Jamie Farley Vittorio não parecia nem um pouco feliz por um cara atender o telefone de sua filha, compreendo ele, também não gostaria de ligar para Amélie e um cara atender no seu lugar. Iria ficar possesso, querendo ou não ela sempre será minha garotinha.- Anda rapaz, responde? - Sua voz não era das mais amigáveis, e o sotaque deixava tudo mais assustador. Parecia um mafioso.Porra, to parecendo um adolescente assustado conhecendo os pais da primeira namorada. De fato Antonella está sendo minha primeira namorada, desde que me separei nunca fiquei sério com ninguém. - Sim, senhor Bellini, Antonella tá comigo no momento, e eu tenho a intenção de mantê-la sempre bem perto de mim. Com o seu consentimento, claro.Com ou sem consentimento irei ficar ela, mas preciso fazer uma media pra ele.- Só pro senhor saber, também tenho toda a intenção de desposá-la. Sou apenas um cara que se apaixonou por uma garota linda. Não dá pra evitar, né?Vittorio fez um som que eu traduzi como felicidade?
Jamie Farley - Como conhece minha nonna? - Vou até ela e enlaço meus braços em sua cintura. - Você tem uma família adorável, e barulhenta. - Dei um beijo de leve no seu nariz, e ela segurou meu rosto.- Conheceu eles? - Os olhos dela se mexeram cheios de curiosidade, como se tentassem me ler. Sabia que era isso o que ela estava fazendo e desejei ser capaz de ver o que ela estava pensando.Só o fato de estar nos meus braços e segurar meu rosto já me deixava arrepiado, mas era vê-la relaxada e feliz depois de acordar que realmente me agradava.- Hummmm, você pode me punir, se quiser.Ela se encolheu em mim e passou seus braços em volta do meu pescoço.- Você tá tão fodido, Farley. - Dei risada e beijei seus cabelos. - O que você falou com meu pai?Antonella passou suavemente os dedos por cima do meu peito, provavelmente sem saber o efeito que tinha em mim.- Gostei muito do seu pai. - E como foi isso?Sua mão parou em meu peito por um instante, mas depois voltou a me acariciar.- Os
Amélie Farley Abri os olhos e tentei entender o que estava acontecendo. Parecia que tinham dado uma paulada na minha cabeça. Uma garrafa de vodca pela metade me encarava. Estava jogada na cama de Olivia, pensando na burrada que fiz. Sem namorada, sem amiga e se bobear, até sem pai. Meu corpo estava pesado, e com muito esforço consegui me sentar na cama, e segurei a cabeça com as mãos.A gente tinha fodido naquela cama tantas vezes. Isso mesmo, fodido. Aquilo tinha sido foda pura, indiscutível. Tão boa, que meus olhos ardiam só de lembrar. O visor do meu celular piscava, enlouquecido. Virei-o para baixo, para não ter que olhar. Nenhuma das ligações era realmente da Olivia.Ela não iria me ligar. Disso eu tinha certeza. A única questão é, será que ela está com aquela mulher? Meu coração doia só de imaginar ela nos braços de outra. Era noite. Tudo escuro lá fora. Meus pensamentos foram para Antonella. Não gosto do que estou sentindo, meu nariz arde a garganta fecha. Meu Deus, o que f
Amélie Farley - Vim te levar para casa, acabou essa palhaçada de faculdade. - Ela me empurra e entra no apartamento. Fico estática parada na porta, ainda absorvendo suas palavras. - Que cheiro é esse? - Ignoro sua pergunta.- Meu pai sabe que a senhora está aqui? - Fecho a porta e a encaro.- Seu pai está muito ocupado com a nova babygirl dele, aliás, já conheceu?- Ela anda pelo apartamento tentando disfarçar a cara de nojo.- Sim, e ela é a namorada dele.- Me sento no sofá e pego o telefone, meu pai precisa saber que ela está aqui.- Tanto faz, isso não vai durar muito tempo. - Ela vai para cozinha olhando tudo em volta. Disco o número dele mas ninguém atende. Droga, pai, logo agora. Tento mais uma vez e nada. Então uma luz se acende. Antonella, ele deve estar com ela. Me sinto insegura, não sei se devo ligar depois de tudo que aconteceu, mas se eu não falar com ele minha mãe vai me arrastar com ela. Preciso engolir meu orgulho e ligar.Respiro fundo e disco seu número. Chama,
