Ao ouvir as palavras de Alana, Laura finalmente assentiu, satisfeita:— Tudo bem, estou esperando. Mas me avise com antecedência.Alana concordou com a cabeça, mas, em silêncio, ironizava a situação em sua mente. Ela não tinha certeza se Juan teria tempo. Afinal, ele poderia estar ocupado com o primeiro amor dele.— Ah, mãe. — Alana falou de repente, olhando diretamente para Laura.Laura arqueou as sobrancelhas, fazendo um sinal para que ela continuasse:— Sobre o Nelson... o que você vai fazer com ele?Alana começou chamando-o de "cunhado", mas parou e reformulou a frase. Aquela palavra parecia inadequada para alguém como ele. Nelson não merecia ser chamado assim.Ao ouvir o nome de Nelson, os olhos de Laura ficaram frios. Sua postura voltou a ser a de uma mulher de negócios, firme e decidida.— Não se preocupe com isso. Eu vou resolver. — Laura respondeu com um tom sério. Ela fez uma pausa e, depois de pensar, continuou. — Sua irmã já disse que foi culpa dela por não ter controlado a
Liz não era do tipo que aceitava ser injustiçada sem reagir.Nelson sentiu um frio na espinha. Até agora, ele estava satisfeito com Liz. Os mais velhos da família sempre elogiavam ela e estavam muito contentes com o noivado.Embora Liz não fosse tão bonita quanto Alana, ela ainda era uma dama de alta classe, conhecida em toda Cidade Nyerere. Estar com Liz lhe trazia status e respeito. Abrir mão dela, sinceramente, não era algo que ele estivesse disposto a fazer.Com esse pensamento, Nelson passou o braço ao redor dos ombros de Liz, envolvendo-a com um gesto aparentemente protetor, e começou a falar em um tom gentil:— Liz, foi aquela mulher, Alana, que tentou me seduzir. No meu coração, sempre foi você. Eu te amo, só você. Não diga essas coisas, por favor. Nós estamos noivos, e eu quero passar o resto da minha vida ao seu lado.Nelson tinha uma aparência charmosa, especialmente seus olhos, que transbordavam uma falsa profundidade. Ele sabia exatamente como usar esse olhar para convence
— Você está pensando demais. Eu só estou ocupada com o trabalho esses dias. — Alana desviou o olhar, evitando encarar o rosto de Juan. — Agora me solta, vou tomar banho.Juan hesitou por um momento, mas não soltou sua mão. Ele a observou com atenção, sentindo que havia algo que ela estava escondendo. No entanto, se Alana não quisesse falar, ele não tinha como descobrir.Ele arqueou ligeiramente uma sobrancelha, tentando encontrar uma brecha. Ele não queria que as coisas entre eles continuassem tão distantes. Tudo parecia tão bem antes... Agora, claramente, algo tinha mudado. Talvez ela estivesse interpretando algo de forma errada.— Lana, eu não quero que exista nenhum mal-entendido entre nós. — Juan inclinou-se levemente, roçando o rosto no pescoço dela. — Se tiver algo em sua mente, você pode me contar diretamente.Sua voz era baixa e grave, tão melodiosa quanto as notas profundas de um violoncelo. Cada palavra parecia atingir diretamente o coração de Alana.Ela sentiu o ritmo do seu
Diante daquele rosto, Alana não conseguiu encontrar palavras para recusar:— Está bem, eu entendi.Os lábios de Juan se curvaram em um sorriso instantâneo. Até o cantinho de seus olhos parecia brilhar com um toque de alegria:— Sra. Dutra, vou esperar sua mensagem, hein.Alana murmurou um "uhum" antes de virar e caminhar em direção à entrada da empresa.Juan permaneceu no carro, observando a silhueta de Alana até que ela desaparecesse completamente de sua vista. Só então ele ligou o motor e foi embora.Quando chegou à empresa, Alana assumiu um ar completamente diferente. Ela vestia um elegante terninho em tons claros, que delineava sua figura sem exageros. Seu cabelo estava impecavelmente preso em um coque, deixando a testa lisa e bem cuidada à mostra.Alana usava uma maquiagem discreta, o suficiente para realçar seus traços refinados. Sua aparência exalava profissionalismo, com um toque de sofisticação.Enquanto caminhava pelos corredores, as pessoas a cumprimentavam com sorrisos, e e
