Os portões se abriram subitamente. As correntes tilintavam nas mãos e nos pés. Os passos pelo corredor seguiram num ritmo perfeito, onde a liberdade cerceada fora representada pelos portões que se destrancavam apenas para a passagem até a sala de encontros. Leoni Messina encarou o irmão sentado na cadeira de ferro presa ao chão e sorriu. Lucca Messina nunca seria uma má companhia, não importava o quanto fosse o culpado pela prisão. – E então. O resultado já saiu? – O silêncio preocupou o homem que encarava o irmão enquanto sentia as algemas serem arrancadas do pulso. – Lucca... – Ele rosnou. – Eu perguntei se o teste de paternidade já saiu. Eu tenho que saber dessa merda antes que eu fique louco. – Irmão... – A forma como ele disse pareceu ter perdido alguém. Leoni Messina inclinou o corpo, tentando ver o irmão sentado de costas para ele. – Que merda de tom é esse? Você garantiu que o exame era seguro. Não me diz que... – Não... Não. O moleque está bem. – Ele respirou fundo,
Giulia correu em grande desespero, usando a camisola que havia sido cuidadosamente preparada para ela. A roupa a deixava com a maior parte das pernas a mostra, mas não houve qualquer pudor em andar pelas ruas trajando a peça inadequada. Tudo que a garota queria era fugir do quarto do monstro que a esperava ansioso. A janela do banheiro aberta pareceu uma oportunidade preciosa, sobretudo quando ela se viu completamente acuada. Giulia Rossi nem mesmo sabia como havia conseguido escapar dos soldados daquele homem. Tudo que ela entendia era o quanto precisava ser esperta o bastante para se proteger. O que aconteceria se ele soubesse que ela estava esperando um filho de outro homem? Ele o arrancaria do ventre ou esperaria a criança nascer para usa-la como arma vitalícia contra o inimigo? Independente da resposta, Giulia Rossi não podia deixar que os planos daquele homem se concretizassem. Ela desviou dos carros de policia, mas estava muito frio na Rússia, e ela ainda sentia os pés co
O homem fora arrancado da cela perfeitamente arrumada como se o lugar fosse projetado especialmente para ele. O policial entrou no cômodo e observou como tudo parecia ter sido preparado para a chegada de um homem nada comum. Ele sabia que seria preso? O que mais Leoni Messina sabia? Os pés no Don passaram a se mover tranquilo, embora o coração estivesse gritando de desespero ao saber que a mulher que amava havia se casado com outro. Agora era o fim. Ele deveria esquecer-se dela para sempre. Parecia uma grande hipocrisia o quanto ele a havia traído, mas ainda não podia aceitar o mesmo. As pessoas no tribunal levantaram cartazes como grandes fãs do homem de terno impecável e olhar gélido que invadia o cômodo com o grande carisma. Ele acenou como uma celebridade, antes de se sentar no banco dos réus, ao lado de três advogados poderosos. O juiz reprovava tudo que o homem representava, mas ainda não podia ir contra as próprias regras. Ele precisava ser imparcial. Ainda assim, nada o
As imagens de uma mulher nua surgiram no telão, ao lado do mafioso sem roupas. Olivia Carter abriu completamente a boca. Ela encarou o promotor de acusação no momento em que soube que estava bastante enrascada.O coração da jovem gritou de desespero dentro do peito aflito. A roupa larga fora a única coisa que a salvou de ser delatada do próprio nervosismo, mas o olhar atencioso do Leoni Messina ainda era capaz de desvendar cada sensação da maldita mulher. O mafioso havia deixado bastante claro o quanto não a valorizava, no momento em que a exibiu como um troféu, para o público que com curiosidade, passava a examinar as fotos. Rapidamente o julgamento do homem tornou-se para ela. Apenas Olivia Carter era avaliada, como se os olhares julgadores se esquecessem do verdadeiro propósito de toda aquela encenação teatral. – Já chega! – Ela gritou. – Eu não entendo por que isso é relevante. A investigação foi imparcial. – Foi mesmo? – O advogado indagou. – Eu não teria por que incrimi
