POR LENISSYALin parecia confiante no que dizia, e, mesmo sem eu saber exatamente o que ela escrevera nas cartas, parecia que não havia nada comprometedor. Ela pegou sua carteira de advogada e saiu com meus pais logo após o almoço. Fiquei com o coração apertado enquanto aguardava o retorno deles, mas essa sensação ruim desapareceu assim que os três entraram em casa, rindo.— Foi muito engraçado! — disse Lin enquanto olhava para mim e desfazia a ilusão. — Você tinha que ver a cara do delegado quando perguntei: “Pelo desaparecimento de quem?” e mostrei meus documentos.— Tudo foi resolvido com tanta facilidade. Vocês voltaram no momento certo! — comentou meu pai, com um sorriso de alívio.— Essa ideia de usar magia de ilusão... Significa que você vai ficar aqui, certo? Você pode se disfarçar! — sugeri, com a esperança crescendo em meu peito. No fundo, eu tinha certeza de que ela era capaz de recuperar tudo. Tinha que ser!— Não é tão simples, Lo. Já é complicado manter a magia ativa por
POR ALISSYAApós Lorena quase matar os pais dela do coração com tantas novidades, decidi criar coragem para fazer o mesmo com os meus… Só que não!"Em breve estarei aí!" — mandei uma mensagem aos meus pais pelo celular enquanto arrumava as coisas no meu quarto.Enviei uma carta oficial ao meu chefe, comunicando minha demissão. Expliquei que surgiu uma situação urgente e eu precisava voltar para casa. Aproveitei para agradecer pela oportunidade que ele me deu durante todo o tempo em que trabalhei lá.Já não havia mais motivo para continuar em São Paulo. Além disso, seria melhor que Lizbeth tivesse um quarto só para ela, em vez de dividir o espaço comigo.— Estou de saída! Manteremos contato — despedi-me, abraçando carinhosamente cada um deles, incluindo o fofucho e babão do Noturno.Abri um portal para o meu quarto, deixando minhas coisas silenciosamente em um canto, e espreitei pela porta. Consegui ver apenas meu pai de pé atrás do sofá, apreensivo, e imaginei que minha mãe estava sen
POR ALISSYA— E esta carta? — perguntou meu pai, curioso. O bebê da Lorena estava prestes a nascer, a situação já estava em ordem e todas as burocracias resolvidas. Com tudo encaminhado, dei baixa no meu credenciamento na OAB. Meu trabalho estava completo, e eu já não tinha mais nada para fazer na Terra.— Estar aqui tem sido difícil para mim. É complicado disfarçar minha condição, então vou bater asas e voar, literalmente. — Tentei aliviar a tensão com uma brincadeira, mas meus pais não acharam graça. Decidi, então, ser o mais direta possível: — Vou voltar para o meu antigo planeta, Halis. Lá, poderei ser eu mesma, sem precisar me esconder. Nesse envelope, tem um presente para vocês.— Por que você tem que ir, Lin? — perguntou meu irmão, desmanchando-se em lágrimas, e acabei chorando junto. Eu os amava profundamente, mas sentia-me sufocada na minha condição atual.— A gente dá um jeito! — insistiu ele, em meio ao choro.— É o melhor para mim, entendem? Eu os amo e virei vê-los sempre
POR LUNESTERFazia quase um ano que eu não via Lincy, e mesmo assim era impossível parar de pensar nela. Seu sorriso, seu olhar, seu jeito de ser me cativavam por completo e preenchiam todos os meus sonhos, mesmo quando eu estava acordado. Eu sentia muita falta de sua presença, do seu carisma, e de simplesmente poder admirá-la em segredo. Eu não sabia se ainda estava em Halasin ou se tinha voltado para a Terra, e, mesmo assim, desejava ardentemente poder encontrá-la onde quer que estivesse.— A mensagem já foi entregue ao rei de Lefyr, e trouxe a resposta, Sua Majestade — informei, estendendo o envelope ao meu irmão mais velho. Ele assumia cada vez mais responsabilidades que antes pertenciam ao nosso pai e, em breve, seria coroado oficialmente.— Muito bem! Volte ao seu quarto e só saia quando for chamado — ordenou ele, com firmeza.Acatei passivamente. Desde que voltei com Miridar daquela jornada, assumi toda a culpa, e o fato de eu ter dispensado meu vassalo foi um agravante para mi
