Ela se deitou à beira do lago, ergueu a mão para tocar em Laís e sorriu gentilmente para ela:— Boa menina, mamãe vai dormir um pouco.Laís assentiu, se deitou na grama e deu um beijo na bochecha de Patrícia. Algumas borboletas voavam ao redor delas, se houvesse uma câmera para capturar o momento, a cena seria extremamente bela. Patrícia, que resistira por vários dias, estava terrivelmente cansada e acabou adormecendo ao lado do lago, com seus longos cabelos espalhados, sem a cobertura da máscara. Sua pele estava branca como a neve, ainda mais bela do que antes. Laís, também obediente, não perturbou Patrícia e ficou por perto colhendo ervas. Os pequenos animais da montanha gostavam muito dela, até um cervo que frequentava o local se deitava diante dela para ser acariciado. Era uma vida simples, mas bela.Teófilo estava fisicamente fraco, e o pior era que sua visão ainda não havia se recuperado, o que tornava tudo mais difícil em um ambiente estranho. Gabriel o ajudava a se famili
Ivone nunca enfrentou muitos reveses na vida, o amor, provavelmente, foi a única área onde não teve sucesso. Desde o momento em que Teófilo a salvou, ela jurou que, ao crescer, se casaria com ele. Desde pequena, onde quer que estivesse, Ivone nunca encontrou dificuldades, as pessoas sempre foram submissas em sua presença, adorando ela e respeitando ela. Se quisesse as estrelas do céu e a lua, certamente alguém as traria para ela.Foi surpreendida ao receber dois tapas de uma mulher. O fato de essa mulher saber medicina não era nada excepcional. "Ela é tão feia que nem mesmo um dedo dela se compara ao meu!", pensou Ivone. Após os tapas, correu até a margem do rio, olhou seu reflexo nas águas claras e percebeu que seu rosto devia estar inchado pela força dos golpes. "Hoje, esses dois tapas, eu certamente devolverei com o dobro da força!"Distraída, Ivone não percebeu o perigo que se aproximava. Lucas a puxou de repente para trás:— Cuidado.Ela ainda estava tentando entender o que
As cobras se multiplicavam cada vez mais nos arredores. Lucas tirou Ivone de suas costas e, sem esperar que ela reagisse, empurrou sua cabeça contra o chão com força.Ivone, furiosa, exclamou:— O que você está fazendo?— Silêncio. — Lucas interrompeu severamente, e logo começou a implorar. — Laís, pare de soprar, ela sabe que errou e promete que não vai mais fazer isso. Por favor, faça essas cobras pararem!Ele abaixou a voz e ameaçou:— Se você não quer morrer, peça perdão rápido, senão hoje nenhum de nós vai sair dessa vila.O som contínuo das cobras crescendo na floresta era uma cena que Ivone nunca tinha presenciado, e hoje ela não estava usando nenhuma roupa de proteção.Desprezando sua dignidade, ela rapidamente começou a implorar, chorando:— Desculpe, desculpe, por favor, pare, eu realmente sei que errei.As cobras não pararam, e Lucas, segurando seu cabelo, bateu sua cabeça contra o chão várias vezes:— Laís, você é uma pessoa mais tolerante, nos perdoe. Se sua mãe souber das
— Ela afirmou que sim, mas apenas se Ivone não se desculpasse, e naquela época, Ivone já havia se desculpado.Gabriel balançou a cabeça e perguntou:— Você acha que Ivone estava sinceramente arrependida naquela época?— Parece que não, né? Se realmente foi ela a causadora do desentendimento, o que devemos fazer agora?Gabriel suspirou:— Essas questões devem ser resolvidas pela própria pessoa envolvida. Cabe a ela ir pessoalmente pedir desculpas.Após essas palavras, Gabriel entrou no quarto onde Teófilo, debilitado, descansava na cama, alheio ao que ocorria externamente.Sempre ao entrar, Gabriel anunciava sua chegada com antecedência:— Chefe, sou eu.— Eu sei. — Teófilo reconhecia os passos dos dois, que não eram tão fracos quanto Gabriel supunha.— Como você está hoje?Com os olhos fechados e a testa franzida, Teófilo respondeu:— Não estou bem, minha cabeça está doendo muito.Observando que as marcas no rosto de Teófilo haviam suavizado, o que normalmente indicaria que o veneno es
