Se Faz Sentir, Faz Sentido
Se Faz Sentir, Faz Sentido
Por: Adjazz
Capítulo 1

                            ▪️Selena Fernades

Neste momento estou sentada no assento do avião a caminho dos E.U.A. Sei que não passou mais de três mês desde a morte do meu querido pai. Hoje em dia, digo que sou uma órfã, pois não cheguei a conhecer a minha Mãe, porque ela morreu no dia do meu nascimento e por longos 24 anos fui criada pelo meu pai. E num maldito dia, o meu pai acabou morrendo quando ocorreu um acidente fatal em seu escritório, o que causou a morte dele e de seus colegas.

Nunca tive muitas informações sobre a minha Mãe, pois eu nem chegava a perguntar no meu pai porque ele se sentia muito magoado. Somente sei que minha mãe é afro-américa, que casou com meu pai aos seus 18 anos e que nasci pouco antes dela fazer os 20 anos e que puxei o tom da sua pele e os fios do cabelo dela. Mas eu tenho uma caixa com algumas coisas dela assim como pentes, fotos, e um endereço com certas indicações. E por detrás do papel estava escrito casa da Anna Reis em E.U.A.

Sempre fui tímida para certos assuntos e momentos, mas tem vezes que eu me surpreendo e pergunto se realmente essa sou eu? ... Faz alguns dias que já fui investigando acerca de emprego como secretária numa das melhores empresas da cidade de Nova York. Sei que muitos vão perguntar como? Mas faço questão de lembrar que a internet esta evoluindo assim como as pessoas também.

Já fazem anúncios apartir de próprios sites e páginas. 

"Menos trabalho pra gente" 

                                           ...

— Caros passageiros acabamos de aterrissar ao aeroporto de Nova York. Sejam bem-vindos e tenha uma Boa noite. — o auto-falante do avião fez o seu preciso anúncio, creio que sempre faz em todos os voos que cá chegam, nesse período.

— Obrigada/o – ouvi alguns passageiros batendo palmas e outros agradecendo.

Cada indivíduo foi pegando a sua bagagem caminhando para fora do avião. Foi aí que refleti que quando eu saísse pela porta desse Avião a minha vida tomaria um rumo diferente do que os meus lindos planos que invento antes de dormir.

Levantei moderadamente e fui pegando a minha mala. Pego na mesma e fui puxando ao chegar na porta do Avião respirei fundo e fui andando.

E sim cheguei no período Noturno, mas está  parecendo mais como um período Matinal ou vespertino já que tem tanta gente andando de um lado ao outro.

É uma coisa doida mesmo, bem que papai tinha razão em dizer que esta é uma cidade que as pessoas não dormem.

Fui andando e peguei o primeiro táxi para o endereço que estava escrito nesse papelzinho que está na minha mão, desde o momento que subi no taxi.

                                          ...

Chegando por frente ao quintal, o portão estava entreaberto e agradeci mentalmente por isso. Empurrei a mesma e fui andando até a porta principal da casa. Toquei a campainha, depois de dois minutos vi a tranca da porta mexendo e logo foi aberta por uma senhorita de uns 60 e poucos anos, creio eu.

— Boa noite, gostaria de falar com a Senhora Anna Reis?– disse enquanto apertava a minha mão esquerda já segurando a minha bolsa da mão e olhando as características faciais da mesma.

— A claro, você está falando com a mesma. O que deseja? — ela disse já com a expressão facial bem confusa. E tinha certeza que ela estava achando que sou uma doida, ainda mais com essas malas, e numa horas dessas.

— Bem, eu fui direcionada pra chegar aqui caso não tiver mais nenhum local para ficar –  disse já entregando o papel que estava na minha mão a ela.

Ela por sua vez pegou no papel e ficou lendo e do nada parou e olhou para mim. Meio que fiquei com medo do seu olhar.

 — Você é a Selena, a pequena Elena filha da Tânia e do Carlos Fernandes? – ela disse com as lágrimas nos olhos. Eu não estava percebendo nada. Apenas acenei que sim com a Cabeça. Ela me deu passagem para entrar em sua casa, toda atrapalhada consegui pegar as minhas malas as deixando próximo a porta e fui caminhando para sala e em seguida ela fechou a porta atrás de si e foi caminhando até a sala de jantar onde estavam duas jovens com alguns traços semelhantes.

— Meninas olha a vossa prima, a filha da vossa tia! – a Anna disse toda surpresa com a voz embargada foi aí que me toquei que neste exato momento estou em casa de um familiar meu, isto é, tenho família, achei que fosse apenas eu e o meu pai já que não tinha ninguém a minha procura durante tantos anos. As duas jovens olhavam para mim com certo espanto.

— Desculpa interromper vocês mas alguém poderia ao menos dizer-me o que está acontecendo aqui é que estou meio perdida – disse com certo receio olhando para cada pessoa aqui presente.

— Eu sou a sua Avó e estás são minhas netas, bom suas primas. Está é a Aurora – ela disse apontando para jovem de cabelos lisos e logos de olhos verdes, com tom de pele morena podendo ter uns 24 anos. A Aurora fez um aceno com a cabeça eu apenas fiz o mesmo – E está aqui é a Anastácia, elas estão vivendo aqui comigo e espero realmente que vocês seja boas amigas isto é todas vocês – disse ordenando normalmente no meu ver é como se fosse uma ordem.