No início, todos achavam que a segunda filha da família Alves tinha vindo trabalhar na empresa apenas para brincar. Afinal, esses herdeiros de famílias ricas já nascem com uma colher de prata na boca. Com a fortuna acumulada pela família, trabalhar parecia ser apenas um disfarce.Mas, para a surpresa de todos, Alana era completamente diferente do que o Diretor de Projetos e os outros imaginavam. Na verdade, ela era o oposto do que eles esperavam, desafiando completamente suas crenças.Afinal, era raro encontrar alguém tão dedicado quanto Alana. Ela, que já tinha dinheiro o suficiente para viver sem preocupações, poderia simplesmente "cumprir tabela" no Grupo Alves. Mas a seriedade que ela demonstrava era algo que o Diretor de Projetos via com clareza. Alana não apenas trabalhava duro, mas também era genuína e tratava as pessoas com gentileza.Pensando nisso, o Diretor de Projetos olhou para Alana com ainda mais admiração.Alana, por sua vez, não se importava com o que os outros pensava
Alana pensou:“Ela tinha vindo para entregar os documentos. O projeto com o Grupo Griiff era o mais importante. Todo o resto era secundário.”E foi só um relance. Alana desconfiava que talvez tivesse se enganado. Mas, com aquele rosto de Juan, seria mesmo possível?De repente, Alana se lembrou que o dono do Grupo Griiff também tinha o sobrenome Dutra. O mesmo sobrenome de Juan.Ao pensar nisso, Alana semicerrou os olhos com leve desconfiança, sentindo que muitas coisas pareciam coincidências demais. Ela também se recordou da extravagância de Juan no aniversário da mãe dela e do legítimo frasco de jade que ele havia presenteado.Até Nelson, que gastou uma fortuna, acabou comprando uma falsificação. Era de se imaginar que aquele frasco verdadeiro deveria ter custado ainda mais caro.Embora soubesse que Juan era financeiramente estável, gestos como aquele não eram comuns nem para ele.Com esses pensamentos na cabeça, Alana chegou preocupada à sala de reuniões no 15º andar. Talvez ela real
Alana não disse mais nada. Ela percebeu que havia muitas pessoas da empresa observando os dois, então Juan também preferiu não prolongar a conversa.— Então, vá em frente. Eu ainda tenho coisas para resolver. — Disse Alana.Enquanto falava, ela levantou os documentos que carregava nas mãos, indicando que estava ali para entregar algo.Juan observou o rosto sério de Alana, que naquele momento não exibia a expressão despreocupada e confiante de sempre. Ela parecia mais focada, mais determinada.— Certo, boa sorte. — Disse Juan, casualmente, mas com um tom que parecia mais profundo. — Com tanta dedicação, Lana, você com certeza terá sucesso em qualquer coisa que fizer.Alana encontrou os olhos profundos de Juan e sentiu que havia algo por trás de suas palavras, mas não conseguia definir exatamente o quê. Mais uma vez, ela se lembrou da questão do sobrenome "Dutra".Alana abaixou suavemente o olhar. Seus longos cílios ocultaram a confusão que surgia em seus pensamentos. No entanto, ela dec
As palavras de Alana deixaram todos à vontade. Muitos começaram a olhar para ela com mais admiração.Pelo visto, o Grupo Alves tinha grandes chances desta vez. A pessoa que enviaram para representar a empresa parecia saber exatamente o que fazer e como agir, com muita discrição e habilidade.Alana notou os olhares ao redor, mas respondeu apenas com um leve sorriso e um aceno de cabeça. Ela sabia bem como o mundo dos negócios podia ser traiçoeiro. Quando alguém caía, todos empurravam o muro já em ruínas. Para pessoas como aquelas, bastava manter uma relação cordial e superficial. Não fazia sentido criar inimizades, mas também não havia motivo para se aproximar demais.Quando Alana saiu da reunião, viu que Juan a esperava do lado de fora.— Já terminou tudo? — Perguntou Alana.— Sim, já está tudo resolvido. — Respondeu Juan, enquanto, com naturalidade, pegava a bolsa das mãos dela.Alana hesitou por um breve momento, mas acabou não dizendo nada. Afinal, ter alguém disposto a carregar sua