Gabrielle
Os olhos de Gadreel se tornaram ferozes, selvagens. Sua mandíbula se apertou e as narinas inflaram. Ele estava irritado, muito irritado. Suas mãos tremiam ligeiramente, os dedos apertando sob a mesa com força. Era como se estivesse segurando uma tempestade dentro de si, prestes a explodir. Nunca o tinha visto tão descomposto.
― Que porra esse desgraçado está fazendo? ― Perguntou, com o olhar cravado no meu. ― Como ele está te tratando?
― Não é da sua conta ― respondi, num tom áspero que pretendia encerrar a conversa.
― E pelo visto nem da sua ― rebateu, com um veneno afiado. ― O que diabos você está fazendo com um cara que nem te leva para jantar, pelo amor de Deus?
Era desconfortável. Como se Gadreel estivesse tirando um véu que eu mesma tinha colocado sobre os olhos. Não queria admitir que ele estava certo, que havia algo fundame
Lucas Park O céu começava a escurecer, nuvens carregadas se formando no horizonte. O vento soprava frio, como se até o clima estivesse se fechando, tentando me avisar que o pior estava prestes a acontecer. Senti minha garganta apertar e a bile subir quando ouvi o ronco do motor se aproximando. O confronto estava prestes a acontecer e, dessa vez, seria inevitável. Eu sabia que Gadreel era um filho da puta completo, mas também tinha certeza de que ele encontraria alguma forma de se safar de qualquer acusação que Gabrielle pudesse ter pensado em fazer contra ele. A culpa, no entanto, era minha. Deveria ter previsto que ela o confrontaria. Gabrielle nunca foi do tipo que engolia sapos, ainda mais quando acreditava estar com a razão. Ela, com certeza, apontaria o dedo na cara dele e despejaria todas as verdades em que acreditava. Fui ingênuo demais ao pensar que ela simplesmente deixaria passar a mentira que inventei — de que havia sido Gadreel o responsável por drogá-la. Se
Lucas ParkMeu coração pulsava mais rápido do que o normal. Seja lá o que Gadreel havia feito, o efeito fora o contrário do esperado. E eu deveria agradece-lo por ser tão precipitado em suas investidas, pois só serviu para afasta-la.Então ela forçou um sorriso, lançando um olhar rápido para seus seguranças, que estavam sentados a poucos passos de nós. Quando voltou a olhar para mim, seus olhos brilharam com uma provocação que era tão instintiva quanto irritante.— Quer mesmo fazer isso aqui? — Perguntou, tentando encerrar a conversa de forma apressada. — Na frente deles?— Eles já presenciaram cenas piores, meu amor. — Meu sorriso cresceu enquanto mantinha os olhos fixos nela
Lucas Park Ela tinha me encurralado. Aquele filho da puta... Claro que era ele. Ele estava bagunçando com a cabeça dela. Esse era o jogo dele: quebrar o que nós tínhamos, destruir o vínculo que existia entre nós. E o pior de tudo? Estava funcionando. Engoli em seco e olhei para ela, desesperado para quebrar aquela muralha que agora se erguia entre nós. — Pode duvidar de absolutamente tudo... — Minha voz saiu rouca, calma, e carregada. Eu precisava que ela entendesse, precisava que ela sentisse. — Mas não do quanto eu te amo. Meu amor por você é inquestionável... e você sabe disso. O silêncio que se seguiu me pareceu interminável. Os olhos dela vacilaram, como se buscassem alguma verdade no que eu dizia. Algo n
Lucas ParkEla sempre tinha essa reação. Sempre tinha surpresa em seus olhos e aquela leve mordiscada em seu lábio inferior. A mão sendo levada ao pequeno pingente em seu pescoço quando estava nervosa. Todo o seu conjunto me desestabilizava de uma forma que nenhuma outra mulher, jamais conseguiu. Ela nem precisava fazer nada além de respirar, para iniciar um incêndio dentro de mim.Ela me observava, ainda confusa, ainda tentando me decifrar. Mas eu sabia que, dessa vez, ela não encontraria as respostas que buscava. Pois nem eu as tinha. O que eu sabia é que estava a um fio de quebrar a promessa que fizera a mim mesmo, porque o medo de perdê-la era infinitamente maior do que qualquer culpa que poderia me assombrar na manhã seguinte.— Eu prefiro quebrar uma promessa a mim mesmo do que vê
Lucas ParkLutando contra o desejo ardente de devorar cada centímetro de sua pele, mantive os olhos fechados enquanto traçava um caminho de beijos quentes pelo seu pescoço. Seu corpo reagiu instantaneamente, arqueando-se sob o meu toque. Um tremor sutil percorreu sua pele, e o som suave de sua respiração entrecortada foi suficiente para inflamar cada fibra do meu ser.— Eu te amo mais do que a minha própria vida — murmurei contra sua pele, deixando meu hálito quente roçar seu ouvido. — Então preciso que me prometa… que irá me dizer para parar se não conseguir suportar.Ela hesitou por um segundo, sua mão deslizando pela minha nuca, puxando-me mais para perto.— E por que eu faria isso? — Sua voz era um desafio, mas ta
Lucas ParkDeslizei para dentro da banheira, posicionando-me atrás dela. Seu corpo cedeu contra o meu, sua cabeça repousando sobre meu peito. Fiquei ali, sentindo sua respiração se alinhar com a minha, o calor da água envolvendo ambos. Ela estava tão silenciosa que, por um momento, achei que tivesse adormecido em meus braços.— Como está se sentindo? — perguntei, minha voz grave e baixa. Ela abriu os olhos devagar, como se voltasse de um transe. — Um pouco pesada e... dolorida — admitiu, seu tom carregado de vulnerabilidade. Fechei os olhos por um instante, sentindo um aperto no peito. — Me perdoe por isso, meu amor, mas não existe outra forma... Antes que eu pudess
Lucas ParkAquela noite foi como se todos os meus desejos mais profundos estivessem expostos diante de mim, ao alcance da minha mão, prontos para serem tomados sem que nada ou ninguém pudesse me impedir. Eu a tinha por completo, e nem mesmo Gadreel poderia nos separar.Eu a conhecia bem o suficiente para saber que, depois do que aconteceu entre nós, ela jamais recusaria se casar comigo. E por favor, não me entenda mal. Nunca foi essa aminha intenção, eu não me rendia a tentação de seu corpo apenas para usar como uma arma. Apenas aconteceu que, de acordo com as circunstâncias, era exatamente dessa forma que se parecia.O destino tem um senso de ironia cruel. Porque apesar de não saber dizer exatamente o momento em que entrei no paraíso, posso afirmar com precisão o instante exato em
Lucas ParkMe obriguei a recuar alguns centímetros, mantendo meu olhar cravado no dela. Ela ouviu o que eu disse, absorveu cada palavra, entendeu exatamente o que eu queria.— Se me disser, agora mesmo, que aceita se casar comigo em dezoito dias, eu juro por Deus que a farei ver o paraíso. — Meus olhos desceram lentamente por seu rosto, demorando-se em sua boca. — E te farei gozar quantas vezes for possível, até que compreenda o quanto eu te amo.— Querido... — A voz dela falhou, trêmula, frágil.Aquele som foi como um soco direto no meu peito.Ela estava relutante. Mas eu sabia. Eu sabia que a dúvida estava corroendo as barreiras que ela tentava desesperadamente manter entre nós.&md