EDUARDO ALMEIDA_ Fala porra, o que estava fazendo rodeando minha casa? O que estava procurando?_ O que eu estava fazendo? Safira é minha esposa, somos casados!Ele j**a na minha cara algo que eu nunca aceitei e nem vou aceitar._ A porra de um papel não quer dizer caralho nenhum! - Vocifero em bom tom na sua cara, o filho da mãe me olha com escarnio._ Minha esposa, Safira é minha mulher, você aceitando ou não e eu vim pegar o que é meu!_ MAS NÃO VAI PEGAR, NUNCA MAIS CHEGARÁ PERTO DELA NOVAMENTE SEU DESGRAÇADO, ESTÁ ME OUVINDO? NUNCA MAIS!O ciúme me toma e eu fico cego! Pego o cigarro ainda aceso e o apago em sua pele, Handu não grita, o único gesto que ele manifesta demostrando que sente algum incômodo, é o travamento da sua mandíbula, formando uma linha fina nos lábios.Seu ombro, que é onde estou apagando o cigarro, começa a ficar vermelho e a brasa consome a pele formando um círculo, inflamado o local na mesma hora, paro quando vejo a área esbranquiçada.O cigano está amarrad
EDUARDO ALMEIDA Entro na sala de mãos entrelaçadas com Safira, encontro o delegado desocupado em pé, sim, um desocupado! Porque para estar aqui a essa hora do dia, só pode ser um desocupado, ele está em pé na sala esfregando as mãos uma na outra, como se estivesse com expectativa de algo, desgraçado!Quando sente nossa presença cresce um sorriso nos seus lábios que morre com a mesma rapidez que surgiu ao olhar para nossas mãos entrelaçadas. Vai ciscar em outro terreiro!__ Safira! - Ele a cumprimenta, a vejo fazer um esforço para soltar minha mão e ir cumprimentar o desgraçado de volta._ Delegado! Fecho os olhos quando o vejo se aproximar da minha ciganinha, e a cumprimentar com dois beijos em cada lado da bochecha, engulo toda minha possessividade e o gosto é amargo de mais para descer e acaba me deixando sufocado! Preciso foder Safira de uma forma que ela nunca mais esqueça a quem pertence, na primeira oportunidade derramarei toda minha porra, até a última gota no seu rosto, a
SafiraMe sinto sufocada e é como se não conseguisse respirar, olho as paredes frias do quarto e me sinto em uma prisão, me sinto Kachardin (triste).A saudade me pega forte, sinto Saudades de tudo que hoje não me é mais possível, hoje a saudade está inquietando minha alma, preciso sentir a natureza, o vento batendo nos meus cabelos enquanto corro sem destino, quero sentir o chão aos meus pés e não esse chão frio e sem vida, a chuva caindo sobre meu corpo e lavando minha alma, tenho saudades de tudo!Aqui me sinto como um animal capturada e preso, impedida de voltar ao seu habitat natural.As noites com meu povo é pura alegria, festas e muita sangria a se tomar, danças em volta da fogueira, gosto de dançar rodeada de palmas e risos.Mas sei que enquanto Handu estiver por lá eu não poderei retornar para minha gente, por mim e principalmente pelo Ygor, e só por ele que estou a suportar tudo e não sumo no mundo.Me sento na cama e ainda não consegui pregar os olhos, começo a reviver tudo
Jean Reis_O que me diz Sr. Almeida? temos um acordo? - Jean Reis como já imaginava, é um grande Narcotraficante e deseja comercializar seus produtos em minha cidade._ Sinceramente Sr. Reis, aqui já temos quem faz isso.É verdade, o que não falta nessa cidade são traficantes, inclusive muitos dos garotos e até os homens que lutam cladestinamente são viciados em algum tipo de entorpecentes._ Não, vocês não têm!Ele fala firme e me olha enigmático e compreendo tudo perfeitamente, ele vai tomar o poder, e vai matar quem estiver em seu caminho._ Tem certeza de que vai querer entrar nessa guerra?Pergunto por que o dono da boca é barra pesadíssima, ele está no comando a anos e está aqui para matar e morrer._ Eu já entrei Sr. Almeida e eu nunca perco, só me resta saber se posso contar com seu apoio, sei que tem grande poder por aqui.Isso é verdade, no submundo da ilegalidade meu nome tem muito peso._ Me chame apenas de Eduardo.Falo querendo deixar o clima menos formal e mais amigável
