Os dias foram passando.Assim, uma semana tranquila se passou.Naquela terça-feira, Luiza estava tomando café da manhã quando recebeu uma ligação de Francisco.— Deu problema com aquele terreno.— O Theo teve problemas? — Luiza perguntou, os olhos cheios de entusiasmo.— Sim! — A voz de Francisco tinha um toque de satisfação. — Ele comprou vários terrenos, mas justamente o mais importante, o nosso, ele não conseguiu. Ele se deu mal.Luiza quase pulou de alegria ao ouvir isso.De tão feliz, ela quase caiu para o lado da cama.Por sorte, Miguel agiu rapidamente, se levantando do sofá ao lado da cama e segurando ela pela cintura.A mão larga dele pousou firme na cintura dela.Luiza se virou para olhá-lo.Nos últimos dias, Miguel esteve na mansão da família Amorim cuidando dela.Durante o dia, ele ficava em seu quarto trabalhando, participando de reuniões por vídeo; à noite, dormia no quarto ao lado, e ela não conseguia mandá-lo embora.Luiza acabou se acostumando com a presença dele e já
— Luiza, você consegue ouvir minha voz, não é?A voz de Theo soou de repente, assustando Luiza, que congelou no lugar e parou de tomar seu café.Nesse momento, Theo estava na sacada, segurando o pequeno dispositivo de escuta.— Eu não esperava que o relógio que você me deu tivesse um dispositivo de escuta escondido.O coração de Luiza deu um salto, mas ela não respondeu, pois sabia que Theo não podia ouvir sua voz do outro lado.Theo não se importou com o silêncio dela. Ele já não conseguia entrar em contato com Luiza há muito tempo; eles a tinham protegido tão bem que ele simplesmente não conseguia alcançá-la.Então, sabendo que ela podia ouvi-lo, ele decidiu não destruir o dispositivo de imediato e caminhou até a sacada, garantindo que sua voz fosse ouvida por Luiza.— Não imaginei que você tivesse esses truques. — Theo deu uma risadinha, um tanto surpreso com as manobras de Luiza. — Eu te enganei antes, então você resolveu trair informações internas do meu lado?Se Luiza pudesse fal
A colher de Luiza parou no ar. Ela hesitou, mas então falou:— Eu estava espionando o Theo, e ele descobriu.Agora talvez não conseguisse mais obter informações.— Você está irritado por causa disso?— Claro! Ele ainda disse que eu roubei informações internas dele, que não fui boazinha, e que vai mandar alguém vir me punir.Ao ouvir isso, o rosto tranquilo de Miguel escureceu um pouco. Vendo Luiza irritada, ele acompanhou a reclamação dela:— Ele é bem arrogante para falar assim com você. Quem ele pensa que é para dizer que você não foi boazinha?— Pois é! Ele causou problemas para a minha família primeiro, e agora age como se nunca tivesse feito nada de errado! — Luiza estava tão irritada que perdeu até a vontade de comer.Miguel assentiu com a cabeça.— Isso mesmo, que cara sem-vergonha. Ele merece uma lição. Vou dar uma lição nele agora mesmo. — Dito isso, ele se levantou para sair.Luiza ficou surpresa e levantou o olhar para ele.— O que você vai fazer?— Vou criar alguns problema
— Theo, ah. — O patriarca Cauã mandou que ele se ajoelhasse, pousando uma das mãos em seu ombro, pesada como uma pedra. — No início, eu confiava muito em você. Você é excelente e trouxe muito dinheiro para nossa família. Por isso, sempre estive tranquilo ao investir em você. Mas o que tem acontecido ultimamente? Por que você falhou tantas vezes seguidas?O rosto de Theo ficou pálido. Com os dedos gelados, ele respondeu:— Há um traidor ao meu redor. Hoje eu já o identifiquei.— Idiota. — O patriarca Cauã olhou para ele com um ar sombrio. — Eu te ensinei tantas coisas, e mesmo assim o traidor ficou ao seu lado por tanto tempo sem que você percebesse. Você fez um péssimo trabalho desta vez. Não só prejudicou a reputação da nossa família Mark, como também deixou a legião descontente com você. Hoje eles me ligaram dizendo que estão considerando substituí-lo.Theo estremeceu. Sua posição só era mantida porque a legião e a família Mark estavam ao seu lado.Se eles não precisassem mais dele,
