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Será saudades

EDUARDO ALMEIDA

Já se passou uma semana desde a última vez que vi Safira, não a procurei e também não fui ao circo, me sinto confuso de mais em relação a tudo que sinto quando a vejo, ela me desperta coisas muito fortes e isso me tem deixado assustado por isso decidir me afastar.

Desde a noite que ela povoou meus pensamentos sem trégua e me impediu que tomasse outra mulher sexualmente em meus braços isso vem acontecendo com uma frequência assustadora, ou seja: toda noite!

Sempre que tento foder com uma mulher meus pensamentos voam até a ciganinha me deixando imensamente frustrado, a ciganinha de olhar enigmático e bela, muito bela.

Essa merda toda não adiantou de nada pois essa semana sem vê-la em vez de fazer minha fome por ela diminuir só fez aumentar, mas estou decido a seguir em frente isso nunca daria certo, me envolver com uma cigana, só posso estar louco, o melhor que faço é ficar em meu canto mesmo.

__ Eu não vou correr atrás da ciganinha, não vou mesmo!

Falo em alto e bom tom, esperando que com isso minha mente entenda de uma vez por toda e pare com toda essa merda.

Olho a hora e já passam das 16h, logo vai começar a primeira apresentação do circo, e lá vai eu mais uma vez pensando na ciganinha! Que se foda o circo!

Ela só pode ter feito algum feitiço pra mim, com certeza é isso! Esse povo gosta de mexer com essas coisas de magia, misticismo coisas erradas.

__ Que porra!

Me levanto da cama pego minha carteira e as chaves do carro, preciso sair um pouco, espairecer ou vou ficar louco.

Na sala encontro minha mãe tomando chá com umas amigas, todas dondocas e fofoqueiras.

__ Boa tarde belas damas!

As comprimento com um sorriso galanteador e uma piscadinha de olho meu jeito príncipe der ser, todas suspiram contidamente, esse é o efeito Eduardo nas mulheres, nenhuma é imune, penso de forma vaidosa.

__ Filho amado, venha até aqui!

Minha mãe sempre gostou de me exibir, ela tem tanto orgulho de mim, isso hoje não me incomoda mais, eu entendi que por ser seu único filho ela depositou tudo em mim e me esforço a suprir todas suas expectativas, nunca a com a contrariei.

Me sento ao seu lado e a vejo toda satisfeita,

__ Meu menino Eduardo logo vai estar à frente da empresa da família, meu esposo está a poucos de se aposentar, meu menino vai assumir tudo, né filho?

Ela fala toda orgulhosa e eu só confirmo tudo.

Logo elas voltam a fofocar e meus ouvidos não aguentam fofocas de mulheres, não dá!

__ Preciso ir!

__ Onde vai Edu?

__ Só dá uma volta mãe nada demais!

__ Tudo bem, se for ver a Fernanda diga que mandei um beijo, faço tanto gosto na relação de vocês.

Faço um esforço para não revirar os olhos, não existe relação entre nós, é só sexo!

Passei a semana fugindo da Fernanda como o diabo foge da cruz!

Minha mãe não desisti dessa ideia sem cabimento de me casar, o que ela mais deseja é um neto, meu pai também, mas infelizmente esse desejo nunca vou realizar, não me casarei jamais, não tem mulher que me faça mudar de opinião, uma boceta é só uma boceta, por que me prender a uma se posso comer todas?

Gosto de quantidade, depravação, pornografia e uma esposa com certeza seria cheia de frescuras, não iria topar minhas obscenidades, acabaria traindo e não quero seguir por esse caminho.

__ Caso eu a veja darei seu beijo, boa tarde belas damas!

Volto a piscar os olhos e me caminho a saída, paro em frente ao meu carro, desisto e dou meia volta optando por ir caminhando, dá um passeio, pôr a cabeça no lugar, organizar meus pensamentos, uma caminhada me fara bem.