POR LUNESTERSentia-me hipnotizado por Alissya enquanto ela narrava os acontecimentos. Cada detalhe de sua presença me fascinava: o modo como falava, seus traços, sua postura. Sentia-me orgulhoso por ter feito parte dessa aventura ao lado dela, especialmente por tê-la tido tão próxima de mim durante tanto tempo. Vi várias facetas suas que, provavelmente, minha família jamais conheceria. Eram todas memórias preciosas, sentimentos inigualáveis.Minha memória era aguçada, e enquanto Alissya resumia os fatos com paciência, eu os revivia detalhadamente em minha mente, como se estivesse experienciando tudo novamente. Essa imersão foi interrompida quando ela se aproximou de mim com uma pequena caixa preta na mão.— Permita-me agradecê-lo pessoalmente. Obrigada, príncipe Lunester, por tudo! Aceite isto, por favor!Um turbilhão de emoções explodiu dentro de mim enquanto ela abria a caixa, revelando um círculo dourado em seu interior. Era um anel. No momento em que ela pegou minha mão para entr
POR LINCYSeus dedos deslizavam pela gravata em mais uma tentativa desastrada de ajustar o nó. Mesmo após observar como meu pai fazia, ele não conseguiu imitar. Estávamos de volta à Terra há alguns dias e, agora, nos preparávamos para o casamento da Lorena.— Tudo bem, meu amor, deixe-me ajeitar isso para você — falei a ele. Lunester suspirou profundamente e deixou que eu terminasse o serviço.Observei-o por um momento, impecavelmente vestido de forma elegante e formal para a tão esperada ocasião. Ele parecia um verdadeiro galã de cinema.— Está lindo, querido! — elogiei, esticando-me na ponta dos pés para beijá-lo. Como eu sentia saudades de quando era mais alta...— Não tanto quanto você, meu anjo. — Sua mão deslizou suavemente pelo meu rosto, causando-me arrepios. O toque dele era sempre tão gentil! Se ele soubesse o quanto me fazia feliz...— Lin, mamãe mandou perguntar se já estão prontos.— Estamos sim, Hugo. Já estamos indo! — respondi com um sorriso.Lunester e eu já estávamos
POR LINCYAtravessei no céu de Halasin. Não imaginei que voltaria a esse lugar. Bati minhas asas suavemente, sobrevoando o castelo de Alister, descendo de frente para a porta principal.Adentrei apressadamente e levitei no mesmo sentido que outras pessoas passavam. Acabei parando na sala do trono. Ele estava trabalhando, e o espanto foi evidente em seu rosto assim que me viu.— Ei! Levanta daí e vamos! — gritei para ele, furando fila.— Como te atreves a invadir meu local de trabalho e ainda me dar ordens? — Apesar do semblante sério, havia uma ponta de felicidade na voz que ele não conseguiu disfarçar. — A que vieste?— Vim a pedido do Zuldrax. Ele pediu para eu passar aqui e te pegar.— Estou ocupado, mas, se quiser ser atendida, entre na fila.— Tranquilo. Eu aviso para ele que tentei e para a Lenissya que o irmão não quis conhecer a sobrinha. Adeus!— Espere! — pediu, assim que dei as costas. — Minha irmã teve uma menina?— Uma linda princesinha — respondi, abrindo um enorme sorri
POR LORENAEstávamos passando pelo portão de entrada da propriedade, faltando poucos minutos para o horário marcado nos convites. Havia algo que minha sogra mencionou no caminho de ida, com o qual eu concordava. Dava agonia termos que usar o carro em vez dos nossos dons. No momento, ela estava concentrada, olhando a paisagem através da janela. Ela se encantava com tudo e, ao contrário do Zuldrax, nunca reclamou de nada.— Finalmente! — Lizbeth exclamou aliviada, assim que meu pai estacionou próximo à entrada onde ocorrerá a celebração. Perto de onde estávamos, havia uma fileira com pelo menos uma dúzia de carros. — Vou ver a Ellen.Lizbeth não esperou nem o carro desligar completamente antes de sair apressada, e não consegui segurar uma risada. Ela era uma verdadeira avó "babona", completamente apegada à pequena. Ela estava usando um longo vestido vermelho, muito bonito, e seu cabelo estava preso em um coque. A mulher do salão fez um ótimo trabalho com todas nós, inclusive com minha m