Jamie Farley Estava tão preocupado com o bilhete que Antonella recebeu, que não consegui esperar meu irmão chegar. Comecei a investigação sozinho. Eu leio a curta mensagem que o tal homem havia deixado. Várias vezes. Ele me parece ser ameaçador, e aparentemente estava procurando por ela."Não pode se esconder para sempre. Vadia ingrata."A mensagem dele era prática, curta e deixava claro que sabia o motivo de sua fuga. Ia pediar para o Mello telefonar mais uma vez para meu irmão, quando ele entra na sala. - Quer falar comigo? Aconteceu alguma coisa? - Antony se senta na cadeira a minha frente e me encara com uma expressão seria.- Antonella está sendo ameaçada.- Solto de uma vez.- Que tipo de ameaça? - Entrego o bilhete para ele. - Você vai ter que me contar o que aconteceu com ela.Respiro fundo. Mesmo ela não gostando eu vou ter que contar. Se quisermos ter alguma ajuda de Antony, ele terá que saber da história inteira. Entrego e o pen drive com o vídeo para ele e saio da sala e
Antonella BelliniEra tarde da noite quando cheguei em casa e encontrei Olivia Jogada no sofá, ela tinha uma expressão cansada e parecia devastadoramente triste. - O que houve? - Largo minhas coisas em cima da mesa e vou me juntar a ela no sofá.- Stefan está fazendo de tudo pra tirar a Maddie de mim. - Sua voz está baixa e embargada. - Eu não posso perder minha filha, Nella. - Você não vai perder, ele abriu mão dela quando você contou que estava grávida. Por que ele mudou de ideia agora? - Levo sua cabeça até meu colo e fico brincando com seus cachinhos.- O pai dele só vai entregar a presidência da empresa se ele tiver algum herdeiro. Madeleine é essa herdeira.- Mas você é a mãe dela, o juiz vai dá preferência pra você. - Não Antonella, ele está dizendo que eu fugi com minha filha. - Ela se levanta e anda pela sala, deixando as lágrimas tomarem conta do seu rosto. - Está fazendo eu ser a vilã, quando na verdade foi ele que jogou dinheiro na minha cara e mandou eu abortar. Ela c
Amélie Farley A decoração é opulenta, exuberante e muito intimidante. Tudo estava exatamente como eu me lembrava, sem vida, vazio e frio. O único som que se ouvia era nossos passos no piso de porcelanato, e os sussurros da minha mãe. Meu corpo dava leves tremores, e minhas mãos suavam em antecipação. Sabia que ela estava perturbada e iria me fazer mal, tinha que fazer o possivel para me manter calma. - Boa noite senhorita Amélie, seja bem-vinda de volta. - O fiel mordomo de minha mãe, Gerald, esperava por nós aos pés da grande escadaria que levava para o segundo andar. - Não seja mal educada, responda ao cumprimento.- Minha mãe agarra meu braço, fincando as unhas em minha pele. - Obrigada, senhor Gerald. - O velho mordomo, de estatura alta com grandes olheiras roxas embaixo dos olhos, apenas acena com a cabeça. - Leve as malas dela para o quarto. - Minha mãe ordena ainda segurando meu braço, e sai me arrastando para cima. Sabia exatamente para onde ela estava me levando, o cami
Amélie Farley Não sei por quanto tempo permanecemos ali, em silêncio, eu olhando para o nada e meu pai soluçando de tanto chorar nos meus cabelos.Tenho a impressão de que horas se passam, talvez mais. Perdi por completo o senso de tempo e realidade.Alguém bate à porta.- O que é? - A voz dele está baixa e falhada, e ele soluça mais algumas vezes.A porta se abre, mas eu não sei quem é. Meus olhos fitaram o nada por tanto tempo que acho que não saem mais de lá. Ouço movimentos por perto e algo sendo colocado sobre o criado-mudo.- Você precisa ir vê a Eleanor, ela está descontrolada quebrando tudo que tem no quarto. - Eu reconheço essa voz, é Antonella.- Não vou deixar minha filha. - Ele beija minha cabeça, e tento me mover mas tudo doi.- Eu sei meu amor, mas você é o único que consegue controlá-la. - Sua voz é baixa e calma.- Eu e Olivia ficamos aqui, e cuidamos dela.O quarto fica em silêncio, então meu pai se mexe com cuidado embaixo de mim, e eu respiro fundo e rápido, com uma