— Eu só sei que o Grupo Vitória também vai participar da licitação amanhã. Sra. Luiza, você acha que ela vai roubar esse projeto?A Sra. Luiza soltou um riso frio.— Vitória? Ela? Achar que pode roubar o meu projeto? Só na próxima vida!No fundo, a Sra. Luiza estava se sentindo extremamente incomodada. Na Cidade J, todos sempre se esforçavam para agradar à família Laporta.Mas o Sr. Ramos? Ele nem sequer demonstrava consideração por ela.O pior era que, enquanto tratava a família Laporta com frieza, ele se mostrava incrivelmente cordial com Vitória.Essa diferença de tratamento era difícil de ignorar e só aumentava o desconforto dela.Vitória apresentou Yuri ao Sr. Ramos.— Sr. Ramos, este é Yuri, nosso analista de dados para este projeto.O Sr. Ramos sabia exatamente quem era Yuri, mas nunca imaginou que o Grupo GY conseguiria contratá-lo.— É um prazer conhecê-lo, Yuri. Há tempos eu queria convidá-lo para trabalhar no Grupo Ramos, mas nunca tivemos a oportunidade de colaborar.Essas
Enquanto isso, do outro lado, ao descobrir a reputação de Yuri, a Sra. Luiza começou a cogitar a ideia de contratá-lo.Quem trabalha no mundo corporativo e não conhece Yuri? Ele é uma verdadeira lenda.Percebendo que Vitória não estava ao lado dele, a Sra. Luiza se aproximou, taça de champanhe em mãos.Quando Yuri a viu, ergueu uma sobrancelha. Esse tipo de situação já era algo comum para ele, então não ficou surpreso.No entanto, ele sabia que aquela mulher era inimiga de Vitória. Por isso, decidiu se divertir um pouco às suas custas.— Sr. Yuri, é um prazer conhecê-lo. Sou a presidente do Grupo Laporta, já ouvi muito sobre o senhor. — Não é para tanto, são só algumas menções sem importância.— Acho que o Sr. Yuri é bastante modesto. Tenho uma proposta para você: acredito que um talento como o seu merece explorar novas oportunidades. Que tal vir trabalhar conosco? Nosso pacote de benefícios é, sem dúvida, dez vezes melhor que o do Grupo GY. — A Sra. Luiza foi direta ao ponto. Para
Yuri era, sem dúvida, o típico playboy que se entregava aos prazeres da vida.Sua competência era inegável, mas falar sobre sentimentos reais com ele era um esforço perdido.No entanto, com seus colegas, sempre demonstrava lealdade.Se algum deles precisasse de ajuda, Yuri nunca hesitava em estender a mão.Ângelo, por sua vez, escolheu um lugar aleatório para se sentar.Com uma postura relaxada, segurava uma taça de champanhe pela metade.Sentado ali, com sua elegância natural, ele se destacava como uma visão encantadora.Logo, uma jovem herdeira rica não conseguiu se conter e foi até ele.— Senhor, posso convidá-lo para dançar? — Perguntou, com confiança.— Não estou interessado. — Ângelo rejeitou sem rodeios.Naquele momento, o único desejo dele era arrancar a mão de Yuri.Como aquele atrevido ousava colocar a mão na cintura de Vitória?Claramente, ele estava pedindo para perder a mão.— Então, posso ao menos ter o seu número? Você é exatamente o meu tipo. — A jovem insistiu, tentand
Daniel observava tudo das sombras, com os olhos fixos na cena à sua frente. ‘‘Ela deveria ser minha’’, pensava, enquanto a amarga realidade do presente o esmagava. Agora, ele não tinha mais nada.Desde o início da dança, Daniel não havia sequer considerado convidá-la para dançar.Sophia, por outro lado, sentia como se todos ao seu redor estivessem rindo dela em silêncio, como um espetáculo que feria seu orgulho. Ela cerrou os punhos, tentando controlar a frustração.Enquanto isso, Sra. Luiza observava Vitória, cuja presença dominava o salão, e sua inveja crescia como veneno. ‘‘Essa mulher... É uma verdadeira sedutora’’, pensou. Mesmo tendo Ângelo como namorado, Vitória ainda conseguia atrair a atenção de Yuri com uma facilidade desconcertante. O que será que ele via nela? — Daniel, vai dançar com Sophia. Não precisa ficar aqui comigo. — Disse Sra. Luiza, empurrando-o suavemente.— Daniel, se não quiser, tudo bem... — Sophia começou, mas ele, sem dizer uma palavra, segurou sua mão e
