Capítulo 6

Letícia Fontenelle

     Eu não esperei nem um segundo. Liguei para minha tia e contei tudo à ela, inclusive que estava indo para morar com ela. Pensei que ela ia brigar, mas estava enganada, ficou muito feliz com a notícia da gravidez perguntou pelo pai e eu falei que quando chegasse falava sobre ele. Nunca vou falar sobre ele, nunca mais. Não quero nem pensar nesse verme.

Uma semana se passou e estava tudo pronto para nossa partida, para Londres. Nosso voo seria a tarde. Nanã estava nervosa e eu estava feliz por sair do meu país. Quem já viu isso, amo meu lugar de paixão. Rio de Janeiro é minha terra natal, onde eu vivo desde que me conheço por gente, agora tenho que partir deste jeito, mas vai dar tudo certo na minha vida. Será um novo recomeço.

Serei feliz lá, com meu bebê que está por vir e amarei essa criança...na verdade, já amo muito esse serzinho que está dentro de mim. Fomos para o aeroporto sozinhas, eu falei para as retardadas das minhas amigas que eu não queria elas no aeroporto, não queria me despedir delas. Odeio despedidas. Mas o pedido foi em vão, cheguei e lá estavam elas, com meus amores, meus sobrinhos. Eu amo essas crianças; Pietro e Enzo.

— Tia Lê! — diz meus amores.

— Ah meu Deus! Isso é demais para o meu coração... Oi meus amores. — falei abraçando e beijando ambos a minha frente.

— Porra! Vocês duas são muito perversas, trazer eles dois. Querem que eu fique triste.— o aviso de partida já havia soado. Tava na hora. Abracei minhas duas amigas em lágrimas — Até breve!

Elas falaram o mesmo e fomos para dentro do avião. Eu estava pensando em toda minha vida, aqui neste lugar, foi tudo uma maravilha só não foi melhor por perder meus pais, mas depois, conheci essas duas que me fizeram rir, chorar e me divertir novamente.

Foram muitas alegrias, agora vou ser feliz em outro lugar. Só digo uma coisa; nunca mais na minha vida, quero saber de homem. Eles só prestam para nos fazer sofrer. Meu coração não vai amar mais nenhum babaca. Era isso que Rebeca falava e se apaixonou loucamente pelo turco. E são felizes demais. Aqueles dois... Ambos são iguais, só poderiam dar muito certo. Camila e o Roberto também são muito felizes. Uma coisa que não vou ser com nenhum homem... Nunca.

Chegamos em Londres, umas sete horas da manhã. Minha tia e prima estavam nos esperando no aeroporto, saímos de lá e fomos para o meu novo lar. Chegamos no edifício que era lindo,e estacionamos o carro na garagem. Deixamos as malas no carro mesmo, pois depois alguém sobe com elas. Entramos no enorme apartamento de minha tia. Naná ficou boba com a casa, eu já conhecia aquela casa, vinha com meus pais.

Era muito bom passearmos por Londres, aqui tem lugares lindos, um monte de casas coloridas. Época boa. Aqui, neste lugar, tenho boas lembranças dos meus pais. Éramos tão felizes quando vínhamos para cá. Enfim... a casa da minha tia é imensa e mesmo com muito espaço para todos nós, eu não passaria muito tempo.

Arrumaria logo meu canto, pois não quero atrapalhar a rotina das duas. Não vou falar com elas sobre isso agora; tenho muito tempo para isso. Minha tia nos levou para nossos quartos; o meu era enorme, tinha uma cama guig, guarda roupas embutidos na cor branca. Era tudo de cor clara, até as cortinas, lindas e floridas. Muito aconchegante meu quarto.

A casa da minha tia até parecia uma mansão. Agora, pra que um apartamento desse tamanho, para duas pessoas? A casa tem seis quartos, essa é minha tia, sempre exagerada...

Vou lá ver Naná, não sei como ela está. Fui no quarto que ela ia ficar, que por sinal a mesma não queria, pois era luxuoso demais para ela.

— Naná, para de bobagem. Aqui está ótimo para você, ok? Para de achar que você não merece ficar em um quarto como esse, pois você merece muito mais. Me ouviu minha segunda mãe? Você é muito importante para mim.

