Capítulo 6

                                  ▪️Selena Fernandes

Neste momento estou saíndo do elevador dirigindo-me na sala do Christian, pois necessito deixar a par algumas informações a cerca das reuniões que terá no decorrer do dia. O Christian separou as minhas tarefas, para não poder ficar fazendo o mesmo com a sua secretária.

Eu realizarei e organizarei acompanhamentos em viagens, digito alguns documentos sobre um tema específico que ele m****r, e outras funções. Olhei para o local onde a sua secretária irá estar daqui alguns minutos, hoje resolvi aparecer um pouco mais cedo, pois tenho de deixar a documentação da primeira reunião organizada ba sua sala e arrumar a minha sala que fica após a sala do Cristian. Ele resolveu dar-me uma sala pois afirmou que “eu não deixo ele ficar concentrado caso a gente fosse continuar trabalhando juntos", pois nessas semanas anteriores passei a trabalhar com ele na mesma sala, isto é, na sala dele. Voltando a minha sala que não é tão grande como a sala dele, mas desde que permite que eu esteja salva de olhar de qualquer um que chegue aqui e sem falar que é super confortavel pra mim.

— Posso entrar! – bati levemente na porta dele e sem demoras entrei ficando logo assustada, encontrei um homem com uma aparência  visivelmente desequilibrado e a sala toda cheirava a droga, não sei específicamente qual delas pois ainda não usei nenhuma, mas com toda certeza aquilo era droga pairando pelo ar.

O homem saiu onde estava e veio correndo na minha direção, num simples impulso afastei-me da porta indo ficar atrás da cadeira do Christian, claramente nervosa. Ele trancou a porta e virou sorrindo pra mim, ele estava com um sorriso maléfico no rosto, ele ficava arranhando, coçando a sua pele que possuia alguns hematoma e ficava limpando o nariz com o dorso das mãos sempre.

— Que mulher bonita que o meu primo tem. Bom eu acredito que tambem és apenas mais uma que ele já levou pra cama – disse o homem totalmente descontrolado olhando de um lado para o outro – Ou que irá levar certo!? – disse olhando fixamente para mim dando alguns passos lentamente.

— Podes levar tudo que quiser, aqui tem celular, tem vasos preciosos ali no canto da sala, por favor não me mata. - disse claramente nervosa vendo ele ficar parado por um tempo.

— Se fosse para roubar, teria feito isso a muito antes de tu chegares, pois foi muito fácil entrar aqui e acho que sair também será a mesma coisa. - disse ele mexendo a cabeça lentamente negando - O que eu quero esta bem na minha frente, respirando, e digamos que meio assustadinha eu acho, ela é muito gata! É estou falando de ti! - disse ele dando um estalo com o canto da sua língua.

— Não aproxime-se de mim. Eu juro que vou gritar e atirar esse vaso na sua cara. – disse falando rapidamente olhando o objecto visível na mesa do Christian. Olhei novamente para o homen que já estava por frente da mesa do gringo olhando fixo a mim, tomei um susto e gritei.

— Você esqueceu que só tem a gente aqui e mais ninguém. – afirmou o homem sorrindo como um louco. Peguei o vaso que esta na mesa e atirei na cara dele o deixando mais desiquilibrado, fui correndo ate ao banheiro trancando a porta rapidamente fazendo o meu coração ficar mais acelerado e causando uma pequena vertigem em mim, molhando a minha roupa com algumas lágrimas.

O homem ficou batendo na porta, eu estava olhando a porta, simplesmente fiquei estatica sem saber o que pensar e como agir, senti o celular vibrando. Peguei o celular com bastante pressa, olhando a notificação da sms da secretária do Christian que por agora não tenho interesse, entrei nos contactos e cliquei no nome dele o chamando, estou esperando ele atender mas sempre olhando a porta vendo o impacto da porta vendo força que o homem vicíado exerce nela.

— Oi Sele...- disse o Christian sendo interrompido por mim – Por favor, me ajuda. – disse rapidamente não importando se ele esta ocupado ou não.

— Onde estas? O que esta acontecendo? – disse o Christian preocupado, ouvi vozes de alguém falando sobre a conta, provavelmente ele estava tomando o pequeno-almoço ou numa reúnião.

— Estou na Empresa, na sua sala, tem um homem querendo abusar de mim. – disse assustadamente dando um passo atrás – Eu estou trancada no banheiro, por favor vem rápido. – disse  apressadamente sem perceber que acabei gritando. Dando um outro passo, senti que era o limite pra mim pois a senti a parede do banheiro atrás de mim, fazendo-me soluçar ainda com o celular nas mãos.

— Estou chegando,  não desligue o celular. – disse o Christian correndo pois dava para ouvir  seus passos apressados e a sua respiração ofegante. Olhei pela porta vendo que a porta não vai resistir por muito mais tempo, soltando um suspiro de desespero e deixando mais lágrimas caíndo e pedindo a Deus que possa amparar-me.

Passando alguns segundos ouvi a porta aberta bater contra parede fazendo-me gritar. Olhei com muito nojice nele, vi ele andando ao pé de mim com aquele sorriso macabro, todo desajeitado com uma tesoura na mão que provavelmente sempre esteve com ele escondido em qualquer parte do seu corpo.

— Por favor não me machuque! – disse mexendo a cabeça freneticamente de um lado ao outro repetindo “ não” mentalmente.

— Éh, que vagabunda gostosa vou pegar. – disse ele passando a tesoura no meu rosto e cheirando o meu pescoço, lambendo a minha cara e pescoço como se fosse um picóle, eu estava sentindo nojo desse momento pois em toda a minha vida nunca passei por nada desse gênero, um viciado em drogas, querendo abusar de mim.

— Saí de perto de mim. – disse empurrando ele rapidamente o fazendo bater a nuca dele no espelho do banheiro, logo o fazendo rosnar e vindo pra cima de mim. Gritei fechando os olhos e botando as mãos a minha frente me protegendo a espera de qualquer agressão em mim.

Levei um pequeno tempo pra notar que nada aconteceu, pois estou com olhos fechados com medo de abrir e ver que talvez esteja  no céu, hospital, não sei ao certo. Senti mãos quentes pegando os meus braços fazendo-me encolher e fechar os olhos com força fungando.

— Shiu... calma, sou o Christian. Olha pra mim Selena, por favor diz que estas bem? – disse o Christian fazendo-me ficar em pé, eu simplesmente não tenho coragem de abrir os meus olhos agora, nem com ele aqui. – Esta bem.- disse ele sabendo que não mexeria nem os meus pés nesse momento de tanto nervosismo. O Christian pegou-me no colo em estilo a noiva, fazendo-me aconchegar-se mais no seu peito logo parar de chorar, e eu fiz questão de passar as mãos no seu pescoço continuando de olhos fechados.

Senti ele saindo do banheiro, indo na sua sala dizendo um “ depois ela falará contigo”. Imaginei que ele estava levando-me para qualquer local que seja longe da Empresa. Senti que estava sendo observada e rápidamente abri os meus olhos vendo os seus olhos fixados em mim, mostrando-me um sorriso de conforto e segurança. Eu não importo pra onde ele irá levar-me pois não tenho cabeça pra trabalhar, não agora, não hoje.

— Vou cuidar de ti, fique descansada. – disse ele dando um beijo demorado na minha testa, fazendo-me fechar os olhos e deixei o cansaço tomar-me.

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