Miguel estremeceu levemente.Ele havia compreendido mal ela?Ao ver a marca de mordida em seu pescoço, Yago arqueou uma sobrancelha e perguntou:- Você a maltratou ontem à noite?Miguel não disse nada, apenas ajustou o colarinho da camisa com suas mãos de dedos longos e bem definidos, se lembrando involuntariamente das cenas da noite anterior.Seu pequeno corpo era branco como neve, suave como se não tivesse ossos, despertando nele um desejo incontrolável, do qual ele não queria se libertar...Portanto, mesmo que tivesse havido um mal-entendido, ele não se arrependia.Yago disse:- Se você compreendeu mal alguém, deveria ser mais gentil com essa pessoa, dê a ela um presente para mostrar seus sentimentos.Naquela tarde, Luiza recebeu uma entrega no estúdio.O estúdio ainda estava aberto.Mesmo com problemas judiciais, não era possível fechar e parar de fazer negócios, todos os proprietários faziam isso.Olívia levou a entrega até o andar de cima.- Chefe, sua entrega.Luiza, no segundo
Luiza, ao ouvir isso, se sentiu como se estivesse mergulhada em água gelada, um frio percorrendo todo o seu corpo.Ana havia morrido, o que significava que não havia mais prova viva daquela questão.A acusação de plágio não poderia ser revertida.E a indenização de cinquenta milhões do Grupo NAS recairia toda sobre seus ombros.Luiza de repente ficou sem palavras, como se estivesse paralisada, sentada ali sem se mover por um longo tempo.Fabiano disse:- Desculpa, fiz o meu melhor, mas não esperava que as coisas fossem assim. Vamos fazer o seguinte, Luiza, eu pagarei os cinquenta milhões do Grupo NAS por você.Luiza não sabia se tinha realmente entendido; ela apenas ouviu Fabiano dizer que daria cinquenta milhões a ela.Mas como ela poderia aceitar?Ela sabia que Fabiano gostava dela, e não existiam almoços grátis neste mundo. Se aceitasse, isso significaria que teria que se tornar, de alguma forma, a mulher de Fabiano?Por fim, ela recusou delicadamente:- Obrigada pela sua gentileza
- Vocês precisam encontrá-la rapidamente.Sua expressão era sombria, e todos sentiam uma grande pressão.Miguel tinha pensamentos ruins incessantes em sua mente, imagens dela deitada em uma poça de sangue apareciam constantemente, ele temia que ela estivesse morta no Jardins da Serra.Não se sabia por quanto tempo procurou, até que viu um par de pernas brancas balançando no pátio.Essas pernas estavam acima de sua cabeça.Olhando para cima, viu Luiza sentada em uma grande oliveira, com uma expressão abatida e chorando.Apesar do olhar atordoado, pelo menos ela estava fisicamente ilesa.Um peso enorme caiu de seu coração, e uma sensação inexplicavelmente ácida surgiu em sua garganta.Ele se aproximou, suavizando a expressão sombria em seu rosto, e olhou de baixo para ela.- O que você está fazendo aqui?Luiza estava enxugando as lágrimas, ouvindo sua voz, não queria lidar com ele, virou a cabeça para o lado, de costas para ele.Ela estava chorando e não queria falar.Se falasse, chorari
Luiza ficou comovida por muito tempo.Realmente, não era de admirar que ela fosse apaixonada por ele.Embora ele sempre se mostrasse frio, com o rosto fechado, afirmando que a odiava, que ela precisava se redimir, nunca a agrediu nem a insultou. De vez em quando, ainda lhe trazia presentes do exterior.Ele possuía um caráter íntegro.Por isso, Luiza sempre aguardava ansiosamente pelo seu retorno.Mesmo quando ele a repreendia severamente, a expulsando com ferocidade do escritório, isso a deixava feliz por muito tempo. Ela gostava de provocá-lo, buscando sua presença dizendo "senhor, senhor" como uma borboleta colorida e alegre.Era uma pena que o homem que ela desejava amar por toda a vida tivesse outra pessoa em seu coração.Pensando nisso, Luiza sentiu seus olhos se encherem de lágrimas novamente.Miguel percebeu e a abraçou gentilmente, perguntando com suavidade:- Por que você está chorando novamente?- É só que me sinto injustiçada, Miguel, você não pode me deixar, está bem? - E
