Capítulo 0003
A expressão de Francine estava terrivelmente pálida, ela nunca imaginou que a Vitória, que uma vez foi tão submissa, tornaria-se tão difícil de lidar.

— Desculpe. — Para preservar a reputação da família Laporta, Francine pediu relutantemente.

— Não estou ouvindo.

— Você…

Ninguém ousou tratá-la daquela forma em toda cidade J.

Francine estava tão furiosa que suas lágrimas estavam prestes a transbordar. Havia muitas pessoas ao redor, mas nenhuma delas se manifestou em sua defesa.

— Desculpe, eu errei.

— Sra. Francine, da próxima vez que me encontrar, lembre-se de me saudar com respeito, ou as consequências serão por sua conta!

Francine estava quase enlouquecendo de raiva. Aquela maldita tinha a ousadia de ameaçá-la!

No entanto, ela não teria motivos para se sentir triunfante por muito tempo. Em breve, ela descobriria as consequências de ofender a filha da família Laporta.

Arrastando sua mala até a saída do Terminal 2, Francine encontrou sua amiga Nilda Castro, que já estava esperando por ela.

Ao vê-la, Nilda correu e a abraçou com entusiasmo.

— Vivi, finalmente você voltou. Aliás, você sabia? Aquela dupla vai ficar noiva amanhã. Você não veio para estragar a festa, veio?

— Você está pensando demais. Eu só voltei para recuperar tudo o que é meu. — Vitória respondeu de forma despreocupada.

Nilda envolveu a cintura macia de Vitória e as duas saíram juntas.

Chegando ao local onde Nilda havia estacionado, ela abriu o porta-malas e ajudou a colocar a mala de Vitória lá dentro.

Vitória abriu a porta do banco do passageiro e entrou no carro, e Nilda a seguiu depois de garantir que a mala estava bem colocada.

— Fique na minha casa hoje a noite! Estou morrendo de saudade de você.

— Não precisa, vou direto para a casa da família Neves.

— Giovana e Sophia já se mudaram para a família Neves. Você tem certeza de que quer voltar lá?

Nilda estava muito preocupada com ela.

— Tenho certeza. Vamos! Não se preocupe comigo, quem deve se preocupar são aqueles que machucaram minha mãe e a mim.

Antes de Vitória chegar à família Neves, Sophia Neves recebeu uma ligação de Francine.

Ao saber que Vitória estava voltando neste momento, ela não pôde deixar de franzir o cenho.

— O que houve? — Vendo a expressão preocupada de Sophia, sua mãe Giovana Lopes não pôde deixar de perguntar.

— Vitória voltou.

Sophia passou o celular para o empregado que estava ao lado.

— O quê? Como assim ela voltou agora? Mas a volta dela é bem oportuna, as ações que ela tem nas mãos também precisam ser devolvidas.

Os olhos de Giovana estavam cheios de determinação.

— Exatamente. Desta vez, ela não vai conseguir se reerguer. — Sophia disse com frieza.

Sophia tirou o vestido e foi diretamente procurar o pai, Bernardo Neves.

Ao saber que Vitória teve a audácia de provocar Francine, Bernardo ficou furioso.

— Quando ela voltar, leve-a imediatamente para a família Laporta e faça-a pedir desculpas a Francine.

— Pai, os pais da Francine estão realmente muito irritados. Eu temo que isso possa afetar a relação entre nossas famílias.

— Não se preocupe! Daniel te ama tanto e com certeza vai te apoiar. Além disso, a culpa é da Vitória, não tem nada a ver com você.

Nesse momento, o som de um carro esportivo foi ouvido do lado de fora da mansão.

Pouco depois, Vitória, vestida de preto da cabeça aos pés e puxando uma mala, entrou na casa.

— Oi, todo mundo está aqui!

Vitória empurrou a mala para dentro da sala de estar e se sentou diretamente no sofá, onde Bernardo estava sentado com Giovana e Sophia de cada lado dele.

Vendo a atitude desrespeitosa de Vitória, Bernardo ficou furioso.

— Quem te deu permissão para voltar? Você ainda tem coragem de aparecer aqui? Vitória, você…

— Pare!

Bernardo não teve a chance de terminar a frase antes que Vitória o interrompesse.

— Você tem a cara de trazer a amante e a filha da amante para cá. Comparado a isso, tudo o que eu fiz não é nada.

Vitória lançou um olhar indiferente para Giovana e Sophia.

