— Theo, ah. — O patriarca Cauã mandou que ele se ajoelhasse, pousando uma das mãos em seu ombro, pesada como uma pedra. — No início, eu confiava muito em você. Você é excelente e trouxe muito dinheiro para nossa família. Por isso, sempre estive tranquilo ao investir em você. Mas o que tem acontecido ultimamente? Por que você falhou tantas vezes seguidas?O rosto de Theo ficou pálido. Com os dedos gelados, ele respondeu:— Há um traidor ao meu redor. Hoje eu já o identifiquei.— Idiota. — O patriarca Cauã olhou para ele com um ar sombrio. — Eu te ensinei tantas coisas, e mesmo assim o traidor ficou ao seu lado por tanto tempo sem que você percebesse. Você fez um péssimo trabalho desta vez. Não só prejudicou a reputação da nossa família Mark, como também deixou a legião descontente com você. Hoje eles me ligaram dizendo que estão considerando substituí-lo.Theo estremeceu. Sua posição só era mantida porque a legião e a família Mark estavam ao seu lado.Se eles não precisassem mais dele,
Marina disse:— E o que é isso?— É que eu machuquei minha perna, e ele tem cuidado de mim ultimamente. Por mais que eu tente mandá-lo embora, ele não sai. — Ela reclamava com a boca, mas seu rosto não demonstrava raiva.— Então você se apaixonou por ele? — Perguntou Marina.Luiza ficou em silêncio.Marina continuou:— É normal, né? O que antes separava vocês dois eram as questões envolvendo os pais. Mas agora a notícia já esclareceu tudo. O que aconteceu com o Zeca não teve nada a ver com o tio Bryan. Daqui em diante, ninguém da família Souza ou da família Nunes vai poder usar isso como desculpa para te criticar. Não, não é criticar... Na verdade, eles ainda deveriam agradecer ao seu pai. Eu assisti ao vídeo. O tio Bryan estava tentando salvar o Zeca, não é mesmo?— Sim. — Luiza respondeu de forma breve.Marina disse:— Pois é, a família Souza deveria agradecer à família Medeiros. Todas as injustiças que você sofreu antes foram por causa dessa confusão. Você e seu pai foram vítimas de
Miguel virou a cabeça, com uma expressão grave. Apenas ao olhar para o rosto dela, sabia que ela já tinha visto as notícias. Com a voz pesada, disse:— O Centro de Desenvolvimento Infantil no norte da cidade sofreu um atentado.— Eu sei! — Luiza deu dois passos à frente, a voz trêmula. — Vocês vão para lá agora?Com medo de que ela caísse, Miguel se aproximou rapidamente para segurá-la e disse:— Não se exalte. Já enviei uma equipe para lá. Agora eu vou pessoalmente.— Eu também quero ir. — Luiza estava desesperada com a possibilidade de algo ter acontecido com o Felipinho e Maria. Lágrimas já escorriam pelo seu rosto.Se algo acontecesse com qualquer uma das crianças, eles não suportariam.— Seu pé está machucado, você não pode ir. — Miguel apertou os lábios, impedindo ela. — Fique em casa e descanse...— Como posso descansar? — Luiza agarrou o braço dele, o coração parecia estar na garganta. Sem saber se Felipinho estava vivo ou morto, como ela poderia ficar tranquila?— Você não pod
De repente, um estrondo ensurdecedor!Um dos policiais foi atingido na cabeça por um tiro e caiu no chão, imóvel.Alguém estava mirando neles.Luiza e Priscila ficaram em choque.O maior medo de Luiza era que aquele grupo tivesse sido enviado por Theo. Se fosse ele o responsável, os emboscadores certamente estariam lá para tirar a vida de Miguel!Ela cobriu a boca com a mão, sentindo o coração apertado de tanta ansiedade.Mas as gravações das câmeras de segurança eram limitadas. Depois que as pessoas se dispersaram e se esconderam nas salas de aula, ninguém mais aparecia nos vídeos.A cena parecia um jogo de videogame: as pessoas estavam fora de vista, mas os sons dos disparos ecoavam incessantemente pelos corredores.Os dois grupos estavam envolvidos em um confronto feroz.Luiza estava apavorada, até que o telefone de Priscila tocou, trazendo ela de volta à realidade.— O que aconteceu? — Perguntou Priscila, segurando o celular e chorando.Do outro lado da linha, Francisco, com Maria