O rosto de Luiza corou intensamente e ela deu um leve tapa nele.- Seu canalha!- Não esqueça, foi você que me seduziu primeiro. - Essa afirmação de Miguel deixou Luiza sem palavras.Quem tinha se apaixonado primeiro era ela, não?Seu rosto estava tão vermelho de vergonha que parecia um tomate, e ela murmurou entre os dentes cerrados:- Então, depois você não acabou gostando, até não poder mais?- É, eu gostei muito, não queria mais que você fosse embora. - Ele a abraçou mais forte, e seus olhos brilharam com um sentimento mais intenso.Luiza, incapaz de suportar o olhar dele, desviou o olhar, dizendo:- Vamos, o vento está forte esta noite, e parece que vai chover em breve.Ela queria descer da árvore, mas notou que as luzes da mansão estavam acesas.Olhando para lá, viu alguém fazendo a limpeza.Luiza se surpreendeu:- Por que estão limpando lá dentro?Vários seguranças limpavam mesas e cadeiras dentro da mansão.Miguel lançou um olhar e logo entendeu, provavelmente era a intenção de
Nesse momento, a porta se abriu.Luiza olhou imediatamente naquela direção.Miguel entrou, com algumas gotas de chuva caindo sobre seus ombros.- A chuva começou; eu mandei eles voltarem para casa.Luiza ficou surpresa por um instante.- E você?- Começou a chover; vou ficar aqui. - Ele disse, como se fosse a coisa mais natural.Luiza se sentiu mal em mandá-lo embora, então falou em voz baixa:- Você tem roupas para trocar?- Tenho no carro. - Ele sempre tinha roupas de reserva no carro. - Vou lá pegar.- Espere. - Luiza o chamou. - Acho que tenho um guarda-chuva aqui; vou procurar para você.Miguel pensou que ela estava tentando mandá-lo embora, e seu belo rosto se franziu.Luiza encontrou o guarda-chuva no hall de entrada e o levou até ele.- Aqui está o guarda-chuva, para você.Miguel olhou para ela friamente.- Está tão ansiosa assim para me mandar embora?- Não é isso. - Luiza ficou surpresa, explicando. - É para você pegar as roupas debaixo do guarda-chuva.- Entendi.As rugas em
Luiza não conseguia se explicar.De fato, antes ela se comportava de maneira dócil diante dele; amar alguém significava tentar agradar essa pessoa involuntariamente, querendo que ele a percebesse como alguém bom.Entretanto, quando Clara retornou ao país, ela se sentiu tão desapontada que sua verdadeira natureza acabou vindo à tona.- Como você se tornou rebelde de repente? - Miguel se aproximou, fitando ela com intensidade.Embaraçada, Luiza baixou a cabeça e disse:- Eu cresci, não posso ser rebelde?Ele olhou para baixo, dando um riso leve.- Não cresceu tanto assim.Uma dupla interpretação.Luiza corou profundamente, cobrindo o peito.- Você está sendo vulgar novamente!Ela o empurrou, irritada e envergonhada:- Detestável.E, então, correu para fora.Miguel, vendo ela fugir, não conseguiu evitar um sorriso.Mais tarde, ao buscar itens de higiene para ele, encontrou apenas uma toalha rosa e uma escova de dentes em forma de pato, entregando-os de forma um tanto quanto constrangida.
O ambiente se tornou subitamente mortalmente silencioso.Ele não disse nada, abriu a porta e saiu.Luiza estava arrumando os travesseiros quando, de repente, o viu sair do banheiro e perguntou:- Você ainda não tomou banho?Miguel, com uma expressão vazia, ignorou ela completamente e saiu pisando forte, voltando à sua frieza habitual.Luiza sentiu um aperto no coração, correu para fora do quarto enquanto Miguel descia as escadas e saía, batendo a porta da frente.Lá fora, a chuva caía torrencialmente, com trovões e relâmpagos.Ele simplesmente caminhou para a chuva, sem pronunciar uma palavra.Luiza chegou à porta, sem entender o motivo de sua partida ou de onde vinha aquele temperamento.Por que ele sempre fazia isso?Tudo ia bem e, de repente, ele mudava.Ela permaneceu na porta, observando sua silhueta se distanciar, enquanto as lágrimas inundavam seus olhos.Na profundidade da noite, completamente encharcado, ele dirigiu o Rolls-Royce para longe.Um relâmpago cortou o céu, iluminan