- Parece que a chuva está parando. - Não quero desmotivar você, mas acho que irá ser por pouco tempo! - A luz voltou. - Encha a caixa de água. Vou aproveitar e ver seus irmãos. - Acha que ficarão adormecidos por muito tempo? - Eu espero que sim. - Deu... Está enchendo. - O Dreik está bem, parece tudo normal com a mão dele, já o Pietro, estou bem preocupado, precisamos tirar a carne morta do rosto dele. Pegue as duas gavetas com lençóis e toalhas e traga para cá. Leve isso, caso falte luz novamente. Vou colocar as outras lanternas para carregar... Ele olhou para os relógios e o horário ainda não havia mexido. 02h31min, por que aquilo? - Antes de mexermos no rosto dele, quero ver sua mão. Ele desenrolou, Mirela ficou olhando aquele buraco aberto. - Olha para mim... Está tudo bem! - Sua mão! - Tudo bem! Vamos limpar. Agora podemos dar uns pontos. - Como? - Lembra quando costuramos aquela rede? - Sim, mas é a sua mão! - Vamos fazer o mesmo com ela. Primeiro, você irá ao qu
A tempestade estava cada vez mais forte e o dia parecia não chegar nunca. Eles passam a maior parte do tempo deitados, das poucas vezes que levantam procuram amparar Pietro, que está cada vez pior, embora não sinta dor devido às altas doses de analgésicos e de sedativo que Fabricio lhe dá. - Ei, a luz voltou de novo, irei colocar a caixa para encher. - Vai com cuidado, Dreik. - Eu irei limpar as coisas. - Certo, eu vou limpar o rosto dele. Aproveitar que posso enxergar bem. - Acho que irei buscar lenha. - Não, Dreik! Sua mão, pode pegar alguma sujeira. - Você tem razão! - Temos muita lenha ainda. Se a chuva não parar, eu busco. - Dreik, deixe-me ver como está sua mão! - Espere, eu quero ver também! - Acho melhor você continuar aí, pode faltar luz novamente, e tem muito que fazer ainda! Ele vai aí e te mostra. - Está bem. Por um momento, o silêncio tomou conta do ambiente. - Nossa, você fez um trabalho muito bom mesmo! Olhe. - Deixe-me ver... Acho que ficou bom, sim. Não
- - Meus olhos! Fabricio, acorda... Meus olhos! - Ai, meu Deus! Mirela. - O que foi? Meus olhos, o que aconteceu? - Querida, aguente um pouco, irei ligar a luz. Droga, estamos sem luz aqui, agora. Está bem! Eu irei te falar uma coisa. Seus olhos estão costurados. Como, eu não sei. Sente algo? - Só que não consigo abrir. Estou com sede. - Acho que foi sedada, meu amor. - E agora? - Eu irei tirar... Mas terá que manter a calma. - Eu queria entender o que está acontecendo. Já amanheceu? - Não. - Já calculou quantos dias se passaram? - No total uns quatro dias, e que estamos aqui, um dia. - Fabricio, parece que eu não consigo enxergar. Ele olhou-a assustado. - Eu tenho uma coisa para te falar, meu amor. Não sei como... - Falando, diga logo. - Você está... – Ele hesitou, respirou fundo. – Você está sem seus os seus olhos. - Sem os meus olhos? Mirela gritou desesperada, acordando Dreik, que entrou em pânico ao vê-la. - Ei! Olhe para mim... Aqui. Agora somos nós dois! Cert
- Fabricio, acorde! Está claro lá fora... - Estranho, pelos meus cálculos, não deveria, os cavalos ainda estão dormindo. Aonde vai? Volte aqui, Dreik! - Quero sair na rua. - Não, espere! Ele saiu correndo de dentro da estrebaria, sentindo, como se cacos de vidro estivessem sendo jogados de baixo para cima, Dreik foi atingido sem conseguir ao menos retornar, Fabricio se desesperou, correu em uma baia e pegou uma corda, fazendo um laço. Ele jogou a corda laçando Dreik, puxando-o para dentro. Olhou-o de alto a baixo, suas roupas estavam retalhadas, ele estava retalhado sangrando muito. - Está ardendo. - Venha! Irei ver o que posso fazer. - Eu não quero mais! Não aguento mais isso... Mate-me! - Você enlouqueceu? Irei limpar você! - Não, você não entendeu! Se você não fizer, eu farei! - O que está acontecendo? - Um pequeno acidente, Mirela. Pode ficar tranquila, Dreik apenas se machucou! - Chama isso de machucado? Eu estou retalhado, como se eu tivesse sido todo navalhado. – Dre
