Capítulo 0002
Ele já havia mandado o gerente expulsar a mulher que havia colocado a droga em sua bebida.

Não sentia mais nenhum resquício de compaixão.

No entanto, ele não podia mais se conter.

Aquela mulher realmente o atraía.

Só de segurar sua cintura delicada, ele já não conseguia mais se controlar.

— Não importa quem você é, eu quero você.

No escuro, Vitória não pôde deixar de revirar os olhos.

— Duvido que você consiga pagar por isso.

Mesmo exausta, Vitória não se renderia facilmente.

No momento seguinte, o homem pressionou a ferida dela com força.

— Ah! — Vitória gritou de dor.

Aquele homem estava pressionando a sua ferida de propósito.

O corpo forte e quente do homem se apertou contra o dela.

— Eu te dei a chance de ir embora, foi você que escolheu ficar. Agora, não me culpe.

— Você quer morrer?

Vitória estava furiosa, querendo arrancar aquele homem de cima dela, mas ele não deu a ela a mínima oportunidade de recusar.

Ele pressionava o torso contra o dela, reagindo ao estímulo da proximidade do corpo quente de Vitória.

Exausta, Vitória não tinha como competir com ele, que repetidamente, continuou com suas investidas.

O corpo feminino emanava uma sedução que o atraía ainda mais.

Somente ao amanhecer, ele finalmente a soltou, deixando um beijo no canto de seus lábios.

— Seja boazinha e fique comigo de agora em diante.

Ele tinha sido o primeiro homem a tocá-la intimamente , por isso, sentiu-se responsável por ela. Embora aquela fosse a primeira vez que a via, ele estava muito interessado naquela garota.

Vitória não disse nada, apenas se virou, dando-lhe as costas.

Olhando para as belas costas da garota, o homem sentiu-se estimulado novamente.

Quando ele se aproximou mais uma vez, Vitória o empurrou com força.

— Dói.

Lembrando-se de que era a primeira vez dela, ele decidiu se conter, mas ainda assim a envolveu em seus braços.

Somente quando ele adormeceu, Vitória abriu seus lindos olhos. Ela não havia dormido nem um pouco.

Ela pegou as roupas do chão e as vestiu, apanhou a adaga que estava caída no chão e, aproveitando o momento em que o homem estava completamente desprevenido, cravou-a diretamente na altura do coração dele.

— Você...

Ao abrir os olhos, fitou-a com total descrença.

Ele nunca havia confiado em ninguém, mas, pela primeira vez, interessou-se por uma garota a ponto de querer levá-la consigo. No entanto, jamais imaginou que ela daria um golpe mortal.

— Você mesmo procurou sua morte, então não me culpe.

Vitória nunca se considerou uma boa pessoa. Uma garota que sobreviveu na fronteira do País M não poderia ser alguém gentil.

Ele a deflorou, por isso Vitória o feriu. Na ocasião, ambos estavam quites.

Quando ela deixou o quarto, encontrou o gerente e logo, saiu triunfante ao volante do carro de luxo do Sr. Ângelo.

O homem acendeu a luz do quarto e percebeu que havia sangue de ambos no sofá branco. Ao notar que havia algo errado quando entrou na sala, o gerente olhou para o outro lado e viu o Sr. Ângelo com o peito sangrando.

— Sr. Ângelo, quem te machucou? Foi aquela garota? — O gerente perguntou, incrédulo.

Era difícil de acreditar que o homem à sua frente, uma figura poderosa e temida no País M, havia sido ferido por uma simples garota, e justo no coração!

— Ainda não chamou o médico?

Aquela mulher realmente queria a morte dele, mas, felizmente, seu coração estava em uma posição diferente da usual, então ele ainda estava vivo.

O médico chegou rapidamente ao Sedutor e tratou o ferimento de Ângelo com eficiência.

— Encontre-a. Encontre essa mulher para mim, mas não a machuquem.

Nos olhos de Ângelo havia um brilho assassino.

Em suas mãos, ele acariciava um bracelete que a garota havia deixado para trás. No interior do bracelete, estava gravado o nome "Vivi".

O gerente imediatamente enviou pessoas para procurá-la. Com o poder do Sr. Ângelo no País M, eles certamente encontrariam a garota em menos de um dia.

Apesar de tudo, eles não conseguiram encontrar a ousada jovem, mesmo depois de revistarem cada canto da fronteira.

Enquanto isso, Vitória já havia trocado de carro e chegado à fronteira do País H, onde um grupo de pessoas a aguardava, liderado por um jovem de vinte e sete ou vinte e oito anos, de feições extremamente marcantes.

Vitória fez uma manobra elegante para estacionar o carro e saiu do veículo.

Ela entregou um pen drive ao jovem.

— Você vai voltar conosco? — O rapaz perguntou, incapaz de conter a curiosidade. Afinal, ela já estava no País M havia cinco anos.

— Eu já entreguei isso para vocês, não perca novamente.

Esse pen drive era crucial para a segurança cibernética de todo o País H.

Ao ouvir isso, o jovem assentiu.

— Pode ficar tranquila! Mesmo que eu morra, eu garantirei a segurança disso.