— E o que ela está fazendo aqui? Ela também irá viver aqui! Isso sim daqui a nada vai virar uma pensão – a Aurora perguntou para Avó com certa ironia – Achei que você só tinha a gente como neta. Ela saí aonde? A gente nem sabe quem ela é? Se é uma psicopata ou uma ladra! — suspirou e olhou na nossa avó, posso assim dizer — Vó sério mesmo? – ela fazia perguntas que eu também faria, caso uma desconhecida viesse viver na casa da minha avó.

— Bom, vamos todas sentar. Que vou contar a história de vocês três. Por favor Selena venha jantar connosco – Avó Anna disse já me indicando o caminho e a cadeira para sentar.

Olhando detalhadamente para está casa, neste momento na sala de jantar tem uma mesa familiar de madeiras negras com um candeeiro por cima da mesma. E os talheres estão bem posto e organizado.

— Será que podemos começar Vó. Quero ir logo para o meu quarto –  a Anastácia disse com certo aborrecimento.

— Bom, eu tive duas filhas quando fui mais jovem , a Antónia e a Tânia, elas sempre foram o meu maior tesouro e sempre as quis aqui e sempre fui muito protetora com elas. A Antónia e a Tânia tinha alguns anos de diferença. Resumindo com a falta de sorte que tive na vida o meu marido teve um acidente com o carro enquanto vinha para casa o que provocou a sua morte precoce. Me sentia só já que sou a filha única dos meus falecidos pais. Isso levou-me a uma terrível depressão. Me fechei no meu mundo assim fazendo com que as minhas filhas se sentissem só e desamparadas. Elas já eram crescidas e eu não tinha conhecimento sobre os seus namoros. Mas passando uns meses elas decidiram apresentar-me a eles, o namorado da Antónia até que já conhecia era mesmo um amigo próximo dela e eu tinha certeza que eles ficariam juntos. Porque eu via o quanto o Tomás gostava dela. Certo dia descubri que sobre a gravidez da Antónia e até achei normal já que ela tinha o seu namorado e sempre esteve aí para ajuda-la. Mas com a Tânia foi diferente, sendo eu, protetora demais acabei por feri-lá. Ela tinha levado o seu namorado em casa para o conhecer. E eu fiquei enfurecida quando o mesmo disse que iria casar com ela e leva-la para viverem juntos.

Eu pensei em muitas coisas principalmente a questão dela deixar-me, tinha medo de ficar só — a avó Anna calou por uns segundos e continuou —Naquele dia fiquei super descontrolada que cheguei a bater na Tânia por descubrir que estava grávida. No mesmo dia ela decidiu ir embora, ela disse que preferia viver com o pai do bebé, pois ao menos tem alguém que a ama de verdade do que uma mãe presente-ausente, que mais se importava com a dor dela do que as das suas filhas – a Anna estava chorando depois de contar isso para gente. Eu meio que fiquei surpresa porque ninguém nunca contou isso para mim. Ela continuou...

— Desde aquele dia que perdi a Tânia  senti que fiz uma das piores coisas da minha vida. A Antónia disse-me para não se preocupar porque o Carlos cuidaria muito bem dela. Aí decidi que já não quero mais desiludir a Antónia por isso fui indo a terapias e consultas médicas e fazia de tudo por logos três a quatro meses. Numa noite como esta a Tânia tinha ligado para mim e aí a gente acabou desabafando. E a gente voltou na normalidade, como antigamente, sem brigas, sem discussões, tudo na paz. Ela contou-me que estava vivendo em um Condomínio na Cidade de Luanda porque o Carlos foi por missão ao trabalho e que ela decidiu viver por lá mesmo. A gente voltou a conversar como mãe e filha.- Avó Anna disse com certo sorriso no rosto – E logo depois descubri que a Antónia e a Tânia estavam grávidas de mêses quase iguais. Mas a Aurora é muito apressadinha decidiu vir mais cedo ao mundo. Nasceu com 7 meses e você nasceu com 9 meses e com certas complicações o que casou a morte da sua mãe. O seu pai tinha ligado para mim e sinceramente o meu mundo desabou mas fiquei feliz por ela me perdoar por tudo que tinha a feito passar.

Aí passou dois anos até que a Antónia ficou grávida da Anastácia. Elas conheceram o pai delas mas houve uma fatalidade no autocarro que eles estavam  voltando da casa de campos para cidade, acabou por sofrer um acidente o que causo a morte deles mas elas ( Aurora e a Anastácia) conseguiram se safar,e a agradeço muito a Deus. Desde esse dia sei que tenho três netas corajosas e lindas e estão neste momento comigo – Vó Anna acabou de dizer tudo, limpando lágrima da Anastácia e Aurora que estava próximas a ela. Eu já estava soluçando e me sentia triste pelo que me contou e orgulhosa da minha avó.

— Vem cá prima. Apartir de hoje você faz parte desse trio, ups virou um quarteto – disse fazendo com que todas mostrassem um sorriso.

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