Marina disse:— E o que é isso?— É que eu machuquei minha perna, e ele tem cuidado de mim ultimamente. Por mais que eu tente mandá-lo embora, ele não sai. — Ela reclamava com a boca, mas seu rosto não demonstrava raiva.— Então você se apaixonou por ele? — Perguntou Marina.Luiza ficou em silêncio.Marina continuou:— É normal, né? O que antes separava vocês dois eram as questões envolvendo os pais. Mas agora a notícia já esclareceu tudo. O que aconteceu com o Zeca não teve nada a ver com o tio Bryan. Daqui em diante, ninguém da família Souza ou da família Nunes vai poder usar isso como desculpa para te criticar. Não, não é criticar... Na verdade, eles ainda deveriam agradecer ao seu pai. Eu assisti ao vídeo. O tio Bryan estava tentando salvar o Zeca, não é mesmo?— Sim. — Luiza respondeu de forma breve.Marina disse:— Pois é, a família Souza deveria agradecer à família Medeiros. Todas as injustiças que você sofreu antes foram por causa dessa confusão. Você e seu pai foram vítimas de
Miguel virou a cabeça, com uma expressão grave. Apenas ao olhar para o rosto dela, sabia que ela já tinha visto as notícias. Com a voz pesada, disse:— O Centro de Desenvolvimento Infantil no norte da cidade sofreu um atentado.— Eu sei! — Luiza deu dois passos à frente, a voz trêmula. — Vocês vão para lá agora?Com medo de que ela caísse, Miguel se aproximou rapidamente para segurá-la e disse:— Não se exalte. Já enviei uma equipe para lá. Agora eu vou pessoalmente.— Eu também quero ir. — Luiza estava desesperada com a possibilidade de algo ter acontecido com o Felipinho e Maria. Lágrimas já escorriam pelo seu rosto.Se algo acontecesse com qualquer uma das crianças, eles não suportariam.— Seu pé está machucado, você não pode ir. — Miguel apertou os lábios, impedindo ela. — Fique em casa e descanse...— Como posso descansar? — Luiza agarrou o braço dele, o coração parecia estar na garganta. Sem saber se Felipinho estava vivo ou morto, como ela poderia ficar tranquila?— Você não pod
De repente, um estrondo ensurdecedor!Um dos policiais foi atingido na cabeça por um tiro e caiu no chão, imóvel.Alguém estava mirando neles.Luiza e Priscila ficaram em choque.O maior medo de Luiza era que aquele grupo tivesse sido enviado por Theo. Se fosse ele o responsável, os emboscadores certamente estariam lá para tirar a vida de Miguel!Ela cobriu a boca com a mão, sentindo o coração apertado de tanta ansiedade.Mas as gravações das câmeras de segurança eram limitadas. Depois que as pessoas se dispersaram e se esconderam nas salas de aula, ninguém mais aparecia nos vídeos.A cena parecia um jogo de videogame: as pessoas estavam fora de vista, mas os sons dos disparos ecoavam incessantemente pelos corredores.Os dois grupos estavam envolvidos em um confronto feroz.Luiza estava apavorada, até que o telefone de Priscila tocou, trazendo ela de volta à realidade.— O que aconteceu? — Perguntou Priscila, segurando o celular e chorando.Do outro lado da linha, Francisco, com Maria
— Aqui! — Francisco gritou para elas, não muito longe dali.Ao ouvir sua voz, Priscila, cuja mente estava confusa, recobrou um pouco da clareza. Seus olhos encontraram os de Francisco no meio da multidão, e ela também viu Maria, intacta, deitada na cama do hospital. A menina, que acabava de chegar, estava tomando leite com achocolatado.— Maria! — Priscila correu apressadamente até ela.— Mamãe! — Maria abriu os braços, seus olhos vermelhos. A criança também tinha se assustado, e, ao ver a mãe, começou a chorar.Priscila a abraçou com força. Seu coração, antes tão inquieto, finalmente encontrou paz.Francisco observou Priscila chorar. Uma mulher que quase nunca chorava, naquele momento estava completamente tomada pelas lágrimas. Ele ficou um pouco comovido.De longe, Luiza observava a cena, e as lágrimas brotaram de repente em seus olhos.Ela estava apavorada.Mas precisava manter a calma. Com esforço, controlou suas pernas e caminhou passo a passo até Francisco, perguntando:— Já enco