Caminho a esmo sem direção certa ao menos é o que pensava, quando dou por mim estou me frente ao circo, como vim parar aqui?

Obvio que sei a resposta, Safira!

Meu subconsciente me trouxe até aqui, eu deveria dar meia volta e ir embora, mas porra estou morrendo para vê-la!

A quem estou querendo enganar? Eu passei e semana inteira desejando esquecer essa ciganinha, mas tudo que mais queria era correr até ela, essa é a verdade, estou ensandecido por ver Safira.

Saio me esgueirando e vou como quem não quer nada olhando tudo atentamente em busca de qualquer sinal da ciganinha faceira, são três lonas no circo e eu nem sei se ela está aqui pois sei que eles acampam um pouco mais afastados.

Me aproximo da primeira lona e espio dentro, várias pessoas andam apressadas carregando várias caixas, outras limpando o ambiente, provavelmente organizando tudo para o espetáculo mais a noite, meus olhos ávidos procuram por ela, nada!

Saio manso e lento me aproximando da próxima lona e faço o mesmo, espio dentro.

__ Deseja algo? O espetáculo ainda não começou.

Me viro e me deparo com um homem bastante alto, forte, ombros largos, ele tem cabelos grandes e uma cara fechada, pelas roupas que usa e pela cor de sua pele com certeza é um cigano.

__ Como disse?

Pergunto me sentido distraído com os pensamentos fixos em ver a cigana,

__ Perguntei o que deseja, já que está brechando o picadeiro.

Não gostei do seu tom de voz, muito menos de sua postura soberba e a forma como me olha, como se fosse o dono do lugar.

Me viro ficando frente a frente com o cigano, somos praticamente da mesma altura, talvez eu seja alguns centímetros mais alto, seu porte não me intimida em nada pois também sou grande tal como.

__ Sim procuro!

__ Me diga! O que procura?

__ Handu, estava te procurando por todo canto, eu...

Antes que diga uma única palavra o motivo do meu tormento surgi bem a minha frente dando um fim em minha procura, seus olhos dopados batem no meu e ela sente o mesmo impacto!

Mas linda do que a última vez que a vi, eu achando que era impossível, mas a ciganinha consegue ser mais linda do que me recordava.

Sua frase morre em seus lábios quando me vê, gosto disso, eu mexo com ela de alguma forma.

__ Estou aqui princesa, diga o que quer?

O maldito cigano enlaça sua cintura com uma possessividade exagerada a chamando de princesa, pela primeira vez na vida quero cortar as mãos de alguém, logo eu que sou contra qualquer tipo de violência.

Safira fica imóvel como se estivesse congelada, se deixando ser levada pelo maldito cigano, nessa hora me sobe um ódio e me sinto um idiota por ter vindo atrás dela, está na cara que Safira é a puta desse cigano, me sobe mais raiva ainda quando lembro da forma que quis parecer ingênua para mim no nosso encontro na lagoa, safada!

__ O que eu estava procurando?

Repito a pergunta do cigano e respondo antes que ele fale.

__ Nada, nada de importante ou que valha a pena!

Respondo a olhando e com um certo tom de desprezo na voz, meu orgulho de homem ferido, a vejo estremecer bem diante dos meus olhos, o maldito cigano continua a prendendo contra seu corpo como se ela a pertencesse.

__ Handu! Handu!

Um outro cigano chega chamando por Handu.

__ O que ouve irmão?

__ Barô precisa falar com você!

__ Diga que logo vou!

__ Ela falou para você ir agora!

Fico ouvindo a conversa do cigano, porém meus olhos estão fixo na Safira, a diabinha está linda com um vestido bastante justo na cintura e solto nos quadris deixando todas suas curvas a mostra, um decote generoso fazendo seus seios quase saltarem, só de lembrar que os tive em minhas mãos, apalpei esses brotinhos durinhos e empinados, sinto meu pau querendo engrossar dentro da cueca, que se foda tudo, eu vou pegar minha parte com a ciganinha.