— Aqui! — Francisco gritou para elas, não muito longe dali.Ao ouvir sua voz, Priscila, cuja mente estava confusa, recobrou um pouco da clareza. Seus olhos encontraram os de Francisco no meio da multidão, e ela também viu Maria, intacta, deitada na cama do hospital. A menina, que acabava de chegar, estava tomando leite com achocolatado.— Maria! — Priscila correu apressadamente até ela.— Mamãe! — Maria abriu os braços, seus olhos vermelhos. A criança também tinha se assustado, e, ao ver a mãe, começou a chorar.Priscila a abraçou com força. Seu coração, antes tão inquieto, finalmente encontrou paz.Francisco observou Priscila chorar. Uma mulher que quase nunca chorava, naquele momento estava completamente tomada pelas lágrimas. Ele ficou um pouco comovido.De longe, Luiza observava a cena, e as lágrimas brotaram de repente em seus olhos.Ela estava apavorada.Mas precisava manter a calma. Com esforço, controlou suas pernas e caminhou passo a passo até Francisco, perguntando:— Já enco
Luiza suspeitava que Miguel estivesse ferido. Ela o observava atentamente, vestido com uma camisa preta, mas não conseguia identificar se ele estava machucado.Entretanto, seu rosto estava extremamente pálido.Luiza hesitou por um momento e perguntou:— Miguel, você está ferido?Ele sorriu levemente e balançou a cabeça:— Estou bem.Nesse instante, o médico chegou acompanhado de enfermeiros.Um grupo de pessoas rapidamente se organizou para colocar Felipinho na ambulância. O médico perguntou:— Quem é o responsável pela criança?— Eu sou a mãe dele. — Luiza respondeu, se aproximando do médico.O médico olhou para ela e disse:— Vamos levar a criança para a sala de tratamento agora. Sendo a mãe, você deve nos acompanhar.— Está bem. — Luiza assentiu com a cabeça, mas lançou mais um olhar a Miguel.Ele ainda estava parado ali, acenando levemente para ela, com um olhar cheio de ternura:— Pode ir.Luiza não disse mais nada. Seguiu o médico, empurrando a maca em direção à sala de tratament
Miguel estava deitado na cama do hospital, com o rosto pálido.A manga da camisa havia sido cortada pelo médico, o ferimento estava parcialmente enfaixado, e ele recebia soro por via intravenosa.Ele permanecia em silêncio, o rosto bonito manchado por vestígios de sangue seco.Luiza deu dois passos à frente, olhou para o braço enfaixado dele e se virou para perguntar ao Eduardo:— O médico já cuidou dele?— Sim, o médico fez um atendimento rápido no senhor. Houve uma explosão na escola, muitas pessoas ficaram feridas, e os médicos estão tratando os casos mais graves.Luiza ficou ligeiramente surpresa.— Então houve mesmo uma explosão?— Sim. — Eduardo assentiu, o rosto cansado. — Aqueles bandidos, incapazes de capturar o Felipinho, acabaram detonando os explosivos que estavam usando.— Como ele se feriu? — O olhar de Luiza recaiu sobre Miguel enquanto ela questionava Eduardo.Eduardo respondeu:— Naquele momento, estávamos em um grupo com a polícia no segundo andar. Conseguimos encontr
Nesse momento, o médico entrou e anunciou que Miguel havia passado pela cirurgia. Miguel foi levado para fora. Luiza o seguiu, mas foi barrada na porta da sala de cirurgia pela enfermeira. Ela ficou do lado de fora, olhando enquanto Miguel era levado para dentro da sala, os olhos cheios de preocupação... Ninguém sabia quanto tempo havia se passado, até que Eduardo a alertou: — Senhora, seu celular está tocando. Luiza então voltou à realidade e olhou para o telefone. Era sua avó quem ligava, perguntando onde ela estava. Luiza respondeu: — Vó, o Miguel se machucou, ele está passando por uma cirurgia agora. Estou esperando aqui. — Ele se feriu para salvar o Felipinho? — Perguntou a avó, com a voz preocupada. — Sim. Melissa ficou em silêncio por um momento antes de dizer: — Então fique aí cuidando disso. Nós estamos aqui com o Felipinho. Quando ele acordar, eu te ligo. — Certo. — Luiza concordou. Ao desligar, ela olhou para Eduardo, que estava ao seu lado com um