Na manhã seguinte, Alana apareceu bem cedo na sede do Grupo Alves. Ela vestia um elegante terno branco, com cortes impecáveis que acentuavam ainda mais sua beleza radiante. Cada passo que dava exalava uma confiança imponente, uma energia que parecia dominar o ambiente."Fui demitida? E daí? Não sou do tipo que sai perdendo."Alana entrou no prédio com a cabeça erguida. Seus saltos altos ecoavam no piso de mármore, o som firme e ritmado parecia anunciar sua chegada. Ela caminhou diretamente até o escritório de Bruno, sem encontrar qualquer resistência. Nem mesmo a recepcionista ousou detê-la.Ao chegar, empurrou a porta do escritório com força, que se abriu com um estrondo.Bruno estava recostado em sua cadeira, pernas cruzadas, tomando café de forma despreocupada. Ao vê-la, um lampejo de surpresa passou por seu rosto, mas ele rapidamente trocou a expressão por um sorriso cheio de desdém:— Ora, ora… não é nossa antiga funcionária do Grupo Alves? Que vento te trouxe aqui?Sua voz carreg
Aquela Alana era muito mais difícil de lidar do que Bruno imaginava. O suor começou a brotar em sua testa, seus lábios tremiam, e nenhuma palavra saía de sua boca.Sem perder mais tempo com ele, Alana virou-se e saiu do escritório. O som dos saltos ecoava pelo chão de mármore, ritmado e cortante, como se martelasse diretamente no peito de Bruno, deixando-o ainda mais inquieto.Ele se jogou na cadeira, tremendo de raiva:— Como assim? Uma universitária miserável ousando se achar no direito de me enfrentar?O pensamento o corroía por dentro. Ele se levantou de repente, tomado pela fúria, e saiu do escritório em disparada.No setor dos funcionários, Alana mal havia dado alguns passos quando ouviu os sussurros ao redor.— Alana? O que ela está fazendo aqui? Não tinha pedido demissão?— Sei lá, deve ter voltado pra implorar pro Bruno.Os cochichos eram carregados de desprezo e deboche, mas Alana ignorou cada palavra. Seu foco estava em seu objetivo. Porém, antes que pudesse chegar à sua mes
O escritório mergulhou em um silêncio sepulcral. Todos estavam completamente atônitos, como se o tempo tivesse parado diante da cena chocante que acabavam de testemunhar.Bruno jazia no chão, contorcendo-se de dor, as mãos segurando a região lombar enquanto gemia baixinho. Por mais que tentasse, não conseguia se levantar.Alana, por sua vez, sacudiu levemente as mãos, como se estivesse se livrando de um incômodo qualquer. De cima, olhava para Bruno com um sorriso frio e cortante nos lábios:— Bruno, você realmente achou que eu ia continuar tolerando suas palhaçadas? Pois preste atenção: eu não sou alguém que você pode pisotear!Os olhos de Bruno estavam tomados por um misto de terror e ódio. Nunca, nem em seus piores pesadelos, imaginou que aquela Alana, que sempre lhe parecera frágil e submissa, pudesse reagir dessa forma.Ele tentou se erguer, mas uma pontada aguda de dor percorreu seu corpo, impedindo qualquer movimento. Seu rosto se contorceu, e ele guinchou como um rato encurralad
Enquanto isso, na mansão da família Alves.A sala de estar, decorada com um luxo impecável, exalava uma atmosfera de sofisticação e tranquilidade. Laura desfrutava do café da manhã com elegância, um leve sorriso de satisfação nos lábios.De repente, o som estridente do telefone rompeu a calmaria.— Alô? — Laura atendeu com um tom sereno.— Presidente, aconteceu uma desgraça na empresa!— Presidente, a Srta. Alana… ela bateu no Bruno! O escritório virou um caos, a senhora precisa vir imediatamente!A voz do Diretor de Projeto soava aflita, quase chorosa. Mesmo através do telefone, era possível sentir seu desespero.O rosto de Laura escureceu instantaneamente. O tom de sua pele bem cuidada, sempre impecável, pareceu perder o brilho, e rugas de preocupação se formaram em sua testa. Sem hesitar, ela desligou o telefone, largando os talheres sem sequer tocar no restante do café da manhã. Pegou a bolsa e saiu às pressas da mansão.A família Alves era uma das mais influentes de Cidade Nyerere
