Vitória ficou sem palavras, olhando para Ângelo sem saber como reagir à situação.
Ele deu a volta no carro, abriu a porta do lado oposto e entrou, acomodando-se ao lado dela no banco traseiro.
Apesar de terem bebido apenas champanhe, nenhum dos dois parecia disposto a dirigir naquela noite.
Enquanto esperavam pelo motorista, que ainda estava a caminho, o silêncio no carro os envolvia, trazendo um ar de tensão carregado de algo não dito.
Os olhos de Ângelo estavam fixos nos pés dela. Os pés de Vitória eram pequenos e delicados, marcados pelos calos dolorosos dos saltos altos.
Sob o olhar penetrante dele, ela começou a se sentir desconfortável.
A atmosfera no interior do veículo foi mudando, lentamente, tornando-se cada vez mais íntima.
Naquela proximidade, as memórias daquela noite entre eles vieram à tona na mente de Ângelo. Ele engoliu em seco, sentindo o desejo crescer a cada segundo.
De repente, como se incapaz de resistir por mais tempo, ele a puxou para o colo dele.