Ariel
As pessoas estão sorrindo e felizes, e com um bom motivo, hoje Derek está se casando, ele encontrou sua companheira e isso é motivo de festa.
É um sonho de muitos lobos e lobas que esse momento aconteça, muitos realizam outros poucos não. Tudo está nas mãos do destino.
Eu estou feliz por ele, por minha irmã mais velha e Isis, todos estão encontrando seu feliz para sempre e seu par, e como vovó Marina diz isso é um sinal. O sinal que todos nós dessa geração, vai encontrar o amor.
A pergunta que assola a minha mente, é quem será o próximo. E eu tinha um pequeno desejo que a escolhida fosse eu, mas não sei, só depende do destino. Ele sabe o melhor tempo.
– Vem dançar – Aurora me puxa para a pista de dança, e vou só para diverti-la. Minha irmã ama dançar! Ela está tão linda, parece uma princesa.
– Nenhuma notícia do Romeo? – ela pergunta quando me faz dançar valsa com ela, e eu aceito. Olho para os casais em nossa volta, e tento pensar na melhor forma de responder.
– Não. Desde, de sua última carta. Ele devia ter ligado para mim. – eu relevo preocupada. Quando ele passa férias em seu período entre missões, ele me liga, não importa a hora que seja.
– Dois meses amanhã. – ela fala com os olhos arregalados. – Podemos pedir para Jasmine encontrar algo.
– Não. Ainda não. – eu nego rapidamente, e meus olhos encontram-se com os olhos dela, e ela assentiu e sorriu de leve.
– Tudo bem. Mas ele está bem, eu sinto isso – ela diz, querendo me animar e só faço concordar.
– Vem agora é minha vez. – Bela diz, me puxando para seus braços. Isso me lembra da nossa infância quando brincamos de casamentos, era o nosso passatempo favorito quando crianças.
– Também desesperada? - sussurro quando ela rir.
– Não. Ele está aqui. Só não quer aparecer – ela fala como se fosse um segredo.
– Como a minha! – meu irmão grita dançando com Diana nos seus braços, a bebê está rindo.
Eu fico dançando com minhas irmãs e alguns outros caras da matilha só para me distrair, mas não está dando certo, e dando uma última olhada nos noivos, saiu em direção da saída do salão de festa.
Estou morrendo de preocupação com Romeo, ele nunca me deixaria sem notícias, e algo deve ter dado errado. Se nos próximos dias, não tiver nenhuma notícia dele, deixarei minha irmã fazer sua mágica, e se ela encontrar o seu paradeiro, vou atrás dele.
Com esse plano na minha mente, entro no meu carro, e olho para a estrada decidindo se vou para casa, ou para o estúdio de dança, mas descarto essas duas opções, e sigo o caminho para o lago. O tempo está bom, e o gelo já deve estar firme para sustentar meu peso.
Preciso me sentir livre em cima do gelo, e com o gelo ao meu redor. Deixa as imagens, sentimentos, fora. E só sentir a brisa da noite passar pelo o meu corpo.
Estaciono o carro não muito tempo depois estou na entrada da casa de Romeo, a casa que o pertence desde que seus avós morreram. Mexo a cabeça não querendo pensar nisso, e vou até o porta malas, e tiro meus patins, e jogo meus saltos dentro do carro, e fecho. E sigo a trilha até encontrar o banco em frente ao lago para colocar meus patins.
E as memórias do dia que Romeo se despediu voltaram para minha mente como um vendaval, e junto com elas as lágrimas chegaram.
Seguro minhas mãos juntas, contra a barra do vestido preto, odeio essa cor, não amo como minha irmã, acho essa cor tão sem vida, e trás coisas ruins, memórias ruins, como hoje.
O avô de Romeo morreu, teve um ataque cardíaco enquanto dirigia e sua avó estava com ele, os dois não resistiram.
Olho para a água do lago, e me sinto sufocada por não poder patinar e esquecer tudo, e só ser livre, como sou em cima do gelo.
Esse lugar não vai ser o mesmo. Nunca.
– Você está pensando demais. – posso saber quem é só pelo o seu cheiro, um cheiro que me lembra de casa.
– Não posso patinar. E você vai embora. – eu digo me virando para ele com os olhos vermelhos, já sinto vontade de chorar.
– Nas férias vou voltar. Meus pais prometeram – ele diz tão aflito quanto eu, pois não acredita no que disse.
– Não é verdade. Você sabe. – eu falo com vontade de gritar, mas falo baixinho. Seus pais são ruins, e não querem vê-lo feliz, e ele é feliz aqui.
– Vou dar um jeito. – ele fala, mas sei que nem ele acredita.
– Não. Você só pode voltar para ficar aqui para sempre. Será muito doloroso se você voltar e se for novamente. Não posso perder mais ninguém. – eu falo com a voz embargada pelas lágrimas.