Estaciono minha todo e frente ao Ring._ Chefe! - Meus subordinados me cumprimentam e eu os respondo acenando com a cabeça, prefiro guarda minhas palavras.Subo direto ao escritório, olho a porta trancada onde o maldito cigano está, não dei autorização para que ninguém entrasse, então ele se encontra do mesmo jeito que o deixei.Pego a chave que destranca a porta e só espero conseguir ter uma conversa e controlar todo ódio que sinto por esse desgraçado, porque minha vontade é parti-lo ao meio, eliminá-lo da terra como um inseto asqueroso ao qual ninguém sentirá falta. Destranco a porta entrando no pequeno quadrado e já sinto um mal cheiro forte, uma mistura de urina e fezes, certamente ele fez as necessidades fisiológicas na própria roupa.Acendo a luz e a claridade toma conta de tudo, o maldito cigano se encontra deitado no chão e está preso por cordas, ao ver que estou no quarto, ele se senta no chão com dificuldades me olhando, seu olhar tem tanto ódio que chega a crespida, mas nos
SafiraContar isso para o Eduardo está sendo muito difícil, mas do que imaginei, porém tem que ser feito, o meu destino depende disso. Ele precisa saber que eu nunca o enganei, eu o amava mais que tudo._ Quando eu me casei com o Handu sob ameaças, eu não quis ter relações sexuais com ele, eu não poderia entregar a ele o que não me pertencia, nem a ele e nem a outro homem, meu corpo já não era meu, eu o tinha entregado a você, assim como meu coração, só a você! Sem conseguir mais falar eu choro, choro ao relembrar da noite pavorosa do meu casamento, da noite mais agonizante da minha vida, a noite que fui abusada e tive meu corpo violando de forma brutal.Ouço um rosnado feroz sair da boca do Eduardo, é quase como um gemido de dor, eu tenho que terminar o que comecei, tenho que falar._ O Handu me estuprou, ele abusou de mim contra a minha vontade, eu tentei fugir! - Começo a lembrar daquela noite macabra, onde tentei correr para mata, mas ele me achou e mesmo eu nunca tento feito sexo
Eduardo AlmeidaEstou preso a mais de um dia e o maldito delegado não me deixa fazer uma ligação! Ele me deixou usar o banheiro da delegacia e tenho feito minhas necessidades e tomei um banho, mas de resto é só!_ Passar uns dias aqui vai te ensinar que não és o dono da cidade, não pode fazer o que bens queres e ficar por isso mesmo!Se eu pudesse eu o socava até deixá-lo inconsciente. Quero voltar para minha casa, perto do meu filho e da mulher que amo. Delegado desgraçado!_ visita!Visita? Me sento na cama de cimento e me pergunto quem será? Ninguém sabe que estou preso, não informei nem a minha mãe.Então surge diante dos meus olhos a imponente figura masculina._ Reis... Falo com deboche, só poderia ser ele, quem mais séria?_ Eduardo, andou se metendo em confusão!Ele diz lentamente com soberba, me tirando a paciência._ Como sabe que estou aqui?_ Ah! Eu sei de tudo que me convém Eduardo!Ele fala me olhando enigmático e eu não sei o que ele quer aqui, mas pretendo descobrir._
Safira_ Mamãe, cadê o tio marquinhos? Ygor está sentindo falta do circo e dos nossos irmãos ciganos, e eu também, estou cansada de ficar aqui, presa nessa prisão de pedras e é como se eu não conseguisse respirar ar puro, cada dia estou mais sufocada. O Eduardo não nem volto dormiu em casa e isso também está me angustiando e se ele foi embora depois de tudo que ouviu?_ Mamãe, Ygor quer ir para casa!Como vou falar para meu filho que não podemos voltar para o circo? Eu preciso ter coragem e denunciar o Handu, preciso pegar minha vida de volta._ Meu pequeno príncipe quer ir passear no parque? Comer algodão doce? - Pergunto pois sempre que olho pela janela vejo um parque verde e lindo, olho as crianças correndo e muita gente passeando, eu posso ler a mão de alguém e conseguir algum dinheiro e comprar algo gostoso para meu filho comer._ Sim, Ygor quer algodão doce e parque!_ Mamãe vai levar! - Ygor já almoçou e já dormiu seu sono da tarde, estamos em casa sozinhos, ele não se anima p