Sai do quarto de Naná e fui para o meu, indo direto para o banheiro. Precisava de um banho para me sentir nova. Nova vida. Novo começo para mim e meu bebê...

***

Nem tem como eu ligar para as minhas amigas, pois fui arrumar as malas e já era super tarde. Oh droga! Como eu esqueci de ligar para ela? Agora não dá mais, já é bem tarde; elas devem está dormindo. Eu passei o dia todo no quarto, minha prima teve que trazer meu jantar aqui, pois até disso eu havia esquecido.

— Você por acaso quer matar meu primo de fome, Letícia?

— Ah meus Deus! Nem tinha percebido que está na hora do jantar!

— É, percebi. Você ficou nesse quarto desde que você chegou.

— É mesmo, desculpe! Estava arrumando minhas coisas. — menti para minha prima. Não queria falar que estava pensando em como tudo isso foi acontecer. Tudo bem, não do meu bebê, não me arrependo disso, mas de conhecer o homem mais galinha da face da terra, com certeza me arrependo. Droga preciso parar de pensar nesse homem. Que eu odeio com todo o meu coração. Fui dormir depois que minha prima maluca, falou que conhece muitos homens solteiro que não ligariam em namorar uma grávida. Deu muita risada. Só Paty mesmo, pra me falar tanta bobagem.

***

Já estava tarde e eu não queria levantar dessa cama deliciosa. Fiquei o dia todo deitada.

— Preciso fazer alguma coisa, assim vou ficar preguiçosa e mesmo que eu tenha muita grana, isso vai acabar se eu não trabalhar! Mas acho que com isso tudo ainda dá pra sobreviver a vida toda. — falei comigo mesma.

Pois eu já tinha uma poupança bem gorda, que meus pais tinham aberto. Acho que desde que nasci meus pais não iam aceitar a minha atitude de ter me desfeito dos negócios deles, mas eu não queria nada daquilo. Eu era administradora, poderia muito bem administrar uma empresa, entendia sobre tudo, porém, não quis. Sinto muito paizinhos!

— Você ficou o dia deitada? Eu não acredito nisso! Você ficou o dia todo assim foi? — minha prima falou — Você precisa levantar a bunda dessa cama, descer e comer.

— Essa gravidez está me deixando preguiçosa pra caramba. Só pensando em dormir ...

— Levanta essa bunda agora daí. Vamos dar uma volta.

— Nem fudendo Paty , uma hora dessa!

Eu só fingia que estava tudo bem, mas por dentro, meu coração sangrava por tudo o que havia acontecido, Menos por essa gravidez. Vida injusta! Por que não fez eu me apaixonar por um homem que fosse apaixonado por mim também? Assim estaríamos felizes em ser pais. Paty acabou desistindo de me chamar.

No outro dia, perguntei a minha tia onde teria uma boa obstetra, ela falou que ia me leva às 12h.

— Vamos para um obstetra ótimo que conheço

Já havia 1 mês que estava morando em Londres. O tempo passou rápido! Entramos no carro e o chofer nos levou a um hospital muito bonito.

Aqui tem excelentes obstetra é um hospital só para grávidas ela já tinha marcado e fomos atendidas por um médico lindo de morrer. Oh meu Deus! Pra que colocar pra me examinar, ver minha partes íntimas, um médico tão lindo desse? Eu pensei. Para Letícia, ele já está acostumado, sua louca. Ele me fez um monte de perguntas e me perguntou com quantos meses eu estava.

— Dois meses! — respondi. Ele perguntou se eu gostaria de fazer o Ultrassom, mas que talvez não daria pra ver o sexo.

— Não quero saber o sexo. Só quero saber se meu bebê está saudável, apenas isso mesmo. E por favor, me fala que existe algum remédio que grávida posso tomar para enjoos, senão daqui a pouco eu sumo. Já sou pequena e magra, vou desaparecer pois esse serzinho não me deixa comer.

— Tem sim! — disse o obstetra — Vou passar para você, e quero que você faça alguns exames. — disse. Até a voz do médico era gostosa. Acho que estou ficando louca, é os malditos hormônios que tanto ouvi as minhas amigas falarem. Tô lascada...

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