Teófilo estava consumido pelas lembranças de cada detalhe daquele dia com Patrícia quando um pensamento se elevou em sua mente. Se aquilo não fosse um sonho, mas uma realidade que realmente aconteceu. Então, a mulher diante dele era a Patrícia! Ao se dar conta disso, Teófilo sentiu seu sangue ferver de excitação. Patrícia estava com um estetoscópio, ouvindo os batimentos cardíacos dele. Ela franzia a testa, falando consigo mesma: — Como pode o coração estar batendo tão rápido? Ela cobriu-o com um cobertor, se sentou em uma cadeira e puxou um dos braços de Teófilo:— Só respire normalmente, vou verificar seu pulso.Ela não fazia ideia de que a mente de Teófilo estava inundada de alegria.Ele começou a repassar todo o processo em sua mente, questionando por que aquela renomada médica chegou tão oportunamente, sem impor condições, e insistiu em preparar remédios para ele por três dias e três noites.O grito que ele deu ao abraçá-la era, sem dúvida, a voz de Patrícia, ele não tinha
Antes, quando a paixão falava mais alto, ambos entrelaçavam os dedos firmemente. Uma pessoa pode disfarçar seu rosto e até mudar seu temperamento, mesmo o olhar pode ser treinado para não revelar nada. Porém, o tamanho das mãos é algo que não se pode mudar. Como ele poderia esquecer uma mão que segurou tantas vezes? As mãos pequenas de Patrícia se encaixavam perfeitamente nas suas grandes palmas. A palma dela não era mais lisa como antes, agora, apresentava muitas calosidades, sinal de que os últimos anos não foram fáceis para ela.Patrícia rapidamente soltou sua mão e uma expressão de culpa surgiu no rosto de Teófilo:— Desculpe, eu estava pensando na minha ex-esposa, foi por isso que agi de maneira inadequada.Patrícia observou seu rosto, notando que não havia grandes mudanças em sua expressão ou brilho nos olhos. Talvez ela estivesse pensando demais.— Não tem problema.— O que está acontecendo comigo, afinal?— Provavelmente são alguns efeitos colaterais devido à forte dosagem
Patrícia segurou a mão dele e viu um longo corte na ponta do dedo.— Não é nada, eu me machuco com frequência, é só um arranhão. — Disse Teófilo, desinteressado, enquanto retirava a mão.— Espere um momento.Patrícia correu para buscar o kit de primeiros socorros e fez um curativo para estancar o sangue.— Pronto, tente não molhar isso nos próximos dias. Vou te ajudar a subir na cama.— Não precisa, eu consigo sozinho.Teófilo a empurrou e arrastou seu corpo fraco para subir na cama. Embora realmente quisesse estar perto de Patrícia, ele sabia que ela era esperta e perceberia qualquer sinal. Por isso, reprimia fortemente seus impulsos, fingindo não a conhecer e mantendo distância propositalmente.Patrícia, franzindo a testa, falou irritada:— Aqui não há homens ou mulheres, apenas médico e paciente. Se você insistir em manter distância, eu não me ocuparei do seu veneno.Teófilo baixou a cabeça:— Desculpe.Patrícia levou o caldo de galinha que ainda não foi derramado:— Se você quiser
Teófilo sempre a tratou como uma criança, cuidando dela onde podia. Quando a salvou naquela época, foi mais por acaso, nunca imaginou que ela acabaria se apegando tanto a ele. Anteriormente, sempre que ele tinha uma missão, ela insistia em acompanhá-lo. Pensando que ela era jovem e queria treinar para futuras promoções, além do fato de que ela realmente lhe havia doado sangue em um momento crítico, Teófilo decidiu ajudá-la um pouco. Conforme ela crescia, seu carinho por ele se tornava mais evidente, e Teófilo então lhe disse que já era casado. Após alguns anos de tranquilidade, desde que seu divórcio se tornou alvo de muitos comentários, ela começou a ser mais proativa. Não importava como Teófilo a rejeitava, ela continuava se aproximando. Isso esgotou a paciência de Teófilo vez após vez, a ponto de ele não se importar nem mesmo com o respeito que tinha pelo professor. Gabriel apressadamente interveio: — Chefe, ela está tão doente que, se não for tratada antes de mandá-la de vol