Marina pensou por um momento e disse:- Você deveria se entregar a ele.- Me entregar a ele? - Luiza repetiu a frase, com o rosto enrubescido. - Eu já me entreguei ontem à noite.Marina riu ao ouvir isso.- Não, não estou falando desse jeito. Quero dizer, se vista como um presente, tipo uma empregada ou uma enfermeira, e faça uma surpresa para ele.Quanto mais Luiza ouvia, mais vermelha ficava.- Os homens realmente gostam desse tipo de coisa?- Com certeza. Os homens podem parecer sérios por fora, mas na intimidade, eles gostam é de novidade.- Então... Eu deveria comprar um conjunto?- Deixa que eu compro para você. Vou escolher algo bem sensual. - Marina disse, navegando na internet e fazendo um pedido para Luiza.- Lulu, eu já comprei para você. Deve chegar em alguns dias.- Ok. - Luiza respondeu. - Obrigada, Mari.Quando Miguel chegou à reunião de negócios, a maioria já estava lá; ele estava um pouco atrasado. Sob a liderança do organizador do evento, tomou seu lugar.Yago também
Após o café da manhã, Lívia preparou uma garrafa térmica de sopa para si mesma, enquanto Luiza a acompanhava até o hospital.Chegando lá, Luiza pressionou o botão do elevador.Contudo, o hospital se encontrava extremamente movimentado naquela manhã, impedindo ela de utilizar um dos dois elevadores disponíveis. Após refletir, optou por se dirigir a um elevador mais afastado.Esse elevador, embora vazio, ficava a uma distância maior, exigindo a travessia de um corredor.Durante o trajeto pelo corredor, Luiza subitamente escutou uma voz conhecida:- Dr. Raul, ainda há esperança para o meu filho?Era Clara!Instintivamente, Luiza parou, seu coração pulsava descontroladamente.Dr. Raul respondeu:- Srta. Clara, infelizmente, não há mais o que possamos fazer. Nas últimas duas semanas, você realizou dois ultrassons, e ambos indicaram que o desenvolvimento do feto cessou. Seu filho já... - Sem concluir a frase, prosseguiu. - Certamente, você notou os frequentes sangramentos e dores abdominais
Helena exibia um desgosto evidente em seus olhos, mas não restavam mais perguntas a fazer. Sem lançar mais um olhar, começou a caminhar para frente.Luiza soltou um suspiro de alívio, de forma discreta.Após alguns passos, Luiza escutou subitamente a voz de uma mulher.- Tia. - Era Clara.Ela avistou Helena e não demonstrou qualquer sinal de pânico, mantendo sua voz doce e gentil.- Como você também está aqui? - Ao vê-la, Helena perdeu imediatamente a serenidade que tinha antes.As atitudes de Clara a tornaram motivo de chacota em toda a alta sociedade, a ponto de agora todos comentarem que ela insistiu em adotar um filho alheio na família Souza, fazendo com que ela se envergonhasse a ponto de não ousar mais sair de casa.Ao avistar Clara, sua expressão não era amistosa, naturalmente.Clara encarou Helena com olhos lacrimejantes, rapidamente se enchendo de lágrimas.- Tia, na verdade, tenho me sentido muito culpada nesses dias. Visitei sua casa inúmeras vezes, mas você sempre se recus
Os médicos e enfermeiros correram em um alvoroço, colocando Clara na ambulância e levando ela para a sala de cirurgia.Clara, pálida, segurava a mão da enfermeira, gritando:- Dr. Raul, por favor, chame o Dr. Raul, ele é o meu médico responsável...Clara foi então levada.Helena estava completamente perdida, não esperava que, por não ter conseguido segurar Clara, isso resultaria em um aborto espontâneo.Ela se lembrou do momento em que Luiza a segurou primeiro, e então se virou para olhar friamente para Luiza:- Luiza, o que você estava fazendo, exatamente? Você tem noção de que, por eu não ter conseguido segurá-la, ela acabou caindo?Luiza, claro, também tinha visto Clara ser levada às pressas pelos médicos e enfermeiros após um sangramento intenso.Estava um tanto em pânico, mas não se arrependia.Naquele instante, se lembrou da conversa que Clara teve com o Dr. Raul no corredor.Subitamente, agiu como se fosse desmaiar, provavelmente tentando fazer com que a responsabilidade recaíss