Do outro lado da cidade, Alana afundou o pé no acelerador, e o carro esportivo preto disparou pelo asfalto como uma flecha, deixando para trás uma trilha de fumaça e adrenalina. Segurava o volante com uma mão firme, enquanto a outra passava com força pelo rosto, tentando dissipar o turbilhão de emoções que a consumia.A imagem de Laura, furiosa, suas palavras cortantes e cheias de desprezo, ecoavam em sua mente sem parar.— Você desonrou o nome da família Alves! Você ainda me considera sua mãe?Cada frase era como uma farpa venenosa cravando-se fundo em seu peito.Alana mordeu o lábio inferior, sua mandíbula travada de raiva. Apertou ainda mais o acelerador. Tudo o que queria naquele momento era fugir. Fugir daquela casa sufocante. Fugir daquela mulher que nunca a enxergou de verdade, que sempre protegeu Liz e a tratou com frieza.Quando finalmente estacionou em frente ao prédio de Karina Hermes, percebeu que suas mãos estavam suadas.O apartamento de Karina ficava em um condomínio de
Juan dirigiu em alta velocidade, sem se importar com os sinais vermelhos ou com os olhares surpresos dos outros motoristas. Seu único pensamento era chegar até Alana o mais rápido possível.Assim que parou em frente a uma farmácia, entrou apressado e comprou praticamente tudo o que encontrou de anti-inflamatórios, pomadas para hematomas, sprays cicatrizantes, analgésicos e até curativos estéreis. Quando voltou para o carro, o porta-malas estava abarrotado de remédios.Ao chegar no apartamento de Karina Hermes, encontrou Alana sentada no sofá, abraçada a um copo de água gelada, o olhar perdido e abatido.Juan se aproximou rapidamente, ajoelhando-se diante dela. Assim que viu o inchaço em seu rosto, sentiu o coração apertar como se fosse perfurado por espinhos invisíveis:— O que aconteceu? Quem fez isso? Está doendo?Sua voz era absurdamente gentil, um contraste gritante com o implacável presidente do Grupo Dutrad, conhecido por sua frieza e rigidez no mundo dos negócios.Alana, desconc
O coração de Alana disparou, e ela sentiu o rosto arder como se estivesse pegando fogo. Virou o rosto de lado e murmurou baixinho:— Não foi nada, só um pequeno machucado.— Pequeno machucado? — O tom de Juan carregava um leve traço de irritação. — Está todo inchado e ainda diz que foi só um machucado? Me conta, o que aconteceu?Só então Alana contou, em detalhes, tudo o que havia acontecido na empresa naquele dia.Juan ouviu em silêncio, mas seu rosto foi se tornando cada vez mais sombrio. Pegou o celular e, sem hesitar, ligou para seu assistente:— Descubra tudo o que puder sobre um homem chamado Bruno.Sua voz soou fria, carregada de uma autoridade inquestionável, bem diferente da imagem gentil e serena que costumava transmitir.Alana o observou, com um turbilhão de sentimentos dentro de si.— Juan… — Ela segurou de leve a manga de sua camisa, mas, no fim, apenas balançou a cabeça, soltando um suspiro cansado. — Melhor deixar pra lá… Não quero criar mais problemas. No fim das contas
Do lado de fora do restaurante.Diego mantinha seu ar despreocupado, um sorriso insolente brincando nos lábios enquanto lançava um olhar provocador para Alana. Com um braço, segurava firmemente a cintura de Natalie. Com o outro, girava distraidamente um isqueiro entre os dedos, como se nada no mundo pudesse realmente prendê-lo.Mas, quando seus olhos pousaram no homem sentado à frente de Alana, sua expressão mudou quase imperceptivelmente. Houve um breve lampejo de curiosidade em seu olhar. Ele não conseguia ver o rosto do sujeito, apenas um porte imponente e uma presença marcante. Pela postura ereta e pela aura dominante que emanava, Diego teve certeza de uma coisa: aquele homem não era alguém comum.Natalie seguiu o olhar de Diego e também percebeu a figura masculina sentada diante de Alana. Mesmo sem ver seu rosto, um arrepio percorreu sua espinha. Aquele homem era diferente. Diferente de Diego, diferente de qualquer outro que ela já tivesse conhecido. Havia algo nele uma imponência