— Vitória, vejo que você ainda não aprendeu a lição. Agora, saia e volte para a fronteira. Não quero que me envergonhe.

Vitória se parecia muito com sua mãe, ao ver ela, Bernardo imediatamente pensava naquela mulher desprezível.

A família Laporta apreciava muito Sophia, e o noivado entre Sophia e Daniel Laporta aconteceria no dia seguinte. Não poderia haver falhas.

— Saia? Não sei como fazer. Ou melhor, você, como pai, me mostre como se faz!

Os olhos de Vitória estavam cheios de um brilho cortante. Ao ver a frustração deles, seus instintos sanguinários estavam se intensificando.

— Você... — Bernardo estava tão furioso que seu corpo tremia. — Paulo, jogue as coisas dela para fora.

O mordomo Paulo se aproximou, pronto para jogar as malas de Vitória para fora.

— Você se atreve a tocar em alguma coisa? — A voz de Vitória era fria e cortante.

— Dona Vitória, não nos coloque em uma situação difícil.

Afinal, era o Sr. Bernardo quem o pagava nesse momento!

Vitória continuou sentada, com um olhar cheio de escárnio.

— Você também sabe que eu sou a verdadeira dona desta casa! Por acaso esqueceram qual é o sobrenome desta família?

Bernardo era apenas um ninguém. Se não fosse pelo apoio da mãe de Vitória, ele não passaria de um caipira vindo do interior.

Ao ouvir isso, Bernardo ficou ainda mais enfurecido.

Ele havia construído sua fortuna com a esposa legítima, mas não suportava ouvir tais palavras.

— Jogue ela para fora.

O mordomo, naturalmente, seguiu as ordens de Bernardo e foi imediatamente em direção às malas de Vitória.

Vitória avançou e deu um chute no peito do mordomo, que caiu no chão.

— Dona Vitória, como você pode fazer isso comigo? Eu estou nesta casa há mais de vinte anos, e eu te criei desde pequena. Sr. Bernardo, você precisa me apoiar! Sempre fui extremamente leal desde que cheguei a casa da família Neves. Seria melhor morrer logo do que ser tratado assim na minha idade.

— Vitória, peça desculpas ao Paulo agora. — Bernardo ordenou com raiva.

— Desculpas? Por que eu deveria pedir desculpas? Paulo, se não me engano, você foi o mordomo do casamento da minha mãe, certo? Depois de cinco anos, você não se lembra nem mesmo de quem é o seu verdadeiro patrão?

Cinco anos atrás, a mãe dela foi levada à loucura, e Paulo não fez nada além de piorar a situação e empurrar ainda mais a mãe dela para o fundo do poço.

— Dona Vitória, eu…

Vitória avançou até ele e pisou com força nas costas de suas mãos.

— Ah!

Paulo estava completamente surpreso com o comportamento selvagem de Vitória, que ousou agredi-lo na frente de tantas pessoas.

Vitória se agachou na frente do Paulo.

— Sinto muito, Paulo! Depois de passar cinco anos na fronteira, minha visão não está tão boa.

Após dizer isso, Vitória ainda pisou mais uma vez com força antes de pegar sua mala e subir as escadas.

— Desta vez, eu não pretendo ir embora. Quanto ao noivado de amanhã, como a verdadeira filha da família Neves, eu definitivamente participarei. Vocês podem esperar e ver.

Vitória foi diretamente para o seu antigo quarto, mas descobriu que o quarto já estava ocupado por Sophia.

— Paulo, jogue todo o lixo que está no meu quarto fora. — Vitória saiu do quarto e se apoiou na grade de ferro, dando a ordem.

O Paulo, que havia acabado de receber uma severa repreensão, estava em dúvida sobre o que fazer naquele momento.

Ele olhou para Bernardo.

— O que é, Paulo? Você está velho, perdeu a memória e está surdo também?

Bernardo estava prestes a explodir, mas foi interrompido por Giovana.

— É só um quarto, não é motivo para tanta raiva. Paulo, vá e tire as coisas de Sophia do quarto.

Giovana estava com um sorriso cortês no rosto.

Aquele foi o melhor momento para a Vitória retornar, pois era uma boa oportunidade para recuperar as ações que Giovana tinha nas mãos.

Era apenas uma garota imatura e inexperiente que achava que poderia competir com Vitória, mas ainda não estava madura para isso.
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