Os olhos tempestuosos cruzaram todo o caminho da sala policial, até encontrar o mais intenso tom de azul que a pobre Giulia Rossi já tivera o desprazer de ver na vida. Todo o corpo franzino tremeu, antecipando o destino cruel que a esperava. Ela viu a forma como o canto dos lábios finos se ergueram para um sorriso perfeitamente sádico que ela repudiou. A mulher olhou para o policial, esperando que a ajuda viesse dele, mas logo o homem aproximou-se dela. Giulia Rossi pensou em correr desesperadamente, mas seria caçada por duas autoridades do país como um pobre antílope africano. Ele trocou algumas palavras com um dos guardas e então direcionou-se a ela. – Vamos! – Ele a segurou sutilmente pelo braço, embora ainda exercesse força o bastante para conte-la. – Não. Eu vou ser deportada! O homem sorriu. – Você não vai a lugar nenhum esposa. A minha cama te espera! Ela arregalou os olhos orgulhosos. – Eu vou embora daqui! Você não pode me levar. Eu estou presa. Ele a encarou co
– Chefe? – As batidas na porta se tornaram intensas. Giulia Rossi forçou todo o corpo para o lado, tentando a todo custo derrubar o homem enorme caído sobre o corpo franzino. Ela gritou quando ele finalmente caiu para o lado, de bruços no chão. Ela provavelmente o deixaria morrer sufocado no próprio corpo, mas não poderia viver com a culpa. A mulher se abaixou e girou a cabeça para o lado, mesmo que o tivesse em grande nojo. Ela estava completamente encurralada, olhando para a porta prestes a ser aberta. A mulher assustada correu em direção ao banheiro quando sentiu mãos fortes a agarrarem com brutalidade. Ela chacoalhou os pés irritados, na esperança de que pudesse escapar do destino que a atingiria por ter matado o chefe da máfia Russa. – Me solta! – Ela gritou. Nenhuma resposta. Os homens se movimentavam ao redor do mafioso como um ritual estranho de luto. Um deles se abaixou e tocou o pescoço do homem. – Ele ainda esta vivo! Giulia Rossi ainda não havia decidido se respi
– Se casou aquele homem, então ele pode ser o pai do bebê. – Lucca Messina disse em um tom de autoridade. Leoni Messina o encarou, segurando o copo de bebida entre os dedos. – Não... Eu não sei. Eu acredito nela. – Você mesmo disse que ela pensa que vai mata-la. E a garota disse isso por que ela sabe bem que você ficaria bravo quando soubesse que ela tinha engravidado de outro homem. Leoni Messina encarou o chão como um ato reflexivo. O coração praticamente explodindo de sentimentos conflitantes que o atormentavam como pesadelos impossíveis de superar. Ele arremessou o copo contra um quadro branco pendurado na parede. – Isso que tem me enlouquecido. Eu não posso ter engravidado ela... Não posso. – Ele massageou a cabeça dolorida. Lucca Messina estava ali como um conselheiro, mas ainda era o irmão que o via sofrer, e faria qualquer coisa para ajuda-lo. – Eu tenho que investigar. Talvez a Alessandra saiba de alguma coisa! Leoni Messina revirou o rosto como um lunático, encaran
– Você achou que... – Ele estava tão irritado que mal podia encara-la. – Você realmente achou que o irmão a protegeria de alguma coisa? Alessandra passou a massagear a garganta como louca, tentando a todo custo evitar os hematomas que fariam o marido acreditar que ela o tinha traído. – Eu... Quer dizer, eu não sei. Eu só tentei ajudar.. não sei o que estava pensando quando aceitei aquilo. Leoni Messina a olhou de cima a baixo como a mais patética mulher que ele já tinha visto na vida. – Eu sei exatamente no que você estava pensando. Ela se sentiu indignada. – Não sou você, don. Eu não penso só em sexo. O mafioso liberou uma gargalhada sinistra. – Você acha mesmo que me engana? Acha que eu sou burro? Eu monitoro você! Eu sei de cada detalhe da sua vida. Eu sei a sua intenção. Você não queria se casar, Alessandra, e faria qualquer coisa se ele te ajudasse. Ela arregalou os olhos temerosos. – Mas eu realmente achei que seria bom para ela ficar longe de você. Ele ergueu o cant