72

Rosa

Eu não tenho muitas lembranças dele, e isso talvez seja o que mais dói. Tadeu me deu amor, lealdade e companheirismo quando ninguém mais podia. Seguro um desenho antigo feito por mim em uma das muitas noites em que ele vinha me visitar no bordel.

Ele não gostava do lugar e dizia que eu merecia mais, mas eu não demonstrava afeição ou esperava algo dele. Afinal, Tadeu era um marinheiro, um homem livre, sem desejo de se prender a ninguém, muito menos a mim, uma prostituta suja.

Com o tempo, suas visitas se tornaram frequentes. Pagava a mais para que nos deitássemos na praia, dizendo que ali estávamos perto da natureza e longe da maldade humana. Achava bonito e poético, mas sempre mantinha os pés no chão.

Eu, no entanto, sabia que podia ser fingimento para não pagar. Nunca fui uma boba apaixonada por palavras bonitas. Os homens me ensinaram que a maioria não é confiável.

Fui a primeira a notar a ferida. Ele não tinha percebido, nem senti
Continue lendo no Buenovela
Digitalize o código para baixar o App

Capítulos relacionados

Último capítulo

Digitalize o código para ler no App