Vitória assentiu.

O jovem ficou em posição de sentido e fez uma saudação militar para Vitória.

Os outros dez homens jovens atrás dele fizeram o mesmo, em perfeita sincronia.

— Podem voltar.

Vitória acenou com a mão e se virou, saindo com elegância.

À noite, ela voltou para a clínica onde sua mãe estava internada.

Ao vê-la, a mãe de Vitória entrou em um estado de completo delírio.

— Vivi, venha para perto da mamãe, há pessoas más por aí. Não tenha medo, eu vou te proteger. Bernardo, eu não fiz isso, eu não traí, fui acusada injustamente. Eu não matei ninguém, eu não sou louca, não me toquem. Eu não sou insana, eu sou a filha mais velha da família Valente, ahhhhh...

Vitória segurou sua mãe com força, impedindo-a de se machucar ainda mais.

Com 1,68m de altura, sua mãe pesava menos de 40 quilos, um corpo magro e frágil, que partia o coração de quem a via.

— Mamãe, sou eu, a Vivi. Não tenha medo! Pode ficar tranquila! Não vou deixar aqueles malditos escaparem. Farei com que todos paguem pelo mal que fizeram a nossa família.

Os lindos olhos de Vitória estavam cheios de um ódio infinito.

Cinco anos atrás, ela e sua mãe foram traídas por quem mais confiavam, tornando-se motivo de escárnio em toda Cidade J.

Enquanto isso, a amante e a filha dela entraram na casa e tomaram tudo o que era delas.

Após tantos anos, era hora de voltar e recuperar tudo o que pertencia a elas.

Depois de acalmar a mãe para dormir, Vitória pegou um táxi e voltou para o seu apartamento alugado.

Ela estava tão apressada para entregar o material que ainda não havia tomado banho.

Vitória tirou todas as roupas, foi ao banheiro e tomou uma ducha.

Em seguida, pegou a caixa de primeiros socorros e começou a cuidar dos próprios ferimentos.

Ao pensar no homem da noite anterior, os olhos de Vitória se encheram de raiva.

Ele parecia nunca ter estado com uma mulher antes, foi uma vez atrás da outra, sem qualquer controle.

Até agora, ela ainda estava com inchaço e vermelhidão na parte íntima.

Ela se arrependeu de não ter dado mais facadas nele.

Contudo, aquele golpe foi na região do coração, e havia 90% de chance de que ele não tivesse sobrevivido.

Vitória arrumou suas coisas e foi direto para o aeroporto, embarcando no voo para a Cidade J.

Assim que desembarcou, o celular em sua mão tocou.

— Vivi, estou te esperando na saída do Terminal 2. Você já saiu?

— Estou aguardando minha bagagem. Não precisa entrar, eu já estou saindo.

Ao avistar sua mala, Vitória se abaixou para pegá-la, mas antes que pudesse se virar, alguém agarrou seu braço.

— Vitória? É você mesmo?

Vitória franziu a testa e olhou para a mulher que segurava seu braço.

— Solte-me. — Ela advertiu com uma voz fria.

Quando Francine Laporta percebeu que era realmente Vitória, seus olhos se encheram de desprezo.

— Vitória, você escolheu justamente a hora do noivado do meu irmão com a Sophia para voltar. Por quê? Ainda não desistiu? Cinco anos atrás, você vivia correndo atrás do meu irmão, sem um pingo de vergonha, e insistia em ficar grudada nele. Naquela época, você só tinha quinze anos, não é? Já era tão sem vergonha assim. Mas também, com uma mãe que trazia homens para fazer sexo em casa, você deve ter aprendido desde cedo como atrair homens, não é? Aliás, ouvi dizer que você e sua mãe chegaram a fazer sexo com o mesmo homem...

No meio do movimentado aeroporto, o escândalo causado por Francine já começava a atrair a atenção dos curiosos.

— Francine, eu ainda nem fui atrás de você para acertar as contas, e você já veio até mim por conta própria.

Cinco anos atrás, essa segunda filha da família Laporta foi quem espalhou inúmeros boatos sobre ela e sua mãe.

Vitória, com um movimento rápido, torceu o braço de Francine, e um estalo seco foi ouvido, seguido de um grito de dor ensurdecedor.

— Ahhh! O que você está fazendo? Solte-me! Meu braço está quebrado!

— Quando se trata de saber como agradar um homem, ninguém pode competir com você, a segunda filha da família Laporta. Não foi você quem já fez sexo com o filho do motorista da sua família? — Vitória sussurrou suavemente em seu ouvido. — As fotos ainda estão comigo. O que você acha, os jornalistas da Cidade J se interessariam por elas?

O rosto de Francine ficou pálido de repente.

Como ela poderia saber sobre aquilo? Foi um erro cometido por pura imaturidade.

Com isso, Francine conseguiu se aproximar da família Medeiros da Cidade A, e se essa história viesse à tona, o casamento dela estaria em risco.

— Peça desculpas, senão…
Leia este capítulo gratuitamente no aplicativo >

Capítulos relacionados

Último capítulo