Fabricio levantou, a chuva estava cada vez mais forte e voltou a ficar escuro. Ele saiu e percebeu que os cavalos estavam muito agitados. Ele foi até o outro lado da estrebaria. E, para sua surpresa, Janiel, Pietro e Dreik estavam amarrados em cima dos cavalos. Ele ficou horrorizado com a cena que estava vendo. Ele pegou um tesourão, amarrou uma corda no pescoço dos cavalos, e, soltou um por um, cortando a corda que prendia os corpos. Ele largava o cavalo, que saia correndo, e, como ele havia amarrado as cordas em um pilar, o tranco que os cavalos deram ao pararem, derrubou os corpos. Ele puxou-os e colocou-os nas baias novamente. Ao se virar deu de cara com Bia parada. - Você é surpreendentemente inteligente! - Obrigado. Como você está? Assustada? - Já passei coisa pior. Meu irmão, matar o melhor amigo. O outro não medir as consequências cortando os freios dos carros... Aquela, lá dentro, é... Sua namorada, conivente com os assassinatos de várias pessoas, para conseguir tomar suas
Clóvis voltou sem Janete, que havia viajado para resolver um negócio, ele chegou e enxergou os três filhos na rede. A casa estava intacta. Ele foi se aproximar dos filhos, Bia veio correndo de dentro de casa. Ele a pegou no colo, foi então que ela aproveitou para injetar o sedativo nele. Quando ele acordou, estava amarrado em cima de um dos cavalos. - O que eu faço aqui, Bia? Ela estava sentada no portão da baia. - Eu não sou a Bia! Você não preferiu ver um cavalo naquela noite? Seus bichos tem tanto valor, que chegou a pagar faculdade para um dos seus empregados. Agora, levar sua filha com poucos dias ao médico após uma queda, isso não, eu não tinha importância. Eu me questiono, por que nos tiveram? Acidente? - Você não é minha filha! Vocês duas, na verdade. Pergunte para sua mãe, de qual dos peões você é filha. - Quer dizer que nunca se importou, por não ser meu pai? - Eu sou pai apenas do Pietro! Luísa olhou-o com o canto dos olhos e um meio sorriso nos lábios. - Era pai del
Alguns dias se passaram, e Janete retornou. Ela chegou, olhou os três nas redes, estava muito frio, e, previsivelmente, ela entrou. Olhou em cima da mesa, avistando a cabeça de Clóvis, ela deu um grito e saiu correndo em direção das redes, abriu-as vendo os corpos de seus filhos. - Bia! - Mamãe! Ela saiu de um cantinho do galpão chorando. - O que aconteceu aqui? Onde está o Fabricio? - Aqui, mamãe. - Ai, meu Deus! Ele também está morto. Janete falou se escorando em um pilar, mais que rapidamente ela sentiu como se mãos a prendessem ali. - Sim, infelizmente, ele também! - Você não é a Bia! - Nossa, alguém até que enfim notou. Não, eu não sou a Bia. Sabe quem eu sou? - Seu nome é Luísa! - Sei que meu pai escolheu este nome... - Onde está a Bia? - Está lá dentro. - Como você cresceu? - Me alimentei da imaginação da Bia, ela me fez crescer junto, acreditando na minha existência. Legal, né? - Não, não é legal! Você morreu. - Quem garante que fui eu, e não a Bia? Vocês nunc
Primeiro livro que escrevo do gênero "terror", uma experência bastate estimulante devido ao grande desafio da falta de limitações e imaginação, no terror quanto mais inesperado e assustador possível melhor.Escrevi este livro após minha filha mais nova, Luísa, na época com sete anos, enquanto eu escrevia o livro anterior, chegou para mim e disse que gostaria de personagem principal de um livro, mas não poderia ser qualquer livro, deveria ser um livro de terror, ela me lançou desafio, embora realmente este não seja meu gênero de escrita, foi uma experiência muito magnifica. O livro passou por suas mãos e olhos atentos à leitura. O resultado foi esse. Um livro cheio de muito mistério e momentos de dar frio na barriga, além de ser sangrento e chegar a arrepiar em alguns momentos. Confesso que tive uma certa dificuldade. Mas acredito que por ter f