobre como aquela mãe e filha passariam a noite.Ela pensou que Jorge estivesse apenas falando por falar, mas ele realmente levou a sério.Natacha e sua mãe, que foram forçadas a desligar o aquecimento, mal haviam começado e já não aguentavam. Ivone ficou furiosa:— Meu pai enlouqueceu? Por causa daquela mulher, ele nos faz passar frio e desconforto?— Não sei se é por causa dela, mas ele não tolera que ninguém desafie sua autoridade. Eu não pensei direito, não esperava que ela tivesse a coragem de fazer um escândalo.Natacha apertou os punhos, ela queria prejudicar Patrícia secretamente.Era algo menor, mas Patrícia levou o assunto diretamente a Jorge, claramente esperando que ele desse satisfações a ela.Como chefe de família, a satisfação que ele daria envolveria punir a si mesmo e sua filha.— Ess
Patrícia tinha tido uma noite repleta de sonhos agradáveis. Seu quarto, que ostentava uma belíssima vista para a paisagem nevada, era cheio de janelas panorâmicas que cobrem 270 graus. As cortinas elétricas, ao se abrirem automaticamente, desvendavam o manto branco que recobria telhados e paredes, provocava a sensação de um regresso a eras antigas.Após se arrumar rapidamente e colocar sua máscara, Patrícia abre a porta do quarto para preparar o café da manhã para Jorge. Um ar frio atinge ela em cheio, fazendo ela espirrar, o inverno se aproxima e com ele, o frio se intensifica.Olhando para o horizonte, Patrícia pensava em Diego. Soube por Teófilo que o rapaz tinha sido enviado para treinamento em uma ilha e, por ora, ela não iria poder vê-lo. Entretanto, na primavera do próximo ano, Diego iria ter um mês de férias. Ela imaginava quanto ele devia ter crescido.— Bom dia. — Salvador, vestindo apenas uma camiseta fina, fazia exercícios aeróbicos no jardim. A camiseta justa realçava
A noite caiu, e com ela, a viatura policial abria caminho enquanto os cozinheiros dos banquetes de Estado já iniciavam os preparativos. Patrícia jamais imaginou que um dia poderia saborear os pratos preparados por um cozinheiro de um banquete de Estado. Ela agarrou um floco de neve que caía, se recordando de quando descobriu que tinha câncer, há sete anos, e pensou que não sobreviveria àquele inverno. De pé num hall com um toque retrô, observando as pessoas elegantemente vestidas, Patrícia sentia como se estivesse vivendo um sonho. Não apenas sobreviveu, como também teve filhos adoráveis e compreensivos. Embora não fosse a protagonista do dia, sua presença capturava instantaneamente a atenção de todos. Ivone estava vestida de forma modesta e elegante, com um ar de dama nobre, adornada com joias. Em contraste, Patrícia emergia do corredor, do escuro para a luz, usando um vestido preto que Ivone tinha dado a ela de forma desinteressada. O vestido preto, ajustado ao corpo,
Ele gostava de Ivone, assim como Ivone gostava de Teófilo, mas as pessoas desejadas não tinham interesse algum.Ivone lançou a ela um olhar desinteressado e respondeu distraidamente:— Obrigada.Logo após, Ivone se dirigiu para onde Teófilo estava, deixando Lorenzo ignorado, enquanto secretamente apertava os punhos.Teófilo estava elegantemente vestido com um terno e uma máscara que cobria metade de seu rosto, o que não só o tornava extremamente atraente, mas também adicionava a ele um ar de mistério, atraindo a atenção de várias mulheres.— Coruja! — Chamou Ivone, levantando a barra do vestido e correndo feliz em sua direção.Patrícia, balançando o copo de cristal com um sorriso nos lábios, observava essa cena que parecia saída de um conto de fadas.Por ser alta, Ivone usava apenas saltos médios de cinco centímetros. Enquanto corria em direção a Teófilo, ela escorregou, prestes a cair sobre ele.Se caísse, certamente se tornaria motivo de riso para todos.Ninguém ficaria olhando sem a