— Para ser sincera, eu também achava o Daniel incrível antes. Mas, ao lado desse homem, parece que o Daniel perde um pouco do brilho.Os murmúrios das jovens herdeiras enchiam o salão. Todas sonhavam em ser a mulher nos braços de Ângelo.Enquanto isso, os homens presentes só conseguiam desejar que fosse Vitória quem estivesse em seus braços.Vitória, a primeira-dama da Cidade J. Desde o seu retorno, nenhuma das outras belezas parecia ter a menor chance de competir com seu brilho.Enrico também observava tudo, atento a cada movimento.Primeiro, Vitória havia dançado com Yuri, e agora com Ângelo. E ele? Nem teve coragem de convidá-la para dançar.O medo da rejeição o paralisava.Sr. Ramos, vendo o estado do filho, não pôde evitar balançar a cabeça com desânimo.— Se gosta dela, seja ousado e vá atrás. Ficar escondendo seus sentimentos só vai te fazer sofrer.— Mas e se ela não gostar de mim? Pai, será que eu não sou bom o suficiente para ela?Enrico, normalmente tão seguro e cheio de s
— Não precisa, de verdade. Mas obrigada pela gentileza de vocês.Vitória recusou com firmeza, mas de forma educada. Enrico sentiu uma pontada de decepção. Ainda assim, não queria insistir e acabar deixando-a desconfortável. Além disso, ela parecia realmente exausta. — Então, tome cuidado no caminho. Vitória apenas assentiu e seguiu com Ângelo. Enrico permaneceu parado, observando enquanto os dois se afastavam. Dentro do salão, o Sr. Ramos e Enrico voltaram a se acomodar, mas a Sra. Luiza, como era de costume, viu nisso mais uma oportunidade para insistir em suas intenções. Porém, não importava o quanto ela insistisse, o Sr. Ramos mantinha uma postura evasiva, respondendo com frases genéricas que não ofereciam nem promessas nem satisfação. Já irritado, o Sr. Ramos não demorou a inventar uma desculpa e se retirou. A Sra. Luiza ficou furiosa. Nem mesmo um dragão poderia reinar em um território desconhecido! Mas o que estava acontecendo com aquele Sr. Ramos? Ele não sab
Vitória ficou sem palavras, olhando para Ângelo sem saber como reagir à situação. Ele deu a volta no carro, abriu a porta do lado oposto e entrou, acomodando-se ao lado dela no banco traseiro. Apesar de terem bebido apenas champanhe, nenhum dos dois parecia disposto a dirigir naquela noite. Enquanto esperavam pelo motorista, que ainda estava a caminho, o silêncio no carro os envolvia, trazendo um ar de tensão carregado de algo não dito. Os olhos de Ângelo estavam fixos nos pés dela. Os pés de Vitória eram pequenos e delicados, marcados pelos calos dolorosos dos saltos altos. Sob o olhar penetrante dele, ela começou a se sentir desconfortável. A atmosfera no interior do veículo foi mudando, lentamente, tornando-se cada vez mais íntima. Naquela proximidade, as memórias daquela noite entre eles vieram à tona na mente de Ângelo. Ele engoliu em seco, sentindo o desejo crescer a cada segundo. De repente, como se incapaz de resistir por mais tempo, ele a puxou para o colo dele.
— Sr. Ângelo, o senhor está bem? Aconteceu alguma coisa? A voz do motorista, hesitante, ecoou pelo carro após ouvir o som inesperado do banco traseiro. — Nada. Apenas dirija direito. — Respondeu Ângelo, visivelmente irritado. — Sim, senhor! O motorista, experiente e discreto, percebeu que era melhor não fazer mais perguntas.Com um simples toque, ele levantou a divisória entre os bancos, sem que Ângelo dissesse uma palavra, garantindo a privacidade deles. Ele sabia que algumas cenas eram melhor não observadas, e decidiu agir de forma prudente, embora, na verdade, ele nada tivesse visto.Quando Vitória percebeu o gesto do motorista, ela lançou um olhar fulminante em direção a Ângelo, surpresa pela atitude dele. — Por que você gritou daquele jeito? Está tentando chamar atenção? Ele encostou a cabeça no ombro dela, a voz baixa e provocativa em seu ouvido. — Você me apertou com tanta força que quase me machucou. Não posso nem expressar a dor?Embora a dor fosse real, a satisf