– Não entendo. Por que você não me quer?! – ele pergunta se levantando e me olhando com mágoa e eu odeio machucá-lo assim. Mas não tenho escolha, não quero correr o risco dele ser meu companheiro quando completar dezoito anos pode ser horrível. Apesar de que desejo muito que seja.
– Não é isso. Quero você por completo... – eu sussurro, mas ele não está aqui para escutar minha resposta. Quero correr atrás dele, mas é melhor assim.
Ele foi embora, no outro dia, sem falar comigo, me magoou, mas sabia que ele tinha razão, só que deixei uma carta nos seus pertences na noite anterior, queria me despedir, mesmo que ele não se lembre. Só espero que ele responda.
E ele respondeu. E começamos a nos comunicar por cartas, e depois ligação, vídeo chamada, tinha semanas que era todos os dias, outras não chegava nem duas vezes, mas não perdemos o contato, nem quando fui para a faculdade e ele para o exército. Servi ao seu país.
Nunca entendi sua escolha, mas o apoie em todos os momentos, desde do dia que ele foi embora nunca mais o vi pessoalmente, isso me mata aos poucos, mas ao mesmo tempo me deixa feliz. Não sei explicar.
Quero meu companheiro, mas quero que seja ele. É o meu segredo mais bem guardado.
Mexo minha cabeça e vou à direção do lago, e respiro fundo enquanto fecho os olhos, e deixo tudo de lado, e me preparo para dançar. E desliza no gelo, com a rapidez que amo.
Mas a princípio começo só contornando o lago em simples movimentos, e eles vão crescendo a cada segundo que fico em cima do gelo, é de uma forma crescente. E segundos depois me deixo perder entre giros e giros no ar.
Faço um verdadeiro show como diria meu pai. Eu amo o que faço, aqui sou eu. Na pista de patinação só sou uma professora que ama ensinar, mas aqui sou a patinadora e é aqui que eu aprendo para ensinar depois.
O giro termina e isso acaba soltando meu coque, e meus cabelos são jogados ao vento, e abro os braços e levanto a cabeça na direção do céu noturno, e sinto o meu vestido rodopiando comigo.
Ele é de um azul escuro com predarias em volta da minha cintura, formando belos flocos de neve, ele vai até aos meus joelhos, feito em camadas de tecidos, que me deixa parecendo uma princesa, mas quando patino, pareço um cisne negro. Eu o acho perfeito, e dançando aqui, me sinto feliz como em muito tempo.
E assim com esse sentimento danço como nada pudesse me atingir, e abro os mais belos sorrisos que posso, só por que me sinto bem.
Levanto os meus braços e preparo meu corpo para o salto, com um giro logo depois, e talvez uma levantada de perna, e como imagino, faço, e ri como uma criança.
Não sei quanto tempo fico patinando, mas sei que foi perfeito, mas meus movimentos param quando um cheiro tão inebriante chega até mim. Parei de girar e olho para a casa, mas a fragrância não vem dessa direção, então giro rapidamente, e meu corpo ganha vida quando vejo o Romeo parado em frente ao banco me olhando com as mãos nos bolsos.
– Romeo! – eu grito seu nome me sentindo mais feliz do que estou. Estou pronta para deslizar ao seu encontro, porém paro quando minha loba fala em minha mente.
Companheiro.
Deus. Era tudo que eu queria. E a minha felicidade não podia caber no meu corpo. Acho que eu estava brilhando.
Eu o olhei sem acreditar no que estava acontecendo, não parecia real. Preciso tocá-lo, abraçá-lo, senti-lo. Agora.
Dou um passo para frente, mas logo o chão de gelo cede, e eu caí dentro lago. E o frio me consome, mas uso minha força para voltar para cima, só que não consigo achar o buraco que cai.
Porém não tenho tempo para encontrá-lo tenho que fazer outro, não posso deixar Romeo tentar entrar aqui e se machucar, nunca vou me perdoar.
O pânico cai sobre mim, quando sinto seus passos em cima do gelo, e me desespero para voltar para cima e quebrar o gelo, mas meu medo se torna real, e ele cai no lago como eu.
Não. Não.
