Ela curvou os lábios e correu para fora, deixando o pátio para trás, com os cabelos longos ao vento, exalando beleza e vitalidade. Miguel saiu do carro, agarrou seus ombros com suas grandes mãos, franzindo a testa ao dizer:- Não corra tão depressa, tenha cuidado para não cair.- Entendi! - Respondeu ela docilmente, lançando a ele olhares furtivos.O semblante severo de Miguel se suavizou, e ele segurou a mão dela enquanto entravam no carro.O calor das mãos secas aquecia seu coração gradualmente. Luiza se sentou ao lado dele, subitamente sem coragem de encontrar seu olhar.- Clara já foi embora? - Perguntou Miguel.Luiza acenou com a cabeça.- Depois que você ligou, ela partiu.- Ótimo, da próxima vez que a vir, evite ela e não converse com ela. - Instruiu Miguel.Luiza acenou obediente, fixando o olhar no homem de expressão amena, sentindo uma tristeza inexplicável brotar em seu coração.Clara havia dito que o bebê em seu ventre era muito importante para Miguel.Contudo, a razão ex
Mas, depois de meio mês de tratamento, ele já havia se recuperado quase completamente, apenas a doença ainda era contagiosa, necessitando ficar alguns dias a mais no hospital.- Isso é bom. - Ao ver seu pai de pé à sua frente, Luiza não desejava mais nada, estendeu a mão e tocou a de seu pai. - Pai, você ainda sente desconforto em algum lugar?- Estou quase completamente recuperado, só ainda sinto como se houvesse lâminas cortando minha garganta, um pouco de tosse.- Então pai, não fique de pé, se sente logo. - Luiza pediu que ele se sentasse.Bryan sorriu e se sentou.- Lulu, como você tem estado recentemente? Alguém tem te incomodado? Miguel... Ele ainda está se envolvendo com outras mulheres lá fora?Ao ouvir Bryan, Luiza se lembrou da primeira vez que foi à prisão falar com seu pai sobre a infidelidade de Miguel.Bryan disse:- Quando eu me recuperar, vamos para o exterior, viver lá fora e não voltaremos mais.Luiza ficou atônita, de repente não soube como explicar para seu pai, co
Luiza acreditava que deveria ser algo positivo!Ela retirou os documentos e, para sua surpresa, eram os arquivos do julgamento!A inocência de seu pai havia sido comprovada!Assim, a sentença original foi anulada e substituída por uma absolvição.Os olhos de Luiza se arregalaram.- Miguel, foi você quem ajudou meu pai?- Se não fosse por mim, quem mais seria? - Disse Miguel, sorrindo para ela.Luiza, transbordando de felicidade, o abraçou pelo pescoço e o beijou.- Obrigada, Miguel!- Isso não é o suficiente. - Brincou Miguel, sorrindo, segurou seu rosto e aprofundou o beijo, se entregando a uma paixão ardente.Luiza, ofegante, protestou.- Miguel, estamos no carro...E Eduardo ainda estava ali.Ao ouvir isso, Miguel a abraçou e acionou a divisória.Quando a divisória começou a subir, o rosto de Luiza se tingiu de vermelho.Como ele podia agir com tanta impetuosidade? Fazer isso em público, após uma noite intensa, ela estava mortificada e o empurrou.- Pare, as pessoas lá fora podem no
Marina pensou por um momento e disse:- Você deveria se entregar a ele.- Me entregar a ele? - Luiza repetiu a frase, com o rosto enrubescido. - Eu já me entreguei ontem à noite.Marina riu ao ouvir isso.- Não, não estou falando desse jeito. Quero dizer, se vista como um presente, tipo uma empregada ou uma enfermeira, e faça uma surpresa para ele.Quanto mais Luiza ouvia, mais vermelha ficava.- Os homens realmente gostam desse tipo de coisa?- Com certeza. Os homens podem parecer sérios por fora, mas na intimidade, eles gostam é de novidade.- Então... Eu deveria comprar um conjunto?- Deixa que eu compro para você. Vou escolher algo bem sensual. - Marina disse, navegando na internet e fazendo um pedido para Luiza.- Lulu, eu já comprei para você. Deve chegar em alguns dias.- Ok. - Luiza respondeu. - Obrigada, Mari.Quando Miguel chegou à reunião de negócios, a maioria já estava lá; ele estava um pouco atrasado. Sob a liderança do organizador do evento, tomou seu lugar.Yago também