Salvador percebeu claramente a rigidez no corpo de Patrícia e prontamente retirou a mão, dizendo:— Desculpe, vi que você estava cercada por muitas pessoas.Patrícia deu um passo para trás, aumentando a distância entre eles:— Tudo bem, eu entendo. Sr. Salvador, pode ir cumprimentar os convidados, não se preocupe comigo.— Então se cuide, e se precisar de algo, pode me procurar. — Salvador lançou a ela um olhar profundo antes de se afastar.Ele levantou a mão e girou a ponta dos dedos, pensando na pele que tinha acabado de tocar. "O corpo de uma mulher é sempre tão suave?"Um sentimento estranho começou a surgir em seu coração, como se uma chama desconhecida estivesse se acendendo.Todos se sentaram juntos, cerca de trinta pessoas compareceram hoje, todas conversando em voz baixa, de maneira muito cortês e educada.Alguns cumprimentaram Jorge antes de se sentar.Natacha, com seu braço entrelaçado ao de Jorge, mantinha um sorriso gentil e gracioso no rosto, ela sempre parecia tão doce e
Teófilo sorriu de forma um tanto hipócrita:— Durante o tempo em que Maitê cuidou de mim, convivemos dia e noite, e acabei conhecendo um pouco dos seus hábitos.Essa resposta não causaria problemas em circunstâncias normais, mas por algum motivo, a expressão "convivemos dia e noite" se fixou na mente de Salvador.Após dizer isso, Teófilo desviou o olhar, como se tentasse retrair suas palavras.Patrícia, para evitar mal-entendidos, decidiu não prolongar a conversa com ele e se esforçou para não atrair a atenção dos demais.Afinal, estavam em um banquete, não em um restaurante à beira da estrada, o ambiente era de grande tranquilidade, com apenas o som do violoncelo ecoando ao fundo.Patrícia observava os pratos, verdadeiras obras de arte, como um simples prato de couve chinesa cozida, meticulosamente arranjado para se assemelhar a uma flor.Após o jantar, Jorge se retirou, mencionando que aquela era uma oportunidade para os jovens socializarem.Ficou claro que a noite se destinava a que
Patrícia franziu a testa, descontente, observando ele. "O que ele está aprontando agora?"Teófilo não disse muito e se sentou ao lado dela.Ivone se aproximou, olhando ele com esperança:— Coruja, você poderia ser meu parceiro de dança mais tarde?— Não, já encontrei minha parceira. — Teófilo apontou para Patrícia.Ivone imediatamente mudou a expressão:— Ela?— O que tem ela?Teófilo então olhou para Patrícia:— Maitê, vamos dançar?— Sim.Teófilo se levantou, posicionando uma mão atrás do corpo e estendendo a outra para Patrícia com um gesto elegante.Patrícia pousou os dedos na palma da mão de Teófilo, que a envolveu gentilmente como se segurasse uma flor delicada.Sob a máscara, o rosto de Patrícia corou levemente, parecia ser a primeira vez que dançavam juntos.Teófilo a abraçou pela cintura firmemente, enquanto ela se apoiava em seu peito.Ambos, já pais de vários filhos, pareciam naquele momento um casal recém-apaixonado, com as palmas das mãos de Teófilo levemente suadas.O pla
Natacha observava seus filhos dançando juntos, o que a irritava profundamente. Ela havia organizado especificamente uma festa para eles, mas nenhum parecia agir de modo a agradá-la, parecia que ela teria de contar apenas consigo mesma.Ao término da dança, Teófilo relutantemente soltou Patrícia, e Natacha se aproximou dos dois:— Desta vez, meu filho Jorge escapou da morte, e eu sou realmente muito grata a Teófilo e Maitê. Eu respeito muito ambos.— Natacha, isso é o mínimo que eu deveria fazer. Resolver problemas para meu professor é parte do meu dever.— Você é muito modesto. De qualquer forma, vocês dois devem beber este copo.Natacha acenou para um empregado, que trouxe três copos de vinho. Ela pegou o primeiro, e os outros dois não tiveram escolha senão pegar seus copos também.— Vamos, Maitê, minha filha teve alguns mal-entendidos com você antes, e a culpa é minha por mimá-la demais. Hoje também quero me desculpar com você. Espero que você continue cuidando do meu Jorge.— Sra.