Luiza estava em um canto, sem dizer uma palavra.A enfermeira ainda não tinha saído, e Luiza não sabia o que dizer.Todos seguiram Clara para o quarto do hospital.Helena também entrou.Clara, lá dentro, chorava histericamente.- Meu filho, eu cuidei dele tão bem, como ele pôde ter desaparecido de repente? Tia, por que você não me segurou naquele momento? Se você tivesse me segurado, talvez meu filho estaria bem...Helena tinha uma expressão grave.Foi nesse momento que a enfermeira voltou e contou ao mordomo o que aconteceu na sala de cirurgia.O mordomo, após ouvir, acenou com a cabeça, se aproximou de Helena e sussurrou.- A enfermeira foi à sala de parto e disse que o bebê já estava sem vida quando nasceu, todo roxo e sem respirar.A expressão de Helena esfriou.Clara ainda chorava.- Tia, como meu filho pode estar morto?Helena olhou para ela, a culpa anterior desaparecida, com uma expressão indiferente, e perguntou ao Dr. Raul.- Dr. Raul, é possível trazer o bebê para eu ver?Dr
Quando Miguel proferiu essas palavras, Clara tremeu levemente as pálpebras e as lágrimas cessaram.Miguel lançou um documento sobre sua cama.Após a declaração alarmante de Yago na noite anterior, Miguel solicitou a Eduardo que investigasse, e pela manhã, Eduardo trouxe os resultados.Clara, inesperadamente, havia causado tumulto no hospital.- Não é de admirar que você tenha insistido em ir à Quinta do Lago para pedir desculpas à Lulu ontem, querendo jogar a questão da criança no colo dela. Como Lulu se recusou a vê-la, hoje você mirou na minha mãe, Clara. Que audácia a sua!O rosto de Clara mudou drasticamente, e ela rapidamente virou a cabeça para olhar para Helena.As finas sobrancelhas de Helena se franziram, e ela lançou um olhar frio para Clara.Ela finalmente entendeu por que Luiza a tinha afastado, percebendo que Clara havia feito isso duas vezes.Agora, sentia um alívio súbito, agradecida por Lulu tê-la afastado, pois se seu filho tivesse desaparecido, ela nunca poderia escla
Luiza não pôde evitar um sorriso.- Mas, eu não fui muito boa com você no passado, você não me odeia? Se naquela vez você não tivesse me segurado, eu teria sofrido.Luiza balançou a cabeça e disse:- Eu sofri nas mãos dela, não quero que você sofra também.Helena ficou surpresa, não esperava que Luiza não a odiasse, pois sempre a forçava a tomar remédios e frequentemente a repreendia...De repente, se sentiu um pouco culpada e, antes de partir, disse gentilmente:- Quando tiver tempo, venha visitar a Baía da Valenciana.- Claro. - Luiza observou a sogra partir.Miguel, após resolver algumas coisas, se aproximou.- Onde está minha mãe?- Ela foi embora. - Respondeu Luiza.- O que ela estava falando com você? - Miguel havia olhado para cá por um momento e viu Helena acariciando sua cabeça, então provavelmente não estava repreendendo ela.Luiza sorriu e disse:- A sogra me disse que havia me julgado mal antes, que eu sou uma boa garota e que eu deveria visitá-la sempre que não estivesse o
- Naquela época...Bryan se recordou de muitos anos atrás,- Naquela época, nós sete levamos o chip recém-desenvolvido para a América para discutir investimentos, e não esperávamos que um americano imediatamente se interessasse por ele. Ficamos muito felizes, mas descobrimos mais tarde que o americano queria que vendêssemos o produto definitivamente e nos proibisse de produzi-lo no futuro. - Rememorou Bryan. - Inicialmente, não estávamos de acordo, mas a intenção do americano era que, se não vendêssemos o produto definitivamente, não nos seria permitido voltar ao nosso país. Sob essa ameaça, vários membros da equipe se posicionaram a favor da venda, acreditando que, mesmo sem essa tecnologia, poderíamos desenvolver outra, mas Zeca de maneira alguma concordava.- Isso eu sei. - Respondeu Miguel. - O que eu quero saber é por que meu pai se jogou do prédio?Bryan suspirou.- Naquela noite, alguns membros da equipe planejaram levar Zeca para beber, com a intenção de embriagá-lo e fazê-lo a