Após o café da manhã, Lívia preparou uma garrafa térmica de sopa para si mesma, enquanto Luiza a acompanhava até o hospital.Chegando lá, Luiza pressionou o botão do elevador.Contudo, o hospital se encontrava extremamente movimentado naquela manhã, impedindo ela de utilizar um dos dois elevadores disponíveis. Após refletir, optou por se dirigir a um elevador mais afastado.Esse elevador, embora vazio, ficava a uma distância maior, exigindo a travessia de um corredor.Durante o trajeto pelo corredor, Luiza subitamente escutou uma voz conhecida:- Dr. Raul, ainda há esperança para o meu filho?Era Clara!Instintivamente, Luiza parou, seu coração pulsava descontroladamente.Dr. Raul respondeu:- Srta. Clara, infelizmente, não há mais o que possamos fazer. Nas últimas duas semanas, você realizou dois ultrassons, e ambos indicaram que o desenvolvimento do feto cessou. Seu filho já... - Sem concluir a frase, prosseguiu. - Certamente, você notou os frequentes sangramentos e dores abdominais
Helena exibia um desgosto evidente em seus olhos, mas não restavam mais perguntas a fazer. Sem lançar mais um olhar, começou a caminhar para frente.Luiza soltou um suspiro de alívio, de forma discreta.Após alguns passos, Luiza escutou subitamente a voz de uma mulher.- Tia. - Era Clara.Ela avistou Helena e não demonstrou qualquer sinal de pânico, mantendo sua voz doce e gentil.- Como você também está aqui? - Ao vê-la, Helena perdeu imediatamente a serenidade que tinha antes.As atitudes de Clara a tornaram motivo de chacota em toda a alta sociedade, a ponto de agora todos comentarem que ela insistiu em adotar um filho alheio na família Souza, fazendo com que ela se envergonhasse a ponto de não ousar mais sair de casa.Ao avistar Clara, sua expressão não era amistosa, naturalmente.Clara encarou Helena com olhos lacrimejantes, rapidamente se enchendo de lágrimas.- Tia, na verdade, tenho me sentido muito culpada nesses dias. Visitei sua casa inúmeras vezes, mas você sempre se recus
Os médicos e enfermeiros correram em um alvoroço, colocando Clara na ambulância e levando ela para a sala de cirurgia.Clara, pálida, segurava a mão da enfermeira, gritando:- Dr. Raul, por favor, chame o Dr. Raul, ele é o meu médico responsável...Clara foi então levada.Helena estava completamente perdida, não esperava que, por não ter conseguido segurar Clara, isso resultaria em um aborto espontâneo.Ela se lembrou do momento em que Luiza a segurou primeiro, e então se virou para olhar friamente para Luiza:- Luiza, o que você estava fazendo, exatamente? Você tem noção de que, por eu não ter conseguido segurá-la, ela acabou caindo?Luiza, claro, também tinha visto Clara ser levada às pressas pelos médicos e enfermeiros após um sangramento intenso.Estava um tanto em pânico, mas não se arrependia.Naquele instante, se lembrou da conversa que Clara teve com o Dr. Raul no corredor.Subitamente, agiu como se fosse desmaiar, provavelmente tentando fazer com que a responsabilidade recaíss
Luiza estava em um canto, sem dizer uma palavra.A enfermeira ainda não tinha saído, e Luiza não sabia o que dizer.Todos seguiram Clara para o quarto do hospital.Helena também entrou.Clara, lá dentro, chorava histericamente.- Meu filho, eu cuidei dele tão bem, como ele pôde ter desaparecido de repente? Tia, por que você não me segurou naquele momento? Se você tivesse me segurado, talvez meu filho estaria bem...Helena tinha uma expressão grave.Foi nesse momento que a enfermeira voltou e contou ao mordomo o que aconteceu na sala de cirurgia.O mordomo, após ouvir, acenou com a cabeça, se aproximou de Helena e sussurrou.- A enfermeira foi à sala de parto e disse que o bebê já estava sem vida quando nasceu, todo roxo e sem respirar.A expressão de Helena esfriou.Clara ainda chorava.- Tia, como meu filho pode estar morto?Helena olhou para ela, a culpa anterior desaparecida, com uma expressão indiferente, e perguntou ao Dr. Raul.- Dr. Raul, é possível trazer o bebê para eu ver?Dr