ArielTudo que sinto é medo que algo possa acontecer com ele, então uso minha raiva e deixo minha loba me guiar, e a me leva ao topo e eu uso minha força e quebrar gelo sem nenhuma dificuldade, não queria fazer isso na sua frente, e ele achar estranho, não é o momento de conta à verdade a ele.Respiro antes de sair de dentro do lago, tenho que falar algo para explicar tudo, mas só fica nos meus pensamentos, já que sinto duas mãos segurarem minha cintura, e meu corpo se aquece de imediato.– Romeo – Comecei a falar mais, não consigo falar continua, me sinto tímida, e nunca fui tímida com ele, e isso é estranho.– Temos que sair daqui, você
RomeoDeus! Estou tão confuso.Minhas mãos estão trêmulas e o sangue da loba está contra elas, sinto o seu gosto viciante contra a minha boca, tenho desejo por mais, mas a loba já perdeu muito sangue, não sou um monstro e não posso matá-la, isso vai contra tudo que acredito.Não devia ter voltado, sou um perigo para Ariel, mesmo que sentindo que meu mundo fez sentido quando a vi, mas logo em seguida desejei seu sangue, e isso só me lembrou de que sou um ser horrível, que não deveria existir.Olho para a loba em uma última vez, e decidi sumir, minha Ariel vai está à salva comigo longe, não posso está ao seu lado, instável assim, e ela não merece viver com e
RomeoÉ difícil acreditar no que estou vendo, mesmo vendo, ainda estou achando que é uma loucura, mas quanto mais tempo encaro seu corpo, sei que não pode ser uma ilusão. Com as mãos na cabeça viro desviando meus olhos, do seu corpo nu, não posso me aproveitar dela dessa maneira.Com minha mente ainda cheia de ideias e coisas malucas, volto para o andar de cima, e tiro alguns cobertores de um armário no corredor, e voltei para sala, e cobro o seu corpo. Mas ainda estou inquieto, então a puxei do chão, e a coloco no sofá, e sento na poltrona e a observo dormir.Deus, eu podia tê-la matado se não tivesse parado. Com isso em mente não consigo ficar parado, indo de um lado para o outro em frente ao seu sofá. Não sei qua
ArielAbro meus olhos, e procuro o Romeo no quarto, quando não o encontro ao meu redor, tomo a iniciativa para levantar, não quero ficar longe, não consigo mais, não posso tentar, e nem quero.– Deita. – escuto sua voz ordenar, não o vejo, mas sei que ele está em algum lugar dentro da casa, e isso me faz relaxar e seguir sua ordem, e deito e aproveito a maciez do colchão. Com um sorriso no rosto observo o quarto, e lembro como mudei tudo nessa casa para ficar no meu agrado. Convenci quem ficou com o projeto da casa com a reforma com ajuda de Jasmine me deixa no comando, tudo, de cada cor das paredes e dos móveis, queria trazer algo meu, a esse lugar, novas memórias, ao mesmo tempo não queria deixar outra pessoa mexer aqui.– Não estou doente, e
ArielEu rosno ao sentir ele se afastando de mim, ele saber que odeio, quando me deixa falando sozinha, e ele vai ter uma represália em resposta. Volto para cama, e me sento não antes de pegar a faca na bandeja. Sei que ele foi transformado recentemente, e não vai conseguir negar o sangue, não quando sei que o meu é tão viciante.Sem ter medo algum levo a faca ao meu pescoço e cortei, e impeço que minha loba comece com o processo de cura, dói, mas nada como a imagem dele se afastando de mim. Sorriu quando escuto seu rosnado, em um piscar de olhos ele está na porta olhando para mim, como se fosse sua presa, mas ele está errado quem é a presa aqui, é ele.Seus olhos estão vermelhos, vidrados no meu pescoço, mas ele está se contro
ArielAcho que viverei com esse sorriso por muito tempo, não consigo imaginar um momento mais feliz que esse na minha vida. Olho para Romeo ainda sem acreditar que ele está aqui, e só para saber se é real e para provocá-lo, o belisco, e ele abre um sorriso. E eu continuo passando minha mão em sua barriga por cima da sua camiseta e estou começando a ficar irritada por não sentir sua pele, e sem esperar mais nada, a rasgo e olho para seu peito definido.Mas meu queixo caiu, não literalmente, mas fico chocada quando vejo a tatuagem no seu peito bem em cima do seu coração, é um desenho de um coração, ele está sangrando, e os pingos, formam uma poça, em cima de um túmulo, e tem seu nome nele, de outras algumas pessoas.
ArielOlho para minhas alunas irem rumo à recepção onde seus pais estão esperando para levá-las para casa, e com suspiro alegre viro para olhar o Romeo dando aula, os seus alunos gostaram dele, e isso é bom. Deslizo pelo o gelo até a parede de vidro que separa as duas pistas, e me encosto-me a ela e observo meu companheiro, ensinar algumas jogadas.– Você está dissecando o novo professor. – Aurora fala ao meu lado, e sorri quando sinto o cheiro das minhas irmãs.– Eu posso. – eu digo e ela concorda.– Então está tudo bem? – Jasmine pergunta ao desliza na pista dando um giro duplo.– Sim. &nd
ArielJá se passaram dias desde, da captura do meu primo, toda a matilha está sob aviso, não é hora de chamar atenção, não sabemos quem pode esta contra nós, a cidade pode ser pequena e a grande maioria das pessoas são de confianças, mas ainda existem maçãs podres em todas as plantações.Meu primo foi pego quando estava voltando do Alasca depois que concluir a missão que lhe foi dada, levar a mulher grávida de um bebê lobo, que participou de experimentos feitos pelo CEPO de forma inconsciente, e não podíamos deixá-la correr esse risco, esses monstros já têm poder demais sobre nós. Ele a levou para o lugar mais seguro na terra, a matilha do Alasca, com o passar dos anos, aquele lugar virou uma fortal