Quando o cigano se vai visivelmente contrariado Safira faz o mesmo virando de costas, mas antes que se afaste eu a seguro pelos pulsos a puxando pra mim.

__ Me solta está louco?

Fala nervosa olhando para os lados e isso só me deixa mais raivoso,

__ Quero te ver!

__ Eu não posso, não devemos, me solta!

Safira olha em direção onde o cigano foi e seu rosto é de preocupação, quero matar o maldito cigano por possuir algo que quero.

__ Fale que vai me encontrar hoje à noite no mesmo lugar e eu te deixo ir!

Me assusto com a força e determinação da minha voz, porém o que mais me deixa atordoado é o tamanho do meu desespero para que Safira fale sim.

__ Eu vou Eduardo, agora me larga!

__ Quem é esse homem Safira? O que ele é seu?

__ A noite Eduardo, a noite...

Pergunto esperando alguma reposta que acabe com o mal-entendido que se formou em minha cabeça, mas a diaba não me responde da forma que espero e sai andando apresada me deixando ainda mais confuso.

__ Merda!

SAFIRA

Quase desmaio quando dou de cara com Eduardo conversando com Handu, meu coração b**e de forma que nunca antes b**eu, querendo sair por minha garganta a qualquer custo, meu corpo inteiro estremece e mesmo com um vendaval de sentimentos me possuindo tento fingir e camuflar tudo de modo que Handu não perceba nada, já que tenho certeza de que o Eduardo percebeu a forma que me deixa, a forma com a qual meche comigo.

Desde o dia no nosso encontro no lago tenho sonhado com ele todos os dias, sonho com o Eduardo todas as noites, mas sempre acordo triste por saber que ele só quis brincar comigo,

Disse que me procuraria e eu tola acreditei, esperei todos os dias por ele, mas ele não veio, agora está aqui em minha frente despertando tudo de mais forte que tenho dentro de mim, me tirando tudo até meu ar.

Trocamos poucas palavras e mesmo assim o sinto arisco em relação a mim, com raiva na voz! o que me deixa ainda mais triste matando qualquer esperança de que meu tolo coração tenha fantasiado todos esses dias em que ele não veio, imaginei que talvez estivesse ficado doente ou algo parecido, mas não foi isso, ele simplesmente não sentiu minha falta como senti a dele, sou uma tola por não ter esquecido o sabor dos seus lábios, seu cheiro, sinto seus toques como se fosse hoje que tudo aconteceu.

A barô chama por Handu e mesmo contrariado ele vai, respiro aliviada!

Aproveito a deixa para sair de sua presença magoada por Eduardo falar indiretamente que não sou importante para ele, mas Eduardo me puxa, me pega, fala que quer me ver, me deixando totalmente confusa do que eu quero, todas as minhas certezas indo embora.

Me assusto com a possibilidade de Handu ver a cena de Eduardo me segurando e tento me afastar desesperadamente, na verdade me apavoro!

Ainda assustada e tremula aceito seu pedido para nos encontramos, até porque o Eduardo que está em minha frente me olhando com olhos enigmático não aceitaria um não como resposta, quando ele me solta saio correndo, meu coração bombeando sangue quente por meu corpo com uma velocidade assustadora.

Não deveria ter aceitado esse encontro, mantido firme minha recusa seria o melhor caminho, mas se não aceitasse poderia haver uma tragedia pois o Eduardo não estava disposto a me largar, a quem quero enganar? Falo sorrindo de orelha a orelha, eu iria de qualquer jeito.

Me sinto feliz novamente por saber que ele não me esqueceu, veio me procurar como disse que faria, ele deve ter alguma explicação por ter sumido por tanto tempo,

eu sei que isso entre nós tem que ter um fim, afinal meu casamento com Handu está muito próximo, mas eu não consigo não sentir tudo que sinto quando vejo o Eduardo, não consigo resistir aos seus olhos cor do céu, um verdadeiro príncipe.

POSTADO!

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